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5.4 Grupo de Usinas (A e B)

5.4.3 Gestão de Relacionamento com Fornecedores

As especificações dos produtos adquiridos pelo Grupo A de Usinas são definidas pelos fornecedores.

Os fornecedores são substituídos quando o produto não atende mais a necessidade do Grupo A de Usinas ou quando um fornecedor concorrente apresenta uma solução com melhor relação custo versus benefício para a usina.

O Grupo A de Usinas procura incentivar os fornecedores no que tange a investimento em treinamento, pagamento por qualidade da cana-de-açúcar e de prestação de assistência técnica para auxiliar os produtores na quantificação das perdas da colheita mecanizada e nas análises qualitativas da cana-de-açúcar.

Os fornecedores de cana-de-açúcar do Grupo A de Usinas têm acesso diário as informações dos requisitos de qualidade da cana-de-açúcar. No entanto, não são observadas ações conjuntas de melhorias, pois os fornecedores têm acesso a informação e somente recebem sugestões e cobrança por melhorias da usina.

Os indicadores de desempenho para medir a qualidade dos fornecedores de cana do Grupo A de Usinas são: índice de ATR, índices de impureza vegetal e mineral e tempo de queima da cana, contudo, não há ações voltadas para melhoria por meio desses dados.

Não há uma prática sistematizada de auditorias de qualidade nos fornecedores do Grupo A de Usinas. A responsabilidade sobre a qualidade da matéria-prima fornecida é do fornecedor.

Existem dois programas desenvolvidos pelo Grupo B de Usinas para mover ações compartilhadas com os fornecedores de cana e de insumos industriais e agrícolas com o intuito principal de melhorar os produtos fornecidos pelos fornecedores ao grupo. As especificações são definidas pelo grupo e, pela avaliação dos fornecedores, acontece tanto a homologação quanto o descredenciamento de um determinado fornecedor.

Existe a prática de incentivo junto aos fornecedores no que tange ao investimento e ao pagamento por qualidade.

Alguns indicadores de desempenho são usados pelo grupo para a gestão da qualidade dos fornecedores e para homologação e avaliação contínua da qualidade dos fornecedores. Há uma prática sistematizada de auditorias de qualidade nos fornecedores da usina.

O Quadro 40 apresenta as principais práticas do elemento “Gestão de Relacionamento com o Fornecedor” dos grupos A e B.

Quadro 40 - As principais práticas do elemento “Gestão de Relacionamento com Fornecedores” para os grupos de usinas.

Grupos de Usinas

Práticas A B

Relações de parceria entre a empresa e seus fornecedores.

Existe somente uma parceria informal estabelecida entre a

usina e o fornecedor de embalagens.

Existe somente uma parceria informal estabelecida entre a usina e o

fornecedor de embalagens. Incentivos e ações fornecidas

pela empresa para melhorar a qualidade dos produtos recebidos dos fornecedores.

Os incentivos da indústria são o pagamento por qualidade pelo

requisito ATR (bidirecional), treinamento e assistência técnica

aos produtores de cana.

Os incentivos da indústria são o pagamento por qualidade pelo

requisito ATR (bidirecional), treinamento e assistência técnica aos

produtores de cana. Adoção compartilhada de

práticas de gestão da qualidade para garantir a consistência na

padronização dos produtos.

Não há prática de gestão compartilhada entre fornecedores

e o grupo. A especificação é estabelecida pelos fornecedores.

Existem dois programas utilizados, um para fornecedores de cana e outro

para os de insumos, para garantia e melhoria dos produtos fornecidos. Diagnóstico conjunto da

qualidade por meio de auditorias realizadas nos

fornecedores.

O grupo não faz auditorias nos

fornecedores. O grupo faz auditorias nos fornecedores.

Elaboração conjunta com os fornecedores de planos de ações

de melhoria.

Não há plano de ações conjunto para ações para melhoria.

Existem dois programas utilizados, um para fornecedores de cana e outro

para os de insumos, para ações de melhorias junto aos fornecedores.

Medição e análise de indicadores de desempenho em

qualidade dos fornecedores.

Os indicadores de desempenho utilizados pelo grupo são os qualitativos de matéria-prima:

índice de ATR, impurezas (mineral e vegetal). Não há gestão

desses indicadores.

Os indicadores de desempenho utilizados pelo grupo são para homologação e avaliação da qualidade

dos fornecedores. Fonte: Elaborado pelo autor.

Um diferencial do Grupo B de Usinas quando comparado com o Grupo A está no relacionamento com os fornecedores, sendo que o grupo B tem dois programas, um para os fornecedores de cana e outro para fornecedores de insumos industriais e agrícolas, para mover ações compartilhadas para melhoria de qualidade, eficiência e produtividade dos produtos fornecidos às usinas do grupo B. A prática de auditorias de qualidade nos fornecedores é outro diferencial do grupo B com relação ao grupo A.

5.4.4 Inovação e Projeto do Produto/Processo

O Grupo A de Usinas necessita de inovações em seus processos para reduzir as perdas, porém não há recursos para investimento em melhorias de processos. Procura envolver os empregados em melhorias que não necessitam de investimentos.

Não há envolvimento dos fornecedores em inovações de processos e produtos no Grupo A de Usinas.

O Grupo B de Usinas trabalha a melhoria de seus processos por inovações trazidas pelos fornecedores de equipamentos para usina. O entrevistado informou que não há uma preocupação para o desenvolvimento de novos produtos no ramo sucroenergético por serem

commodities.

