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I) O HOSPITAL REAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA E PORTUGAL: MATERIAIS E OFICIAIS, UMA RELAÇÃO ENTRE OS DOIS

III JOÃO DE CASTILHO: A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE UM MESTRE PENINSULAR.

III. I) O HOSPITAL REAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA E PORTUGAL: MATERIAIS E OFICIAIS, UMA RELAÇÃO ENTRE OS DOIS

LADOS DA FRONTEIRA.

Concluída a parte estrutural da capela366, fica a carecer somente o

trabalho de escultura de vulto. Através da documentação, sabemos que esse

363 ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit., p. 34.

364 Conforme nos revela a documentação apontada por Roselde Valdés, a obra do zaguán ou

entrada do Hospital Real, ficou a cargo do canteiro de Pedro de Oryona entre 21 de Outubro de 1510 e o ano de 1512, data em que se conclui os trabalhos. Cf. ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit., p.110.

365 A 17 de Dezembro de 1509, é pago 3060 maravedis a Pedro Omono, para a colocação dos

canos que contornam a capela e que ficam na parte superior dos telhados. Também nesta data celebra-se contrato como o vidreiro, Diego de Santillana, para a execução de trabalho de vidraria. Cf. ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit.p. 35.

366 Nos finais de 1510, Francisco Vargas e Juan de los Cuetos, executam a inscrição na cornija da capela, sendo as letras pintadas por Francisco Gallego, entre Fevereiro e Abril de 1511.

trabalho ficou a cargo do francês Nicolau de Chanterene367, nomeadamente

entre Agosto e Setembro de 1511368, conforme é mencionado nas notas de

pagamento, onde é referido que o mestre executou quinze estátuas de vulto369

em pedra de Ançã.

Como é sabido, existe uma fortíssima relação entre o estaleiro do Hospital Real de Compostela e o território português.

Primeiramente, verificamos essa relação ao nível dos recursos materiais. Está documentado que, entre os anos de 1506 a 1510/11, existe uma sistemática aquisição de pedra e cal de qualidade no território português, sendo a zona preferencial o território do Mondego. Cabe aqui salientar, que também a catedral de Santiago de Compostela adquire em Coimbra, a 16 de Junho de 1521, cal para as obras do claustro catedralício370, onde, Juan de

Álava, é o mestre maior da obra e onde colabora, entre outros, Martin Blás371.

367 Sobre a actividade do escultor Nicolau Chanterene vide GRILO, Fernando Jorge Artur,

Nicolau de Chanterene e a Escultura do Renascimento em Portugal, Dissertação de

Doutoramento em História de Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2000; Idem, "Nicolau Chanterene escultor e arauto de D. João III", Clio: Revista de

História da Universidade de Lisboa (Nova Série), vol. 9, nº 0, 2003, pp. 87-106; Idem, “Nicolau

Chanterene na corte de D. João III em Évora (c. 1532 - c. 1542) cultura e arte no Renascimento em Portugal”, Artis, nº 3, Lisboa, 2004, p. 141-160. DIAS, Pedro, O Fydias

peregrino: Nicolau Chanterene e a escultura europeia do Renascimento, Coimbra, Instituto de

História da Arte, 1996; Idem, Nicolau Chanterene. Escultor da Renascença, Lisboa, Publicações Ciência e Vida, 1987.

368 Após este pagamento, Nicolau de Chanterene deixa de surgir na documentação e só em 1517 voltamos a ter notícias concretas do mestre, desta feita integrando o grande estaleiro de Santa Maria de Belém. Segundo nos refere Fernando Grilo, o mestre Nicolau poderá ter encetado um conjunto de viagens pelo território espanhol ou até mesmo ter integrado um outro estaleiro que os irmãos Egas traziam a seu cargo em Toledo, Granada, Saragoça ou Salamanca. Cf. GRILO, Fernando Jorge Artur, Nicolau de Chanterene (...), pp. 160.

369 A par das quinze esculturas de vulto que realiza Nicolau de Chanterene, também é sabido,

por intermédio da documentação, que um tal de Pedro francês teve a seu cargo a execução de uma escultura, embora se pense que este imaginário tenha trabalhado em colaboração com o mestre Nicolau. Cf. Idem, pp. 81-83.

370 Cabe aqui salientar que também a catedral Santiago de Compostela recorrer a Portugal em busca de recursos matérias, neste caso é cal de qualidade para as obras que se realizam no claustro da catedral. Em documento de 16 de Junho de 1521, surge uma queixa junto das autoridades sobre o preço que se praticava em relação à cal. Maria Carrasco disse que seu

A cal, após a sua aquisição, embarcava em Buarcos e seguia para a Galiza através do frete marítimo. O mesmo sistema é aplicado à pedra branca adquirida nas pedreiras de Ançã. Face ao desprovimento da Galiza deste material, será nas ditas pedreiras que os oficiais do estaleiro compostelano encontram o recurso indispensável para as suas necessidades, nomeadamente para ser aplicada em decoração arquitetónica e no trabalho de escultura, como é o caso das esculturas realizadas por mestre Nicolau.

