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Um dos principais objetivos dos cursos universitários é o de desenvolver nos estudantes o espírito científico coletivo marcado pela produção acadêmica. Entretanto, nada se conseguirá neste sentido se os iniciantes em trabalhos científicos não tiverem adquirido hábitos de estudo sistemáticos através da utilização de métodos e técnicas adequadas e previamente estipuladas.

Desse modo, a primeira etapa que o aluno precisa vencer para se tornar um estudioso é conhecer e utilizar procedimentos que facilitem os seus estudos. Pesquisas realizadas comprovam a validade de tal afirmativa. Completando tal observação, Severino (1994) adverte que o ensino superior exige dos universitários:

 Autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade didática rigorosa, crítica e criativa;

 Projeto de trabalho intelectual individualizado, apoiado em material didático e científico que se constitui, basicamente, na bibliografia especializada.

Sobre a pesquisa bibliográfica e formação de um acervo pessoal, vale aqui algumas dicas:

Existem livros fundamentais (às vezes clássicos) nas diferentes áreas do conhecimento que devem ser adquiridos ou pelo menos pesquisados;

A assinatura de revistas especializadas é um hábito a ser cultivado, uma vez que os relatórios de pesquisa e as descobertas nas diferentes áreas do Dica do

professor

Repare que mesmo nos cursos a distância, como é o caso deste que você está fazendo, estas exigências

permanecem. Por isso se você quer ser bem sucedido em nossa graduação atenção as mesmas, OK? Dica do professor É interessante cultivar o hábito de tirar uma cópia de matérias de jornais ou revistas, uma vez que estas também podem ser aproveitadas futuramente em seus estudos e quem sabe até no seu trabalho monográfico. Procure arquivar as mesmas por assunto de modo a facilitar sua consulta e aproveitamento posterior. Esta é, portanto, uma dica barata e eficiente.

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conhecimento, antes de aparecerem em livros, são publicadas em revistas e jornais. As revistas também oferecem a oportunidade de se ampliar a bibliografia sobre determinado assunto com novas e atualizadas referências.

É importante que o estudante universitário acostume-se com o ambiente das bibliotecas, embora em algumas delas o acervo seja limitado e pouco renovado. De qualquer maneira, o estudante deve freqüentá-las, explorá-las. No caso das bibliotecas universitárias, é lá se encontram obras de referência geral, periódicos, livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado etc.

As bibliotecas são organizadas no sentido de auxiliar os leitores e pesquisadores. Assim, seu acervo se apresenta classificado por assunto, título e autor, em fichas individuais reunidas em fichários por ordem alfabética. Nas fichas, além de dados sobre a obra e o autor, está registrada a referência da obra (código da biblioteca), através da qual ela é localizada nas prateleiras. Muitas bibliotecas são informatizadas oferecendo uma alternativa de organização mais moderna.

Atualmente existem uma série de revistas e artigos eletrônicos que vale a pena consultar e conhecer melhor de forma rápida, prática e dinâmica. As chamadas bibliotecas virtuais, por exemplo, são uma forma bastante otimizada e eficiente de ter acesso a uma bibliografia atualizada sobre aquilo que o estudante pesquisa. Mesmo tendo o devido cuidado de citar apenas sites confiáveis, é impossível deixar de considerar a grande quantidade de material disponível na internet que ainda sequer foi publicado. É possível ainda ter acesso a várias obras disponibilizadas na íntegra

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na internet por um preço bem mais acessível do que se estas fossem adquiridas.

Além do estudo, através de fontes bibliográficas e webgráficas, outras modalidades de aprendizagem e estudo são os encontros, seminários, congressos, palestras, mesas redondas etc., que devem acompanhar o estudo pela vida toda. A princípio como participante, em seguida fazendo pequenas comunicações e, no decorrer da vida profissional, integrando mesas-redondas, fazendo palestras etc.

Outro aspecto a considerar, principalmente por todos aqueles que não têm muito tempo, uma vez que precisam trabalhar e estudar, é o planejamento das atividades de estudo e a divisão adequada do tempo através de uma programação. Não se pode fazer um curso se não houver tempo disponível para estudar e refletir.

De fato, o pesquisador não pode deixar de programar “seu tempo”, pois sem essa administração do mesmo é difícil cumprir prazos de trabalho e fazer um estudo sério e aprofundado. Além disso, o contato com outros ambientes e culturas pode, sem dúvida, enriquecer sua criatividade e estimular seu senso crítico.

