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3.1 Geografia Econômica Evolutiva

3.1.5 Geografia Econômica Evolutiva e os Destinos Turísticos

O turismo se tornou um sistema extremamente dinâmico. A globalização da economia, a rápida mudança do comportamento do consumidor, o desenvolvimento de tecnologias de transporte e de informação, modificações nas formas de

organização e de trabalho, influenciaram o turismo como um todo. Dentro deste cenário, os esforços de marketing de todas as organizações de turismo levaram a

uma abordagem mais eficaz: a gestão do destino turístico (RITCHIE; CROUCH,

2003).

Foi na década de 1970 e 1980 que os pesquisadores de turismo começaram a se concentrar no contexto mais amplo e nos resultados do desenvolvimento do turismo (MILNE; ATELJEVIC, 2010). Desde os anos 1980, muitos geógrafos econômicos alegaram a necessidade de renovar e consolidar os fundamentos epistemológicos e metodológicos da Geografia Econômica, no intuito de responder às novas realidades induzidas pelo capitalismo e pela globalização (Benner et al., 2011). De fato, os geógrafos têm desempenhado um importante papel no desenvolvimento de estudos e pesquisas em turismo (HALL; PAGE, 2009, MA; HASSINK, 2013).

Durante a última década, a pesquisa em Geografia Econômica revelou novas perspectivas para analisar a evolução e organização de lugares produtivos em contextos industriais, especialmente em termos da Geografia Econômica Evolutiva (BOSCHMA; FRENKEN, 2006). E então, se expandiu a perspectiva conceitual da teoria da Geografia Econômica Evolutiva e iniciou-se sua aplicação nos estudos do turismo (MA; HASSINK, 2013). Este novo e interessante paradigma de pesquisa se apresenta como uma proposta de renovação teórico-metodológica, que permite analisar o destino turístico integralmente, considerando sua complexidade e evolução, onde a economia espacial se transforma, através de processos dinâmicos ao longo do tempo (BROUDER, 2014b; IOANNIDES; HALKIER; LEW, 2014).

O turismo tem sido cada vez mais visto como uma atividade que, apesar de ser completamente imbricada à sua localização e as condições ambientais, cria espaços produtivos socialmente construídos, que evoluem ao longo do tempo (SAARINEN, 2004). Sendo assim, os destinos turísticos são sistemas dinâmicos e, como tal, precisam ser geridos para manter a sua competitividade. Como

consequência, é de interesse dos pesquisadores que estudam o turismo, não só

identificar as mudanças que ocorrem ao nível do destino turístico, mas também separar os mecanismos subjacentes a estas alterações (SANZ-IBÁÑEZ; ANTON CLAVÉ, 2014), o que reforça a proposta de analisar o destino turístico através da teoria da Geografia Econômica Evolutiva.

Tendo em vista que muitos estudos reconhecem a “fraqueza” dos modelos

convencionais de turismo, de ciclo de vida dos destinos turísticos, como ferramentas explicativas para interpretar a evolução e o desempenho dos destinos turísticos, se propõe a integração na análise da evolução do destino turístico realizada desde a ótica da Geografia Econômica, explorando-a com intuito de agregar valor aos

estudos de turismo (BROUDER; ERIKSSON, 2013; WILLIAMS, 2013;

SANZ-IBÁÑEZ;ANTONCLAVÉ,2014).

Todo este desenvolvimento que ocorreu nas últimas décadas, revelou novas perspectivas de análise da evolução e organização de lugares produtivos em contextos industriais, fundamentado em termos da Geografia Econômica Evolutiva (BOSCHMA; FRENKEN, 2006). Estes avanços podem ajudar a integrar a investigação existente entre o turismo e a Geografia no contexto dinâmico de organização de destinos turísticos.

Estas pesquisas recentes (BROUDER; ERIKSSON, 2013; MA; HASSINK,

2013;SANZ-IBÁÑEZ;ANTONCLAVÉ,2014) consideram que o padrão de Geografia

Econômica Evolutiva complementa o ciclo de vida dos destinos turísticos e ajuda a reduzir limitações analíticas. De acordo com estes trabalhos, os fundamentos

epistemológicos são baseados na path dependence, na complexity theory e no

generalised darwinism.

