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PARTE I CORAGEM DE DIZER E LEITURAS INTERPRETATIVAS

CAPÍTULO 2 PESQUISA DE CAMPO

2.2 Jornalistas

Valendo-me de informações fornecidas pelas e pelos jornalistas, apresento a seguir os perfis das entrevistadas e entrevistados por ordem alfabética. Nos Capítulos 6 a 9, adotei o agrupamento intrarracial e intragênero com vistas a aglutinar as vivências

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identitárias e as experiências profissionais de jornalistas negras, brancas, negros e brancos.

Como é possível identificar o sexo de cada jornalista em razão da reconhecida definição de nomes femininos e masculinos e nenhuma e nenhum adotar identidade de gênero diferente do sexo biológico, optei por dispensar a menção sexo feminino ou masculino apesar dessas informações terem sido coletadas e sistematizadas nos dados de identificação. A saber, não foi incorporado, dentre os dados de identidade, item sobre orientação sexual. Contudo, no decorrer das entrevistas dois jornalistas fizeram menção à sua sexualidade de maneira espontânea, apresentando reflexões sobre homofobia e lesbofobia nas Redações. São eles: Maicon Bock (jornalista branco) e Roldão Arruda (jornalista negro).

A apresentação consiste no nome adotado no jornalismo, nome completo, idade, raça/cor, descendência, naturalidade, estado civil, escolaridade e resumo da experiência profissional. Dentre os itens destacados, a autodeclaração de raça/cor foi ponto de tensão para três jornalistas – todas mulheres fenotipicamente brancas – duas se designaram pardas (Adriana Carranca e Sílvia Salek) e uma como negra (Alessandra Machado). Em razão da categorização em uso neste estudo, optei por refazer as perguntas e obter mais informações sobre a árvore genealógica das entrevistadas, com vistas a ter mais elementos para agregá-las ao grupo racial branco, fazendo uso, até mesmo, de fotografias digitais nos conteúdos relacionados às entrevistas. Afora esses três casos, as demais autodeclarações seguiram de maneira espontânea nas 18 entrevistas: cinco mulheres negras, três mulheres brancas, cinco homens negros e cinco homens brancos.

Adriana Carranca – 42 anos, casada, sem filhas ou filhos, natural de Santos (SP). Teve dúvida sobre a sua autodeclaração étnicorracial, comentando que não sabia nem havia se definido anteriormente. Questionada sobre a sua ancestralidade, revelou ser descendente de italianos e portugueses e não reconhecer ancestral negra ou negro diante das investigações que está empreendendo sobre sua ancestralidade. É engraçado, eu não penso raça. Então, eu é uma pergunta ... que geralmente eu não sei o que responder. (...) pelo que vi na árvore (genealógica) (...) não encontrei até agora nenhum negro, nenhum indígena ou asiático. Por conta disso e da fenotipia não-negra, Adriana foi por esta

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pesquisadora incorporada ao grupo de mulheres brancas jornalistas. Tem formação em Jornalismo e mestrado em Políticas Sociais e Desenvolvimento por universidade inglesa. Na experiência profissional, tem passagens por veículos locais e nacionais e foi correspondente no exterior. Iniciou a carreira profissional no Jornal da Orla e de TV afiliada da TV Globo, ambos em Santos. Trabalhou, por dois anos, na revista Veja, em São Paulo. De 2002 a 2015, trabalhou, exclusivamente, no jornal O Estado de S. Paulo, para o qual fez coberturas, em Nova Iorque, nas Nações Unidas, como correspondente internacional do Estadão em coberturas no Irã, Afeganistão e Paquistão. Desde 2015, assina uma coluna no Estadão e em O Globo. Enqua-se na faixa salarial de até dez salários mínimos. São livros de sua autoria: Malala, a menina que queria ir para a escola; O Afeganistão depois do Talibã; O Irã sob o Chador e Os Endereços Curiosos de Nova York.

Nome completo: Adriana Carranca. Duração da entrevista: 58min.

