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A Gestão da Inovação - Conceitos

No documento Gestão de Mercados e Estratégia (páginas 77-81)

Planejamento Estratégico de Marketing

TÁTICO PLANEJAMENTO OPERACIONAL

2. Gestão da Inovação. Conceitos e Inovação para a Competitividade

2.1 A Gestão da Inovação - Conceitos

Para Tidd et al. (1997, p. 14) o sucesso na introdução de inovações depende:

• Da percepção do ambiente interno e externo.

• Da seleção estratégica das inovações potenciais a serem desenvolvidas.

• De recursos disponíveis para que a inovação se desenvolva.

• De uma implementação e reflexão que contribuam para o aprendizado através da experiência.

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Outro ponto importante, segundo o mesmo autor (p. 7), é que a inovação se desenvolve em um espaço definido pelo seu posicionamento no mercado, da sua trajetória tecnológica e dos seus processos organizacionais. A compreensão desta perspectiva constituiria, por si só, um importante instrumento de gestão, conforme pode-se observar na Figura 4.1.

Figura 4.1: O que é mudado/Transformação.

Fonte: Tidd et al. (1997, p. 7).

O desenvolvimento de inovações tem sido motivo de estudos detalhados na área da estratégia empresarial, tais como os de Ansoff e Stewart (1967), Drucker (1985), Mintzberg (1998), Porter (1989), Quinn (1985), Prahalad e Hamel (1990), dentre muitos outros, sendo ainda considerado um importante recurso para a sobrevivência das organizações (ENGEL;

BLACKWELL; MINIARD, 1993) e um elemento chave para o sucesso de uma empresa em um mercado competitivo (SCHEWE; HIAM, 1998).

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Aprofunde seus conhecimentos sobre Gestão da Inovação lendo o artigo:

CANONGIA, C. et al. Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento: instrumentos para a gestão da inovação. Gest. Prod., São Carlos, v.

11, n. 2, ago. 2004.

Disponível em: <http://www.scielo.br/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2004000200009&lng=pt&nrm=iso>.

Acesso em: 15 out. 2014.

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Quanto maior o grau de inovação de um produto, maiores serão as chances do retorno esperado (QUINN, 1963; ROBERTSON, 1999). Uma frase de Kotler diz que “inovação é arriscada, mas não inovar pode ser fatal” (KOTLER, 2000).

Porter (1989) diz que a evolução tecnológica tem papel poderoso na concorrência e que as organizações precisam prever a trajetória dessa evolução para serem capazes de antecipar-se a ela. O autor destaca ainda que a maioria das pesquisas sobre o modo como a tecnologia evolui no mercado teve sua origem no conceito de ciclo de vida do produto, e que a transformação tecnológica estava concentrada nas necessidades de inovação de produto.

Tal fato faz da inovação do produto um fator fundamental na competição em ambientes altamente dinâmicos e com ininterruptas mudanças tecnológicas. As empresas devem adotar a inovação como um modo de vida corporativo, capaz de criar novos produtos, serviços e processos (TUSHMAN; NADLER, 1997). Jensen e Harmsen (2001) enfatizam que empresas inovadoras têm o desenvolvimento de novos produtos como de crucial importância para que elas assegurem, em longo prazo, sua sobrevivência e crescimento.

A discussão dos conceitos expostos leva a considerações diversas sobre o papel da inovação e a forma como ela é implementada nas empresas para propiciar, ao mercado, produtos e serviços novos e diferentes, atendendo à demanda dos seus clientes. A estratégia para o sucesso das organizações em um ambiente competitivo está na inovação visando à introdução permanente de novos produtos e serviços superiores aos atuais (ANSOFF; MCDONNELL, 1993), de modo a acompanhar e antecipar a evolução das necessidades de seus clientes (FREIRE, 2002).

Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), existem muitas definições para “inovação”. Uma dentre as mais aceitas, embora subjetiva, por resultar do pensamento de um indivíduo em particular, é a de que uma inovação é qualquer ideia ou produto percebido pelo consumidor potencial como sendo novo.

A inovação pode envolver radicalmente novas tecnologias, ser baseada na combinação de tecnologias novas e já existentes ou, ainda, ser derivada do uso de um novo conhecimento.

Nesse sentido, Chandy e Tellis (1998) definem “inovação” como a capacidade de uma empresa em criar novos produtos que incorporem substancialmente diferentes tecnologias

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dos produtos existentes e possam satisfazer as necessidades essenciais dos consumidores melhor do que os produtos atuais.

A inovação, em seu nível mais básico, pode ser de dois tipos: o primeiro é a inovação de produto, a mudança no produto que a empresa produz; e o segundo é a inovação de processo, a mudança na forma como o produto é produzido (TUSHMAN; NADLER, 1997).

Embora a inovação esteja geralmente ligada a importantes avanços tecnológicos em produtos ou processos, a maioria das inovações de sucesso está baseada na acumulação de mudanças incrementais nesses mesmos produtos ou processos.

Nessa linha, Engel, Blackwell e Miniard (2000) caracterizam as modificações ou extensões de produtos já existentes como uma inovação contínua, que pouco altera o padrão de comportamento básico exigido pelos consumidores. A inovação incremental significa pequenas melhorias dos processos, produtos ou serviço da empresa. Já para Afuah (1998), a inovação incremental é parte do conhecimento já existente que é requerido para oferecer um novo produto.

Siqueira (1999) complementa destacando seis níveis de inovações de novos produtos:

• Melhorias de produtos existentes.

• Modificações de produtos existentes.

• Adições às linhas de produtos já existentes.

• Produtos lançados com novas aplicações ou em novos mercados.

• Novas linhas de produtos.

• Produtos inteiramente novos para o mundo.

Também pode-se diferenciar os tipos de inovação da seguinte forma:

• Inovação do produto: introdução no mercado de novos ou significativamente melhorados produtos ou serviços. Inclui alterações significativas nas suas especificações

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técnicas, componentes, materiais, software incorporado, interface com o utilizador ou outras características funcionais.

• Inovação do processo: implementação de novos ou significativamente melhorados processos de produção ou logística de bens ou serviços. Inclui alterações significativas de técnicas, equipamentos ou software.

• Inovação organizacional: implementação de novos métodos organizacionais na prática do negócio, na organização do trabalho e/ou nas relações externas.

• Inovação de marketing: implementação de novos métodos de marketing, envolvendo melhorias significativas no design do produto, sua embalagem, seu preço, sua distribuição e sua promoção.

Para Kotler e Armstrong (2007), uma estrutura para a inovação deve ter meios para a geração sistemática de novas ideias a serem aplicadas a novos produtos. Essas ideias podem vir de fontes externas (clientes, distribuidores e fornecedores, entre outros) e de fontes internas, dentro da organização, por meio de pesquisa e desenvolvimento formais, com a participação de cientistas, engenheiros, pessoal de produção, executivos, vendedores e outros profissionais com contato e interação com os consumidores.

Kotler (2010) cita o termo “cocriação” que, criado por C. K. Prahalad, descreve uma nova abordagem à inovação, na qual se defende a ideia de que a criação de produtos é compartilhada por empresas, consumidores, fornecedores e parceiros do canal, interligados a uma rede de inovação, de forma que a experiência de um produto jamais aparece isoladamente.

No documento Gestão de Mercados e Estratégia (páginas 77-81)