Fica claro que esta perspectiva evolutiva representa uma tentativa de contribuir

com a construção de pontes entre a Geografia do Turismo16 e Geografia Econômica

(DEBBAGE;IOANNIDES, 2011). Como Brouder e Eriksson (2013) apontaram para o

caso da Geografia Econômica Evolutiva, geógrafos que estudam o turismo, podem não só se beneficiar a partir da tradução de noções e conceitos da Geografia Econômica, mas também, contribuir para validá-las no setor de serviços e em destinos turísticos, enquanto enriquece toda a discussão em torno de evolução de

destinos turísticos(SANZ-IBÁÑEZ; ANTON CLAVÉ, 2014).

No destino turístico observam-se estágios característicos em sua trajetória de desenvolvimento que representam entornos competitivos particulares e respostas de mercado específicas ao momento vivido, a maturidade alcançada ou a estratégia utilizada. De acordo com Valls (2006), a estratégia tem significativa importância no

processo de desenvolvimento turístico, pois sustenta o processo. Especialmente

16

Tradução literal do termo em inglês utilizado nos artigos: tourism geography, significando estudos

pelas fundamentações da Geografia Econômica Evolutiva, em que a ação humana representa extrema importância, uma estratégia participativa reúne os agentes, seus valores de modo que, através de uma plataforma público-privada, estabeleça as bases de cooperação entre todos a serviço do destino, e assim, mobilizam um consenso sobre o processo de desenvolvimento sustentável (GÂNDARA; DOMARESKI-RUIZ; CHIM-MIKI; BIZ, 2013a).

Em estudos de turismo, tem se apresentado um grande interesse na temática de "ciclo de vida do destino turístico", que envolve a noção de que a evolução histórica dos destinos turísticos pode seguir uma série de desenvolvimento típico em

etapas ou fases (RODRÍGUEZ; LÓPEZ; ESTÉVEZ, 2008), (BRAMWELL; COX,

2009). Na década de 1980, Butler (1980) adaptou os modelos de ciclo de vida do produto para o turismo e consolidou o ciclo de vida da área turística (tourism area life cycle – TALC). Neste sentido, deve-se salientar que a teoria de Butler (1980) é um dos estudos mais citados na literatura nacional e internacional, em análises de evolução e de ciclo de vida de destinos turísticos, e ainda é objeto de intenso debate acadêmico. Este modelo de ciclo de vida em um destino turístico pode ser traduzido

por uma curva em “S” que é estabelecida pela relação número de turistas versus tempo.

Desse modo, o modelo de ciclo de vida de destinos turísticos, de Butler

(1980), atraiu a atenção de muitos estudiosos a respeito de sua aplicabilidade sendo amplamente discutido em pesquisas de turismo (VIRGEN AGUILAR, 2009; RODRÍGUEZ; LÓPEZ; ESTÉVEZ, 2008; PAPATHEODOROU, 2004; AGARWAL, 2002; 1997 e outros).

A ideia central desse modelo é a possibilidade de identificar o estágio de desenvolvimento de um determinado destino a partir de seis fases distintas

“exploração”, “investimento”, “desenvolvimento”, “consolidação” “estagnação” e posteriormente “declínio” ou “revitalização”, e se dá por uma curva que tem como

FIGURA7–TALCMODEL;

FONTE:BUTLER(1980);

O modelo descreve a evolução do destino turístico, a partir de uma fase inicial, na qual um pequeno número de turistas começa a visitar um destino turístico que neste momento apresenta problemas como: acesso precário, falta de infraestrutura, e é pouco conhecido. Na fase seguinte, é realizado todo um processo de marketing, o interesse dos visitantes aumenta, e a infraestrutura é ampliada, até se tornar um destino turístico de massa, com seus problemas econômicos, sociais e ambientais significativos (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012).

A relevância desse modelo teórico se apresenta na descrição e interpretação do desenvolvimento e a situação da atividade turística em função do tempo e do número de turistas em um determinado destino. Dessa forma, os gestores teriam uma ferramenta com a finalidade de evitar o declínio do lugar, tomando decisões e planejando o turismo de acordo com o diagnóstico resultante da aplicação do

modelo (HOVINEN, 2002). A principal utilidade do estudo do ciclo de vida é de facilitar a compreensão e a evolução dos produtos e destinos turísticos e fornecer orientação para a tomada de decisão estratégica (BUHALIS, 2000).

