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Curso ENSINO RELIGIOSO. Disciplina METODOLOGIA DA PESQUISA

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Academic year: 2021

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Curso

ENSINO RELIGIOSO

Disciplina

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Curso

ENSINO RELIGIOSO

Disciplina

METODOLOGIA DA

PESQUISA

Vilson CARVALHO

www.avm.edu.br

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Sobre

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Olá! Me chamo VILSON SÉRGIO DE CARVALHO e para os que ainda não me conhecem, atuo no Instituto AVM desde 1996, dando aulas nos cursos presenciais de pós-graduação e como membro da equipe pedagógica de diferentes cursos na modalidade a distância. Formei-me em Psicologia pela UFRJ, universidade onde conclui meu bacharelado, licenciatura e mestrado em psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. Posteriormente conclui meu doutoramento em Ecologia Social também pela UFRJ, abordando questões que envolvem as inter-relações entre o homem e seu ambiente sob uma ótica interdisciplinar ecossistêmica marcada pela complexidade.

De modo mais concreto já faz algum tempo que a pesquisa científica ocupa a minha vida, desde meu 5º período de minha graduação em Psicologia, onde trabalhei como bolsista de pesquisa pela FAPERJ e mais tarde pelo CNPq. Trabalhei vários anos como pesquisador na UFRJ e na PUC e ainda hoje, após meu doutoramento, a pesquisa continua fazendo parte do meu dia-a-dia nas áreas de Educação Ambiental e Educação a Distância. Minha paixão pela pesquisa é explicada pelo fato de que o trabalho nessa área é extremamente enriquecedor e fascinante, tendo um papel fundamental na descoberta de novos caminhos e respostas para as demandas e angústias da sociedade. Desenvolvida com seriedade e responsabilidade ela contribui de forma singular para o desenvolvimento científico-tecnológico, a renovação do ensino e a qualidade de vida de uma nação.

Que esse caderno possa incentivar você a conhecer e se dedicar mais à pesquisa dentro e fora do seu âmbito de formação. Tenha certeza de que nenhum assunto está totalmente fechado em termos de conhecimento, sempre há algo novo a desvendar, sempre existem questões a serem respondidas, e sempre é possível ver as coisas sob uma nova perspectiva. A pesquisa nos ensina isso. Experimente!

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Su

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07

Apresentação

09

Aula 1

Reflexões sobre o conhecimento

25

Aula 2

O valor do estudo

41

Aula 3

Afinal, o que é pesquisa?

65

Aula 4

O delineamento da pesquisa

científica

97

Aula 5

A opção pela pesquisa de campo

119

Aula 6

O plano de pesquisa

143

Aula 7

Ética e pesquisa universitária

157

Plano de Pesquisa

(6)
(7)

Metodologia da

Pesquisa

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Apresen

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Metodologia da Pesquisa é uma disciplina construída a partir do princípio de que não existe produção de conhecimento científico, senão através da pesquisa. Daí a necessidade de conhecermos os fundamentos e práticas metodológicas voltadas para a formação de um pesquisador de qualquer área. Ela pretende dar a você a chance de estudar diferentes estratégias e táticas indicadas nas diferentes fases do método científico: da problematização e coleta de dados até a possível comprovação ou não das hipóteses formuladas. No decorrer das aulas iremos analisar a produção científica em seus dois níveis: no âmbito da subjetividade do produtor do conhecimento e no âmbito da objetividade, ou seja, da ciência como instituição e prática social de um saber construído sob determinados moldes. Tenha a certeza de que sua pós-graduação seria incompleta se não tivéssemos oportunidade de caminhar nas veredas da investigação e da pesquisa. Por isso mesmo, desejamos a você uma excelente caminhada! Lembre-se de que você não está sozinho. Que a trilha comece...

Objetivo

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Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Conhecer o que seja pesquisa, sua importância para o desenvolvimento científico bem como para responder a várias demandas sociais;

 Refletir sobre diferentes técnicas de estudo e coleta de dados com dicas práticas para vencer os desafios impostos pelo exercício da pesquisa;

 Analisar alguns dos principais tipos de pesquisa de modo a auxiliá-lo no processo de elaboração de trabalhos científicos e avaliação de pesquisas já efetivadas;

 E, por fim, auxiliá-lo na elaboração de seu plano de pesquisa e, conseqüentemente, na construção de sua monografia.

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Reflexões sobre o

Conhecimento

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Apresen

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Nesta primeira aula aprenderemos mais sobre o que seja conhecimento e as diferentes formas de conhecer. Além disso, teremos a chance de estudar a ciência como um conjunto de conhecimentos racionais, provisórios, obtidos metodicamente, sistematizados, verificáveis, expressos lógica e dedutivamente justificados por outros enunciados, para explicar, descrever e prever a realidade dos fenômenos.

No decorrer desta aula, destacar-se-á a idéia de que a ciência não é um saber absoluto e sim um saber relativo às circunstâncias em que foi produzido a partir de um determinado objeto de estudo. Atente a esses pontos e bom estudo!

Objetivo

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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender melhor o que significa conhecer e analisar os diferentes tipos de conhecimento existentes;

 Distinguir com clareza as diferenças entre o conhecimento científico e o chamado senso comum;

 Ajudá-lo a refletir sobre até que ponto você tem adotado o espírito científico em suas posturas e práticas como estudantes e pesquisador.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 10

O conhecimento

Comecemos nosso caderno com uma reflexão sobre conhecimento. É possível entender o conhecimento como o pensamento resultante da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece (cognoscente) e o objeto a ser conhecido (cognoscível). O sujeito é o ser humano e o objeto parte da realidade com a qual convivemos ou do próprio homem. Assim é possível afirmar que o conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento é diferente de uma informação (dado bruto), ele é uma reflexão sobre a informação e sua riqueza. É sabido que as nações que conseguem se desenvolver mais e melhor são também as que valorizam a produção e a disseminação de conhecimento.

Vale ressaltar que o homem se distingue dos demais seres vivos, de forma particular, pela possibilidade de conhecer. Diferentemente de outros animais, o homem é o único ser que possui razão, ou seja, o homem tem a faculdade de avaliar, julgar, ponderar idéias universais, estabelecer relações lógicas de conhecer, de compreender, de raciocinar, sendo também a capacidade de relacionar e ir além da realidade imediata. De fato, os seres humanos são os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; de aplicar o que aprendem por diversos meios; os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências dividindo-as com outros seres humanos.

De modo geral o desejo de conhecer as coisas é inato se manifestando desde os primeiros anos de vida. Ao entrar em contato com a realidade, o ser humano Dica de

leitura

Para um aprofundamento ainda maior sobre o conceito de

conhecimento seria válido consultar outras obras sobre o tema, especialmente de Filosofia e de Metodologia da Pesquisa.

