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3.1 PRINCIPAIS CONCEITOS DA TEORIA DIALÓGICA DA LINGUAGEM

3.1.3 Gêneros do discurso

Em suas formulações, Bakhtin concebe os enunciados concretos, sejam orais ou escritos, dentro do contexto da interação verbal, nas relações dialógicas através das palavras, da linguagem em uso. O enunciado, para ele (2006, p.274), constitui “a real unidade da

comunicação discursiva”. É a própria língua em uso, e um não existe sem o outro, pois a língua integra a vida a partir de enunciados concretos que a realizam. “É igualmente através de enunciados concretos que a vida entra na língua” (BAKHTIN, 2006, p.265). Por isso, a condição sine qua non para o uso da língua, na perspectiva dialógica discursiva, é o uso da língua em forma de enunciados.

Esses enunciados surgem nas esferas da atividade humana, em determinado meio social, e favorecem a comunicação entre os sujeitos socialmente organizados. A esfera da atividade humana está intrinsecamente relacionada à distinção que Bakhtin/Volochinov (1997) fazem entre a ideologia do cotidiano e as esferas ideológicas, considerando que “toda esfera ideológica se apresenta como um conjunto único e indivisível, cujos elementos, sem exceção, reagem a uma transformação da infra-estrutura” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1997, p.39).

Cada esfera tem seu próprio repertório na comunicação discursiva, ou seja, de gêneros do discurso, que estão relacionados ao contexto social de que emergem. Segundo Bakhtin/Volochinov (1997), cada classe ou grupo social, ao longo da história, em cada época, em função do meio social onde ocorre a enunciação, cria formas específicas de discursos: “cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação socioideológica. A cada grupo de formas pertencentes ao mesmo gênero, isto é, a cada forma de discurso social corresponde um grupo de temas” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1997, p.43). Mais adiante, no mesmo texto, o autor aponta que, entre a forma de comunicação, a de enunciação e o tema, existem uma unidade indissociável e uma unidade orgânica, de forma que a classificação das formas de enunciação apoia-se nas formas de comunicação verbal que, por sua vez, “são determinadas pelas relações de produção e pela estrutura sócio-política”.

Bakhtin (2006, p.261-262) diz que a língua só se realiza através de enunciados irrepetíveis, sejam orais ou escritos. Cada esfera elabora enunciados que têm relativa estabilidade e que são utilizados pelos membros dessa esfera para se comunicar. Tais enunciados refletem e refratam as condições de como está organizada cada esfera da atividade humana, têm certa estabilidade e três elementos indissociáveis: o conteúdo temático (tema, que se refere ao conjunto de temáticas que surgem em determinada esfera discursiva, que trazem em si suas peculiaridades socioculturais e sócio-históricas), a construção composicional (a forma como o enunciado se organiza, de maneira que possamos reconhecê-lo como um gênero, a forma como se estrutura internamente), e o estilo (determinado pelo conjunto das escolhas dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua). Bakhtin (2006) afirma que

todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo e a construção composicional – estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados os quais denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 2006, p.261-262. Grifos meus)

Esse autor (2006) assevera que é essencial conhecer a natureza precisa dos tipos de enunciados relativamente estáveis, ou seja, dos gêneros do discurso. Para tanto, ele os divide em dois grupos: os primários e os secundários. Essa distinção não é funcional e tem relação com a esfera do cotidiano e com as esferas ideológicas no contexto em que surgem. Segundo o autor, há uma grande diferença entre os gêneros primários (simples) e os secundários (complexos ou ideológicos), razão por que a natureza do enunciado deve ser definida por meio da análise de ambas.

Os gêneros primários ou simples integram os secundários e surgem em condições de comunicação discursiva imediata no cotidiano. A maioria deles é constituída, predominantemente, de gêneros orais (conversa de salão, conversa ao telefone, conversa informal, bilhete, mensagem) e não precisam ser aprendidos. Quando incorporados pelos gêneros secundários, sofrem um processo de transformação e adquirem um caráter especial, devido à perda do vínculo imediato com sua realidade concreta.

Por outro lado, os gêneros secundários ou complexos são predominantemente escritos (romances, pesquisa científica, gêneros publicísticos etc.), ideológicos, formam-se dentro das esferas ideológicas e surgem de um convívio cultural mais complexo, mais desenvolvido e mais organizado nas esferas ideológicas (literária, política, científica, artística etc...) e são predominantemente escritos. Os gêneros secundários, “no processo de formação, incorporam e reelaboram diversos gêneros primários (simples), que se formaram nas condições da comunicação discursiva imediata” (BAKHTIN, 2006, p.263).