Meio de entrevista: virtual (ligação telefônica), em São Paulo (SP). Data da entrevista: 25 de maio de 2016.

Alessandra Machado – 44 anos, divorciada, duas filhas e um filho (idades 23, 18 e 11 anos, respectivamente), natural de Rio Branco (AC). Sobre a autodeclaração étnicorracial, apresentou-se como parda e fez menção a ser negra, embora tenha pai branco e mãe de origem indígena. Questionada sobre ancestralidade afrodescendente, negou. Em suas palavras: Nós somos, na verdade, nós somos descendentes de índios a parte da família da minha mãe, entendeu? O meu pai não. O meu pai é de Goiás, aquele estereótipo mais branquinho e do olho verdinho, assim. Mas todo mundo puxou mais para os índios mesmo. Em face da negativa de linhagem racial negra, foi incorporada por esta pesquisadora ao grupo de jornalistas brancas. Das pessoas entrevistadas, é a única que não possui formação superior em Jornalismo, sendo, portanto, jornalista provisionada. Ela ingressou nas faculdades de História e de Direito, mas não concluiu os cursos. Para fins de agrupamento intrarracial, incorporei-a ao grupo de mulheres brancas seguindo como referência suas fotografias digitais e o pedido que fiz ao Sindicato dos

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Jornalistas Profissionais do Estado do Acre de localização de uma mulher branca. Trabalha há 23 anos no jornal A Tribuna, sendo os três anos iniciais na posição de repórter e os últimos 20 anos como editora-chefe. Está na faixa salarial de até cinco salários mínimos.

Nome completo: Alessandra da Silva Machado. Duração da entrevista: 43min.

Meio de entrevista: virtual (Whatsapp), em Rio Branco (AC). Data da entrevista: 26 de maio de 2016.

Antônio Gois – 42 anos, casado, duas filhas (7 e 4 anos), natural do Rio de Janeiro (RJ). Autodeclara-se branco. É graduado em Jornalismo. Trabalhou no jornal O Dia, Folha de S. Paulo e O Globo, como repórter e subeditor. Atualmente, está vinculado a três veículos: O Globo (colunista), CBN (colunista) e Canal Futura (repórter). Tem remuneração até 15 salários mínimos.

Nome completo: Antônio Gois. Duração da entrevista: 59min.

Meio de entrevista: virtual (ligação telefônica), no Rio de Janeiro (RJ). Data da entrevista: 28 de maio de 2016.

Cleidiana Ramos – 40 anos, solteira, sem filhos ou filhas, natural de Cachoeira (BA). É negra autodeclarada. Possui graduação em Jornalismo. É mestra em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutoranda em Antropologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA. Por 17 anos foi funcionária do jornal A Tarde, no qual desempenhou a função de repórter de Cidades e coordenou cadernos especiais sobre identidade étnicorracial, gênero e religiosidade. Nos últimos seis anos até o seu desligamento do jornal, em 2015, foi repórter especial, com remuneração de até 15 salários mínimos.

Nome completo: Cleidiana Patrícia Ramos. Duração da entrevista: 55min.

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Data da entrevista: 15 de janeiro de 2016.

Deivison Campos – 42 anos, casado, uma filha (14 anos), natural de Porto Alegre (RS). Autodeclara-se negro. Possui graduação em Jornalismo e doutorado em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Trabalhou na Rádio Bandeirantes, na Rádio Princesa, na TV Guaíba, na Rádio Unisinos e na Rádio Gaúcha. Trabalhou no Jocabe, Jornal dos Cultos Afrobrasileiros, que existia nos anos 1990. Atualmente, é coordenador de Jornalismo da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil). Sua remuneração está na faixa de até 15 salários mínimos.

Nome completo: Deivison Moacir Cezar de Campos. Duração da entrevista: 1h 35min.

Meio da entrevista: virtual (Google Hangouts), em Porto Alegre (RS). Data da entrevista: 16 de janeiro de 2016.