Veja abaixo alguns bons exemplos: ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982; CERVO, A.e Bervian, P. Metodologia Científica. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

LAKATOS, E. & Marconi, M. Metodologia da Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1983.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 11

imediatamente apreende essa realidade em relação ao seu “EU”, à cultura e à história. O processo de conhecer se manifesta de maneira tão natural que em alguns momentos nem sequer nos damos conta de sua complexidade. Desde cedo, nossos pais e professores nos mostram a necessidade de aprender e conhecer o mundo, e mais tarde, da necessidade de auto-conhecimento. Neste complexo processo, somos inseridos na “engrenagem” do conhecimento do mundo considerado real, sem então entendermos claramente o real significado de CONHECER. Valendo-se de suas capacidades cognitivas, o ser humano manifesta o desejo de conhecer o mundo em que se encontra inserido.

Por ser fruto de uma relação entre sujeito e objeto, o conhecimento é sempre relativo. Supõe um ponto de vista, certos instrumentos e também limites do sujeito que conhece. O conhecimento absoluto é impossível, pois sua possibilidade implicaria num sujeito sem limites – nem mesmo pessoais ou sócio-históricos (Aranha e Martins, 2005). Isso fica ainda mais claro quando nos deparamos com pessoas que privilegiam suas crenças religiosas em relação a qualquer outro conhecimento. Ou quando privilegiam o conhecimento a partir da autoridade dos pais, professores, governantes, líderes entre outros, lhes conferindo credibilidade. Também os educadores e filósofos proporcionam importantes elementos para o entendimento do mundo. Porém, à medida que interagimos na relação com o mundo, com os inúmeros campos e formas de conhecimento, entramos num emaranhado de conceitos e muitas vezes questionamos a validade daquilo que anteriormente aceitamos como verdade.

Segundo Hessem (1999) pode-se afirmar que existem cinco grandes formas de entender a relação entre

Para refletir

É bem provável que você também tenha suas crenças de ordem religiosa ou não. Você já parou para pensar o quanto elas influenciam em sua percepção das coisas? Para pensar

Uma das grandes funções da educação seria a de permitir ao educando, através do trabalho de formação de uma consciência critica um novo olhar sobre a realidade. O que você pensa sobre isso?

(12)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 12

o sujeito e o objeto, visando à construção de conhecimento:

 O objetivismo defende que o objeto determina o sujeito e influencia na construção de conhecimento do sujeito.

 O subjetivismo, contrário ao objetivismo, defende que a construção de conhecimento se dá no próprio sujeito (consciência em geral), pois é o próprio sujeito que produz e dá forma ao objeto.

 O realismo sustenta a tese de que o objeto existe independentemente do sujeito. O objeto é o ponto de partida do ato do conhecimento. A independência dos objetos, em relação à consciência do homem é real, uma vez que o objeto pode modificar-se independentemente da ação do homem.

 O idealismo, contrário ao realismo, defende que não existem objetos reais, independentes da consciência do homem, mas sim como um produto do pensamento do homem. Vai-se do pensamento para a análise do objeto;

 O fenomenalismo, por sua vez, estabelece uma relação entre o realismo e o idealismo, pois considera que os objetos existem por meio da nossa consciência, mais do que isso, é moldado pela própria consciência do sujeito.

Existem diferentes tipos de conhecimento. Vejamos aqui alguns dos mais conhecidos:

CONHECIMENTO INTUITIVO

O termo “intuição” tem sua origem no latim in

tueri e significa “ver em”, “contemplar”. Na verdade a

Você sabia?

No decorrer da história muitos filósofos deram primazia a um dos dois pólos na relação de conhecimento ao sujeito ou ao objeto. Isso fica claro ao estudarmos essas cinco formas de conhecimento relatadas por Hessem (1999) destacadas nessa página. Dica do professor Dedique especial atenção aos diferentes tipos de conhecimento assinalados, pois este assunto será essencial para compreender de uma forma mais ampla o que seja ciência.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 13

intuição é uma modalidade de conhecimento que, pela característica de tentar entender o objeto sem “meio” ou intermediários das comparações, assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial, especialmente da visão. Contudo o conhecimento intuitivo é de ordem subjetiva e não empírica.

Para Aristóteles o ser humano pode e consegue conhecer as coisas que o cerca justamente porque tem uma capacidade para enxergar e intuir os princípios que regem os fenômenos. É dotado de uma visão interior, que se traduz por uma capacidade de ver o que é

essencial dentro dos dados da experiência sensorial.

Essa visão poderia ser definida como intuição.

É fácil entender uma intuição sensorial. Quando pensamos que os sentidos não analisam, não comparam e não julgam, por exemplo, o conhecimento que se tem da temperatura da água de uma vasilha em temperatura ambiente. Contudo, através da intuição temos uma idéia da temperatura no instante em que se a toca com a mão; outro exemplo é a emoção do prazer que se experimenta em uma determinada situação. Trata-se de um dado de experiência interna apreendido imediatamente e que associamos a outras experiências de modo intuitivo.

A percepção, cujo objeto passa para a mente sem necessidade de um conhecimento prévio, tem sua origem na experimentação e no sentir mediante as sensações transmitidas pelos órgãos dos sentidos: visão, audição, tato, gustação e olfato; a este processo denominado conhecimento intuitivo sensorial.

Entretanto, o conhecimento intuitivo sensorial não se realiza exclusivamente pela experiência de fenômenos externos, visto que existe outra experiência interna, a qual denominamos de reflexão, que pode ser

Você sabia?

A palavra saber vem do latim “sapere” que também significa sabor. Portanto, aprender algo pode muito bem ser comparado como saborear algo como destaca Rubem Alves.

(14)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 14

entendida como a ação de examinar o conteúdo por meio do entendimento, da razão.

A experiência externa utiliza os órgãos dos sentidos para a apreensão do objeto e a experiência interna limita-se a comparar os diferentes dados da experiência externa. Contudo é possível através da reflexão intuir (ter uma idéia) se fará sol ou chuva ou ainda se alguém concordará conosco ou não. Evidentemente, como qualquer tipo de conhecimento, ele poderá ser verídico ou não. Só o tempo e a experiência dirão se a intuição foi verdadeira ou falsa.

Dentre as vantagens desse tipo de conhecimento poderíamos destacar:

 A possibilidade de formular juízos e idéias rápidas diante de situações que exigem agilidade independente das experiências sensoriais;

 Permitir que o homem vá além das experiências sensíveis formulando juízos com base em experiências anteriores ou no bom senso;

 Favorecer o pensamento através de uma reflexão interior.

CONHECIMENTO EMPÍRICO OU DE SENSO COMUM

Também conhecido como conhecimento sensório ou vulgar, o conhecimento empírico é o conhecimento popular. Nesse caso o universo dos objetos físicos é conhecido pela sensação de suas características. Trata-se de um conhecimento que Trata-se obtêm ao acaso, ele não é metódico ou sistemático, resultando muitas vezes em diversas tentativas de ensaio e erro. Todo ser humano, Importante

Para os empiristas não existe conhecimento a priori, sendo a única fonte de

conhecimento a experiência sensorial.

(15)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 15

no transcurso de sua existência, vai acumulando conhecimentos daquilo que viu, ouviu, provou, cheirou e pegou; vai acumulando vivências,vai interiorizando as tradições da cultura da comunidade.