Para quem quiser tirar a prova do quanto a internet pode auxiliar o trabalho do pesquisador vale consultar o Scielo (http://www.scielo.br).

A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Dica do professor

Olha o tempo! Você já pensou em planejar melhor seu tempo na realização deste curso? Esse é um bom questionamento. Lembre-se de que num curso a distância a dedicação aos módulos de estudo são fundamentais e, evidentemente, exigem certo tempo

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Observem as recomendações de Galliano (p.61) sobre a utilização do tempo:

 Planeje seu tempo – essa é a forma correta de “ganhar” tempo para o estudo;

 Procure utilizar melhor de períodos vagos em sua atividade;

 Substitua o horário de uma ou mais atividades não-essenciais para obter mais tempo de estudo;

 Não estabeleça períodos muito longos de estudo sem pausa para descanso (...).

TÉCNICAS DE LEITURA

Vejamos agora algumas técnicas de leitura que podem tornar nosso estudo mais proveitoso e eficaz, especialmente se você não dispõe de tempo.

Galliano (1986) nos lembra que toda leitura é feita com um propósito que pode ser a investigação, a crítica, a comparação, a verificação, a ampliação ou integração do conhecimento. Para atingir esse propósito devemos identificar as idéias principais doautor. Ocorre que poderemos estar lendo um artigo, um livro, um capítulo de livro, ou mesmo um simples parágrafo. Mandam os especialistas que se proceda, inicialmente, a uma leitura integral do texto visando identificar as idéias centrais do mesmo.

Cada capítulo ou unidade pode conter uma ou mais idéias-chaves que se articulam com o objetivo central da obra estudada. Trabalhar a leitura a partir da identificação de tais idéias facilita a sua compreensão, na medida em que o texto fica, assim, dividido em blocos que vão sendo sucessivamente estudados a partir de suas idéias centrais.

:: Leitura Integral:

Essa leitura integral inicial é chamada muitas vezes de leitura transversal. Não se trata de ler o livro da primeira página a última e sim dar uma folheada no seu estilo, estruturação de capítulos, bibliografia, autores citados etc.

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Em algumas ocasiões, a idéia principal está explícita e é facilmente identificada. Em outras, ela se confunde com as idéias secundárias. Quando se procura a idéia principal do autor em uma obra, usam-se técnicas facilitadoras como a leitura do índice, dos títulos e subtítulos, prefácio, introdução etc. (Salomon, 1994).

A TÉCNICA DE ESQUEMATIZAR

O esquema é UMA REPRESENTAÇÃO SINTÉTICA DO TEXTO ATRAVÉS DE GRÁFICOS, CÓDIGOS E PALAVRAS. Por isso, é importante que este seja organizado segundo uma seqüência lógica onde se destaquem em primeiro lugar as idéias principais, seguidas por aquelas a elas subordinadas de maneira que seja esclarecido o inter-relacionamento de fatos e idéias a estas relacionadas.

A elaboração de esquema exige a participação ativa do leitor na assimilação do conteúdo, levando-o, também, a uma avaliação sobre a lógica do texto. Para Salomon (1994), as principais características de um bom esquema são:

 Fidelidade ao texto;  Estrutura lógica;

 Adequação ao assunto estudado;  Utilidade;

 Cunho pessoal.

Algumas pessoas têm grande facilidade de trabalhar com esquemas criando vários ao longo de cada parágrafo lido, criando um esquema maior por capítulo ou unidade, ou ainda elaborando um grande esquema como síntese de toda a obra (livro, artigo, pesquisa etc.). Dica do professor Experimente esquematizar um pequeno texto e depois analise o mesmo com relação às características assinaladas por Salomon. Dica do professor Experimente esta técnica com um texto qualquer. Assim como as demais apresentadas ela pode ser bastante útil. Um esquema bem feito por vezes traduz com clareza o raciocínio de um autor. Dica do professor Durante a leitura é pertinente escrever um resumo do texto que estamos lendo. Assim fixamos melhor seu conteúdo e juntamos um material

interessante que pode servir para um aproveitamento posterior.

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A TÉCNICA DE RESUMIR

O resumo nada mais é do que uma CONDENSAÇÃO DO TEXTO REUNINDO SUAS IDÉIAS CENTRAIS. O mesmo pode também trazer a interpretação do leitor, desde que este o faça separadamente a fim de que não se confunda as idéias do autor com as idéias do leitor.