O Grupo B de Usinas tem estabelecido parceria com desenvolvedores de novas variedades de cultivares de cana-de-açúcar (fornecedores de segunda camada). Busca inovações tecnológicas para os processos de fabricação com o envolvimento interno dos colaboradores do grupo e dos fornecedores de cana-de-açúcar (fornecedor de primeira camada).

O Quadro 41 mostra as principais práticas do elemento “Inovação e Projeto do Produto” dos grupos A e B.

Quadro 41 - As principais práticas do elemento “Inovação e Projeto do Produto” para os grupos de usinas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Grupo B de Usinas diferencia do Grupo A no que tange ao envolvimento dos fornecedores de primeira e segunda camada para o desenvolvimento de melhorias no seu processo de fabricação para melhorar a qualidade de seus produtos finais.

Grupos de Usinas

Práticas A B

Envolvimento do fornecedor no processo de desenvolvimento de novos produtos/processos.

Não há envolvimento dos fornecedores no desenvolvimento de novos produtos e

processos. Ações com envolvimento somente de empregados da usina.

Há o envolvimento dos fornecedores no desenvolvimento de novos

5.4.5 Gestão de Pessoas

O Grupo A de Usinas elabora treinamentos que são sistematizados por procedimentos. É aplicado treinamento específico, quando ocorre alguma alteração significativa de processos na usina.

No Grupo A de Usinas não há um plano estabelecido para sugestão de melhorias que envolvam os empregados da empresa.

O treinamento do Grupo B de Usinas é considerado importante pelo entrevistado. Alguns treinamentos são sistematizados e alguns, mais específicos, são pontuais. Existe um plano estabelecido para sugestão de melhorias que envolvam os colaboradores da empresa e que fomenta o trabalho em equipe. As sugestões aceitas e implementadas são premiadas em dinheiro, adicionalmente ao Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa.

O Quadro 42 apresenta as principais práticas do elemento “Gestão de Pessoas” dos grupos de usinas A e B.

Quadro 42 - As principais práticas do elemento “Gestão de Pessoas” para os grupos de usinas. Grupos de Usinas

Práticas A B

Desenvolver a cultura da melhoria contínua dos produtos, processos e

serviços.

Não há um incentivo planejado e estruturado para o desenvolvimento do trabalho em

equipe e desenvolvimento dos colaboradores para a melhoria

contínua.

Há um incentivo planejado e estruturado para o desenvolvimento do trabalho em

equipe e desenvolvimento dos colaboradores para a melhoria

contínua dos processos. Treinar empregados e formar

equipes de trabalho.

Treina com o uso de procedimentos sistematizados de

treinamento.

Treina com o uso de procedimentos sistematizados de

treinamento. Fonte: Elaborado pelo autor.

O Grupo B de Usinas tem um planejamento estruturado em que o departamento de recursos humanos promove ações para o estabelecimento de um plano estruturado de envolvimento dos colaboradores da empresa para ações voltadas para melhoria de processos e para formação de equipes; enquanto que, para o grupo A de usinas, não há nada estruturado para promover o envolvimento dos colaboradores em programas de desenvolvimento de soluções para os problemas da organização.

5.4.6 Dados e Relatórios de Qualidade

Existe coleta e registro dos dados relacionados a qualidade do Grupo A de Usinas, como: taxas de perdas dos diversos processos, sendo que esses dados estão disponíveis para acesso pelos empregados, via sistema interno da usina e externo, quando necessário, mediante a web e Internet. O Grupo A de Usinas procura compartilhar os dados com seus fornecedores,

clientes e também com os empregados da usina, porém, não há ações corretivas e preventivas por meio desses dados.

O Grupo B de Usinas coleta e registra os dados relacionados a qualidade dos produtos e processos com acesso disponível pelos empregados, via sistema interno das usinas pertencentes ao grupo e externo, quando necessário, por meio de boletins. Existe compartilhamento dos dados, quando necessário, com seus fornecedores e com seus clientes para uma efetiva gestão com planos de ações, follow up e apresentação dos resultados pelos responsáveis.

O Quadro 43 mostra as principais práticas do elemento “Dados e Relatório de Qualidade” dos grupos A e B.

Quadro 43 - As principais práticas do elemento “Dados e Relatório de Qualidade” para os grupos de usinas. Grupos de Usinas

Práticas A B

Coletar, registrar, comunicar/compartilhar e fazer

gestão dos dados relacionados com a qualidade interna e

externamente à cadeia.

Os dados são coletados e registrados em bancos de dados e

são informados internamente à empresa, aos fornecedores e aos clientes. Não há gestão dos dados.

Os dados são coletados e registrados em bancos de dados e

são informados internamente à empresa, aos fornecedores e aos

clientes. Há gestão dos dados. Fonte: Elaborado pelo autor.

Os dados de qualidade dos Grupos (A e B) de Usinas são armazenados pra monitoramento das atividades dentro dos dois grupos de usinas. Quanto aos dados relacionados com fornecedores e clientes, os grupos de usinas se diferenciam: o Grupo A de Usinas detém dados que são informativos (não se faz monitoramento para tomada de ações), enquanto que, o Grupo B de Usinas faz monitoramento e toma ações para melhoramento dos indicadores, tanto em relação aos seus fornecedores quanto aos seus clientes.