Decerto que o volume de material adquirido seria considerável, só dessa forma se justifica que estaleiro galego radique oficiais em terras do Mondego para o provimento de materiais. Exemplo disso mesmo é a presença

marido, mestre Martin (Martin Blás), recebeu uma carta de Coimbra e proveniente de um mestre de Portugal, possivelmente de Chanterene ou de Diogo de Castilho, onde se dizia que o escrivão da obra da catedral de Compostela, Alonso Costa, estabelecia, em Coimbra, um determinado preço com o mestre da cal e em Compostela cobrava outro aos obreiros e cabido. Este facto será ainda comprovado pela declaração de Fernán Carrasco.

Archivo de la Catedral de Santiago de Compostela (ACS): Colección de documentos sueltos,

nº 36. Publ. PANTIN, Alberto Rodriguez, Aportación documental sobre la actividad artística compostelana de la primera mitad del siglo XVI. Los fondos del archivo histórico de la Universidad de Santiago, tese de licenciatura apresentada à Universidade de Santiago de

Compostela, 1988, pp. 40-44.

(...) Yten, la dicha Maria Carrasco, fija del dicho Fernán Carrasco, Testigo susodicho … dixo que oyra dezir a Maestre Martin, su marido, que un maestro de pOrtugal le escribiera una carta dizendo que Alonso de Costa fazía allá un precio con los maestros de la cal e que aca fazia otro con los obreiros e Cabildo e que lo que sabe porque oyó dezir ler muchas vezes la dicha carta. E dize que oyó a muchas personas de que al presente no se acorda que Alonso de Costa devia más a la yglesia que lo que ténia farto tomado. E questo es lo que sabe de las cosas que sonen perjuyzio de la dicha obra que e no le fermó por no saber.

Yten, el dicho Fernán Carrasco, testigo susodicho... dixo que un dia vydo una carta en manos de Maestre Martyn que le fue mandabe de coynbra en que le dezía que mirase que hera cargo de coçiençia pues quel hera maestro de la dicha obra, que notaryo que se llama Alonso Costa que ténia trato con los que bendian la cal e que tomara en un preçio dellos e que la engargaba a la Yglesia en mas. (...)

371 Ana Castro de Santamaria, no mais recente estudo sobre Juan de Álava, menciona que

este mestre se encontra documentado nas obras do claustro da catedral desde o ano de 1510, quando foi requerido pelo cabido para ver o ordenar a obra, porém esta obra só terá inicio no ano de 1521. Cf. Ana CASTRO SANTAMARÍA, Juan de Álava. Arquitecto del

do galego Pero Lopez, em terras do Mondego e onde tinha a incumbência de acompanhar a aquisição, extração e respetivo encaminhamento dos materiais para Compostela372.

A escolha de materiais de qualidade é, certamente, algo que nenhum mestre descura no momento de dar forma aos diversos elementos que compõem a arquitetura e muitas das vezes, para assegurar que o material é efetivamente de qualidade, o próprio responsável por uma determinada empreitada desloca-se ao local de extração, caso se trate de material lítico, para se assegurar do estado em que se encontra o material. É sob esta equação que Fernando Grilo equaciona uma eventual viagem de Nicolau de Chanterene, nos inícios de 1511, às pedreira de Ançã para se certificar da qualidade do material calcário que ele iria trabalhar e dar formas escultóricas que cobrem as paredes da capela do Hospital Real373. Esta hipotética viagem,

quanto a nós faz todo o sentido dentro de uma lógica labora de estaleiro, quanto mais, sabemos que esta prática foi aplicada por mestre Nicolau quando, em 1528, visita Gelsa (Saragoça)374, a fim de adquirir pedra de

alabastro para a obra escultórica do retábulo do Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, em Sintra375.

Quanto a nós, colocamos ainda a hipótese de ter existido um contacto entre estes dois mestres na cidade de Compostela.

Contudo, caso a viagem de Nicolau Chanterene tenha sido uma realidade, podemos considerá-la como algo perfeitamente normal dentro deste contexto regional. Tal como acontece com os bens materiais, também é possível estabelecer um conjunto deambulações, intercâmbios e relações pessoais os estaleiros existentes em Compostela, destacando-se principalmente o Hospital Real, e alguns estaleiros que se vão estabelecer no nosso território durante as duas primeiras décadas do século XVI, com claro destaque para a obra de Santa Maria de Belém, como poderemos ver.

372 AZCÁRATE RISTORI, José María de, “El Hospital Real de (...); ROSENDE VALDÉS,

Andrés, op.cit. p.