Flávia Oliveira – 46 anos, é divorciada e possui união estável. Tem uma filha (20 anos), universitária, ativista, segundo suas palavras. É natural do Rio de Janeiro (RJ). É negra e vem enegrecendo com o passar dos anos, como destaca: “já me autodeclarei parda no censo, mas, de 2010 para cá, tenho me declarado preta”, porque “achei que do ponto de vista político e ideológico faria diferença”. É graduada em Jornalismo. Iniciou a carreira, em 1992, no Jornal do Comércio, no qual permaneceu por dois anos. Depois, foi contratada pelo jornal O Globo, empresa à qual esteve vinculada como celetista até 2015: 21 anos de carteira assinada. No ano passado, fui demitida. E contratada, por conta desse momento do nosso mercado, como pessoa jurídica. (...)Agora, sou uma empreendedora. Na nova modalidade contratual, faz colaborações para o jornal O Globo (colunista); GloboNews, como comentarista do programa Estúdio I, “duas vezes por semana, podendo chegar a três no contrato de colaboradora”, e está prestes a estrear no programa TV Mulher, do canal Viva, da Globosat. Sua remuneração está acima de 15 salários mínimos.

Nome completo: Flávia de Oliveira Fraga. Duração da entrevista: 2h18min.

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Meio da entrevista: virtual (Skype), no Rio de Janeiro (RJ). Data da entrevista: 21 de janeiro de 2016.

Heraldo Pereira – 54 anos, casado, duas filhas (26 e 24 anos), natural de Ribeirão Preto (SP). Autodeclara-se negro. É graduado em Jornalismo e mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Começou no jornalismo em estágio das Centrais Telefônicas Ribeirão Preto e, posteriormente, na Rádio Clube Ribeirão Preto. Trabalhou na TV Globo, no SBT (Jornal do SBT, com Bóris Casoy), na TV Manchete, e “voltei para a TV Globo nos tempos em que as pessoas saíam e voltavam para a Globo”. É repórter e comentarista de Política do Jornal da Globo e apresentador do Jornal Nacional, ambos da TV Globo, embora se defina como repórter das calçadas e de corredores em busca de notícia. A remuneração obtida está acima de 15 salários mínimos.

Nome completo: Heraldo Pereira de Carvalho. Duração da entrevista: 58 min. (11min.)15 e 43min.

Meio da entrevista: presencial (nos corredores externos do Supremo Tribunal Federal), em Brasília (DF), e por telefone.

Data da entrevista: 17 de maio de 2016 (primeira entrevista) e 25 de julho de 2016.

João Freire – 47 anos, casado, um filho (16 anos). É natural do Rio de Janeiro (RJ). Possui graduação em Jornalismo e em Publicidade e está cursando pós-graduação em Comunicação no Uniceub. É branco autodeclarado. Trabalhou na GloboNews, TV Anhanguera (Palmas), TV NBr (Brasília). Atualmente, chefia a equipe de comunicação do ICMBio (Instituto Chico Mendes). Tem renda de até 15 salários mínimos.

Nome completo: João Freire. Duração da entrevista: 50 min.

Meio da entrevista: virtual (Facebook Messenger), em Brasília (DF). Data da entrevista: 2 de fevereiro de 2016.

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Jorge Freitas – 64 anos, casado, um filho (30 anos). É jornalista diplomado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É negro autodeclarado. Trabalhou nos seguintes veículos: Zero Hora (1973), Rádio Guaíba (1974-1976), Última Hora (1975), Coojornal (1977), Rádio Gaúcha (1978), Rádio Continental (1978), Revista Tição (1978- 1979), Jornal do Commercio Rio de Janeiro (1984), Gazeta Mercantil (1984-1995), Ministério da Integração Nacional (1995), Governo do Estado do Rio de Janeiro (2003, 2010) e Correio Braziliense (2011-2012). Antes de se aposentar, tinha faixa salarial até 15 salários mínimos.