Outra característica que pode ser apontada nos gêneros secundários, principalmente nos retóricos, que, segundo Bakhtin (2006, p.276), traduz “a natureza dos gêneros secundários”, é a réplica do diálogo. Algumas vezes, nesses gêneros, o sujeito, em sua fala ou na produção escrita, coloca questões, e ele mesmo faz a réplica, concordando, discordando ou refutando. Para o autor, esses fenômenos são representações convencionais da comunicação cotidiana, ou seja, dos gêneros primários. “Essa representação caracteriza os gêneros retóricos (lato sensu,), incluindo algumas modalidades de popularizações científicas” (BAKHTIN, 2006, p.276).

Nesse contexto, os gêneros primários e os secundários surgem em uma esfera da atividade humana, seja na cotidiana ou na ideológica, e seu horizonte social, seu contexto social

imediato e mais amplo irão determinar para quem o gênero do discurso está orientado. Além disso, seus possíveis ouvintes e leitores e os participantes, bem como a situação em que ocorre determinarão sua forma e seu estilo.

Conforme Bakhtin (2006, p.262),

a riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade é integral o repertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se desenvolve e se complexifica um determinado campo.

Cada gênero, com seus elementos constitutivos e indissociáveis, reflete as condições e a finalidade da esfera de onde surge. Os gêneros do discurso têm uma grande plasticidade: eles nascem, multiplicam-se e se modificam; outros deixam de existir. Isso significa que os gêneros discursivos são bem heterogêneos. Essa heterogeneidade implica a dificuldade de definir a natureza do enunciado, e na classificação dos gêneros do discurso, por conseguinte, não pode existir um único aspecto ou plano para seu estudo. Contudo, isso não quer dizer que não pode haver critérios para classificar os gêneros por esferas da atividade humana. Para Bakhtin (2006), a falta de critérios para essa classificação está relacionada “à incompreensão da natureza de gênero dos estilos de linguagem e da ausência de uma classificação bem pensada dos gêneros discursivos por campos de atividade (bem como da distinção, muito importante para a estilística, entre gêneros primários e secundários)” (BAKHTIN, 2006, p.267). Portanto, como os gêneros do discurso remetem a uma concepção de linguagem como interação verbal, não podem ser analisados considerando-se somente os aspectos linguísticos, mas também os extralinguísticos.

Ressalte-se, entretanto, que especial atenção deve ser dada à esfera da atividade humana, ao se analisar o conteúdo temático, o projeto discursivo do enunciador, porque cada uma tem seus gêneros do discurso, que refletem como os membros da sociedade estão organizados. Sobre isso, Grillo (2013) assim se expressa:

O conceito de esfera foi formulado para explicar o modo de organização e a diversidade das manifestações culturais, sociais e ideológicas de nossas sociedades contemporâneas. É um conceito explicativo, ao mesmo tempo, de natureza sociocultural – pois descreve o modo de organização de instituições, a posição e atuação de seus agentes e o modo de produção, circulação e recepção de seus produtos culturais – e ideológico-discursiva, na medida em que as esferas caracterizam-se por visões de mundo particulares e por normas condicionadoras do uso da linguagem. Nesse sentido, podemos falar em linguagens ou estilos científicos, publicitário, jornalístico, religioso, político, etc. Também chamadas de ideologias ou sistemas ideológicos constituídos, as esferas sofrem influências umas das outras, são refratadas ou transformadas, em razão da organização de cada uma delas. (Grillo, 2013, p.81)

Bakhtin (2006) sugere que a esfera da atividade humana deve ser o ponto de partida para qualquer classificação de gêneros do discurso. A indissociabilidade do gênero do discurso do seu meio social, do contexto social da esfera em que ele surge reflete a estratificação da língua, uma língua que tem um caráter plurilíngue, aspecto que representa a base do estilo em Bakhtin (2006, p.113).

Os três elementos que constituem o gênero - o conteúdo temático, a forma composicional e o estilo - refletirão esse contexto social. O conteúdo temático, segundo Bakhtin (2006), conjunto de temáticas que envolvem o gênero do discurso, é enformado pelo enunciador em determinado material, ou seja, em um gênero. O conteúdo temático (tema) de um gênero é o tema do todo do enunciado, o querer-dizer do enunciador, o que ele quer comunicar e é inseparável da situação e dos elementos linguísticos.

O conteúdo temático está ligado à forma arquitetônica e à forma composicional do gênero do discurso. Em Questões de literatura e estética, o autor propõe uma distinção entre forma arquitetônica e forma composicional do gênero, que também são mencionadas no livro de Medviédev34 (2012), O método formal nos estudos literários. O método formal nos estudos

literários. Bakhtin (2006, p.182) afirma que “a arquitetônica do mundo artístico determina a composição da obra, e não, o contrário”, ou seja, ela sempre vai determinar a escolha da forma ou construção composicional.