Na verdade, estas experiências que não atendem critérios e sistemas são ingênuas por sua visão global e, sobretudo, desprovidas de críticas e demonstrações, porém oferecem informações de tradições dispensando as análises de credenciais de testemunhos, embasando-se nos fundamentos das crenças tradicionais de uma comunidade.

É óbvio que todo ser humano bem informado traz consigo “conhecimentos” de “psicologia”, “farmacologia”, especialmente algumas mulheres que já tiveram filhos, se vêem “habilitadas” para dar gratuitamente “consultas” e “receitas infalíveis” para as cólicas do recém-nascido e para qualquer dor de cabeça, tem conhecimento de um comprimido ou chá eficaz para o alívio; entretanto, ignoram a composição do comprimido, a natureza da dor de cabeça e a ação do medicamento. E é isto que caracteriza o conhecimento vulgar ou empírico, pois o conhecimento das coisas ocorre superficialmente, seja por informação ou experiência casual (ações não planejadas).

Cabe ressaltar que, para qualquer homem, a porção maior de seus conhecimentos pertence à classe do conhecimento vulgar. Ninguém precisa estudar lógica e aprofundar-se em teorias sobre validação científica da indução ou nas leis mais formais do raciocínio dedutivo para ser natural e vulgarmente lógico; ninguém precisa devotar-se aos estudos mais avançados da psicologia e qualquer outra ciência de saúde para integrar-se na família, no trabalho, na sociedade; ninguém precisa ser teólogo para adotar uma religião e ter suas convicções mais profundas da

Você sabia? Durante um longo período de tempo a ciência priorizou o conhecimento científico em detrimento do conhecimento dito vulgar. Contudo, hoje sabe-se que sérias pesquisas no campo científico só foram possíveis graças a constatações do senso comum. :: Teorias: Nome dado ao sistema organizado de leis, hipóteses, conceitos, definições interligadas e coerentes. A teoria especifica a causa ou mecanismo subjacente responsável pela regularidade descrita na lei. Ex: Teoria Geocêntrica sustentada por Aristóteles, Euclides e Ptolomeu, que foi substituída pela Teoria Heliocêntrica sustentada por Copérnico e Galileu.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 16

ciência, uma vez que as convicções são subjetivas e se traduzem por uma absoluta fixação de enunciados evidentes ou não, verdadeiros ou não.

Vejamos alguns exemplos de aplicações resultantes do conhecimento Empírico:

 A invenção da roda;  A descoberta do fogo;  A medicina popular.

CONHECIMENTO FILOSÓFICO

A palavra “filosofia” tem sido empregada com significados muito diferentes entre si. O significado etimológico rigoroso da palavra de origem grega; quer dizer “amor ao conhecimento”. A tarefa básica do conhecimento filosófico é a reflexão continuada. Os antigos gregos chamavam de “filósofos” aqueles homens mais sábios, que apresentavam as explicações mais razoáveis na sua época para os mistérios da natureza, do pensamento, do universo.

O conhecimento filosófico é caracterizado pela coerência lógica da argumentação, isto é, da trama dos conceitos articulados em determinada formulação de idéias. Na construção desse tipo de conhecimento não há necessidade de uma confirmação experimental. Ele se distingue do conhecimento científico pelo objeto de investigação – constituído por realidades que muitas vezes escapam aos sentidos e a experiência – e pelo

método que se baseia basicamente na interrogação

continuada.

A Filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não traz soluções definitivas para o grande número de questões, contudo leva o ser humano a fazer uso de suas faculdades para Dica do

professor

Um exemplo muito simples desse tipo conhecimento seria o seguinte: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos formas de abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar. :: Método: A palavra método originou-se do grego “methodos”, que significa caminho. Dica de leitura

Para ter acesso a uma leitura facilitada sobre o tema leia a obra:

CORDI, C. et al. Para Filosofar. São Paulo: Scipione, 1996.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 17

ver melhor o sentido da vida (Cervo e Berviam, 2002). O campo da filosofia ultrapassa o campo de todas as ciências. Sua dimensão totalizadora abarca todas as ciências sem, contudo, pretender substituí-las no estudo particular de seus objetos específicos.

Veja alguns exemplos de aplicações decorrentes do conhecimento Filosófico:

 A Matemática;

 A Teoria do Conhecimento;  A Lógica.

CONHECIMENTO TEOLÓGICO OU DE FÉ

O conhecimento teológico ou de fé se detém na opinião de terceiros, de modo especial através da chamada “revelação”. Existem objetos da realidade a nossa volta que escapam tanto aos nossos sentidos quanto ao nosso raciocínio, impedindo assim, que deles tenhamos dados empíricos ou lógicos. Por exemplo: não sabemos ao certo o que alguém está pensando ou sentindo, assim como não sabemos o que acontecerá conosco depois de nossa morte biológica. Nesses casos lidamos com essa realidade através da opinião de terceiros (revelação) aceita como verdade.

O conhecimento revelado ocorre quando há algo oculto ou um mistério. Aquele que manifesta o oculto é o revelador – que pode ser o homem ou o próprio Deus. Em geral a fé teológica está ligada a alguém que testemunha Deus diante de outras pessoas, isto é, alguém que vive o mistério divino, que tem conhecimento dele e o revele a outra pessoa. Um igreja seria constituída por um conjunto de pessoas que vive esse milagre, acredita no mesmo e dá testemunho deste a outros. Importante Ao contrário dos empiristas, os racionalistas defendem que o verdadeiro conhecimento não é fruto de uma experiência sensorial, mas se dá através de uma argumentação racional baseada em axiomas. Importante Este tipo de conhecimento é adquirido a partir dos axiomas da fé teológica. É fruto da revelação com uma divindade

diretamente ou através de indivíduos inspirados.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 18

As verdades do conhecimento teológico estão dispostas em textos como a Bíblia e o Alcorão, ou ainda na tradição que nos é transmitida por terceiros. Não adianta queremos buscar evidências para a Eucaristia ou a realização de um milagre. Ou se acredita naquilo, através dos textos sagrados, como dogma, isto é uma verdade inquestionável, ou não. Como afirma Ruiz (1980):

Se tudo o que está na Bíblia encerra a própria ciência divina comunicada por Deus aos homens; se Deus merece todo crédito e exige que os homens revelem sua palavra, que não se procure a evidência dos conteúdos da revelação divina, mas que se aceite o dogma porque assim foi divinamente revelado.

(p. 33)

O conhecimento teológico supõe uma autoridade e uma lógica acima da compreensão humana, isto é, uma lógica e uma compreensão divinas. A teologia não demonstra o dogma, clama para a autoridade divina que o revelou e exige um voto de confiança (fé). A teologia mostra a existência e a necessidade de uma especial iluminação divina para que o fiel consiga conhecer a verdade divina da revelação. A fonte e o objeto de estudos da teologia são os livros sagrados.

A ciência, nascida da razão, só admite o que foi provado, na exata medida em que se podem comprovar experimentalmente, promovendo desta forma, o conhecimento, a partir da evidência dos fatos. A Filosofia por sua vez também valoriza a lógica e os dados racionais. Já o conhecimento teológico exige a fé que brota do desejo e da submissão, a partir da autoridade divina. Por isso tanto a ciência quanto a Filosofia, não se baseiam no conhecimento de fé.