Um dos objetivos do resumo é o de abreviar as idéias do autor, sem, contudo, a concisão de um esquema. Quando você considerar relevante, faça transcrições de palavras do próprio autor, colocando-as entre aspas e o número da página entre parênteses. As observações e interpretações pessoais, bem como as referências bibliográficas, acompanham o resumo, sem prejudicar a fidelidade ao texto. Essa técnica pode ser extremamente útil durante a construção de sua monografia no momento em que você tiver de fazer citações importantes sem ter que voltar a leitura de toda obra para achar a idéia que você pretende enfatizar.

DICAS GERAIS

 Leia cada página das obras fazendo anotações e registrando suas dúvidas e colocações pessoais;

 Construa uma espécie de resumo pessoal do material que você colocou, pode ser uma espécie de fichamento com observações e pontos que você destacaria em relação ao mesmo ou ainda registros em um caderno com resumos esquemáticos. Escolha a técnica com a qual você melhor se identifica;

Importante Provavelmente nem todas as dicas sugeridas se aplicam a você. Procure identificar nos diferentes itens as dicas que lhe dizem mais respeito procurando colocá-las em prática levando em consideração as suas dificuldades. Dica de leitura Você terá oportunidade de aprofundar melhor esta e outras técnicas através da leitura do livro: LAROSA, M. e ARDUINI, F. Como elaborar uma monografia? Rio de Janeiro: WAK , 2002.

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 Elabore mapas, desenhos, gráficos e diagramas. Estes também podem auxiliá-lo em seus estudos, especialmente quando se trata da análise de um conteúdo mais extenso e complexo;

 Aproprie-se das obras consultadas. Se você tire xérox para que você possa: sublinhar, rabiscar, fazer anotações, enfim aproveitá-la ao máximo; pois na hora de uma consulta rápida isso poderá lhe facilitar bastante;

 Siga as dicas das caixinhas laterais. A função das mesmas é contribuir e facilitar o seu processo de aprendizagem;

 Reveja a bibliografia, se possível busque ter acesso a, pelo menos, algumas das obras citadas, através de empréstimos em bibliotecas, por exemplo;

 Faça a si próprio a pergunta: "que significa

isso?". Se houver dúvida, volte a estudar objetivando esclarecer o porquê das mesmas;  Ao estudar procure se concentrar de fato no

que está lendo, procurando compreender e memorizar o conteúdo das leituras;

 Não tente estudar tudo ao mesmo tempo, estabeleça algumas metas como três páginas por dia ou algo semelhante de acordo com sua disponibilidade;

 Lembre-se de que a aprendizagem é como uma corrente: cada elo seguinte depende do elo anterior. Quando encontrar uma dificuldade, procure o elo que está faltando. Se você não consegue aprender alguma coisa, não é por fal- Importante

Essa página resume os principais pontos sobre o que conversamos até agora. Leia com atenção cada item e lembre-se de que queremos apenas auxiliá-lo em seus estudos. Cada pessoa tem um jeito de estudar e respeitamos isso. Queremos oferecer a você a oportunidade de tornar seus momentos de estudo ainda mais eficientes e enriquecedores. Esperamos que todas as dicas dadas contribuam nessa direção.

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ta de inteligência: Muitas vezes falta aprender algo que serve de base à novas aprendizagens;

 Caso as dúvidas persistam não hesite em entrar em contato com a Tutoria;

 Certa rotina de trabalho é fundamental. É fácil se deixar levar pelo comodismo de sempre e adiar o começo da tarefa. Evite atrasos e procure trabalhar sempre no mesmo lugar. Isso facilita a concentração e cria hábitos produtivos. Acostume-se a estudar num mesmo local e num mesmo horário. Ao contrário do que possa parecer, isso poderá ajudá-lo bastante;

 Disponibilize um canto de estudo que seja sossegado, arejado e bem iluminado;

 Não tenha fontes de distração que poderão atrapalhá-lo como, por exemplo, o celular, o rádio e a TV;

 Ao interromper o estudo, deixe um sinal específico para retomar a aprendizagem exatamente de onde parou, sem perda de esforço ou de tempo;

 Mantenha sempre acesa sua motivação e você terá muito mais chances de alcançar seus objetivos.

