Grupo II – Tutores a Distância

Diante dos aspectos negativos e positivos apresentados por cada um dos tutores presenciais que responderam a pesquisa, percebe-se que existem algumas variáveis, que de acordo com as limitações de tempo desta pesquisa não seria possível debatê-las individualmente.

Quanto aos aspectos negativos, observou-se que a realidade da tutoria presencial encontra maiores dificuldades quanto ao amadurecimento dos alunos no que se refere à modalidade. Outros aspectos relevantes são o pouco reconhecimento pelos órgãos centrais e falta de estabilidade empregatícia.

Problemas operacionais como falta de profissionais na área de informática e problemas técnicos também destacam-se na colocação dos tutores. Mencionou-se a falta de autonomia dos tutores presenciais, principalmente nas avaliações, diante destas colocações, afirma-se que está previsto no PPC do CSTGP que as avaliações presenciais são supervisionadas pelos tutores presencias e monitoradas pela tutoria a distância via Skype. Desta forma, entende-se que se existe uma premissa de monitoramento e se consegue implementar, não há razões para tal modificação.

Os pontos positivos apontam a importância da experiência como qualificação profissional, as capacitações ofertadas pelo IFSC, e o crescimento profissional.

Destacou-se também a importância da modalidade, contato direto com os alunos, a multidisciplinaridade dos envolvidos e a equipe de trabalho.

As dados fornecidos pelos TP’s vêm confirmar os resultados obtidos na

pesquisa. Realizadas as indagações descritas nos parágrafos anteriores,

constatou-se como necessidade principal para a realização profissional e comprometimento o

quesito da estabilidade empregatícia, o reconhecimento deste profissional torna-se

imprencindível

Os tutores a distância em sua maioria, possuem tempo de experiência como tutor menor ou igual a um ano, conforme aponta o gráfico 7, onde 50% desses tutores atua nesta área com um tempo menor ou igual a um ano, 20% com um tempo igual ou inferior a dois anos, 20% superior a dois anos e 10% com tempo menor ou igual a seis meses.

Gráfico 7: Tempo de experiência como Tutor Fonte: Autora, 2010.

Com relação aos fatores que levam o tutor a desistir da bolsa, olhando o gráfico 8, percebe-se que dos tutores a distância que responderam à pesquisa, 60%

afirmaram que desistiriam da atual bolsa de tutor caso recebesse a oferta de um novo ambiente de trabalho que proporcionasse estabilidade empregatícia, 20%

afirmaram que desistiriam da bolsa por causa da carga horária de trabalho, 10% pelo fato de poderem estar mais tempo em família e 10% apontou como opção de desistência da bolsa o fato do surgimento de um novo ambiente de trabalho, com as mesmas condições de contratação. Diante das afirmações conclui-se que o fator preponderante de uma eventual desistência da bolsa de tutor é a falta de estabilidade empregatícia.

Gráfico 8: Fator determinante para desistência da bolsa de Tutor a Distância Fonte: Autora, 2010.

No que se refere ao desempenho profissional, de acordo com o gráfico 9, dos tutores que responderam a pesquisa, 70% apontaram que a integração da equipe é fator preponderante para que se obtenha um bom desempenho profissional e 30%

afirmaram que o reconhecimento profissional é fator determinante para tal desempenho, nenhum dos entrevistados afirmou que o desempenho individual e o valor da bolsa são fatores determinantes no que se refere ao bom desempenho profissional.

Gráfico 9: Fator determinante para o bom desempenho profissional Fonte: Autora, 2010.

Como mostra o gráfico 10, outra variável importante abordada na pesquisa é com relação ao que os tutores a distância entendem que mais atrapalha no seu desempenho profissional. Em sua maior parte, 90%, respondeu ser a instabilidade empregatícia, 10% dos entrevistados afirmaram que a equipe de trabalho pode atrapalhar no desempenho profissional e nenhum dos entrevistados afirmou que o valor da remuneração e a carga horária são fatores preponderantes para atrapalhar o desempenho profissional. Mais uma vez retoma-se o debate acerca do reconhecimento profissional e a importância da estabilidade empregatícia, percebe-se que os bolsistas demonstram preocupação quanto suas peremanências no programa do CSTGP em parceria com a UAB.

