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2. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

2.7. Método de Recolha de Dados

A coleta de dados foi realizada por meio da utilização dos seguintes instrumentos: literatura específica, documentos de arquivo e questionários aplicados a uma amostra dos profissionais certificados.

Enquanto técnica de recolha de dados, o questionário é um instrumento de coleta de dados definido por Gil (2008, p. 121) como “um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.”.

O questionário foi construído a partir da proposta para pesquisa acadêmica sobre certificação profissional de Lengnick-Hall e Aguinis (2012) contendo questões relacionadas às variáveis definidas em razão das hipóteses e do modelo conceitual para a Certificação de Conhecimen- tos em Investimentos a serem testados. Foram elaboradas 31 questões, cada uma seguindo o modelo mais adequado para o tipo de variável em teste.

As perguntas do questionário foram elaboradas para permitir a avaliação de cada uma das variáveis indicadas e visando a comprovação das hipóteses construídas. Por esta razão foram construídas questões para atender aos seguintes aspectos: perfil do profissional certificado, condições ambientais – trabalho, obtenção e manutenção da certificação, impactos da certifi-

culo dos conhecimentos com a realidade de trabalho nas organizações e impacto da certifica- ção na imagem do profissional.

As questões foram estruturadas seguindo modelo de avaliação de reação utilizado em larga escala pela Universidade Corporativa Banco do Brasil (Banco do Brasil, 2010). Um cuidado especial foi dedicado às questões para que elas pudessem permitir a mensuração das variáveis identificadas de acordo com o modelo estabelecido na revisão da literatura. “Os métodos de investigação incluem os tipos de perguntas usadas, os tipos de respostas associadas com estas perguntas e as escalas de medida dessas respostas” (Hill & Hill, 2012, p. 83).

Contudo, para evitar que o respondente relacionasse uma questão com a outra, ou respondesse automaticamente, as questões foram mescladas, o que também exige do participante da pes- quisa um grau maior de atenção, considerando que, a cada questão há um aspecto diferente sobre o qual necessita refletir.

Para mensuração de aspectos sociais, atitudinais ou de opinião são utilizadas escalas de men- suração, que procuram medir esses aspectos da forma mais objetiva possível. Na elaboração do questionário foram utilizados dois tipos de escalas: a de Likert e a de Osgood. Estas esca- las são utilizadas quando se quer “transformar fatos que habitualmente são vistos como quali- tativos em fatos quantitativos” (Gil, 2008, p. 137).

A escala Likert foi criada por Rensis Likert, é uma escala intervalar, psicométrica utilizada em pesquisa quantitativa, pois registra o nível de concordância ou discordância em relação a uma afirmação, ou seja, os entrevistados são convidados a indicar o seu nível de concordância com uma determinada declaração por meio de uma escala ordinal. É uma escala de intervalos e a opção neste questionário foi por uma escala de 5 pontos, onde cada ponto recebeu um ró- tulo (Likert, 1932).

A escala de Osgood é também designada de escala do diferencial semântico. É apresentada como “uma técnica utilizada para medir o significado atribuído a conceitos, desenvolvida por

Osgood”. É considerada “uma escala de atitudes, pois permite avaliar qualquer conceito, co- mo, por exemplo, o que as pessoas pensam sobre coisas específicas” (Osgood, 1952; Gil, 2008, p. 145;).

A escala de Osgood é uma escala intervalar e caracteriza-se por usar rótulos nos pontos ex- tremos. Os rótulos apresentam conceitos opostos e as pessoas são orientadas a assinalar o ponto que mais se aproxima de sua opinião. A opção nesta investigação foi por escalas de cinco pontos (Osgood, 1952; Oliveira, 2001).

Para dar ao instrumento o grau de confiabilidade desejado é fundamental ter certeza de que atende aos critérios de precisão, clareza e adequada utilização dos termos técnicos. Para tanto se realizou o pré-teste ou piloto que, segundo Gil (2008, p. 134) tem por objetivo “evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões, impreci- são na redação, desnecessidade das questões, constrangimentos ao informante, exaustão etc.”.

Encerrada a fase de construção, o questionário foi submetido a um pré-teste, com representan- tes do público-alvo, com especialistas da área e com gestores responsáveis pela certificação na entidade certificadora. Resultaram desse processo ajustes que foram efetuados no instru- mento, que foi considerado melhorado e apto a ser aplicado ao público real.

O questionário considerado validado foi enviado pela entidade certificadora para 202.501 profissionais registrados em seu banco de dados, com certificação vigente (válida), mais de 1 (hum) ano de certificação e endereço eletrônico (e-mail) registrado, por meio da ferramenta de pesquisa on-line denominada de SurveyMonkey®10 disponível na internet para acesso gra- tuito e pago. Foi utilizado um dos planos pagos da ferramenta, pois a versão gratuita não comportaria a quantidade de respostas esperadas.

O levantamento do número de profissionais aos quais foi enviado o questionário foi efetuado

no banco de dados da certificadora atualizado até 31.10.2014. A data considerada para identi- ficar os certificados há pelos menos 1 (hum) ano foi 31.10.2013. Os questionários foram en- viados a todos os profissionais assim identificados, no dia 17.11.2014.

A SurveyMonkey®11é a uma plataforma de questionários online. Segundo informações cons- tantes em sua página na internet, possui mais de 2 milhões de respostas a questionários cole- tadas todos os dias. A empresa foi fundada em 1999 com foco em ajudar as pessoas a toma- rem decisões mais bem fundamentadas e construiu tecnologias baseadas em mais de 10 anos de experiência em metodologias de questionários.

A empresa tem mais de 275 funcionários em todo o mundo, com sede em Palo Alto, Califór- nia. De acordo com a sua página na internet, a SurveyMonkey® possui mais de 20 milhões de usuários em todo o mundo, entre grandes e pequenas empresas, organizações não governa- mentais, instituições acadêmicas, pesquisadores, profissionais médicos, organizadores de e- ventos e também pessoas físicas.

A própria SurveyMonkey® apresenta alguns números para dar uma ideia da dimensão de sua atuação: são 479 milhões de visitantes únicos do site, 50,8 milhões de questionários concluí- dos, 2,8 milhões de respostas de questionários recebidas diariamente, 473.000 questionários implementados a cada mês, mais de 190 países utilizam a plataforma e seu site pode ser aces- sado em 16 idiomas.

O questionário foi enviado para cada um dos certificados identificados conforme descrito a- cima com um vínculo (link) representado por um endereço do site na internet que permitia acesso direto do participante ao questionário sem necessidade de identificação. Tal diretriz foi seguida para garantir a aleatoriedade e impossibilidade de identificação dos respondentes por parte do pesquisador. Objetivava-se com isso dar maior liberdade de respostas aos certificados com a garantia da não identificação.

O questionário recebeu 4.866 respostas concentradas nos meses de novembro e dezembro de 2014, de profissionais localizados em todas as regiões do Brasil, atendendo assim a uma das premissas incialmente colocadas de manter a representação de cada uma das regiões brasilei- ras, coletando assim, elementos que mantivessem a representatividade da população na amos- tra.

Havia apenas uma regra, na questão de número 6, onde apenas as alternativas de respostas “c” e “d” permitiam a continuidade normal de respostas ao questionário. O assinalamento das demais alternativas levava o respondente diretamente à questão 14. Tal regra foi criada para evitar respostas de participantes que, em razão de sua condição, não tinham elementos para responder as questões de 7 a 13.