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Pesquisa: a origem do termo

NÍVEIS DE INVESTIGAÇÃO

Os termos pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa são utilizados para classificar o tratamento metodológico empregado em trabalhos científicos. Entende-se por qualitativa a pesquisa cuja finalidade é a de buscar entendimentos, extrapolações para situações similares e bases que irão fundamentar a criação de hipóteses. De modo geral ela lida com o indivíduo em seu dia-a-dia de trabalho, em suas relações e atividades sem se preocupar em pesquisar a partir de um ambiente controlado.

A pesquisa qualitativa parece ter vocação para mergulhar na profundidade dos fenômenos levando em conta toda a sua complexidade e PARTICULARIDADE. Não almeja alcançar a generalização, mas sim o entendimento das singularidades.

Como apontam alguns autores, este tipo de pesquisa privilegiam a compreensão como princípio do

conhecimento, que prefere estudar relações complexas

ao invés de explicá-las por meio do isolamento de variáveis. Nota-se certa ênfase na totalidade do indivíduo como objeto de estudo é essencial para a pesquisa qualitativa. Além do mais, a concepção do objeto de estudo qualitativo sempre é visto na sua

historicidade, no que diz respeito ao processo

desenvolvimental do indivíduo e no contexto dentro do qual o indivíduo se formou (Gunther, 2006).

:: Hipótese: São conjecturas, palpites, explicações provisórias, proposições admissíveis acerca de um fato ou fenômeno. Exemplo: - Hipótese 0 O uso de vídeos em aula influi positivamente aprendizado de Português. - Hipótese 1 O uso de vídeos em aula influi negativamente no aprendizado de Português. - Hipótese 2 O uso de vídeos em aula não influi no aprendizado de Português.

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Por QUANTITATIVA entende-se a pesquisa que lida com hipóteses pré-estabelecidas, amostras e probabilidades. Trata-se da pesquisa que se aplica a dimensão mensurável da realidade e que busca estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis de tal modo que perguntas do tipo: “quanto?” “Como?” “Porque? ” e “em que medida? ” possam ser respondidas com razoável rigor. Em uma pesquisa quantitativa são utilizados métodos estatísticos cuja finalidade é a de buscar determinações causais, predições e generalizações dos resultados.

É importante entender que os métodos qualitativos e quantitativos não são excludentes entres si. Tanto a pesquisa qualitativa pode lidar com medidas estatísticas como a pesquisa quantitativa pode buscar resultados menos pontuais. Recentemente, a situação da pesquisa qualitativa, mudou consideravelmente, adquiriu mais respeitabilidade. Mas, esta aceitação foi

EXEMPLIFICANDO

A Qualidade de Vida é um conceito que se manteve impreciso e imensurável até recentemente. A medida em que o fenômeno passou a ser investigado por meio de Questionários e Grupos Focais, numa abordagem Qualitativa, foi progressivamente possível compreender sua intimidade a ponto de se desenvolver instrumentos capazes de mensurar a subjetividade envolvida no sentido da Qualidade de Vida. Dessa forma foram obtidos o WHOQOL (World Health Organization Quality of Life instrument), instrumento construído em âmbito mundial, pela Organização Mundial de Saúde; e o SF 36 (Short Form com 36 itens) concebido nos EUA, que foi adaptado e validado para outras línguas. Este último instrumento evidencia o impacto da Saúde nas atividades diárias e no Bem Estar. Foi desenvolvido a partir de um Questionário com mais de 200 itens que foram sendo selecionados segundo sua capacidade de discernimento e mensuração.

Fonte: Reflexões sobre a PESQUISA QUALITATIVA & QUANTITATIVA:Maneiras complementares de apreender a RealidadeFernando A C Bignardi

http://www.comitepaz.org.br/download//PESQUISA% 20QUALITATIVA.pdf

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alcançada a um custo que requereu, senão a capitulação completa para critérios quantitativos de confiabilidade e validade, pelo menos uma tendência para aplicá-los. Não deve haver dúvidas de que a finalidade dos dois caminhos metodológicos deve ser a contribuição destes para o estudo e análise de determinada realidade ou fenômeno estudado e conseqüentemente sua contribuição para o desenvolvimento de determinada área do conhecimento humano.

Críticas são feitas a ambos os métodos chegando mesmo a existir o que alguns autores chamam de RADICALISMOS METODOLÓGICOS. Criticam os métodos qualitativos por gerarem análises superficiais, por trabalharem com procedimentos não explicitamente detalhados, pela dificuldade destes em reconhecer a necessidade de um afastamento entre o pesquisador (subjetividade) e seu objeto de estudo, por tecerem generalizações apressadas quanto aos seus resultados e pela confiabilidade excessiva em julgamentos e impressões pessoais. Por outro lado, criticam os métodos quantitativos também por gerarem análises incompletas, por defenderem a neutralidade do pesquisador em suas análises (o que seria uma utopia), por simplificarem demais a complexidade de seus objetos de estudo e por selecionarem apenas problemas que possam ser manipulados quantitativamente e pelo rigor metodológico excessivo.

O fato é que existem uma infinidade de procedimentos metodológicos que variam conforme a disciplina na qual o estudo se insere podendo assim englobar a Economia, a Sociologia, a Psicologia, a Geografia, a História dentre outras áreas (Carvalho, 1995). Isso pode ser explicado inclusive pela própria natureza diferenciada dos fenômenos físicos, biológicos, sociais e psicológicos uma vez que os mesmos não são homogêneos. Importante Homogeneização metodológica Às vezes escutamos algo do tipo se a pesquisa for do tipo x então só cabe tal metodologia, se for do tipo y então só cabe tal metodologia. O fato é que diante da complexidade de nosso objeto de estudo os radicalismos metodológicos devem ser abandonados. De modo geral, tentativas de realizar algum tipo de homogeneização metodológica, em diferentes áreas, pouco ou nada contribuiu para o avanço da pesquisa nas mesmas, gerando, muito ao contrário, resultados desastrosos.

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A realidade científica atual se caracteriza pela busca de novos meios de se fazer ciência pautados na liberdade científica pelo uso da intuição, pela subjetividade e pela interdisciplinaridade de modo a permitir uma maior aproximação da complexidade do real. Não existe método ideal e sim o método que melhor se adequa ao estudo que estamos querendo efetivar (Id.,1995). Devemos pensar essas duas metodologias de pesquisa como as duas faces de uma mesma moeda metodológica que apesar das divergências se complementam e oferecendo ao pesquisador um referencial metodológico e instrumental bem mais amplo de análise do objeto estudado do que radicalismos em uma outra direção metodológica.

A pesquisa pode decorrer de razões de ordem intelectual, quando baseada no desejo de conhecer pela simples satisfação para agir. Daí porque se pode falar em PESQUISA PURA e em PESQUISA APLICADA.

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