Em um contexto geral, após a descrição do tópico 2.4.1 desta pesquisa, observa-se que a estrutura pedagógica do curso apresenta suas diretrizes bem fundamentadas e implementadas, contudo cabe neste tópico elencar pontos relevantes na prática dos gestores e executores do curso.
Diante da boa estruturação e fundamentação ofertada aos alunos, apresenta-se a apresenta-seguir as dificuldades e avanços ao longo da implementação do curso.
Primeiramente, cabe mencionar a forma de contratação dos profissionais envolvidos no CSTGP, que de acordo com a Resolução CD/FNDE Nº 26
5, de 5 de junho de 2009, se dá através do pagamento de bolsas de estudo e de pesquisa, no âmbito da UAB vinculado à Capes, a serem pagas pelo FNDE. Não há nenhum tipo de vínculo empregatício. No tópico 3.2.1 será enfocado com mais profundidade este debate.
O CSTGP tem sua sede no IFSC, no campus de Florianópolis. Cabe destacar que as instalações do curso se dão em um espaço fora dos prédios do Instituto, nos fundos do campus, em uma pequena casa de madeira (conforme anexo 3), onde são gravadas as videoconferências e as aulas, onde se encontra a equipes de: edição de vídeo, materiais, tutoria a distância, coordenação UAB, coordenação adjunta,
5Vide anexo 2 deste trabalho a Resolução CD/FNDE Nº 26, de 5 de junho de 2009.
coordenação de curso, coordenação de tutoria, secretaria do curso, setor administrativo do curso.
A percepção da importância estrutural da sede do CSTGP se dá pelo fato do grau de satisfação dos envolvidos no curso estarem diretamente relacionados à qualidade de ensino repassado aos discentes. Situações cotidianas, que interferem diariamente na atuação profissional, como por exemplo, a necessidade de um galão de água, a manutenção das máquinas, a ausência de banheiros nas proximidades, enfim, fatores que influenciam na motivação dos participantes da execução do curso.
Outra variável que dificulta a operacionalização e desenvolvimento da prática do curso é o desencontro de horários. Como não há um departamento institucionalizado específico para a modalidade EAD, o curso conta com os serviços de outros departamentos, que nem sempre coincidem seus horários de trabalho. Um grande exemplo disto são os técnicos de informática, que só atuam no período diurno, e o CSTGP no período noturno.
De acordo com um levantamento realizado pelo coordenador do curso, no ano de 2009, o sistema IFSC possui 6694 alunos, onde apenas na unidade de Florianópolis são 3406 alunos, o que representa 50% do total de alunos. Na modalidade EAD, o IFSC possui 600 alunos, o que representa em termos percentuais, 14,97% dos alunos do campus de Florianópolis e 8,22% do campi.
Ainda conforme o referido levantamento, há uma projeção de 25 Polos a mais para o
ano de 2010, como mostra o quadro a seguir:
Quadro 2: Projeção.
Fonte: Ribas, 2009b.
Conforme os números a projeção de expansão da modalidade de EAD a partir do ano de 2010, torna-se imprescindível a adequação de instalações e a implementação de políticas e diretrizes para esta modalidade no IFSC.
Tendo em vista alguns pontos que apresentam necessidades de melhorias, elenca-se a seguir avanços do curso que refletem diretamente na oferta do curso.
No intuito de oferecer um curso de qualidade, onde a equipe esteja preparada
para esta “nova” demanda educacional, o IFSC/CSTGP capacita anualmente sua
equipe, onde contempla-se uma carga horária total de 200 (duzentas) horas, sendo
que parte desta capacitação acontece presencialmente (na sede em Florianópolis) e
parte a distancia. Todos os envolvidos assistem a palestras, capacitam-se
virtualmente, utiliza-se o AVEA que os alunos do CSTGP utilizam, realizam-se
atividades da mesma maneira que os alunos realizam, disponibiliza-se para a equipe
todo um material didático, enfim, esta capacitação torna-se extremamente relevante
a partir do momento que prepara sua equipe para atuar com esta demanda.
Conforme Litwin (2001, apud SILVA, 2008, p. 25) o traço distintivo da EAD, consiste justamente na mediatização das relações entre docentes e alunos.
Segundo a autora, para que isto ocorra é necessário o trabalho constante de um coordenador pedagógico que norteará as ações, desde a matriz curricular até a etapa de validação do material produzido, além de envolver a presença da equipe de especialistas responsáveis pela elaboração das unidades temáticas, pela definição do projeto gráfico do material e pela organização do fluxo de aprendizagem a ser adotado na utilização dos diferentes suportes.