Como contribuições advindas do conhecimento teológico ou religioso poderíamos citar:

:: Ciência: Segundo Ander-Egg (1991): “A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza”. (Ander-Egg apud Lakatos, p. 15) Para Trujillo (1982): “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado capaz de ser submetido à verificação”. (p. 8). :: Alcorão: O Alcorão é o livro sagrado dos muçulmanos e a Bíblia o livro sagrado dos cristãos.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 19

 O desenvolvimento dos valores morais;

 A criação de princípios e teses sobre o sentido da vida;

 O cultivo da caridade e da esperança.

CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O conhecimento científico vai além do fenômeno em si, se voltando para suas leis, causas e conseqüências, através capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar; de induzir ou aplicar leis, de predizer com significativa e em alguns fenômenos com absoluta margem de segurança, eventos futuros.

Para Cervo e Berviam (2002), até a Renascença o conhecimento científico era tido como o conhecimento obtido a partir de um rígido sistema de proposições rigorosamente demonstradas, constantes e gerais que expressavam as relações existentes entre os seres vivos. Trata-se de um conhecimento resultante da demonstração e da experimentação que só aceitava como verdadeiro aquilo que fosse comprovado. Hoje a concepção de ciência mudou. É óbvio que ela contínua valorizando a razão, a sistematização e a comprovação através da pesquisa, contudo sabe-se que a ciência não é algo acabado, definitivo e infalível. Não sendo de forma nenhuma “a posse de verdades imutáveis” (p. 9).

Atualmente a ciência é entendida como:

uma busca constante de explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus resultados, apesar de sua falibilidade e de seus limites.

(Id., p. 10)

Citaremos algumas características do conhecimento científico:

Dica do professor

Atente para cada uma dessas características citadas nessa página. Certamente você as utilizará no desenvolvimento de seus trabalhos acadêmicos, como a monografia que irá elaborar. :: Leis: Regras de como a natureza se comporta. Enunciados generalizadores que descrevem relações constantes entre os fenômenos. Ex: Lei da queda livre, Leis de Newton, Lei da Conservação da Matéria

(20)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 20

 Explica os fenômenos;  É sistemático e metódico;  É crítico, rigoroso e objetivo;

 Se consolida na certeza das leis demonstradas;

 Procura as relações entre os componentes do fenômeno para enunciar as leis gerais e constantes que regem estas relações;

 Justifica e demonstra os motivos e fundamentos de sua certeza;

 Estabelece leis válidas para todos os casos da mesma espécie que venham a ocorrer nas mesmas condições;

 Resulta de um processo complexo de análise e de síntese;

 Fundamenta-se na objetividade e evidência dos fatos.

SOBRE O ESPÍRITO CIENTÍFICO

O tão falado “espírito científico” pode ser entendido como uma atitude ou disposição subjetiva que busca constantemente novas soluções, com métodos adequados, para problemas e interrogações que caracterizam a pesquisa.

ALGUMAS APLICAÇÕES RESULTANTES DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Nos últimos 350 anos de história da humanidade constatamos que a Terra é um planeta; que o Sol é uma estrela de quinta grandeza, que as órbitas dos planetas são elípticas, que os corpos biológicos são compostos de células, que os corpos físicos se formam e se sustentam em várias cadeias de átomos, que a luz é um fenômeno físico, dentre outras inúmeras descobertas, estimamos que o homem teria de 20 a 25 mil genes dentre outras inúmeras descobertas. Entendemos certas leis do universo e criamos instrumentos e ferramentas que ampliaram nossos sentidos e elevaram nossa qualidade de vida. Todas essas descobertas e invenções servem para exemplificar a importância do chamado ESPÍRITO CIENTÍFICO.

(21)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 21

De um modo geral o espírito científico, na prática, traduz-se por uma mente crítica, objetiva e racional;

A objetividade é uma característica básica do espírito científico. O que vale não é o que o cientista imagina ou pensa, mas sim o que realmente existe. A objetividade do espírito científico não aceita soluções parciais ou pessoais – o “eu acho...”, ou “penso ser assim...”; não satisfazem à objetividade do saber científico.

Para o pesquisado português Lobo Vilella (1959):

O que caracteriza o espírito científico é a meticulosidade que põe na observação dos factos, a argúcia com que descobre analogias e relações pouco aparentes, a disciplina com que submete as suas interpretações à verificação experimental, o sentido estético da harmonia interna do mundo, o amor desinteressado da verdade.

(p.15-16)

QUALIDADES DO ESPÍRITO CIENTÍFICO

A partir do que aprendemos sobre o espírito científico podemos apontar algumas de suas principais qualidades:

 Virtude Intelectual:

Senso de observação, gosto pela precisão e pelas idéias claras. Imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova.

 Curiosidade:

Leva o sujeito a aprofundar os problemas na sagacidade e poder de discernimento.

Importante

Por isso no que se refere à escrita de qualquer trabalho acadêmico não se deve usar termos como “eu acho”, “penso”, “acredito”, “deve ser isso”, pois os mesmos fogem a objetividade científica fazendo com que o trabalho se assemelhe a opiniões de senso comum ou crenças pessoais. Dica do professor Tais qualidades podem ser traduzidas como ferramentas que deverão ser empregadas por você na elaboração de seu trabalho monográfico ou qualquer outro tipo de trabalho científico que pretenda desenvolver. Esperamos que nossa disciplina apenas reforce em você estas qualidades, de modo a fortalecê-las ainda mais.

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Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 22

 Humildade:

Moralmente o espírito científico assume a atitude de humildade e de reconhecimento de suas limitações, das possibilidades de certos erros e acertos e enganos.

 Imparcialidade:

O espírito científico é imparcial. Não torce os fatos. Respeita escrupulosamente os fatos.

 Não é acomodado:

Procura manter sempre em constante estado de vigília a curiosidade e a postura investigativa necessário ao desenvolvimento de uma pesquisa.

 Honestidade:

Não admite como seu o que os outros já fizeram (Plágio); busca se comprometer com a verdade dos fatos que investiga.

 Coragem:

Enfrenta os obstáculos e perigos que uma pesquisa possa oferecer.

 Ética:

Assume a atitude de humildade e de reconhecimento de suas limitações, da possibilidade de cometer erros e enganos e de reconhecer outros trabalhos científicos tão ou mais importantes do que o seu.

EXERCÍCIO 1

A partir do que estudamos anteriormente responda as questões abaixo: 1) O que é conhecimento? ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Para refletir Quais dentre as qualidades citadas você considera mais desafiadoras? Que outra qualidade você julga ser importante para os que desejam cultivar um espírito científico? Não deixe de ir registrando suas reflexões. Busque resolver os exercícios abaixo e até nossa próxima aula.

(23)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 23

2) Qual é a importância do conhecimento científico para o desenvolvimento da sociedade? ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

3) Quais seriam as principais diferenças do conhecimento científico em relação aos demais?

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

EXERCÍCIO 2

Faça um resumo das principais características dos cinco tipos de conhecimento estudados nessa aula. Esse tipo de exercício lhe auxiliará consideravelmente a fixar o conteúdo estudado. Experimente!