Nome completo: Jorge Roberto Martins Freitas. Duração da entrevista: 1h 11min.

Meio da entrevista: presencial (residência do entrevistado), em Brasília (DF). Data da entrevista: 16 de janeiro de 2016.

Joyce Ribeiro – 37 anos, casada, duas filhas (três anos e sete meses). É natural de São Paulo (SP). É negra autodeclarada. Tem graduação em jornalismo e pós-graduação em Comunicação. Trabalhou na empresa RIT, TV Record e SBT, na qual é apresentadora de telejornais há dez anos e, recentemente, do programa matinal Primeiro Impacto. Tem remuneração acima de 15 salários mínimos. Tornou-se escritora com o romance Chica da Silva, lançado em 2016.

Nome completo: Joyce Ribeiro da Silva Machado. Duração da entrevista: 37 min.

Meio da entrevista: virtual (Whatsapp), em São Paulo (SP). Data da entrevista: 24 de maio de 2016.

Juliana Nunes – 35 anos, solteira (vive em união estável), um filho (3 anos). Natural de Curitiba (PR). É jornalista de formação e possui mestrado pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Autodeclara-se preta. Trabalhou no Correio Braziliense (2000 a 2004), na Agência Brasil (2004 a 2008) e, atualmente, é coordenadora

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da Radioagência Nacional (2008 a 2016). Sua remuneração está na faixa de até dez salários mínimos.

Nome completo: Juliana César Nunes. Duração da entrevista: 1h 51min.

Meio da entrevista: presencial (residência da pesquisadora), em Brasília (DF). Data: 28 de janeiro de 2016.

Julianna Granjeia – 32 anos, solteira, sem filhas ou filhos, natural de Jundiaí (SP). Tem graduação em Jornalismo. Autodeclara-se branca. Detém a seguinte experiência profissional: Bom Dia Jundiaí (repórter de Cidade e Política e assistência no fechamento), G1 (repórter de Educação, produtora de vídeos), Folha de S.Paulo (repórter de Cotidiano, Ilustrada e colaborações em Poder, além de assistência no fechamento), UOL (cobertura das eleições de 2012, repórter e produtora de vídeos), IG (coluna Poder, de bastidores da Política) e sucursal de São Paulo do jornal O Globo (repórter de Política e Sociedade). No momento de realização da entrevista, em janeiro de 2016, estava desempregada. Sua última remuneração, como repórter do jornal O Globo, estava na faixa de até dez salários mínimos.

Nome completo: Julianna Granjeia da Silva. Duração da entrevista: 57 min.

Meio da entrevista: virtual (Facebook Messenger), Johannesburgo, África do Sul. Data da entrevista: 2 de fevereiro de 2016.

Luciana Barreto – 39 anos, divorciada, uma filha (8 anos), natural do Rio de Janeiro (RJ). É negra autodeclarada. Possui graduação em Jornalismo. Reúne como experiência profissional: Canal Futura (estágio), GNT (estágio), BandNews, TV Bandeirantes, TV Educativa. É apresentadora do telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, desde 2007, desde a sua primeira transmissão. A remuneração recebida é acima de 15 salários mínimos.

Nome completo: Luciana Barreto de Faria. Duração da entrevista: 1h 29 min.

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Meio da entrevista: virtual (Facetime IOS), interior do Rio de Janeiro (RJ). Data da entrevista: 23 de janeiro de 2016.

Lúcio Pinheiro – 33 anos, solteiro, sem filhas ou filhos, natural de Eirunepé (AM). É branco autodeclarado. Graduado em Jornalismo. Ingressou no jornal A Crítica, em 2009, como repórter e se tornou editor de Opinião há oito meses. Tem remuneração de até cinco salários mínimos.

Nome completo: Antônio Lúcio Pinheiro de Souza. Duração da entrevista: 25 min.

Meio da entrevista: virtual (Whatsapp), Manaus (AM). Data da entrevista: 26 de maio de 2016.