373 GRILO, Fernando Jorge Artur, Nicolau de Chanterene (...), pp. 97-101. 374 Idem, p.729 e ss.

Como ressalvou Maria Dolores Vila Jato376, mobilidade de mão-de-obra

é bastante acentuada, salientando ainda que existe um elevado número de mestres originários do Norte de Espanha (Cantábria, Burgos ou País Basco), que rumam em direção à Galiza, seguindo uma tradicional rota jacobea377,

integrando o estaleiro catedralícia ou as obras do Hospital Real de Santiago378

e passando, posteriormente, para os estaleiros portugueses379.

Pois é precisamente do estaleiro do Hospital Real, obra que tem como mestre Enrique Egas, que encontramos um conjunto de nomes que transitam para o grande estaleiro de Mosteiro de Santa Maria de Belém, conforme se pode observar pelo rol despesas das obras do Mosteiro e que datam entre de 1517 e 1518.

Partindo do confronto documental, é possível estabelecer correlações entre o estaleiro compostelano e o estaleiro de Belém, mais propriamente nas obras do portal sul, e daí extrair nomes de oficiais de imaginária e oficiais de pedraria, como é o caso do incontornável, Nicolau Chanterene, mas também é possível acrescentar outros nomes, como: Pedro Martínez de Baruta, Martin

376 VILA JATO, Maria Dolores, "El Hospital Real de Santiago y el arte portugués", Anales de la Historia del Arte, Homenaje al Profesor Dr. D. José Mª de Azcárate, 1994, pp. 299-308. A

comutação entre os estaleiros portugueses e de Santiago, também é salientada por Pedro Dias, quando destaca a ida dos mestres Guillén Colas e Martin Blas do estaleiro hieronimita para as obras do claustro catredralício de Santiago de Compostela entre 1518 e 1520. Cf. DIAS, Pedro Os Portais Manuelinos do Mosteiro dos Jerónimos, Coimbra, Instituto de História de Arte, 1993, p.46.

377 GÓMEZ MARTÍNEZ, Javier, El gótico español en la edad moderna, Valladolid, Valladolid, Secretariado de Publicaciones de la Universidad, 1998, p.45; VILA JATO, María Dolores, “Galicia entre el gótico y el renacimiento”, A arte na Península Ibérica ao tempo do Tratado de

Tordesilhas, Lisboa, CNCDP, 1998, p.187.

378 VILA JATO, Maria Dolores, "El Hospital Real de Santiago y el arte portugués", Anales de la Historia del Arte, Homenaje al Profesor Dr. D. José Mª de Azcárate, 1994, p. 300.

379 VILA JATO, Maria Dolores, “O primeiro Renascimento Galaico-Portugués”, Do Tardo-

Gótico ao Maneirismo, Galiza e Portugal, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1995,

pp.135-140. Acresce ainda o nome do vidreiro Johannes Jacobus, sabemos que executou um trabalho de vidraria para a fachada do Obradoiro “diversas colores e ymagenes”, passando depois por Portugal, embora se desconheça que obras terá realizado. Cf. GONZÁLEZ MONTAÑÉS, Julio I., "La vidriera de Santiago Peregrino procedente del Hospital Real de Santiago. ¿Sixto de Frisia o Diego de Santillana?”, Anuario Brigantino, nº 28, 2005, p.352.

de Garuyta, Juan del Caxigas380, Pedro de Oryona381, Pedro Gutierrez382, João

de Hermosa383, Gonçalo de Siten384, Alva(ro) Fernandez385, Juan Frances386 e

Juan de Marquina387. Todos eles haviam despontado alguns anos antes nas

380 Idem, p. 133.

381 Em Janeiro de 1510, o canteiro, Pedro de Oryona, teve a seu cargo a tarefa de de limpar e rebucar a capela do Hospital e de 21 de Outubro de 1510 ao ano de 1512 foi responsável por construir e lajear a construção da entrada (zaguán) do Hospital Real. Cf. ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit.p p.110. Em Belém, o seu nome toma uma pequena alteração de forma e passa a ser Pedro de Ouryona.

382 Enquadrado numa quadrilha de canteiros que trabalham nos cimentos do edifício

compostelano surge-nos o nome de Pedro Gutierrez, não sabemos se é um caso de homonímia e consequentemente um aportuguesamento de forma, mas nas obras do portal sul do estaleiro de Belém, é arrolado o nome de um Pedro Guterres Cf. Cf. ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit.p. 34. DIAS, Pedro, Os portais manuelinos do Mosteiro dos Jerónimos, Coimbra, Instituto da História da Arte, 1993.

383 Tal como na nota anterior, também nos surge a menção de um Juan de Hermosa e de

forma coincidente em Lisboa surge-nos um tal de João da Formosa.

