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Segundo a OMS, nosso país é líder mundial em prevalência da hanseníase. Em 1991, foi assinado pelo governo brasileiro um termo de compromisso mundial, comprometendo-se a eliminar esta doença até 2010. Entretanto, a cada ano, há mais de quarenta mil novos casos tendo, entre eles, vários indivíduos em situação de deformidade irreversível.

Nos dias 24, 26 e 27 de janeiro são comemorados, respectivamente, o Dia do Hanseniano, o Dia Mundial de Combate à Hanseníase e o Dia Estadual de Combate à Hanseníase.

“Lepra”, designação antiga desta doença, era o nome dado a doenças da pele em geral, como psoríase, eczema e a própria hanseníase. Devido ao estigma dado a esta denominação e também ao fato de que hoje, com o avanço da medicina, há nomes apropriados para cada uma destas dermatoses, este termo deixou de ser utilizado (ou, pelo menos, deveria ter sido).

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.

Por Mariana Araguaia Graduada em Biologia

Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/doencas/hanseniase.htm

3 - Conclusão

Como em todo o mundo antigo, o sacerdote (cohen-membro da casta sacerdotal, que em outras culturas seria o bruxo, pagé, xamã, etc) que atuava como líder político-religioso, não podia agir como um completo ignorante (o que realmente era) diante de seu povo (principalmente se quisesse continuar ostentando tal cargo de poder, situação idêntica a dos religiosos de hoje). Devia aparentar estar em contato com quem lhe dava tal alegada (por ele mesmo e mais ninguém) autoridade (a divindade que ele afirmava se comunicar e representar). Tal divindade, recurso usado por ele para explicar tudo, também deveria prover-lhe o conhecimento para a resolução das enfermidades que açoitavam seu povo. Esse deus “onisciente” lhe “ditava” ordens e conselhos para agir diante de tal enfermidade.

Neste caso específico, podemos observar como, desde o começo do capítulo 13 (Levítico), se afirma e relata que é um deus “onisciente” quem ordena e aconselha como agir contra a lepra (a tradução mais fiel ao termo hebreu tzara’at - צרעת – usado nos textos). O sacerdote, quem fala por seu deus, declara que seu deus lhe ditava as ordens para curá-la. Apesar disso, ao longo do capítulo, observando bem o texto, jamais oferece um método de cura e muito menos um método efetivo. (Apesar de, repito, estar sendo guiado por um deus onisciente que deveria ter chegado às mesmas conclusões que ele).

1 - Ao NÃO SABER realmente que manchas são de lepra, o sacerdote submete o paciente a uma série de esperas para ver se

avança ou não a dita lepra. Esse sacerdote deve ter observado que, em alguns casos, a lepra desaparecia devido à capacidade humana de resistir à bactéria (que o deus onisciente não conhecia) que a causa.

2 - Depois das esperas, (segundo o texto bíblico) se observa como o sacerdote ainda não sabe nem se é lepra ou as que ele denomina como “chaga” ou “chaga de lepra”. O sacerdote, incapaz de defini- la, tenta aumentar o tempo de observação na tentativa de definir o que tem o enfermo e os sintomas que o deus literário lhe dita são:

1. Furúnculos e queimaduras (algo óbvio, mas não determinante).

2. Pele envelhecida e pelo branco (algo que nem de longe causa lepra)

3. Calvície ou lesões no couro cabeludo ou na barba (ver ponto seguinte)

Algo totalmente contrário aos sintomas reais da lepra:

1. Lesões cutâneas de aspecto mais claro (o contrário de Levítico 13:16-17)

2. Diminuição da sensibilidade às temperaturas e intumescimento muscular.

3. Maior duração na cura de lesões. 4. Debilidade muscular.

3 – Mesmo depois que afirma que é, continua especulando para saber se é uma ou outra (Levítico 13:28-30), afirmando que também pode ser “tinha, lepra da cabeça ou da barba”.

4 - O método de cura que oferece é continuar esperando e lavar a roupa (a qual, segundo esse sacerdote, pode também contagiar- se com lepra).

5 - É tão grande a desinformação deste sacerdote, que chega a pensar que a humidade, as manchas e os buracos que surgem nas casas, são também lepra e podem contagiar as pessoas. E se a casa estiver infectada, pode até infectar as casas vizinhas, de parede com parede. Se depois dos dias exigidos a enfermidade aumenta, o deus onisciente afirma que deve trocar as pedras infectadas por outras.

6 - A única solução mais ou menos eficiente (mais ou menos eficiente porque a única coisa que soluciona é o possível contágio) que oferece esse deus onisciente é isolar “imundo” da comunidade. O que nem de longe cura a doença e, além disso, o faz acreditar que está sendo castigado. Ao enfermo que não conseguia curar-se. Apesar de ter feito os rituais iniciais, além de ser considerado “ritualmente impuro”, o que produzia no enfermo a sensação de ser um incapacitado espiritual, já que, segundo o próprio termo, estava “bloqueado” no âmbito religioso, necessitava de nova rodada de rituais de purificação.

O deus bíblico (o religioso que afirmou e colocou isso por escrito), não sabia coisa alguma sobre enfermidades, mas para não parecer como um idiota inventava ritos com os quais “curava tudo”: pele, roupa e casas (mesmo que esses ritos jamais funcionassem). O cruel dessas afirmações é que eram dadas mediante uma suposta autoridade indiscutível, que se alegava ser conhecedor de tudo. Desta forma o sacerdote se exime de culpa, caso não solucionasse a enfermidade e o mérito se atribui como “eleito” por esse ente imaginário que afirma existir.

Algo idêntico ao argumento usado hoje dia pela maioria dos religiosos, para “trollar” os crentes palermas:

1. “Se acontecem deus quis. Se não acontece, deus não quis. (Os caminhos de deus são misteriosos)”.

2. Um argumento falacioso e incapaz de demostrar-se, pois pressupõe algo que, de inicio, deveria ser demonstrado antes de usá-lo: a existência dessa divindade.

Sabemos que a ciência ainda está longe de curar todas as enfermidades (porém caminha a passos largos nessa direção), mas apesar disso, já cura milhares delas (muito mais que qualquer rito religioso). Diante disso, meu conselho diante da aparição de qualquer enfermidade é o mesmo de Sagan: “Se queres salvar teu filho da pólio, podes rezar ou podes vaciná-lo… Aplique a ciência”.

Leia mais sobre a maravilhosa medicina bíblica:

8 - Homens vivendo dentro de peixes