Gráfico 10: Fator determinante para o insucesso do desempenho profissional Fonte: Autora, 2010.

Finalizando as questões objetivas, percebe-se que assim como os tutores presenciais, os tutores a distância também afirmam que há uma grande preocupação no que se refere às suas garantias enquanto profissionais docentes, bem como enfatizou-se a importância de uma equipe bem integrada, onde o reflexo desta ação se dá na boa gestão do curso analisado.

Quanto aos pontos positivos e negativos abordados no questionário de forma

aberta, relata-se na íntegra as colocações dos tutores a distância do CSTGP:

• Instabilidade empregatícia

• Garantias CLT

• Falta de um profissional da área técnica de informática durante o período trabalhado

• Instabilidade Empregatícia

• Estrutura Física Deficiente e Improvisada

• Instabilidade Empregatícia

• Mudança nas regras

• Fluxo de informação às vezes deficiente

• Instalações que não atendem as reais necessidades.

• As condições materiais de trabalho, computadores, ar condicionado, água, banheiro.

• Como é uma experiência nova, as mudanças no projeto pedagógico atrapalharam.

• Ausência de vinculo empregatício

• Alta rotatividade de tutores

• Instabilidade empregatícia

• Estrutura física deficiente (instalações, equipamentos, atendimento dos técnicos)

• Ausência de vínculo empregatício

• Banheiros há 1 km de distância

Quadro 8: Relatos de pontos negativos de tutores a destância Fonte: Autora, 2010.

Como pontos positivos foram apontados os seguintes aspectos:

• Dinâmico nas ações

• Conhecimento diversificado

• A equipe de trabalho

• Carga horária

• Equipe

• Carga horária

• Carga horária

• Excelente equipe de trabalho

• O entrosamento, a dedicação e o entusiasmo da equipe

• A característica inclusiva de um curso gratuito e a distância.

• Equipe de trabalho

• Carga horária.

• Integração da equipe de tutores

• Oportunidade de participar de capacitações, simpósios, eventos relacionados a EAD

• Carga horária

• Ótimo relacionamento entre os colegas

• Integração da equipe

• Reuniões periódicas

Quadro 9: Relatos de pontos negativos de tutores a destância Fonte: Autora, 2010.

Após a exposição dos aspectos levantados pelos tutores a distância e retomando a fala descrita no tópico 4.2.2.1, as limitações de tempo deste trabalho não permitem especificar item por item das colocações de cada um. No entanto, como se descreveu na íntegra as colocações dos TD’s, percebe-se que há um grande número de repetições nas respostas elaboradas, com isto conclui-se que as opiniões se equiparam enquanto profissionais, no que diz respeito aos aspectos que interferem nas suas ações de tutoria.

Dentre os aspectos negativos levantados pelos tutores a distância, dos

dezessete itens elencados, sete referem-se ao mesmo tema, a instabilidade

empregatícia, o que ressalta, novamente, o grau de importância desta temática para

estes profissionais. Outro aspecto que se destacou nas colocações foram as instalações e o ambiente físico de trabalho, os tutores mencionam que a ausência de um banheiro nas instalações do CSTGP entre outros fatores, são pontos de muita negatividade no curso (segundo os tutores). De acordo com as fotografias da Sede do CSTGP constantes no apêndice 3 deste trabalho, têm-se a impressão que o curso não está contido no IFSC, a “casinha de madeira” (expressão utilizada pela equipe) nos fundos da escola não apresenta um status de um curso, com sua devida estrutura, adequada para a realização dos trabalhos demandados.

No que diz respeito aos pontos positivos elencados pelos tutores a distância,

a integração da equipe e a carga horária de quinze horas semanais são destaques

relevantes nas colocações. Novamente enfoca-se a importância da equipe dentro

dos ambientes de trabalho. Outras colocações apontam para avanços como

reuniões periódicas, oportunidade de capacitações (conforme mencionado pelos

tutores presenciais também) e o processo inclusivo proporcionado pela modalidade

de educação a distância.

No documento EAD COMO POLÍTICA PÚBLICA NO BRASIL: uma análise do curso superior de tecnologia em gestão pública do IFSC, seus limites e perspectivas. (páginas 98-104)