É importante destacar que estas fases não são estanques, no entanto, são passíveis de gerar microciclos, ou seja, podem se misturar entre si, elementos como variações climáticas, reportagens especialmente favoráveis à região, um grande evento esporádico, etc., que podem contribuir para pequenos decréscimos ou

acréscimos no fluxo de visitantes (COOPER et al., 2007).

Butler (2011) salientou ainda que os destinos são afetados por fatores externos (atitudes, tecnologia, política e economia) que muitas vezes são os que

"geram as dinâmicas”, bem como por fatores internos (hábitos, preferências e

investimentos), e que às vezes “geram inércia". Sendo os atores internos que

produzem efeitos locais (renovação, desenvolvimento regional, eventos/promoções), enquanto atores externos (política, mídia, economia, alterações climáticas) produzem os efeitos globais (BUTLER, 2011).

Indiscutivelmente, uma das maiores contribuições em relação a análise do desenvolvimento dos destinos turísticos foi o modelo de Butler (1980). Em trinta anos, este modelo foi utilizado em inúmeros estudos e seus pontos fortes e suas deficiências foram também analisadas em profundidade (BUTLER, 2006), (IOANNIDES, HALKIER, LEW, 2014). O modelo é ainda hoje um dos mais utilizados nas análises do turismo e possui grande mérito por contribuir para o monitoramento do desenvolvimento de destinos turísticos (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012; GÂNDARA; CHIM-MIKI, DOMARESKI-RUIZ, BIZ, 2013).

A relevância acadêmica do modelo de análise do ciclo de vida de Butler

(1980) pode ser observada por meio da utilização e das adaptações por diversos pesquisadores que objetivam testar a aplicabilidade do modelo. Apesar das limitações, muitos autores consideram o modelo de Butler um quadro útil para

análise (HOVINEN,2002;TOOMAN, 1997), e uma base conceitual adequada para a

comparação entre os destinos (HOVINEN, 2002), (SOARES, 2012). Contudo, é importante ressaltar as principais limitações deste modelo. As deficiências do modelo derivam de: (1) dificuldade de aplicação e pela falta de dados (BUTLER, 1980; AGARWAL, 1997); (2) pela coexistência de diversas características em diferentes fases ao mesmo tempo (HOVINEN, 2002); (3) por problemas teóricos, tais

como incapacidade de considerar os esforços contínuos de reestruturação (AGARWAL, 1994); (4) pela unidade de análise utilizada como, por exemplo, a análise do número de turistas, sem diferenciar os mercados emissores (MOORE; WHITEHALL, 2005); entre outros (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012).

Um dos maiores problemas do modelo teórico de Butler (1980) está em não considerar outros fatores que afetam a evolução de destinos turísticos, tais como a influência das operadoras, ou o turismo de segundas residências, entre outros (SOARES, GÂNDARA; IVARS, 2012).

Recentemente, a partir do modelo de Butler, Ivars et al. (2013) analisaram a

evolução do turismo de massa, e concluíram que o modelo não consegue explicar completamente a complexidade do sistema do destino turístico e a sua interação

com o mercado (IVARS et al., 2013, p. 194).

Toda esta revisão da literatura permitiu a identificação de um amplo espectro de indicadores que ampliam consideravelmente a formulação da teoria inicial, proposta por Butler (1980), onde a análise está dividida em quatro seções: (1) indicadores de contexto e foco, (2) variáveis externas relacionadas aos destinos concorrentes, (3) variáveis internas, que são divididos por um lado, no seu envolvimento com a fase evolução de destino e, em segundo lugar, na sua relação com a estratégia para o turismo local, e (4) a percepção dos stakeholders em relação ao destino turístico (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012).

Pode-se concluir que uma série de fatores afeta o ciclo de vida destino, e, por consequência, apesar da validade do modelo de Butler (1980) de referência para a análise da evolução de destinos, ele não ajuda muito para predizer o declínio e considera parcialmente as variáveis internas e externas que podem afetar o ciclo de vida do destino turístico (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012). Porém, no modelo de Butler (1980), os fatores externos não são considerados como elemento importante na dinâmica evolutiva do destino turístico (SOARES, 2012).

