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Implicações positivas e negativas da Certificação Profissional

1. REVISÃO DA LITERATURA

1.1. Certificação Profissional

1.1.5. Implicações positivas e negativas da Certificação Profissional

Galbraith & Gilley (1986) ao tratar das certificações profissionais identificam aspectos positi- vos e negativos, ou benefícios e desvantagens, seja para os profissionais, para a profissão ou para áreas de gestão de pessoas nas empresas. Entre as implicações positivas, encontramos:

Valorização da Profissão: reconhecimento da validade da profissão.

Identificação e aprimoramento de competências: aquelas mais importantes e

originais para a profissão.

Projeto Curricular: mecanismo de feedback para a Academia, para a educação

de adultos e para as áreas de treinamento e desenvolvimento das organizações a- cerca de seus projetos curriculares para ajudar a garantir que as habilidades e competências adequadas são atingidos.

Reconhecimento para profissionais: permite que o público e seus pares façam

algumas distinções entre aqueles que são qualificados e aqueles que não são. O reconhecimento para os profissionais e o prestígio associado com a obtenção da certificação pode fornecer incentivos no esforço para obtenção de níveis de exce- lência anteriormente não identificados.

Aumento potencial de ganhos: profissionais que são reconhecidos por ser alta-

mente qualificados e competentes podem aumentar seu potencial de ganhos para os tipos de serviços que fornecem. A capacidade de garantir o emprego e obter um nível de ganho desejado pode depender da obtenção de um certificado de um pro- grama de certificação profissional.

Padronização da Profissão: programas de certificação profissional também po-

dem contribuir para a normalização das profissões. A padronização estabelece u- niformidade para a profissão e credibilidade para os profissionais que a compõem.

Implicações negativas de programas de certificação profissional, segundo Galbraith & Gilley (1986), incluem o seguinte:

Divisão entre os profissionais e Profissão: educação de adultos e áreas de de-

senvolvimento de recursos humanos são de naturezas muito diversas e atualmente sofrem de um problema de identidade. A certificação profissional poderia aumen- tar a distância e a divisão entre os profissionais que debatem o valor de programas de certificação.

Identificação competência central: identificar, definir e medir competências pa-

ra cada função ou tarefa realizada por profissionais parece questionável. Desen- volver um nível adequado para cada competência identificada pode adicionar mais confusão à questão.

Avaliação requerida: o processo de certificação profissional pode tornar-se mais

complexo ao fazer uma determinação de quem na profissão é capaz de estabelecer padrões mensuráveis que permitam avaliar os candidatos.

Custos financeiros e humanos: programas de certificação profissional podem ser

muito caros, especialmente nas fases iniciais do seu desenvolvimento.

Restrições de adesão: uma associação profissional operando um programa de

certificação não poderia criar exigências antes de a certificação ser emitida sob pena de promover divisões entre os profissionais.

Regulamentação da profissão: a entrada de profissionais qualificados pode ser

severamente limitada, o que aumenta a responsabilidade dos profissionais existen- tes para levar a cabo as missões estabelecidas pela educação de adultos e desen- volvimento de recursos humanos.

Analisando a certificação em gestão de recursos humanos americana, Wiley (1995), identifica vantagens e desvantagens e as categoriza em três blocos: as relativas ao indivíduo, as relativas à empresa e aquelas vinculadas à profissão:

a. Para o indivíduo:

Os benefícios da certificação incluem um domínio do corpo de conheci-

centivos e uma atitude profissional. Ao exigir dos candidatos o domínio de conhecimentos e habilidades valoriza a preparação para a certificação, que o maior benefício é realizado. Através desta preparação, a educação ou reedu- cação dos titulares de certificados ocorre levando a um domínio cada vez maior de um corpo definido de conhecimentos específicos vinculados ao seu fazer profissional.

As desvantagens mais impactantes para o indivíduo são os custos envolvi-

dos na preparação e no exame de certificação. Outras desvantagens estão re- lacionadas com a progressão na carreira, incentivos e atitude profissional. Não há nenhuma evidência clara de pesquisa de uma relação positiva entre a certificação e aumento de oportunidades promocionais ou de uma associa- ção positiva entre a remuneração e a certificação. Outro inconveniente po- tencial da certificação é o seu foco especializado. Deve ser tomado cuidado para assegurar que a busca pela certificação não restringe o titular de apren- der e compreender o panorama global mais amplo de organizações empresa- riais.

b. Para a empresa:

 Entre os benefícios pode-se indicar que é provável que as organizações que empregam profissionais certificados irão demonstrar um melhor desempe- nho. Da mesma maneira, as organizações podem usar a certificação para i- dentificar pessoas com competências mínimas. Com isso podem obter o máximo de informações sobre as habilidades e os conhecimentos do candi- dato ao trabalho a um custo mínimo para o empregador. Usando a certifica- ção profissional, desta forma, como critério de seleção, pode aumentar a probabilidade de funções vinculadas às atividades de gestão de pessoas se- rem exercidas por profissionais qualificados. As organizações podem tam- bém usar a certificação profissional como elemento para avaliar as qualifi- cações dos consultores externos.

 Ente as desvantagens, as de maior impacto estão vinculadas à dificuldade de usar a certificação para identificar colaboradores em razão de características

certificação no processo decisório dos profissionais certificados, o que po- deria provocar um melhor desempenho na organização com a consequente melhoria de resultados. Além disso, o alto custo para a preparação, obtenção e manutenção da certificação pode se constituir em desvantagem quando es- se custo e suportado pela empresa.

c. Para a profissão:

 O processo de certificação beneficia a profissão porque estabelece as com- petências mínimas necessárias para o desempenho do trabalho aceitável. O processo de desenvolvimento de um programa de certificação requer codifi- cação de um corpo de conhecimento. Esta codificação não só serve como um quadro para o crescimento profissional dos praticantes, mas também fornece orientação para o desenvolvimento ou modificação de currículos a- cadêmicos. Com base em tais projetos, programas educacionais podem ser definidos de acordo com as normas profissionais.

 Entre as desvantagens pode-se elencar o fato de o processo de codificação também contribuir para a formulação de um "modelo de competência pro- fissional" para a profissão em geral. Isso envolveria identificar, definir e medir competências para todas as ocupações. Alguns argumentam que tal modelo pode trazer uma fragmentação inadequada pela quantidade possível de divisões dos conhecimentos vinculados à área de atuação dos profissio- nais certificados. Outras desvantagens de certificação profissional incluem seus custos. Programas de certificação profissional são quase inteiramente financiados pela associação patrocinadora. Eles são caros, tanto nos estágios iniciais e quanto nas fases de crescimento e manutenção.

Muitas profissões estão a certificar seus praticantes. Uma das certificações profissionais mais difundidas no mundo é a de Project Management Professional (PMP), para gestores de proje- to. Esses profissionais reconhecem como benefícios da certificação a busca de trabalho com maior facilidade, ao mesmo tempo reconhecem ser também uma exigência em alguns espaços ocupacionais. Também é uma afirmação do conhecimento, pois ter a credencial abre portas instantaneamente. Ao passar no exame, pode-se mostrar que um grupo independente certifi-

cou o seu conhecimento e assim o prestígio da certificação se estende rapidamente para aque- les que passaram no exame. De acordo com os profissionais, outro benefício comum de certi- ficação é que ela fornece uma linguagem comum e uma terminologia padrão, específica para essa ocupação (Mahaney & Greer, 2004).