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GESTÃO EM COOPERATIVAS SOB A INFLUÊNCIA E DINÂMICA DAS

1 INTRODUÇÃO

2.4 GESTÃO EM COOPERATIVAS SOB A INFLUÊNCIA E DINÂMICA DAS

De acordo com Oliveira (2003, p. 19), “as cooperativas tal como as empresas familiares ou outros tantos tipos de empresas têm características próprias e necessitam de instrumentos administrativos para dados característicos”. Zylbersztadjn (1994) complementa a afirmativa argumentando que o processo de gestão das cooperativas tende para uma mistura de interesses, pois os próprios cooperados, que por um lado são donos, são os que fazem a administração da organização.

Devido às normas estabelecidas em estatuto, a cooperativa não visa ao lucro, e sim ao bem-estar social dos cooperados. Com isso, esse tipo de organização poderá acabar sofrendo perdas por decisões não adequadas ao mercado. Além disso, Oliveira (2003) destaca que a falta de indicadores administrativos, tais como metas e objetivos têm provocado sérios problemas de gestão em cooperativas e demais empresas. Essa falha pode ter ocorrido devido às facilidades que o setor de cooperativas possuía na economia.

Nessa perspectiva, segundo Pires et al. (2009), o grande desafio das cooperativas é a modernização do processo de gestão, utilizando modelos estabelecidos em empresas de mercados, esperando assim o aumento da competitividade.

Com as diversas mudanças ocorridas no atual contexto econômico, vê-se a necessidade de reavaliar o modelo de gestão das cooperativas. Para isso, de acordo com Oliveira (2003), devem ser verificados e analisados alguns aspectos importantes nas organizações, dentre eles:

 a evolução do pensamento administrativo dos executivos e profissionais de cooperativas;

 o desenvolvimento de metodologia e técnicas administrativas que proporcionem sustentação a esse processo de mudanças evolutivas; e

o fechamento desse processo em um otimizado modelo de gestão para as cooperativas.

Para Antonialli (2000), tais aspectos necessitam de serem analisados, devido à evolução do ambiente em que as cooperativas estão inseridas e também pelo crescimento de tais organizações, que necessitam de uma administração mais profissional e competitiva.

Zilberztadjn (1994) relata que os cooperados são donos do capital, gerenciam o mesmo e podem tomar decisões com possibilidades de oportunismo. Por isso, faz-se

necessária uma boa distribuição do poder entre os cooperados para minimizar as possíveis falhas.

Além disso, de acordo com Pires et al. (2009), não basta que os agricultores invistam e se organizem em cooperativas, a fim de escoarem suas produções; os investimentos em conhecimento, gestão, tecnologias e a adoção de um estilo de gerenciamento são essenciais para o desempenho desse tipo de organização no mercado. Desse modo, Oliveira (2003) trata do conceito de gestão em cooperativas como um processo estruturado capaz de evoluir e fazer funcionar as atividades de planejamento, estrutura organizacional, direcionamento e checagem dos resultados, com o objetivo de crescimento da organização. O autor complementa que, como qualquer outra empresa, as cooperativas também precisam ter um modelo de gestão.

Alguns tópicos levantados nos estudos de Oliveira (2003) evidenciam a necessidade de as cooperativas estabelecerem melhores canais de comunicação entre as mesmas, as empresas privadas e o mercado. Isso, evitando o isolamento, e tendo como objetivo estarem sintonizadas para aproveitarem as oportunidades do ambiente externo.

Para Oliveira (2003), existem dois componentes essenciais a serem analisados para se estabelecer um modelo de gestão. São eles:

 Componentes Comportamentais: esse tópico analisa a parte de recursos humanos, tais como capacitação, desempenho, potencial, comprometimento e comportamento. São fatores comportamentais que interferem no modelo de gestão.

 Componentes Estruturais: é a estrutura organizacional, a interação dos poderes e autoridades dos dirigentes das decisões e toda a integração dos profissionais da organização. Nesse item o autor chama a atenção para a departamentalização, o organograma e a força da comunicação.

Outro item destacado por Oliveira (2003) é o sistema de informação gerencial (TI), instrumento capaz de favorecer a geração de dados para as tomadas de decisões gerenciais na organização. O autor cita algumas tendências do Cooperativismo, observadas a partir da evolução dos mercados e do crescimento da competitividade entre as organizações:

 Aumento do nível de cooperação entre as cooperativas.  Concorrência entre empresas privadas e cooperativas.

As cooperativas estarão mais enxutas, com processos decisórios mais ágeis, na tentativa de darem melhores resultados aos seus cooperados.

 Tentativa de ser maior e não melhor, embora isso seja um tanto conflitante, já que as cooperativas menores tendem a ser mais rápidas.

 Intensificação das uniões das cooperativas.

As perspectivas acima são resultado da constante evolução das cooperativas nos mercados que atuam, objetivando não só melhorias para os cooperados e para os clientes, mas principalmente fortalecendo a organização, para que a mesma possa se tornar cada vez mais competitiva, capaz de atender as demandas e ser forte no ramo em que atua.

As redes sociais entram no contexto das cooperativas como ferramentas capazes de propiciar interações no ambiente de negócios, nos mercados e entre os diversos atores que atuam dentro e fora da organização. Além disso, permite uma maior agilidade na troca de informações, de conhecimento e de capital social.

Os diversos recursos disponíveis nas redes sociais poderão favorecer as políticas de marketing adotadas pelas cooperativas, facilitando o monitoramento da marca, a divulgação de novos produtos, informações sobre concorrentes, compartilhamento de ideias, capacitação de usuários, seleção de talentos profissionais, parâmetros do mercado para que sejam traçadas as estratégias de comercialização de seus produtos, criação de canais de comunicação com seus clientes, entre outros.

Nessa perspectiva, Neiva e Brito6 (2008) afirmam que dentro de um contexto determinado de organização, a análise de redes sociais se torna de grande valor para o conhecimento dos processos de relações tácitas, pois essas podem influenciar na tomada de decisão. Assim, as informações e conhecimentos gerados pelas interações e pelo capital social das redes são essenciais para que se tenha uma maior confiabilidade em dados e parâmetros, usados na tomada de decisões e na melhoria do desempenho das cooperativas no mercado em que atuam.

6 O trabalho de Neiva e Brito teve como foco descrever e analisar a estrutura social e o comportamento

dos indivíduos durante o processo de implantação de uma associação de produtores rurais no Distrito Federal. Foram realizadas entrevistas utilizando questionários com 15 produtores rurais e 5 profissionais de uma empresa de extensão rural. Os resultados indicaram desconfiança com as mudanças, mas no que diz respeito a redes, observou-se que existiam poucas interações entre as mesmas, porém, com perspectivas de melhoria desse quadro. Pode-se verificar ainda que havia atores com grande capacidade de melhorar o desempenho das redes. O estudo constatou que as redes são importantes agentes nas mudanças organizacionais.

2.5 O DESEMPENHO ECONÔMICO E A QUESTÃO DO EMBEDDEDNESS NAS