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

 Estudamos o significado de conhecimento enquanto uma relação entre sujeito e objeto através da análise de cinco de suas expressões: conhecimento intuitivo, empírico, filosófico, de fé e científico;

(24)

Aula 1 |Reflexões sobre o conhecimento 24

 Aprendemos a diferenciar e reconhecer propriedades comuns entre os cinco tipos mais conhecidos de conhecimento;

 Destacamos o papel do conhecimento científico como um tipo de conhecimento diferenciado que se pauta em uma metodologia própria e foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade;

 Por fim, refletimos juntos sobre o que seja espírito científico, suas características e a importância de seu cultivo por parte daqueles que desejam ingressar no terreno da pesquisa e contribuir para o desenvolvimento da ciência.

(25)

O Valor do Estudo

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Apresen

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Nesta segunda aula iremos aprender sobre diferentes estratégias de acesso a informação e produção do conhecimento através do estudo. A chave para a elaboração de uma monografia de qualidade é o estudo prévio que fundamenta o trabalho, fornece novas idéias ao pesquisador e o auxilia no sentido de perceber a relevância e a originalidade do trabalho a ser desenvolvido.

No decorrer da aula, serão destacados pontos importantes para que você possa estudar melhor trazendo uma série de dicas que irão auxiliá-lo desde a preparação exterior do local de estudo até a preparação interior do aluno no sentido de estimular funções mentais superiores como atenção, memória e criatividade. Aproveite as dicas fornecidas nesta aula não apenas para a preparação de sua monografia, mas em seu curso como um todo visando o aperfeiçoamento de seus estudos.

Objetivo

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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Reconhecer a importância do estudo e adquirir dicas sobre como torná-lo mais eficiente aplicado à produção de um trabalho monográfico;

 Conhecer técnicas voltadas a práticas de estudo como produção de fichas, esquemas, resumos e outros;

 Ajudá-lo a aperfeiçoar seus estudos e aprimorar seu senso científico.

(26)

Aula 2 |O valor do estudo 26

O hábito de estudar

Um dos principais objetivos dos cursos universitários é o de desenvolver nos estudantes o espírito científico coletivo marcado pela produção acadêmica. Entretanto, nada se conseguirá neste sentido se os iniciantes em trabalhos científicos não tiverem adquirido hábitos de estudo sistemáticos através da utilização de métodos e técnicas adequadas e previamente estipuladas.

Desse modo, a primeira etapa que o aluno precisa vencer para se tornar um estudioso é conhecer e utilizar procedimentos que facilitem os seus estudos. Pesquisas realizadas comprovam a validade de tal afirmativa. Completando tal observação, Severino (1994) adverte que o ensino superior exige dos universitários:

 Autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade didática rigorosa, crítica e criativa;

 Projeto de trabalho intelectual individualizado, apoiado em material didático e científico que se constitui, basicamente, na bibliografia especializada.

Sobre a pesquisa bibliográfica e formação de um acervo pessoal, vale aqui algumas dicas:

Existem livros fundamentais (às vezes clássicos) nas diferentes áreas do conhecimento que devem ser adquiridos ou pelo menos pesquisados;

A assinatura de revistas especializadas é um hábito a ser cultivado, uma vez que os relatórios de pesquisa e as descobertas nas diferentes áreas do Dica do

professor

Repare que mesmo nos cursos a distância, como é o caso deste que você está fazendo, estas exigências

permanecem. Por isso se você quer ser bem sucedido em nossa graduação atenção as mesmas, OK? Dica do professor É interessante cultivar o hábito de tirar uma cópia de matérias de jornais ou revistas, uma vez que estas também podem ser aproveitadas futuramente em seus estudos e quem sabe até no seu trabalho monográfico. Procure arquivar as mesmas por assunto de modo a facilitar sua consulta e aproveitamento posterior. Esta é, portanto, uma dica barata e eficiente.

(27)

Aula 2 |O valor do estudo 27

conhecimento, antes de aparecerem em livros, são publicadas em revistas e jornais. As revistas também oferecem a oportunidade de se ampliar a bibliografia sobre determinado assunto com novas e atualizadas referências.

É importante que o estudante universitário acostume-se com o ambiente das bibliotecas, embora em algumas delas o acervo seja limitado e pouco renovado. De qualquer maneira, o estudante deve freqüentá-las, explorá-las. No caso das bibliotecas universitárias, é lá se encontram obras de referência geral, periódicos, livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado etc.

As bibliotecas são organizadas no sentido de auxiliar os leitores e pesquisadores. Assim, seu acervo se apresenta classificado por assunto, título e autor, em fichas individuais reunidas em fichários por ordem alfabética. Nas fichas, além de dados sobre a obra e o autor, está registrada a referência da obra (código da biblioteca), através da qual ela é localizada nas prateleiras. Muitas bibliotecas são informatizadas oferecendo uma alternativa de organização mais moderna.

Atualmente existem uma série de revistas e artigos eletrônicos que vale a pena consultar e conhecer melhor de forma rápida, prática e dinâmica. As chamadas bibliotecas virtuais, por exemplo, são uma forma bastante otimizada e eficiente de ter acesso a uma bibliografia atualizada sobre aquilo que o estudante pesquisa. Mesmo tendo o devido cuidado de citar apenas sites confiáveis, é impossível deixar de considerar a grande quantidade de material disponível na internet que ainda sequer foi publicado. É possível ainda ter acesso a várias obras disponibilizadas na íntegra

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Aula 2 |O valor do estudo 28

na internet por um preço bem mais acessível do que se estas fossem adquiridas.

Além do estudo, através de fontes bibliográficas e webgráficas, outras modalidades de aprendizagem e estudo são os encontros, seminários, congressos, palestras, mesas redondas etc., que devem acompanhar o estudo pela vida toda. A princípio como participante, em seguida fazendo pequenas comunicações e, no decorrer da vida profissional, integrando mesas-redondas, fazendo palestras etc.

Outro aspecto a considerar, principalmente por todos aqueles que não têm muito tempo, uma vez que precisam trabalhar e estudar, é o planejamento das atividades de estudo e a divisão adequada do tempo através de uma programação. Não se pode fazer um curso se não houver tempo disponível para estudar e refletir.

De fato, o pesquisador não pode deixar de programar “seu tempo”, pois sem essa administração do mesmo é difícil cumprir prazos de trabalho e fazer um estudo sério e aprofundado. Além disso, o contato com outros ambientes e culturas pode, sem dúvida, enriquecer sua criatividade e estimular seu senso crítico.

Para quem quiser tirar a prova do quanto a internet pode auxiliar o trabalho do pesquisador vale consultar o Scielo (http://www.scielo.br).

A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Dica do professor

Olha o tempo! Você já pensou em planejar melhor seu tempo na realização deste curso? Esse é um bom questionamento. Lembre-se de que num curso a distância a dedicação aos módulos de estudo são fundamentais e, evidentemente, exigem certo tempo

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Observem as recomendações de Galliano (p.61) sobre a utilização do tempo:

 Planeje seu tempo – essa é a forma correta de “ganhar” tempo para o estudo;

 Procure utilizar melhor de períodos vagos em sua atividade;

 Substitua o horário de uma ou mais atividades não-essenciais para obter mais tempo de estudo;

 Não estabeleça períodos muito longos de estudo sem pausa para descanso (...).