No entanto, Bakhtin (2014) assevera que as formas arquitetônicas e composicionais se “distinguem somente como formas de ordenação de aspectos diferentes do material” (BAKHTIN, 2014, p.25, grifos do autor) e que torna impossível fazer uma diferença rigorosa dos princípios de ambas as formas. Contudo, as formas arquitetônicas têm uma tendência a se dissolver nas composicionais, mas dá especial atenção, sobretudo, à forma ou construção composicional dos enunciados relativamente estáveis, ou seja, dos gêneros do discurso.

Ao falar em formas arquitetônicas, Bakhtin (2014, p.25) enuncia:

As formas arquitetônicas são as formas dos valores morais e físicos do homem estético, as formas da natureza enquanto seu ambiente, as formas do acontecimento no seu aspecto de vida particular, social, histórica, etc., (...) são as formas da existência estética (...).

34O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica, traduzido do original russo: Formálnyi miétod vl iteraturoviédenii: kritítcheskoe vvediénie v sociologuítcheskuiu poétiku, publicado em Leningrado, em 1928, traduzido para o português, em 2012, por Ekaterina Vólkova Américo e Sheila Camargo Grillo.

As formas arquitetônicas se referem, portanto, à parte do objeto estético, à forma temática relacionada ao querer-dizer do enunciador, ao projeto enunciativo do locutor em relação ao seu interlocutor, ao conteúdo temático. Em outras palavras, sumariamente, seria aos atos humanos dentro da esfera da atividade humana. Bakhtin (2014, p.24) menciona que “cada forma arquitetônica é realizada por meios de métodos composicionais definidos; por outro lado, às formas composicionais mais importantes são as de gênero, por exemplo, correspondem no objeto realizado às formas arquitetônicas essenciais”.

Podemos dizer que a forma arquitetônica (temática) é realizada através da composicional (estilística), que organiza o material. Portanto, o gênero está relacionado à forma composicional, à materialidade linguística e à forma arquitetônica, incluindo o querer-dizer do autor, seu projeto discursivo e sua relação com o interlocutor.

O enunciador precisa unir o material, a forma e o conteúdo e conceber a obra como objeto estético. Bakhtin (2014) assevera que as formas composicionais são realizadas por métodos composicionais, e as mais importantes são as de gênero, que, no objeto realizado, correspondem às formas arquitetônicas.

A forma ou construção composicional é a maneira como se estrutura a obra em sua forma material, em termos teleológicos, de objetivos, levando em consideração a forma de apropriação da sua arquitetônica. Para Bakhtin (2014, p.25),

as formas composicionais têm um caráter teleológico, utilitário, como que inquieto, e estão sujeitas a uma avaliação puramente técnica, para determinar quão adequadamente elas realizam a tarefa arquitetônica. A forma arquitetônica determina a escolha da forma composicional.

O caráter “teleológico”, “utilitário” da forma composicional relaciona-se ao objetivo final, ao material, que é a língua, ao modo como se organiza a textualidade, à sua estrutura e a como o texto se materializa. Ou seja, refere-se à parte externa da obra, à estilística, à “instrumentalização” da composição, à sua materialidade linguística. Portanto, a forma composicional está sujeita a uma avaliação puramente técnica, porque está interligada com as estruturas textuais, com as formas da língua, com a materialidade do texto, a textualização dos gêneros e a estilística.

Além disso, a forma composicional só poderá ser compreendida em relação à natureza do material, de sua arquitetônica e dos procedimentos selecionados pelo autor, levando-se em consideração a interlocução entre os participantes da comunicação discursiva. Segundo Bakhtin/Volochinov (1997, p.113), a forma composicional do gênero do discurso é determinada

pelo auditório social, pela situação social mais imediata do enunciador. Por isso, ao escolher uma forma ou construção composicional de gênero do discurso, para materializar o seu enunciado, o enunciador o faz “em função da posição social e das relações pessoais de reciprocidade entre os participantes da comunicação” (BAKHTIN, 2006, p.283).

A estrutura/construção composicional ou forma composicional está intrinsecamente ligada ao estilo. Para Bakhtin (2006, p.296), ambos são determinados por seu elemento expressivo, ou seja, pela “relação valorativa do falante com o objeto semântico-objetal”, revelada através dos juízos de valor do enunciador acerca desse objeto.

