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4.   Análise dos dados 56

4.4  Inquérito online a estudantes 66 

No que diz respeito à abordagem relativa aos estudantes que tiveram uma profunda experiência na utilização da videoconferência foi realizado um inquérito online em versão portuguesa e versão inglesa.

Esse inquérito foi entregue em suporte online a trinta estudantes do Mestrado de Economia e Gestão do Ambiente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto que participaram em várias sessões de videoconferência com o Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa a partir do Estúdio de Videoconferência da Reitoria da Universidade do Porto. Estas sessões de videoconferência totalizaram cerca de vinte e cinco sessões com a duração de cerca de três horas cada uma.

Este inquérito foi também disponibilizado a cerca de oito estudantes participantes no ciclo de videoconferências entre o Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade Técnica de Lisboa e a Carnegie Mellon University (CMU) no âmbito da parceria existente ao abrigo do programa CMU- Portugal que junta várias universidades portuguesas e esta universidade norte-americana na realização de cursos únicos e aprovados na sua globalidade. Estes estudantes participantes nas videoconferências estavam distribuídos pelo IST, em Lisboa (com cerca de três estudantes), pela CMU, nos EUA (com cerca de cinco estudantes) e pela Universidade do Porto (com um estudante). Estas sessões de videoconferência totalizaram cerca de sessenta sessões com a duração de cerca de três horas cada uma. É importante referir que apenas sete estudantes responderam a este inquérito.

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Os resultados completos desse inquérito podem ser consultados no Anexo XVII – Respostas aos inquéritos online deste documento.

Relativamente aos dados que se podem obter nas respostas a este inquérito verificou-se que a média de idades dos respondentes situa-se nos vinte e cinco anos de idade e são todos do sexo masculino. Verificou-se também que o número médio de videoconferências em que os respondentes participaram situa-se em cerca de trinta e uma videoconferências.

O item considerado pelos respondentes como o mais importante a visualizar numa aula por videoconferência foi o ecrã de dados partilhado pelo Professor, com cerca de 85% das respostas. Neste ponto foi referido também, em regime de resposta livre a esta questão, que a imagem deve conjugar-se (ou alternar-se) entre a imagem do professor e os dados do quadro ou computador do professor. Ainda em regime de resposta livre foi referido também que a imagem remota de uma videoconferência deve conter os estudantes sobretudo quando estes participam interactivamente na aula. Ainda neste ponto, em regime de resposta livre, foi salientada a importância do acesso visual aos dados controlados pelo professor e ao esforço que o professor deve ter para mostrar os sítios relevantes dos slides em questão, bem como a importância de visualizar os detalhes transmitidos pela linguagem corporal do professor. Finalmente, neste ponto do inquérito é salientada a importância do tipo de matéria leccionada ou mesmo o estilo pessoal do professor para a definição da visualização que deve ser escolhida. A natureza dos respondentes levou a que, neste ponto do inquérito, se tenha referido, na área de resposta livre, que o uso do quadro era imprescindível devido aos fortes conteúdos matemáticos e salientou-se que a imagem tem mais importância em aulas em que parte da comunicação realizada pelo professor seja por via gestual.

No que diz respeito aos aspectos técnicos na realização de uma videoconferência, 71 % dos respondentes consideraram que todos os aspectos geralmente associados a uma videoconferência (imagem, som e dados) são o mais importante que existe na realização de uma videoconferência, sendo que a componente de som obteve apenas 21% das respostas. No regime de resposta livre a este ponto do inquérito foi salientada a importância de tentar perceber a motivação e as ideias intuitivas que o professor pode sobrepor aos slides que são visualizados e que, para tal, é necessário um bom sistema de som. Ainda neste ponto é realçada a importância de uma boa visualização dos dados partilhados, sobretudo numa aula onde são leccionados aspectos muito técnicos.

Quanto ao número máximo de pessoas que os respondentes consideram que devem estar numa sala a participar numa aula realizada por videoconferência, 60% considera que são trinta pessoas e 40% considera que são quinze pessoas. Neste ponto, é salientado em regime de resposta livre, que um número máximo de pessoas depende da qualidade do equipamento no que diz respeito à limitação do ruído dos locais remotos e do acesso visual e sonoro a cada ponto da sala remota.

Quanto à importância de existir um tutor presencialmente, 43% dos respondentes consideram que não é importante, 29% consideram que é importante e 28% consideram que é

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indiferente. Neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que a existência de um tutor local permite facilitar a “interrupção” de quem está a dar a aula para colocação de dúvidas. Ainda neste ponto é referida a importância de não existir preocupações técnicas no funcionamento da videoconferência e um tutor local poderá proporcionar esse apoio.