TÉCNICAS DE LEITURA

Vejamos agora algumas técnicas de leitura que podem tornar nosso estudo mais proveitoso e eficaz, especialmente se você não dispõe de tempo.

Galliano (1986) nos lembra que toda leitura é feita com um propósito que pode ser a investigação, a crítica, a comparação, a verificação, a ampliação ou integração do conhecimento. Para atingir esse propósito devemos identificar as idéias principais doautor. Ocorre que poderemos estar lendo um artigo, um livro, um capítulo de livro, ou mesmo um simples parágrafo. Mandam os especialistas que se proceda, inicialmente, a uma leitura integral do texto visando identificar as idéias centrais do mesmo.

Cada capítulo ou unidade pode conter uma ou mais idéias-chaves que se articulam com o objetivo central da obra estudada. Trabalhar a leitura a partir da identificação de tais idéias facilita a sua compreensão, na medida em que o texto fica, assim, dividido em blocos que vão sendo sucessivamente estudados a partir de suas idéias centrais.

:: Leitura Integral:

Essa leitura integral inicial é chamada muitas vezes de leitura transversal. Não se trata de ler o livro da primeira página a última e sim dar uma folheada no seu estilo, estruturação de capítulos, bibliografia, autores citados etc.

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Em algumas ocasiões, a idéia principal está explícita e é facilmente identificada. Em outras, ela se confunde com as idéias secundárias. Quando se procura a idéia principal do autor em uma obra, usam-se técnicas facilitadoras como a leitura do índice, dos títulos e subtítulos, prefácio, introdução etc. (Salomon, 1994).

A TÉCNICA DE ESQUEMATIZAR

O esquema é UMA REPRESENTAÇÃO SINTÉTICA DO TEXTO ATRAVÉS DE GRÁFICOS, CÓDIGOS E PALAVRAS. Por isso, é importante que este seja organizado segundo uma seqüência lógica onde se destaquem em primeiro lugar as idéias principais, seguidas por aquelas a elas subordinadas de maneira que seja esclarecido o inter-relacionamento de fatos e idéias a estas relacionadas.

A elaboração de esquema exige a participação ativa do leitor na assimilação do conteúdo, levando-o, também, a uma avaliação sobre a lógica do texto. Para Salomon (1994), as principais características de um bom esquema são:

 Fidelidade ao texto;  Estrutura lógica;

 Adequação ao assunto estudado;  Utilidade;

 Cunho pessoal.

Algumas pessoas têm grande facilidade de trabalhar com esquemas criando vários ao longo de cada parágrafo lido, criando um esquema maior por capítulo ou unidade, ou ainda elaborando um grande esquema como síntese de toda a obra (livro, artigo, pesquisa etc.). Dica do professor Experimente esquematizar um pequeno texto e depois analise o mesmo com relação às características assinaladas por Salomon. Dica do professor Experimente esta técnica com um texto qualquer. Assim como as demais apresentadas ela pode ser bastante útil. Um esquema bem feito por vezes traduz com clareza o raciocínio de um autor. Dica do professor Durante a leitura é pertinente escrever um resumo do texto que estamos lendo. Assim fixamos melhor seu conteúdo e juntamos um material

interessante que pode servir para um aproveitamento posterior.

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A TÉCNICA DE RESUMIR

O resumo nada mais é do que uma CONDENSAÇÃO DO TEXTO REUNINDO SUAS IDÉIAS CENTRAIS. O mesmo pode também trazer a interpretação do leitor, desde que este o faça separadamente a fim de que não se confunda as idéias do autor com as idéias do leitor.

Um dos objetivos do resumo é o de abreviar as idéias do autor, sem, contudo, a concisão de um esquema. Quando você considerar relevante, faça transcrições de palavras do próprio autor, colocando-as entre aspas e o número da página entre parênteses. As observações e interpretações pessoais, bem como as referências bibliográficas, acompanham o resumo, sem prejudicar a fidelidade ao texto. Essa técnica pode ser extremamente útil durante a construção de sua monografia no momento em que você tiver de fazer citações importantes sem ter que voltar a leitura de toda obra para achar a idéia que você pretende enfatizar.

DICAS GERAIS

 Leia cada página das obras fazendo anotações e registrando suas dúvidas e colocações pessoais;

 Construa uma espécie de resumo pessoal do material que você colocou, pode ser uma espécie de fichamento com observações e pontos que você destacaria em relação ao mesmo ou ainda registros em um caderno com resumos esquemáticos. Escolha a técnica com a qual você melhor se identifica;

Importante Provavelmente nem todas as dicas sugeridas se aplicam a você. Procure identificar nos diferentes itens as dicas que lhe dizem mais respeito procurando colocá-las em prática levando em consideração as suas dificuldades. Dica de leitura Você terá oportunidade de aprofundar melhor esta e outras técnicas através da leitura do livro: LAROSA, M. e ARDUINI, F. Como elaborar uma monografia? Rio de Janeiro: WAK , 2002.

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 Elabore mapas, desenhos, gráficos e diagramas. Estes também podem auxiliá-lo em seus estudos, especialmente quando se trata da análise de um conteúdo mais extenso e complexo;

 Aproprie-se das obras consultadas. Se você tire xérox para que você possa: sublinhar, rabiscar, fazer anotações, enfim aproveitá-la ao máximo; pois na hora de uma consulta rápida isso poderá lhe facilitar bastante;

 Siga as dicas das caixinhas laterais. A função das mesmas é contribuir e facilitar o seu processo de aprendizagem;

 Reveja a bibliografia, se possível busque ter acesso a, pelo menos, algumas das obras citadas, através de empréstimos em bibliotecas, por exemplo;

 Faça a si próprio a pergunta: "que significa

isso?". Se houver dúvida, volte a estudar objetivando esclarecer o porquê das mesmas;  Ao estudar procure se concentrar de fato no

que está lendo, procurando compreender e memorizar o conteúdo das leituras;

 Não tente estudar tudo ao mesmo tempo, estabeleça algumas metas como três páginas por dia ou algo semelhante de acordo com sua disponibilidade;

 Lembre-se de que a aprendizagem é como uma corrente: cada elo seguinte depende do elo anterior. Quando encontrar uma dificuldade, procure o elo que está faltando. Se você não consegue aprender alguma coisa, não é por fal- Importante

Essa página resume os principais pontos sobre o que conversamos até agora. Leia com atenção cada item e lembre-se de que queremos apenas auxiliá-lo em seus estudos. Cada pessoa tem um jeito de estudar e respeitamos isso. Queremos oferecer a você a oportunidade de tornar seus momentos de estudo ainda mais eficientes e enriquecedores. Esperamos que todas as dicas dadas contribuam nessa direção.