É necessária a ampliação da lista de indicadores que contribuem para a

análise dos destinos turísticos, considerando também o planejamento e os esforços para a reestruturação que influenciam diretamente no ciclo de vida dos destinos turísticos, tendo presente uma visão ampla dos fatores internos e externos que afetam este processo (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012).

FIGURA8–MARCODEANÁLISEDAEVOLUÇÃODODESTINOTURÍSTICO;

FONTE:SOARES;GÂNDARA;IVARS(2012);

Em um destino turístico se observam estágios característicos em sua trajetória de desenvolvimento que representam entornos competitivos particulares e respostas de mercado específicas ao momento vivido, a maturidade alcançada ou a estratégia utilizada (GÂNDARA; DOMARESKI-RUIZ; CHIM-MIKI; BIZ, 2013b). Na perspectiva da Geografia Econômica Evolutiva no destino turístico, esta mesma situação é representada pelo momento crítico.

Observa-se que novas perspectivas podem contribuir e compensar as

“fraquezas” do modelo de Butler (1980), uma dessas perspectivas é a Geografia Econômica Evolutiva, onde a evolução de áreas turísticas é um processo dinâmico,

e a coevolução indica que populações organizacionais são interdependentes e

influenciadas mutuamente (MA;HASSINK, 2013).

Alguns estudos têm destacado que a aplicação da teoria da Geografia Econômica Evolutiva pode ser uma alternativa ou complementação ao modelo de ciclo de vida no estudo dos destinos turísticos, ajudando a reduzir as limitações, pois ela integra os macro e micro processos, considerando os elementos internos e externos do destino turístico. De acordo com estes trabalhos, os fundamentos

epistemológicos da Geografia Econômica Evolutiva, baseados na path dependence,

na complexity theory e no generalised darwinism, se conformam em elementos importantes para compreender a dinâmica evolutiva dos destinos turísticos (BROUDER; ERIKSSON, 2013; MA; HASSINK, 2013; SANZ-IBÁÑEZ; ANTON CLAVÉ, 2014).

O turismo não existe isoladamente como uma atividade econômica, ele é incorporado a várias redes internas e externas altamente complexas, onde compreender suas relações entre destinos turísticos e regiões é um desafio importante (IOANNIDES; HALKIER; LEW, 2014). A perspectiva da Geografia Econômica Evolutiva é dinâmica e com ampla interligação entre as dimensões de análise, por isso pode contribuir para compreender um produto em que existe a coincidência entre o espaço de produção e o de consumo, um produto que gera um território a partir do processo turístico, mas que ao final também é parte do próprio

produto (MURPHY;PRITCHARD;SMITH,2000).

Contribuições recentes têm enfatizado a importância de se analisar o desenvolvimento de destinos turísticos a partir da perspectiva da Geografia Econômica Evolutiva, que incide sobre os processos que transformam a organização espacial da produção, distribuição e consumo de dentro do sistema econômico ao

longo do tempo (BOSCHMA; MARTIN, 2007). Considera-se que é necessário

estudar os elementos que conduzem a mudança, e que a Geografia Econômica Evolutiva pode ajudar a entender melhor a dinâmica de crescimento e declínio das economias turísticas e porque alguns destinos turísticos se consolidam e outros não (BROUDER; ERIKSSON, 2013; MA; HASSINK, 2013; SANZ-IBÁÑEZ; ANTON CLAVÉ, 2014; IOANNIDES; HALKIER; LEW, 2014).

Alguns artigos já apresentavam perspectivas de análise evolutiva relacionados aos estudos de turismo, porém, sem fazer relação com a Geografia Econômica

Evolutiva (IOANNIDES; DEBBAGE, 1998; PAPATHEODOROU, 2004; IOANNIDES,

2006; ZAHRA; RYAN, 2007; BAGGIO, 2008; STRAMBACH, 2008; MCDONALD,

2009; BAGGIO; SCOTT; COOPER, 2010; BAGGIO; SAINAGHI, 2011; BAGGIO,

2013). No entanto, estes trabalhos não apresentavam conceitos evolutivos e

abordagens como path dependence, path creation e coevolução, que são

reconhecidos como o núcleo teórico de noções de Geografia Econômica Evolutiva

(BOSCHMA;MARTIN,2010;MA;HASSINK,2013).