O estilo é um conceito bastante complexo e está presente em toda a obra de Bakhtin e do Círculo. Ele (2003) diz que o estilo é determinado pela expressão da individualidade do próprio falante e de sua relação valorativa, o estilo do próprio objeto (o gênero do discurso), com as escolhas léxico-semânticas do enunciador e as entonações e pelo enunciado de outros. Concebe o estilo como um elemento do gênero do discurso indissociável de sua construção composicional e conteúdo temático. “Todo estilo está indissoluvelmente ligado ao enunciado e às formas típicas de enunciados, ou seja, aos gêneros do discurso” (BAKHTIN, 2006, p.265). Ao mesmo tempo, o autor diz que, como o enunciado é individual, ele pode refletir a individualidade do falante, ter um estilo individual, embora nem todos os gêneros sejam propícios a isso.

A questão do estilo é tratada em obras de Bakhtin, como: Estética da criação verbal, Problemas da poética de Dostoieviski; Marxismo e filosofia da linguagem, assinado por Bakhtin/Volochinov, no ensaio Discurso na vida e discurso na arte (sobre a poética sociológica), também de Bakhtin/Volochinov, e na Estrutura do enunciado (1930), de Volochinov. Entretanto, não é nossa intenção tratar o estilo em cada um dos textos de Bakhtin, mas apresentar uma visão geral que nos dê subsídios para analisar nosso corpus.

Em Estética da criação verbal (2006), escrito nos anos 50, Bakhtin traz a noção de estilo como parte indissociável do gênero do discurso, em que o estilo é visto, na perspectiva artística, “como um conjunto de procedimentos de informação e acabamento do homem e do seu mundo, que determina a relação também com o material, a palavra, cuja natureza, deve-se conhecer para compreender tal relação” (BAKHTIN, 2006, p.180).

Bakhtin (2006) concebe o estilo como um elemento do gênero do discurso indissociável de sua construção composicional e de seu conteúdo temático. Para o autor, deve-se estudar o estilo da forma em relação a dois aspectos: do ponto de vista do conteúdo, fazendo sua avaliação ideológica, e em relação ao material, à realização técnica dessa avaliação, levando em consideração sua arquitetônica e sua construção composicional. O estilo é inseparável do

gênero do discurso. “Todo estilo está indissoluvelmente ligado ao enunciado e às formas típicas de enunciados, ou seja, aos gêneros do discurso” (BAKHTIN, 2006, p.265). Essa relação inseparável do estilo com o gênero do discurso se revela, também, nas questões de estilos de linguagem que, segundo o autor, são os estilos de gênero das esferas da atividade humana e da comunicação. Sobre isso, explica:

Em cada campo, existem e são empregados gêneros que correspondem às condições específicas de dado campo; é a esses gêneros que correspondem destinados estilos. Uma determinada função (científica, técnica, publicística, oficial, cotidiana) e determinadas condições de comunicação discursiva, específicas de cada campo, geram determinados gêneros, isto é, determinados tipos de enunciados estilísticos, temáticos e composicionais relativamente estáveis. (BAKHTIN, 2006, p.266)

Entendemos, portanto, que os gêneros de determinadas funções de cada esfera da atividade humana terão um estilo e uma forma composicional que ajudarão o leitor a identificá- lo como um gênero da esfera jornalística, científica ou religiosa etc. A mudança do estilo de um gênero para outro pode destruir ou renovar esse gênero.

O estilo também mostra a posição do sujeito falante em relação ao objeto, ao seu projeto discursivo e ao sentido que o enunciador quer lhe dar, levando em conta o fundo aperceptível da compreensão do leitor. “Essa consideração irá determinar também a escolha do gênero do enunciado e a escolha dos procedimentos composicionais e, por último dos meios linguísticos, isto é, o estilo do enunciado” (BAKHTIN, 2006, p.302,).

Portanto, o estilo depende da relação entre o sujeito falante e os parceiros da comunicação discursiva, ou seja, o interlocutor (o ouvinte ou o leitor), da orientação social do enunciado. O enunciado é individual e reflete a individualidade do falante ou de quem escreve e define-se dialogicamente. Além disso, a forma como ele percebe e compreende o seu interlocutor, ou seja, a imagem que o enunciador tem do seu destinatário presumido, também determinará o estilo, que também compreende a relação do discurso do falante com o discurso de outrem. Sob o ponto de vista de Bakhtin (2014, p.92),

o estilo compreende organicamente em si as indicações externas, a correlação de seus elementos próprios com aqueles do contexto de outrem. A política interna do estilo (combinação de elementos) determina sua política exterior (em relação ao discurso de outrem). O discurso como que vive na fronteira do seu próprio contexto e daquele de outrem (BAKHTIN, 2014, p.92).

Esse aspecto do estilo relacionado ao discurso de outrem, de como o discurso está em constante interação com o discurso alheio e o discurso do narrador, será tratado na seção seguinte.