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Aula 2 |O valor do estudo 33

ta de inteligência: Muitas vezes falta aprender algo que serve de base à novas aprendizagens;

 Caso as dúvidas persistam não hesite em entrar em contato com a Tutoria;

 Certa rotina de trabalho é fundamental. É fácil se deixar levar pelo comodismo de sempre e adiar o começo da tarefa. Evite atrasos e procure trabalhar sempre no mesmo lugar. Isso facilita a concentração e cria hábitos produtivos. Acostume-se a estudar num mesmo local e num mesmo horário. Ao contrário do que possa parecer, isso poderá ajudá-lo bastante;

 Disponibilize um canto de estudo que seja sossegado, arejado e bem iluminado;

 Não tenha fontes de distração que poderão atrapalhá-lo como, por exemplo, o celular, o rádio e a TV;

 Ao interromper o estudo, deixe um sinal específico para retomar a aprendizagem exatamente de onde parou, sem perda de esforço ou de tempo;

 Mantenha sempre acesa sua motivação e você terá muito mais chances de alcançar seus objetivos.

A DOCUMENTAÇÃO PESSOAL

Tendo conversado sobre técnicas para que você possa aperfeiçoar suas habilidades de estudo e leitura chegou então o momento de tratarmos especificamente da documentação pessoal, em especial as fichas e sua organização em fichários.

Importante

Esteja atento aquilo que o autor está chamando atenção nesse trecho, pois entendemos que a prática da leitura analítica lhe será bastante útil no processo de coleta de dados para a sua monografia.

Dica do professor

Hoje existem vários programas

organizadores que facilitam esse trabalho com o uso de ícones, pastas coloridas e até sons. Procure se informar sobre estas facilidades.

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Aula 2 |O valor do estudo 34

Tudo que for do interesse e oferecer importância e utilidade na área acadêmica ou profissional do estudante pode ser documentado: leituras, idéias pessoais, debates, palestras etc. pode ser documentado. A maneira mais indicada é fazer registros em fichas e organizá-las em fichários. Atualmente, a informática está introduzindo novos procedimentos; estes procedimentos variam de pessoa a pessoa.

As fichas permitem aos estudantes guardar com exatidão dados coletados em diferentes fontes e que servirão para o seu estudo. É preferível o uso de fichas do que o de cadernos, devido às facilidades que elas oferecem para manipulação e arquivamento. Existem diferentes tipos de fichas segundo os objetivos a que se destinam e que recebem diferentes denominações. Em nosso caderno, adotamos a nomenclatura usada por Lakatos (1987): ficha bibliográfica, ficha de citações, ficha de resumo e ficha analítica.

A utilização de fichas e sua organização em fichários pode ajudar significativamente o aluno fornecendo-lhe de forma rápida e prática subsídios valiosos. Lakatos (1987) é um dos autores que aborda a questão do aspecto físico, da composição, dos respectivos conteúdos, tipos de fichas (com exemplos concretos dos mesmos) etc.

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FICHA BIBLIOGRÁFICA

Vale enfatizar que uma ficha bibliográfica pode incluir a obra inteira ou parte dela.

Ao elaborar a ficha deve-se:

 Ser breve – quando houver necessidade de pormenores, deve-se fazer ficha resumo e não a bibliográfica;

 Empregar verbos ativos – exemplo: autor analisa, define, conclui, apresenta etc.;

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Aula 2 |O valor do estudo 36

Neste tipo de ficha são reproduzidas frases e parágrafos inteiros ou parte deles. O sinal (...) indica a supressão de partes do texto.

Ao elaborar a ficha deve-se tomar alguns cuidados:

 Colocar aspas no início e término das citações;

 Indicar, após cada citação, o número da página;

Veja o exemplo:

FICHA DE RESUMO (DE CONTEÚDO)

Como é possível notar, a Ficha de Resumo, por sua vez, apresenta a essência do texto numa síntese

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elaborada pelo leitor. Embora seja mais detalhada do que a ficha bibliográfica, ela não é tão longa quanto esta.

Vejamos agora então um exemplo de uma ficha analítica também elaborada a partir do mesmo artigo trabalhado nos dois artigos anteriores:

FICHA ANALÍTICA

A Ficha Analítica traz os seus comentários pessoais sobre aquilo que o autor defende em sua obra. Neste tipo de ficha em particular, é possível tecer comparações entre diferentes teorias e obras já lidas anteriormente, bem como fazer classificações, críticas e observações particulares, tomar posição diante das idéias, fatos e teorias lidos dentre outras possibilidades.

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EXERCÍCIO 1

Experimente elaborar os quatro tipos de fichas que vimos anteriormente a partir de um artigo na área de Educação. Use as linhas abaixo para anotações gerais.

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

EXERCÍCIO 2

A partir do que estudamos anteriormente responda as questões abaixo:

a) É possível desenvolver hábitos de estudo? Como? b) Dentre as técnicas de leitura citadas diga qual foi

a que você se identificou mais? Justifique sua resposta.

c) O que você pretende fazer para aproveitar melhor o seu tempo de estudo?

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

 Analisamos algumas técnicas que poderão lhe auxiliar em sua pesquisa como aquelas voltadas para a leitura e a elaboração de esquemas, resumos e fichamentos;

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Aula 2 |O valor do estudo 39

 Conferimos, através de análise de alguns exemplos, como tais técnicas são práticas e fáceis de serem efetivadas podendo servir de auxiliar durante seus estudos;

 Refletimos sobre a importância de um estudo organizado e metódico que favoreça o pesquisador em seu trabalho de coleta de dados, construção de hipóteses e aprofundamento em sua temática de estudo.

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Afinal, o que é

Pesquisa?

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Nesta terceira aula iremos estudar a pesquisa e sua importância para a continuidade do desenvolvimento científico. Do mesmo modo terá a chance de conhecer e aprender diferentes técnicas de estudo que servem tanto a coleta de dados como também a uma análise mais depurada dos mesmos no ato de elaboração de uma pesquisa científica.

De uma forma prática e direta você terá acesso a uma série de dicas que poderá aplicar de forma imediata em seus estudos até mesmo desse caderno em análise auxiliando-o a destacar idéias chaves, fazer fichas resumo e assinalar pontos de um determinado trecho de uma obra de forma organizada para que você possa utilizá-la futuramente.

Finalizando esta aula iremos refletir um pouco sobre alguns dos principais paradigmas da pesquisa científica tentando entender o reflexo destes em diferentes momentos da história da ciência.

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Refletir melhor sobre o que seja pesquisa e sua importância para o desenvolvimento da pesquisa científica;

 Conhecer as diferenças e semelhanças entre as metodologias do tipo quantitativa e qualitativa e seu emprego de acordo com o tipo de pesquisa desenvolvida e o objeto de estudo em análise;

 Ter acesso a diferentes formas de análise de materiais de modo a permitir uma leitura mais organizada e crítica dos mesmos e favorecer a elaboração de pesquisas nos mais diferentes campos.

 Conhecer de forma sucinta alguns dos principais paradigmas da pesquisa científica tais como: o Positivismo, a Fenomenologia e o Materialismo Dialético.