A partir de 2010 até 2015 outros artigos foram publicados especificamente sobre a Geografia Econômica Evolutiva e o Turismo. Os trabalhos já publicados apresentam casos de resort, destinos de turismo de massa e as zonas rurais e periféricas, com todos os casos a partir de países altamente desenvolvidos (Canadá, Suécia, Dinamarca, Itália e Austrália), (BROUDER, 2014b).

O primeiro trabalho conceitual publicado sobre Geografia Econômica Evolutiva foi em 2006, por Boschma e Frenken. No quadro 7 apresentam-se estudos de Geografia Econômica Evolutiva com estudos aplicados especificamente ao Turismo.

Artigos de Geografia Econômica Evolutiva com Estudos Aplicados ao Turismo

Autor/Ano Título do Artigo Área Revista

Boschma, 2004

Competitiveness of Regions from

an Evolutionary Perspective. Destino Turístico Regional Studies

Bramwell; Cox, 2009

Stage and path dependence

approaches to the evolution of a national park tourism partnership.

Path Dependence Path Creation Journal of Sustainable Tourism Milne; Ateljevic, 2010

Tourism, economic development and the global-local nexus: Theory embracing complexity.

Complexity Theory Tourism Geographies

Gill; Williams, 2011

Rethinking resort growth:

Understanding evolving

governance strategies in whistler.

Destino Turístico Path Dependence Journal of Sustainable Tourism Brouder; Eriksson, 2012

Staying Power: What Influences

Micro-firm Survival in Tourism? Turismo Tourism Geographies

Williams, 2013

Mobilities and sustainable tourism: path creating or path dependent relationships? Path Dependence Path Creation Journal of Sustainable Tourism Strambach; Halkier,2013

Reconceptualising Change. Path Dependency, Path Plasticity and Knowledge Combination. Path Dependence Path Plasticity Zeitschrift für Wirtschaftsgeographie Ma; Hassink, 2013 An Evolutionary Perspective on Tourism Area Development.

Path Dependence Coevolução Annals of Tourism Research Brouder; Eriksson, 2013

Tourism Evolution: On the

Synergies of Tourism Studies and

Evolutionary Economic

Geography.

Destino Turístico Annals of Tourism

Research

Halkier; Therkelsen,

2013

Exploring tourism destination path plasticity -The case of coastal tourism in North Jutland, Denmark.

Path Dependence Path Plasticity

Zeitschrift für Wirtschaftsgeographie

Tonts; Plummer; Argent, 2014

Path dependence, resilience and

the evolution of new rural

economies: Perspectives from

rural Western Australia.

Path Dependence Journal of Rural Studies

Larsson; Lindström,

2014

Bridging the knowledge-gap

between the old and the new:

Regional marine experience

production in Orust, Västra

Götaland, Sweden. Destino Turístico Path Dependence European Planning Studies Randelli; Romei; Tortora, 2014

An evolutionary approach to the study of rural tourism: The case of Tuscany.

Path Creation Land Use Policy

Gil; Williams, 2014

Mindful deviation in creating a

governance path towards

sustainability in resort destinations.

Path Creation Tourism Geographies

Ioannides; Halkier; Lew,

2014

Special issue introduction:

evolutionary economic geography and the economies of tourism destinations.

Destino Turístico Tourism Geographies

Sanz-Ibáñez; Anton Clavé,

2014

The evolution of destinations:

towards an evolutionary and

relational economic geography approach. Destino Turístico Path Dependence Complexity Theory Generalised Darwinism Tourism Geographies Ma; Hassink, 2014

Path dependence and tourism area development: the case of Guilin, China.

Path Dependence Path Creation

Tourism Geographies

Brouder, 2014ª

Evolutionary economic geography and tourism studies: extant studies and future research directions.

Path Dependence Path Creation Coevolução Tourism Geographies Brouder, 2014b

Evolutionary economic geography:

A new path for tourism studies? Destino Turístico Tourism Geographies

Brouder; Ioannides,

2014

Urban Tourism and Evolutionary Economic Geography: Complexity and Co-evolution in Contested Spaces.