Maicon Bock – 34 anos, solteiro, sem filhas ou filhos, natural de Terra D´Areia (RS). Autodeclara-se branco. Tem graduação em Jornalismo. Trabalhou nos seguintes veículos de comunicação: Correio Sapucaiense; Jornal VS; Correio do Povo; Zero Hora; Terra Redação Rio Grande do Sul e Metro, no qual possui vínculo atual como editor. Sua faixa de remuneração é até dez salários mínimos.

Nome completo: Maicon Bock. Duração da entrevista: 56 min.

Meio da entrevista: virtual (Skype), Porto Alegre (RS). Data da entrevista: 22 de janeiro de 2016.

Mara Régia – 65 anos, divorciada, uma filha (36 anos) e um filho (35 anos). Natural do Rio de Janeiro (RJ). É branca autodeclarada. Tem graduação em Publicidade e Propaganda e em Jornalismo. Trabalhou nas seguintes: Rádio Nacional da Amazônia/Empresa Brasil de Comunicação; TV Globo; TV Manchete. Recebeu as seguintes premiações: Prêmio Ouvir Ciência, do Ministério da Ciência e Tecnologia (2007); Prêmio Chico Mendes, Categoria Arte e cultura, do Ministério do Meio Ambiente (2006); Prêmio da Cidadania, do Banco Mundial (2002); 1º lugar no Concurso A Toda Voz, AMARC Associação de Rádios Comunitárias da América Latina e Caribe (2000); Prêmio Embrapa de Jornalismo, Categoria Rádio; 2º lugar Embrapa (1998); Jornalista

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Amigo da Criança, título conferido pela Fundação Abrinq e a ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) com o apoio do UNICEF e Embratur (1997).

Nome completo: Mara Régia Di Perna. Duração da entrevista: 1h 15min.

Meio da entrevista: presencial (Redação da EBC), Brasília (DF). Data da entrevista: 29 de janeiro de 2016.

Marcos Guimarães – 64 anos, casado, dois filhos (28 e 26 anos, um jornalista e outro arquiteto), natural de Maceió (AL). É branco e acentua: “Ah, eu me considero a cor do Brasil. Branco, índio e preto. Mas eu me autodeclaro branco”. Tem duas graduações: uma em Ciências Biológicas e outra em Jornalismo, agregando pós-graduação em Comunicação Empresarial. É aposentado e reúne experiência nos seguintes veículos: Rádio Difusora de Alagoas; Rádio AM Progresso; Rádio Palmares; 96 FM; e Educativa FM. Tinha renda de até 10 salários mínimos, em janeiro de 2015, quando estava “na faixa de seis mil e poucos reais. Mas aí, eu perdi o emprego e fiquei só com a aposentadoria, que me dá cerca de três mil e pouco reais”.

Nome completo: Marcos Antônio Guimarães da Rocha. Duração da entrevista: 16 min.

Meio da entrevista: virtual (Whatsapp), Maceió (AL). Data da entrevista: 25 de maio de 2016.

Oswaldo Faustino – 63 anos, casado, cinco filhas e filhos (duas mulheres: uma com 34 anos e outra de 29; três homens: 32, 26 e 21 anos). É natural de Mayrink (SP). Autodeclara-se negro. Possui graduação em Jornalismo desde 1976. São suas experiências profissionais: editor de Cultura do Diário Popular (cinco anos); Agência Folha (seis anos); Diário Popular (cinco anos); produtor executivo do Flash, do Amaury Jr.; Rádio Globo; Rádio América; TV Bandeirantes; TV Manchete; Revista Raça; TV da Gente (do cantor de pagode Netinho de Paula); e O Estado de S. Paulo, por 26 anos, no qual se aposentou. Eu sempre tive um segundo ou terceiro emprego. Cheguei a ter três registros simultâneos na carteira. Está na faixa salarial de até cinco salários mínimos. É

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escritor e autor de: A luz de Luiz – por uma terra sem reis e sem escravos; Nei Lopes e a legião negra – A luta dos afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932, ambos editados pela Selo Negro Edições. E coautor (com Aroldo Macedo) dos livros: A cor do sucesso; Luana, a menina que viu o Brasil neném; Luana e as sementes de Zumbi; e Luana, capoeira e liberdade. E autor dos gibis Luana e sua turma.