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Aula 3 |Afinal, o que é pesquisa? 42

Pesquisa: a origem do termo

Não há dúvidas de que a pesquisa faz parte de nosso cotidiano enquanto uma atividade intelectual que resulta da relação do homem com o mundo a sua volta. Mesmo sem ter muita clareza do que esta seja, todos nós, em algum momento já efetivamos algum tipo de pesquisa. Quando nos informamos sobre a forma de chegar a algum lugar, ou quando procuramos por um determinado endereço numa lista telefônica, quando queremos saber como estará o clima em determinado local antes de viajarmos até o mesmo, ou ainda quando investigamos melhor uma determinada questão, em todos estas situações estamos fazendo um tipo de pesquisa. Em uma primeira concepção podemos dizer que a pesquisa é:

O termo “pesquisa” possui uma dupla origem: espanhola e latina. Segundo o pesquisador Marcos Bagno (2000) já existia em latim o verbo perquiro, que significava “procurar; buscar com cuidado; informar-se;

inquirir; perguntar; indagar bem”. O particípio passado

desse verbo latino era perquisitum. Com o tempo o primeiro R se transformou em S na passagem do latim para o espanhol, originando o verbo pesquisar que conhecemos hoje.

De maneira geral, a pesquisa faz parte do nosso cotidiano sendo difícil imaginar qualquer ação humana que não seja precedida por algum tipo de investigação. Uma investigação, por sua vez, tem como base a informação que nos chega através dos programas de TV, rádio, jornais, revistas e até nos comunicados gerais de instituições escolares e empresariais como boletins e circulares. Assim sendo, podemos afirmar

Uma investigação, busca ou estudo metódico com a finalidade de descobrir ou estabelecer princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento.

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Aula 3 |Afinal, o que é pesquisa? 43

que a troca de informações ajuda a formar o conhecimento cotidiano, ou seja, a estarmos “informados” sobre os fatos. Contudo, tudo isso não passa de um conjunto de informações superficiais, se sobre os mesmos não houver um trabalho de reflexão e análise. Em outras palavras, o conhecimento virá a partir do momento em que o indivíduo se interessar por determinado assunto e refletir sobre este, sem se contentar com o óbvio, através de um trabalho mais sério de aprofundamento e “pesquisa”.

Poderíamos reproduzir o que acabamos de estudar através do esquema abaixo, apresentando a pesquisa como um caminho para a produção do conhecimento.

A aplicação do conhecimento no dia-a-dia, isto é, o caminho da valorização e da prática daquilo que foi fruto de uma reflexão e uma pesquisa mais apurada corresponde ao que nós chamamos de sabedoria. De nada adiantaria pesquisarmos meses sobre a melhor compra de um imóvel se na hora de fecharmos o negócio, ignorássemos esse trabalho de pesquisa.

A PESQUISA LEVADA A SÉRIO

É preciso deixar claro, contudo, que não é desse tipo de pesquisa que vamos nos ocupar aqui. A pesquisa que nos interessa nesse caderno é um tipo

Para refletir

Você já tinha parado para refletir sobre isto?

O quanto nós fazemos pesquisa sem ter consciência de que o fazemos? Será que em nossas salas de aula temos realmente estimulado os nossos alunos a simplesmente trocar informações ou serem verdadeiros produtores de conhecimento? Reflita e se possível não deixe de anotar suas reflexões, pois elas podem ser muito úteis.

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Aula 3 |Afinal, o que é pesquisa? 44

especial de pesquisa, ou seja, a pesquisa científica, que pode ser entendida como:

A pesquisa pode ser pensada como o caminho para se chegar ao conhecimento e a ciência, devendo esta última ser igualmente entendida como um tipo de conhecimento fruto de um estudo formal, metódico e sistematizado de forma científica. De fato, a pesquisa é o fundamento de toda e qualquer ciência seguindo uma metodologia específica, o chamado método científico:

Quando falamos em metodologia da pesquisa estamos nos referindo, portanto, aos estudos desses procedimentos diferentes voltados para o desenvolvimento de uma pesquisa. Os métodos de estudo e pesquisa tornam mais eficaz e rápida a busca de respostas a um dado problema, o saneamento da inquietação e a resolução da dúvida.

Já vimos o significado do termo pesquisa, agora vejamos o que significa a palavra método. Esta palavra origina-se do grego meta (ao longo de) e hodós (caminho), portanto, significa caminho para se chegar a um objetivo ou a um determinado resultado. Assim, a metodologia do estudo é um caminho que o estudante trilha, adquirindo durante o percurso os instrumentos exigidos para obter êxito no seu trabalho intelectual.

A escolha de que meio, instrumento, ou procedimento deverá ser adotado para o desenvolvimento de uma pesquisa deverá ser realizada pelo pesquisador em função dos resultados que

Uma investigação feita com o objetivo expresso de obter conhecimento específico e estruturado sobre um assunto preciso.

Método científico é o conjunto de princípios e

procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento de forma eficiente através da pesquisa.

Para pensar

A pesquisa faz parte de nosso cotidiano. Pesquisamos em diferentes situações. Quando compramos algo, quando queremos saber sobre o tempo ou conhecer mais sobre alguma coisa. Logo não se preocupe, pois pesquisar é uma atividade bem simples. Dica de leitura Consulte também sobre Método Científico a obra de CHIZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais (1995), São Paulo: Cortez, 1995.

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Aula 3 |Afinal, o que é pesquisa? 45

pretende obter. A grosso modo poderíamos tecer a seguinte comparação: uma pá é mais eficiente do que uma picareta para cavar, assim como esta última é mais eficiente do que a primeira para fazer um buraco no cimento. Por isso a importância de se definir o tipo de pesquisa e da escolha do instrumental ideal a ser utilizado. A escolha de instrumentos inadequados ou na ignorância de determinados procedimentos pode comprometer de forma parcial ou total os resultados de uma investigação científica.

Não existem regras fixas que possam, se adotadas, gerar resultados completamente livres de erros e/ou desvios, bem como também, não existe nenhuma área do conhecimento limitada a um conjunto fixo de métodos. A ciência é dinâmica e, por conseguinte, novos métodos podem ser desenvolvimentos e aprimorados em qualquer tempo e lugar. O fato é que o conhecimento do método é de extrema importância para uma boa condução de um processo de pesquisa bem como de sua avaliação.

IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

Para Deslandes (1994) a pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino. Não se trata de um ato isolado como afirma Demo (2000), mas sim uma “atividade processual de

investigação diante do desconhecido e dos limites que a natureza e a sociedade nos impõem” (p.16). Assim

sendo, fica claro entender porque sem pesquisa não há ciência e, se não há ciência, elementos como tecnologia e mesmo o progresso também ficam comprometidos. Devido a sua importância, não apenas as universidades, mas quase todas as grandes empresas do mundo de hoje possuem departamentos voltados para as áreas de pesquisa e desenvolvimento sempre

Importante De maneira geral o objetivo da pesquisa é o homem, seu bem estar e a atenção de suas necessidades. A pesquisa pode ser direcionada a produtos e serviços, mas o ser humano será sempre o principal beneficiário. Importante A pesquisa é um labor porque demanda esforço pessoal na busca de informações sobre o fenômeno observado que toma certo tempo e exige esforço dos que a ela se dedicam.

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