Complexity Theory

Coevolução Urban Forum

Chen; Bao, 2014

Path dependence in the evolution of resort governance models in China.

Path Dependence Tourism Geographies

García-Cabrera;

Durán-Herrera, 2014

Does the tourism industry

co-evolve? Destino Turístico

Coevolução Annals of Tourism Research Domareski-Ruiz; Chim-Miki; Gândara, 2014

A Geografia econômica evolutiva como perspectiva de análise da dinâmica dos destinos turísticos.

Destino Turístico Path Dependence Complexity Theory Generalised Darwinism Caderno Virtual de Turismo Brouder; Fullerton, 2015

Exploring Heterogeneous Tourism

Development Paths: Cascade

Effect or Co-evolution in Niagara?

Destino Turístico Path Dependence Coevolução Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism

QUADRO7–GEOGRAFIAECONÔMICAEVOLUTIVAETURISMO;

FONTE:ELABORAÇÃOPRÓPRIA,(2015);

A difusão da Geografia Econômica Evolutiva junto aos estudos de turismo tem sido facilitada por uma abordagem interdisciplinar desde o início, com vários artigos

elaborados por pesquisadores de turismo e geógrafos econômicos (por exemplo,

BROUDER; ERIKSSON, 2012, 2013; MA; HASSINK, 2012). Sua difusão acelerada

ocorreu principalmente devido às bases já conhecidas, dos enquadramentos

teóricos sobre os quais se constrói a teoria da Geografia Econômica Evolutiva (path

dependence, complexity theory e generalised darwinism) (BOSCHMA; MARTIN, 2010), (BROUDER, 2014b).

No contexto da Geografia, o turismo tem sido cada vez mais visto como uma atividade que, apesar de ser completamente imbricada à sua localização e as condições ambientais, cria espaços produtivos socialmente construídos, que evoluem ao longo do tempo (SAARINEN, 2004). Destinos turísticos são sistemas dinâmicos e, como tal, precisam ser geridos para manter a sua competitividade. Como consequência, é interessante para os geógrafos que estudam o turismo não só identificar as mudanças que ocorrem ao nível de destino, como compreender os mecanismos destas alterações (SANZ-IBÁÑEZ; ANTON CLAVÉ, 2014), o que reforça a proposta de analisar o destino turístico através da teoria da Geografia Econômica Evolutiva, permitindo um entendimento mais amplo dos destinos turísticos, analisando o próprio turismo configurado como uma estratégia (BROUDER, 2014b).

Os estudos de path dependence no turismo antecederam a Geografia

Econômica Evolutiva (WILLIAMS;BALÁZ, 2000, 2002) e mostraram como o legado

histórico de uma determinada região impacta (positivamente ou negativamente) na evolução da economia do turismo ao longo do tempo. Os estudos mais recentes de

path dependence em turismo (GILL; WILLIAMS, 2011; HALKIER; THERKELSEN,

2013) começaram a concentrar-se na capacidade dos atores locais e stakeholders

alterarem os caminhos negativos para alternativas de desenvolvimento e crescimento positivos na sua região.

Dos artigos já publicados referentes à temática da Geografia Econômica

Evolutiva e o Turismo, três áreas se destacam entre os trabalhos: path dependence

(WILLIAMS; BALÁZ, 2000, 2002; GILL; WILLIAMS, 2011; HALKIER; THERKELSEN,

2013), coevolução (PAPATHEODOROU, 2004; LARSSON; LINDSTRÖM, 2013;

BROUDER; ERIKSSON, 2013), (BROUDER, 2014b) e a teoria da complexidade (MILNE; ATELJEVIC, 2001; 2010; FAULKNER; RUSSELL, 2001), principalmente

como um modo de compreender o lugar do turismo em uma agenda de desenvolvimento sustentável.

Na tentativa de se tornarem mais competitivas e interessantes, as mudanças no espaço da cidade são inovadoras e, na maioria das vezes, solucionadoras,

representando processos de path creation ou path plasticity (BROUDER, 2014a).

Existe ainda uma oportunidade para evidenciar se os processos históricos