A padronização de documentos (guia do aluno, guia do tutor, guia do professor), a implementação do sistema de avaliação, o planejamento das aulas junto aos professores e à equipe de materiais, antecipando à coordenação de tutoria e aos tutores através de uma reunião denominada de “aula magna” todo o plano de aula de cada docente são pontos positivos da atual rotina de procedimentos utilizados no curso, idealizada através de um trabalho de equipe, onde as coordenações buscam balizados na própria experiência dos colaboradores, as soluções para os problemas existentes.
No que se refere aos resultados do curso, um ponto que merece destaque é a
explanação do levantamento, realizado no mês de julho de 2009, entre as
coordenações de curso e tutoria, com o objetivo de identificar o índice de evasão do
CSTGP até o primeiro semestre do referido ano. O quadro a seguir aponta tais
índices:
ALUNOS ATIVOS NO CURSO DE GESTÃO PUBLICA DA UAB EM 2009/1
TURMA 1
POLO/SEMESTRE 2007/2 2008/1 2008/2 2009/1
CACHOEIRA DO SUL 41 41 41 40
FOZ DO IGUAÇU 39 39 39 39
JALES 49 44 44 44
POLÊSINE 46 46 46 46
TAPEJARA 44 44 44 42
TIO HUGO 46 45 45 45
TOTAL 265 259 259 258
TURMA 2
POLO/SEMESTRE 2007/2 2008/1 2008/2 2009/1
CACHOEIRA DO SUL 47 45
FOZ DO IGUAÇU 50 50
JALES 49 49
NOVA LONDRINA 49 48
TOTAL 195 192
TOTAL GERAL 450
Quadro 3: Evasão CSTGP.
Fonte: Cornélio Filho, 2009b.
De acordo com o quadro anterior pode-se extrair os seguintes percentuais de
evasão escolar no CSTGP até o fim do primeiro semestre de 2009, partindo da
premissa que cada Polo iniciou suas atividades com 50 (cinqüenta) alunos
matriculados:
ÍNDICE DE EVASÃO ESCOLAR ALUNOS CSTGP
ATÉ O 1º SEMESTRE DE 2009.
TURMA 1
POLO Índice de Evasão
CACHOEIRA DO SUL 20%
FOZ DO IGUAÇU 20%
JALES 12%
POLÊSINE 8%
TAPEJARA 16%
TIO HUGO 10%
TOTAL 14%
TURMA 2
POLO Índice de Evasão
CACHOEIRA DO SUL 10%
FOZ DO IGUAÇU 0%
JALES 2%
NOVA LONDRINA 4%
TOTAL 4%
TOTAL GERAL 10%
Quadro 4: Índice de evasão escolar alunos CSTGP Fonte: Autora, 2010
O Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil - Censo EAD.BR (2009), em pesquisas realizadas em 215 instituições que ministram cursos na modalidade de EAD no Brasil, aponta que das 129 instituições que responderam às pesquisas, a evasão é maior no setor público, com um índice de 21,1% de evasão.
Ainda de acordo com a pesquisa, houve no Brasil, no ano de 2008, cerca de 140 mil alunos evadidos nos cursos de EAD. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 2009).
Diante dos números mencionados no parágrafo anterior, constata-se que o índice de evasão escolar do CSTGP está abaixo do percentual médio das IES do setor público. Diante desta constatação, ressalta-se mais um ponto positivo da gestão do referido curso.
Seguindo essa reflexão quanto à dinamicidade da coordenação do curso, cabe destacar outro ponto positivo do CSTGP é a integração da equipe. O campo da administração há muito tempo debate a importância de uma equipe:
Costumo enfatizar que “só se aprende fazendo”, reforçando a necessidade de se praticar os conceitos adquiridos para se dominar a teoria. É a
experimentação permitindo conhecer os detalhes e as dificuldades do processo. Requer disposição e um pouco de coragem para tentar-se algo que não se domina completamente. Com o trabalho em equipe é exatamente assim. Freqüentemente a resposta vem com a prática, principalmente porque trabalhar em equipe não é, apenas, uma técnica administrativa. É, também, um princípio de gestão!Dessa forma o processo começou a amadurecer, junto com as pessoas. Trabalhar em equipe é um exercício de comunicação, paciência e permissão. Permissão para que as pessoas encontrem seus espaços para propor e testar novas idéias. Todos nós temos diversos exemplos de soluções que foram dadas por pessoas que não nos pareciam capazes de tal proeza! (MOREIRA, 2005, p. 1).