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Gerenciamento de crise num bioataque

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (páginas 167-172)

5. ATUALIDADE E PERSPECTIVAS: ÉTICA E BIOÉTICA

8.9 Gerenciamento de crise num bioataque

Os procedimentos por qualquer equipe é identificar o tipo de agente, isolar área, proceder com o START (Simple Triage and Rapid Treatment), efetuando o salvamento, conter e controlar, avaliar quais tipos de descontaminação será utilizado, efetuar caso o respaldo, concomitantemente, definir as funções do grupo de descontaminação e realizara a padronização de materiais e equipamentos, estabelecendo os procedimentos necessários e aferindo o potencial de contaminação, caso necessários identificar os procedimentos de descontaminação de emergência e como irá ser procedido.

A definição de descontaminação refere-se a um processo que consiste na remoção física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química tornando-o substância inócua. São empregados os métodos de diluição e o uso de soluções para descontaminação.

Em todas as ações de descontaminação possibilitam um aumento da segurança das equipes e das vítimas quanto ao atendimento emergencial, reduzindo os prejuízos materiais e pessoais, além de possibilitar uma melhor garantia e proteção ao meio ambiente. Excetuando- se, quando proposital (ataques), os resíduos líquidos e sólidos, no caso de um incidente, são de responsabilidade do fabricante e do transportador, conforme o caso com orientação de um

técnico pode ser neutralizado ou incinerado e os EPIs não sendo possível a descontaminação ou ficarem danificados tem o mesmo destino.

O isolamento, como salientado anteriormente, está dividido em área quente ou vermelha (local imediato dos fatos), área morna ou amarela (local intermediário que será procedido à descontaminação), área fria ou verde (que não há risco iminente) e onde é montado o posto de comando, área ou posto médico, e área de espera, após, será área livre para circulação de pessoas, conforme figura 20, onde as numerações correspondem às ações das equipes, caso de algum problema na descontaminação retorna-se o processo.

Figura 20 - Esquema geral de gestão para o gerenciamento de uma crise.

Fonte – Adaptação elaborada pelo autor da Instituição do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2013.

Algumas considerações para as equipes de intervenção que devem computar a necessidade de ar suficiente para a entrada e trabalho na zona quente e a saída para descontaminação, as embalagens para os materiais e equipamentos utilizados devem ser compatíveis e todas devidamente identificadas, além de observar os produtos que ira utilizar para evitara reações químicas indesejáveis.

Sempre a operacionalização das ações fica a cargo e critério do comandante da operação, que leva em conta alguns parâmetros como o tipo de acidente químico, biológico e radiológicos, levantamento de possíveis vítimas e até o abandono da área devido à contaminação, porém, realizando o isolamento em segurança e acionamento de outros órgãos, acondicionamento e destino apropriado dos equipamentos e EPI contaminados.

Existem ainda alguns pressupostos da descontaminação de pessoas em massa, a qual deve seguir as diretrizes, como removendo os agentes contaminantes, proteção ao pessoal de resposta à emergência e pessoal da equipe médica e se possível proporcionar conforto

psicológico às vítimas. A descontaminação deve levar em conta se o local do ataque é um local aberto (figura 21) ou um prédio fechado (figura 22). Outros princípios que orientam no atendimento como num todo:

i. Iniciar a descontaminação o mais rápido possível.

ii. Utilizar os recursos imediatamente disponíveis, como o uso da água, com observação do material.

iii. Levar em conta quando da triagem médica a privacidade, hipotermia e transporte. iv. Estabelecer um corredor de emergência de descontaminação.

v. Utilizar 1 a 3 minutos por vítima.

vi. Fazer a descontaminação em conjunto de múltiplas vitima.

vii. Caso necessário o socorrista deve se auto descontaminar o mais rápido possível.

viii. Aguardar, quando necessário uma relação de 5:1 de vitimas contaminadas versus não contaminadas.

ix. Despir-se de forma a evitar maiores contaminação, bem como, orientar e encorajar as vítimas a remover a própria roupa quando possível.

x. Remoção de lentes de contatos antes do banho.

xi. As vítimas devem ficar em área segura para observação?

Figura 21 - Esquema de gestão para o gerenciamento de uma crise de bioataque para o caso de local aberto.

Figura 22 - Esquema de gestão para o gerenciamento de uma crise em bioataque para o caso de local fechado (prédio).

Fonte - .Elaborado pelo autor.

Na área morna é o local em que irá ocorrer a descontaminação e existem vários métodos para tal, com a descontaminação de base (realizado ao ar livre com pulverizações), a de exterior em caixa aquecida (externa ou abrigo portátil aquecido, após, remoção para local aquecido) a de interior (duchas, instalações desportivas, escolas, piscinas locais de lavagem de veículo, chuveiro portátil aquecido) e a seco e

transporte (remoção da camada externa de roupas, com uso de toalhas de papel, jornal ou outros recursos naturais como areia, terra, grama e folhas).

Há inúmeras outras instruções para os agentes das Unidades de descontaminação realizar, como providenciar o local adequado para vítimas contaminadas, restringindo o acesso e uso de equipamentos apropriados e controlando o local; garantir a segurança de todos; separação da área entre sexo masculino e feminino, caso de crianças preferencialmente ficar com a mãe; uso de sistema de som, lembrando pessoas com deficiências e que não falam o idioma; caso do uso de piscina, tomar cuidado com as pessoas que não sabem nadar, deixar apostos equipamento de resgate e separação de homens e mulheres; orientar quando da remoção de roupas o máximo possível, desabotoando ou cortando-a, a fim de evitar contato

com a pele ou cabeça, por onde irá ser retirada e colocando as mãos e braços para dentro da peça de vestuário e usando as mãos para puxar e para longe da cabeça; caso alguma pessoa esteja com resíduos fazer uma segunda descontaminação. A figura 23 mostra um esquema geral detalhado para o gerenciamento de um incidente QBRN.

Figura 23 - Esquema geral detalhado para o gerenciamento de um incidente QBRN

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (páginas 167-172)