384 Gonçalo de Siten, em Compostela, Gonçalo de Setem no estaleiro de Lisboa, este canteiro

tem presença quase em todos os pagamentos que se fazem nas folhas de férias de Belém (desde 2 de Janeiro de 1517 a 16 de Maio de 1518)

385 Entre 1513 e 1514 são feitos alguns pagamentos ao oficial de pedraria, Alva(ro)

Fernandez. No estaleiro de Lisboa, nas férias do portal sul, surge um único pagamento – a 16 de junho de 1517 – a Álvaro Fernandes.

386 Juan Frances, oficial que está ligado a construção de grades no Hospital real de Santiago

de Compostela.

387 No estaleiro do Hospital de Santiago é referenciado do canteiro Juan de Marquina.

Sabemos que este oficial teve a seu cargo, em Dezembro de 1509, a construção, conjuntamente com quinze oficiais, das claraboias que corriam na parte superior do entablamento pequeno da capela. Cremos que este oficial Marquina é o mesmo que encontra referenciado nas obras do portal sul de Santa Maria de Belém. Nos trabalhos, de Jesus Rubio Lapaz e Begonã Alonso Ruiz, é referido que, Juan de Marquina, na primeira década do século XVI, trabalha sob as ordens dos prestigiados irmãos Egas, mais concretamente nos estaleiros de real de Santiago, assim como hoje sabemos que, em 1521, este oficial retorna a Granada, onde já tinha trabalhado nas obras da Capela Real e Hospital de Granada nos primeiros anos de quinhentos (1506-1513). Ambos os autores desconhecem por onde passou Juan de Marquina depois de sair das obras Santiago. Pensamos, que o hiato de tempo não documentado da vida do canteiro Juan de Marquina, poderá ter sido passado no território português e nas obras de Belém. Desta maneira verificamos mais uma vez o estaleiro do mestre Egas a “fornecer” oficiais para o nosso território. Cf. Rubio Lapaz, Jesus, "Una

obras do Hospital Real de Compostela como parte da oficina de Enrique Egas388. Acresce ainda a este ambiente artístico que se estabelece entre as

duas áreas geográficas, os nomes dos mestres de cantaria Martin Blás e Guillem Colas, naturales del reyno de Françia389, e que são os responsáveis, a 11 de Janeiro de 1519, pela execução do portal do Hospital, conforme se pode ler na documentação compostelana390.

Certamente, alguns destes nomes devem fazer parte do corpo de oficiais que trabalham em molde de companha para os irmãos Egas em outros estaleiros, colocando-se a hipótese de terem transitados das obras de Toledo ou Granada para estas paragens galegas. Contudo, existia muitos outros que eram simplesmente pedreiros que laboravam sob a forma de jorna.

Através dos diversos estudos sobre o estaleiro hospitalar e da sua respetiva documentação, facilmente se verifica que as obras no Hospital Real continuaram durante largos anos, quer nos seus pátios, chafarizes, portal, etc.., a par deste estaleiro, outros surgem na cidade, como são exemplo as intervenções na catedral, assim como as diversas obras que se realizam nos mais diversos pontos da cidade.

Apesar dos importantes estaleiros compostelanos continuarem com as suas empreitadas, já não tem capacidade de albergar um grande número de operários como outrora. Dessa forma, uma das soluções era procurem trabalho em outras paragens, sendo o desenlace mais óbvio, segundo apontam os autores, era buscar trabalho em grandes estaleiros, como é o estaleiro de Lisboa, principalmente, quando o estaleiro de Belém, em 1517, assume a sua maior magnitude.

aproximación a la trayectoria arquitectónica de Juan de Marquina a partir de una documentación inédita, Revista Murgetana, nº 80, 1989, pp. 5-14; ALONSO RUIZ, Begoña, “Las obras reales de Granada (1506-1514)”, Cuadernos de Arte, Universidad de Granada, nº 37, 2006, pp.339-369.

Cf. ROSENDE VALDÉS, Andrés, op.cit.p. 35.

388 VILA JATO, Maria Dolores, “O primeiro Renascimento (...), p. 133.

389 ACS: Colección de Documentos sueltos, nº 6 (29-XII-1518). Publ. PANTIN, Alberto

Rodriguez, op.cit. pp.7.

A par do que foi sendo exposto, a presença em Belém de um número considerável de oficiais do estaleiro de Santiago de Compostela, leva a equacionar, tal como era prática corrente, a existência de um possível ato público de pregão, procurando desta forma atrair uma mão-de-obra qualificada que desse resposta às necessidades. Por outro lado, o caráter de itinerância que existente entre estaleiros, por parte dos mestres, oficiais, servidores, criados e outros intervenientes, pode bem ficar-se a dever a um conjunto de relações interpessoais que vão estabelecendo nos diversos estaleiro por onde passam.