A DOCUMENTAÇÃO PESSOAL

Tendo conversado sobre técnicas para que você possa aperfeiçoar suas habilidades de estudo e leitura chegou então o momento de tratarmos especificamente da documentação pessoal, em especial as fichas e sua organização em fichários.

Importante

Esteja atento aquilo que o autor está chamando atenção nesse trecho, pois entendemos que a prática da leitura analítica lhe será bastante útil no processo de coleta de dados para a sua monografia.

Dica do professor

Hoje existem vários programas

organizadores que facilitam esse trabalho com o uso de ícones, pastas coloridas e até sons. Procure se informar sobre estas facilidades.

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Tudo que for do interesse e oferecer importância e utilidade na área acadêmica ou profissional do estudante pode ser documentado: leituras, idéias pessoais, debates, palestras etc. pode ser documentado. A maneira mais indicada é fazer registros em fichas e organizá-las em fichários. Atualmente, a informática está introduzindo novos procedimentos; estes procedimentos variam de pessoa a pessoa.

As fichas permitem aos estudantes guardar com exatidão dados coletados em diferentes fontes e que servirão para o seu estudo. É preferível o uso de fichas do que o de cadernos, devido às facilidades que elas oferecem para manipulação e arquivamento. Existem diferentes tipos de fichas segundo os objetivos a que se destinam e que recebem diferentes denominações. Em nosso caderno, adotamos a nomenclatura usada por Lakatos (1987): ficha bibliográfica, ficha de citações, ficha de resumo e ficha analítica.

A utilização de fichas e sua organização em fichários pode ajudar significativamente o aluno fornecendo-lhe de forma rápida e prática subsídios valiosos. Lakatos (1987) é um dos autores que aborda a questão do aspecto físico, da composição, dos respectivos conteúdos, tipos de fichas (com exemplos concretos dos mesmos) etc.

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FICHA BIBLIOGRÁFICA

Vale enfatizar que uma ficha bibliográfica pode incluir a obra inteira ou parte dela.

Ao elaborar a ficha deve-se:

 Ser breve – quando houver necessidade de pormenores, deve-se fazer ficha resumo e não a bibliográfica;

 Empregar verbos ativos – exemplo: autor analisa, define, conclui, apresenta etc.;

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Neste tipo de ficha são reproduzidas frases e parágrafos inteiros ou parte deles. O sinal (...) indica a supressão de partes do texto.

Ao elaborar a ficha deve-se tomar alguns cuidados:

 Colocar aspas no início e término das citações;

 Indicar, após cada citação, o número da página;

Veja o exemplo:

FICHA DE RESUMO (DE CONTEÚDO)

Como é possível notar, a Ficha de Resumo, por sua vez, apresenta a essência do texto numa síntese

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elaborada pelo leitor. Embora seja mais detalhada do que a ficha bibliográfica, ela não é tão longa quanto esta.

Vejamos agora então um exemplo de uma ficha analítica também elaborada a partir do mesmo artigo trabalhado nos dois artigos anteriores:

FICHA ANALÍTICA

A Ficha Analítica traz os seus comentários pessoais sobre aquilo que o autor defende em sua obra. Neste tipo de ficha em particular, é possível tecer comparações entre diferentes teorias e obras já lidas anteriormente, bem como fazer classificações, críticas e observações particulares, tomar posição diante das idéias, fatos e teorias lidos dentre outras possibilidades.

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EXERCÍCIO 1

Experimente elaborar os quatro tipos de fichas que vimos anteriormente a partir de um artigo na área de Educação. Use as linhas abaixo para anotações gerais.

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EXERCÍCIO 2

A partir do que estudamos anteriormente responda as questões abaixo:

a) É possível desenvolver hábitos de estudo? Como? b) Dentre as técnicas de leitura citadas diga qual foi

a que você se identificou mais? Justifique sua resposta.

c) O que você pretende fazer para aproveitar melhor o seu tempo de estudo?

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RESUMO

Vimos até agora:

 Analisamos algumas técnicas que poderão lhe auxiliar em sua pesquisa como aquelas voltadas para a leitura e a elaboração de esquemas, resumos e fichamentos;

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 Conferimos, através de análise de alguns exemplos, como tais técnicas são práticas e fáceis de serem efetivadas podendo servir de auxiliar durante seus estudos;

 Refletimos sobre a importância de um estudo organizado e metódico que favoreça o pesquisador em seu trabalho de coleta de dados, construção de hipóteses e aprofundamento em sua temática de estudo.

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