Nome completo: Oswaldo Antônio Faustino. Duração da entrevista: 2h19 min.

Meio da entrevista: virtual (Skype), São Paulo (SP). Data da entrevista: 1º de fevereiro de 2016.

Patrícia Zaidan – 55 anos, divorciada, um filho (32 anos, arquiteto) e uma filha (24 anos, atriz). É natural de Uberaba (MG). É branca autodeclarada. Tem duas graduações: uma em Jornalismo e outra em Psicologia. É pós-graduada em Comunicação e Semiótica – Uma clínica da cultura, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Soma 37 anos de profissão e experiência nas seguintes: editora da revista Claudia; O Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo; Rede Bandeirantes de TV; Rádio Bandeirantes. Sua remuneração é superior a 15 salários mínimos.

Nome completo: Patrícia Zaidan. Duração da entrevista: 57 min.

Meio da entrevista: virtual (ligação telefônica), São Paulo (SP). Data da entrevista: 18 de janeiro de 2016.

Roldão Arruda – 62 anos, união estável com companheiro, um filho de 32 anos. É natural de Jaguapitã (PR). Autodeclara-se pardo em referência à sua afrodescendência. Possui graduação em Jornalismo. Concentra a seguinte experiência profissional: Folha de Londrina; TV Coroados; Jornal Panorama; Novo Jornal; todos paranaenses. Depois, em São Paulo, trabalhou no jornal alternativo Movimento; jornal Informática Hoje; revista Veja; revista Exame; Folha de S. Paulo; e Estado de S. Paulo, seu último emprego. Tem renda atual na faixa de 10 salários mínimos.

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Duração da entrevista: 2h31min.

Meio da entrevista: virtual (Facebook Messenger), São Paulo (SP).

Data da entrevista: 16 de fevereiro de 2016 (primeira entrevista, 1h48min) e 17 de fevereiro de 2016 (42min).

Sílvia Salek – 40 anos, casada, uma filha (11 anos) e um filho (8 anos). É natural do Rio de Janeiro (RJ). Autodeclarou-se parda e foi questionada sobre a sua ascendência, explicando: Eu nunca me autodeclarei. Acho que eu sou talvez parda? Na minha certidão de nascimento, eu estou como branca. Mas, se eu tivesse que me autodeclarar para o censo, seria parda. (...) Minha mãe é branca e ele (pai) também é oficialmente, digamos, branco. Mas não branco tão branco. É uma pessoa morena. É descendente de árabes. Tem formação em Jornalismo, cursado no Brasil, e mestrado em Estudos de Desenvolvimento e Antropologia Social, realizado em Londres. São experiências profissionais: TVE (estágio); TV ROC (Rocinha); jornal O Dia, nos anos de 1998 a 2000; e BBC Brasil, lotada na Redação de Londres desde 2000. Acrescento trecho sobre a concorrência de Sílvia para a BBC: Meu pai viu um anúncio da vaga da BBC, na Folha de S. Paulo. Eu me lembro, ele me deu o papelzinho. Eu me inscrevi ainda no Brasil, mas aí eu vim fazer a prova quando eu cheguei aqui (em Londres) com o meu marido. Há 16 anos na Redação da BBC Brasil, a jornalista foi produtora, chefe de reportagem, editora- chefe e, agora, diretora de Redação. Tomando por base a remuneração na empresa, a sua remuneração está acima de 15 salários mínimos no Brasil.

Nome completo: Sílvia Sá Freire Salek e Câmara. Duração da entrevista: 56 min.

Meio da entrevista: virtual (ligação telefônica), Londres, Inglaterra. Data da entrevista: 25 de maio de 2016.

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