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Instrumentos para a coleta de dados

3.3.1 Instrumentos para análise dos regulamentos das competições

Os regulamentos selecionados de acordo com os critérios descritos serão avaliados levando em consideração os seguintes aspectos:

2. Estágio de desenvolvimento - anos de experimentação, anos de experimentação, anos de investimento, anos de participação – MDPD (CÔTÉ, 1999; CÔTÉ; BAKER; FRASER THOMAS, 2007), considerando na GR os anos de experimentação como os anos iniciais de prática até a primeira categoria oficial, na qual percebemos já existe indícios de especialização (5/6 anos até 8/9);

3. Adequação do nível da competição aos estágios do MDPD - proposta do Modelo de Participação Competitiva (LEONARDO; GALATTI; SCAGLIA, 2017);

4. Avaliação dos ajustes do evento, de acordo com as estratégias da Engenharia Competitiva: a. mudanças nas regras; b. mudanças nas instalações; c. mudanças no equipamento; escolha de nível competitivo (BURTON, GILLHAM, HAMMERMEISTER, 2011);

5. Avaliação dos efeitos dos ajustes para as Metas de Engajamento de Atletas da Engenharia Competitiva: a. aumentar a ação e a pontuação; b. criar alto envolvimento pessoal; c. manter pontuações próximas; d. promover relações sociais positivas (BURTON, GILLHAM, HAMMERMEISTER, 2011);

A avaliação de cada evento foi descrita em uma Ficha de Análise dos Regulamentos, por evento, elaborada pela pesquisadora (ANEXO 1) no Software Microsoft Office – Excel, com intuito de melhor organização, e posteriormente foi compilada na Ficha de Resumo dos Eventos (ANEXO 2), para uma melhor análise geral dos regulamentos.

As observações dos eventos foram realizadas posteriormente à avaliação dos regulamentos e seguiram os mesmos critérios, buscando captar maiores detalhes relacionados aos aspectos detectados na Ficha de Avaliação por Evento, bem como as impressões da pesquisadora com relação ao ambiente de competição e as relações entre os envolvidos: ginastas, treinadores(as), gestores(as), árbitros, público. As percepções foram anotadas em diário de campo.

3.3.2 Entrevistas com treinadoras e gestoras

Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as treinadoras de base das equipes selecionadas, assim como com as gestoras responsáveis pelo Comitê Técnico de Ginástica Rítmica de cada federação estadual. Essas gestoras são os responsáveis pela elaboração dos regulamentos técnicos das competições propostas pelas federações.

Optamos pela entrevista, pois de acordo com Thomas; Nelson; Silverman (2012, p.293), ela é “mais válida [do que um questionário], porque as respostas tendem a ser mais confiáveis”,

além de poderem ser adaptáveis, com reformulações das perguntas para melhor esclarecimento das questões. Outro aspecto importante é a possibilidade de discernir a sensibilidade do assunto e a intensidade dos sentimentos dos entrevistados, além de ter uma taxa maior de respostas.

Segundo Moreira, Simões e Porto (2005, p.111) sobre as entrevistas,

A importância está na construção da pergunta geradora. Esta não pode ser na direção de respostas monossilábicas, o que impediria os sujeitos de emitir seus pensamentos com detalhes. Também a pergunta deve ser feita após explicação do porquê da pesquisa, dando aos sujeitos o tempo necessário para organizarem o pensamento antes da resposta. Se, em alguns casos, o fenômeno a ser investigado exigir mais que uma pergunta geradora, elas deverão ser feitas por etapas, onde a seguinte só deverá ser proferida após a resposta dada à anterior. Caso contrário, as questões subsequentes poderão, em certo sentido, deformar o que se pretendia investigar nas questões anteriores.

Dessa forma, utilizamos um roteiro para as entrevistas com as treinadoras (ANEXO 3) e outro para as entrevistas com as gestoras (ANEXO 4). Ambos foram divididos em três momentos: o primeiro visou detectar informações sobre o sujeito, como dados pessoais, formação e atuação profissional; o segundo momento partiu da questão geradora: “Conte-me em que medida a competição é inserida aos seus atletas?”, para as treinadoras e “Conte-me de que maneira os eventos de GR são estruturados na Federação?”, para as gestoras; por fim, o terceiro momento ficou aberto para qualquer outra informação que o sujeito achasse necessário acrescentar.

Foi realizado um estudo piloto no qual foram entrevistadas uma treinadora/coordenadora de equipe e uma gestora de comitê técnico de ginástica rítmica de uma federação estadual de ginástica. Após avaliação das respostas por professores doutores na área de investigação, o roteiro foi reformulado, chegando à configuração final.

3.3.3 Perfil das gestoras entrevistados no estudo

Foram entrevistadas três gestoras, um de cada federação estadual participante da pesquisa: São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Todas os participantes dessa amostra são do sexo feminino, com média de idade de 52 anos, com vasta experiência na modalidade – média de 33 anos de atuação. O Quadro 13 mostra o perfil das entrevistadas:

Quadro 13. Perfil das gestoras entrevistadas no estudo G1 G2 G3 FORMAÇÃO ACADÊMICA • Graduação em Educação Física; • Especialização em Treinamento Desportivo • Graduação em Educação Física; • Especialização em Ginástica Rítmica; • Mestrado em Pedagogia do movimento; • Doutorado em Formação Profissional em Educação Física • Graduação em Educação Física; • Especialização em Ginástica Artística e Gestão Esportiva; • Mestrado em Ciências do Movimento Humano FORMAÇÃO ESPORTIVA Ex-ginasta de GR em nível nacional Ex-ginasta de GR em nível internacional Ex-ginasta de GR em nível nacional ÁRBITRA DA

MODALIDADE Sim – Nível Nacional Sim – Nível Internacional Sim – nível Internacional Fonte: elaborado pela autora.

3.3.4 Perfil das treinadoras entrevistados no estudo

Foram entrevistadas 11 treinadoras das equipes selecionadas como amostra do estudo, sendo seis do Paraná, três de Santa Catarina e duas de São Paulo, com idade média de 42 anos. As equipes nas quais elas atuam são equipes que têm prioritariamente o objetivo de formar atletas para o alto rendimento, sendo que todas mantêm para a faixa etária investigada na pesquisa turmas de escolinha e turmas de rendimento.

Nove treinadoras possuem Especialização em Ginástica Rítmica ou áreas afins, como Treinamento Desportivo ou Fisiologia do Exercício, uma delas é Mestre na área de Educação Física, tendo também curso de Especialização na área e uma possui apenas a Graduação em Educação Física. É interessante destacar que todas as treinadoras afirmaram participar continuamente de cursos de aperfeiçoamento na modalidade e/ou de estágios de treinamento com treinadores(as) estrangeiros(as).

Todas as treinadoras entrevistadas afirmaram já terem formado ginastas para competição, sendo que sete delas já formaram ginastas para a seleção brasileira de ginástica rítmica. Além disso, todas as técnicas também foram ex-atletas, sendo uma delas de outra modalidade esportiva e 10 de ginástica rítmica em nível nacional e/ou internacional.

Outra característica é que a maioria das treinadoras também é árbitra da modalidade: Oito são árbitras com diferentes brevês (n=2 internacional; n=1 nacional e n=5 estadual), o que indica uma possível atuação em diversos papéis dentro do esporte, assim como a necessidade da compreensão do Código de Pontuação da modalidade para sua própria atuação profissional como treinadora.