No que diz respeito à exclusividade da utilização da videoconferência na leccionação das unidades curriculares 57% dos respondentes considera que é possível e 43% considera que apenas algumas unidades curriculares podem ter essa exclusividade. Neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que essa exclusividade é viável se constituir uma mais-valia para a instituição (sobretudo com áreas do saber que não existam na própria instituição e que sejam leccionadas por pessoas de reconhecida notoriedade na sua área). É referido também que essa exclusividade dependerá da qualidade do professor que a lecciona, do equipamento de videoconferência disponibilizado e da própria disponibilidade das aulas depois de realizadas. Finalmente neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que quando se tratam de aulas práticas a utilização de videoconferência poderá ser um forte entrave à comunicação eficaz e que essa exclusividade poderá ser mais viável em aulas de doutoramento (devido ao tipo e comportamento do público tipicamente associado a este nível de formação), do que em aulas de licenciatura ou mesmo mestrado.

Já no que diz respeito à leccionação parcial através de videoconferência das unidades curriculares 43% dos respondentes consideram que é viável, 29% considera que é indiferente e 28% considera que não é viável. Neste ponto, em regime de resposta livre, é valorizada a componente de contacto pessoal entre o professor e o estudante considerando essa componente como bastante valiosa e motivadora.

Quanto à gestão da distribuição da utilização da videoconferência numa unidade curricular, 60% dos respondentes considera que pode ser na totalidade, 20% considera que pode ser dividida a metade com as componentes presenciais e por videoconferência igualmente distribuídas, e 20% considera que deve ser de outra forma. Neste ponto, em regime de resposta livre, é salientado que essa distribuição depende da matéria que é leccionada e que a componente realizada por videoconferência deve ser dirigida para a componente prática da unidade curricular.

No que diz respeito à individualização da videoconferência na participação dos estudantes, 57% dos respondentes considera que deve ser em grupo, 29% considera que deve ser individual e apenas 14% considera que deve ser de outra forma. Neste ponto, em regime de resposta livre, é salientado que tal como é benéfica a interacção estudante-professor, também é benéfica a existência de interacção estudante-estudante e que se torna mesmo indispensável o contacto humano entre os estudantes. É realçado também a necessidade de dar oportunidade aos regimes mistos com várias possibilidades em simultâneo (uma vez que, segundo o que é referido, ambas trazem vantagens e desvantagens) e é dada uma especial ênfase à coordenação deste tipo de actividades de modo a tornar o menos complicado possível a coordenação entre os vários intervenientes. Ainda neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que um ambiente de

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videoconferência em grupo é, para muitos estudantes, mais propício à concentração individual do que a videoconferência individual a partir de um local arbitrário.

Quanto à concentração do estudante se estiver a participar através de videoconferência individualizada, 43% considera que aumenta a sua concentração, 43% considera que não e 14% considera que é indiferente. Neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que a participação através de videoconferência individualizada diminui a motivação em aula e que realizar essa videoconferência em conjunto aumenta a motivação dos participantes para manterem uma maior atenção a essa aula.

De alguma forma associada à questão anterior, quanto à positividade de realizar videoconferências na mesma sala que os colegas, 71% dos respondentes considera que contribuem positivamente face ao acesso individualizado, 14% considera que não e 14% considera que é indiferente. Neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que é também importante presenciar as dúvidas que são expostas por outros colegas, na medida em que podem conduzir os estudantes a uma outra forma de observar um problema.

Quanto à complementaridade das videoconferências 86% dos respondentes consideram que deve ser complementada com outras ferramentas de auxílio enquanto apenas 14% considera que não é necessário. Neste ponto, em regime de resposta livre, é referido que é importante a existência de horários de dúvidas, sendo idealmente presenciais mesmo que as aulas sejam através de videoconferência. É referido também neste ponto que a disponibilização dos materiais apresentados durante a aula, bem como a gravação em vídeo da própria aula para consulta posterior prestam um auxílio importante ao processo de estudo.

Quanto a essa forma de complementaridade das videoconferências 33% dos respondentes consideram que pode ser através das plataformas de e-learning, 33% considera que pode ser através de e-mail, 25% considera que pode ser através de encontros presenciais, 8% considera que pode ser através de telefone e 8% considera que pode ser de outras formas. Neste ponto, em regime de resposta livre, são referidos vários aspectos relacionados com essa complementaridade das videoconferências, nomeadamente, a necessidade de um horário de atendimento pessoal, a existência de mailing-lists, a existência de uma página online da unidade curricular, a partilha do conteúdo em formato de vídeo numa página online, a existência de uma plataforma de e-mail tão simples quanto possível.