• Nenhum resultado encontrado

Língua de origem Exemplos

No documento Língua e Cultura Inglesa (páginas 80-83)

Japonês quimono, samurai, gueixa

Árabe almofada, alface, alfafa, alfinete Línguas indígenas abacaxi, cipó, arara, cuia

Línguas africanas axé, dendê, dengo, samba, cafuné Italiano lasanha, nhoque, espaguete Alemão kitsch, blitz, diesel

Além de diversas outras línguas, também é muito comum no português estrangeirismos de origem francesa, os chamados galicismos, assim como palavras de origem inglesa, denominados anglicismos.

Pelo fato de o inglês ser a língua global utilizada para a comunicação, muitas são as palavras inglesas que passaram a fazer parte de nosso cotidiano, causando a revolta em algumas pessoas que passam a ver nisso um problema ou uma ameaça à língua, como tem acontecido com alguns políticos que, através de um projeto de lei, querem proibir o uso de palavras estrangeiras, principalmente do inglês, embora não percebam que não é a lei que aprova ou reprova o uso de determinada palavra, mas sim a comunidade que usa a língua.

Durante o Estado Novo no Brasil, também houve a tentativa de recusar palavras estrangeiras para valorizar a língua materna e palavras em português foram sugeridas para evitar os estrangeirismos: lu-

dopédio em lugar do futebol, bufarinheiro no lugar de camelô, lucivelo no lugar de abajur e casa de pasto

no lugar de restaurante. Nenhuma dessas palavras, entretanto, foi incorporada ao uso diário do idioma, simplesmente porque os falantes não as utilizaram e as palavras estrangeiras tiveram sua pronúncia e ortografia adaptadas e permaneceram no idioma.

79

|

A língua inglesa no Brasil e os meios de comunicação

Hoje em dia, percebe-se uma grande quantidade de palavras inglesas na língua portuguesa, mas nada alarmante a ponto de causar uma celeuma e proibir o seu uso, pois essas palavras são típicas de algumas áreas e estão apenas no nível do léxico e não alteram de forma alguma a sintaxe da língua.

O campo das comunicações é um dos mais ricos, pois é por meio dele que mantemos o conta- to com o mundo e, também por meio dele, que as notícias nos chegam. Ouvimos músicas em inglês, vemos filmes em inglês, assistimos a seriados e programas em inglês, vemos propagandas em inglês e consumimos uma grande quantidade de produtos com nomes ingleses, assim como vamos a vários lugares com nomes estrangeiros.

Segundo Fiorin (2001, p. 120), usamos palavras estrangeiras porque nos identificamos com o esti- lo de vida ou com os elementos trazidos pela cultura da qual a língua é falada. Segundo o autor:

[...] o uso de determinadas expressões estrangeiras conota “modernidade”, “requinte” etc., conotações que as corres- pondentes vernáculas não possuem. Observem-se os nomes das revistas em bancas de jornais. As revistas femininas tem, em geral, nomes franceses (p. ex.: Marie Claire), as revistas dedicadas aos jovens têm, geralmente, nomes em inglês (p. ex.: Trip); as revistas de informação têm nomes em português (p. ex.: Veja, Época). Os nomes em francês conotam elegância, refinamento; os nomes em inglês modernidade, aventura, juventude; os nomes em português, objetividade e neutralidade da informação.

Os estrangeirismos, isto é, as palavras de outros idiomas no português, são resultado do contato linguístico, assim como existem, em outras línguas, palavras que vieram do português.

A grande influência do inglês ocorre principalmente, como afirmam Garcez e Zilles (2001, p. 22- -23), por dois motivos:

Por um lado, há os termos da tecnologia e da pesquisa avançada, desenvolvida e registrada quase hegemonicamente nessa língua. De outro lado, há o universo do consumo e dos negócios. O apelo da máquina capitalista globalizante é forte demais para que a mídia da informação, do entretenimento e, principalmente, da publicidade possa ou queira deixar de explorar as associações semióticas entre a língua inglesa e o enorme repositório de recursos simbólicos, eco- nômicos e sociais por ela mediados.

O contato do inglês com o português, como percebemos, não é algo que pode prejudicar o idio- ma nacional ou algo que precise ser defendido, pois não há o que ser defendido, e quem define a língua em uso são os cidadãos que a utilizam diariamente e, se usam palavras em inglês, é porque tais palavras são aceitas pela comunidade dos falantes.

Do contato do inglês com o português, várias palavras já foram assimiladas e muitos dos usuários do idioma nem percebem que são anglicismos, como bife (beef), blecaute (black out), caubói (cowboy), clube (club), coquetel (cocktail), estresse (stress), tíquete (ticket), uísque (whisky), rosbife (roast beef), xam- pu (shampoo), ou seja, todas são usadas correntemente, embora algumas delas sejam preferidas em sua forma original, para demonstrar status ou requinte, como shampoo, ou pelo fato de as pessoas não esta- rem familiarizadas ou não gostarem do aportuguesamento, como no caso de estresse ou tíquete.

A consolidação do inglês como língua global e, em nosso caso, o contato do inglês com o por- tuguês estão relacionados principalmente a questões econômicas e políticas, mas, como afirma Crys- tal (1997, p. 82), “qualquer consideração sobre política leva inevitavelmente a uma consideração sobre

80 | A língua inglesa no Brasil e os meios de comunicação

o papel da mídia” e a difusão do inglês pela mídia é muito grande no Brasil, uma vez que estamos expostos a todo tipo de contato, principalmente na imprensa, publicidade, transmissões de rádio e televisão, cinema e música.

Imprensa

:::: : pelos meios de comunicação impressos ou virtuais, temos acesso a jornais ingleses e americanos e, em sites, a qualquer jornal no mundo que seja escrito em inglês.

Publicidade

:::: : somos assediados o tempo todo por produtos veiculados internacionalmente por agências de publicidade americanas e inglesas com subsidiárias em todo o mundo e rece- bemos uma grande avalanche de anúncios de produtos veiculados em inglês.

Transmissões de rádio e TV

:::: : inúmeras são as transmissões televisivas em língua inglesa, prin- cipalmente por meio de cabos de fibra óptica, os quais nos permitem o acesso a programas transmitidos por redes de televisão em todo o mundo e, como é grande o número de empre- sas americanas, temos uma chance maior de assistirmos a programas em inglês do que em outras línguas e, mesmo em canais nacionais, é comum assistirmos a reality shows, game shows e talk shows.

Cinema

:::: : por causa da indústria cinematográfica, recebemos uma grande quantidade de fil- mes norte-americanos para atingir grandes públicos e os filmes mais vistos no mundo são geralmente produzidos em Hollywood.

Música

:::: : muito recebemos de músicas em inglês, principalmente pelo fato de alguns ritmos terem sido criados nos Estados Unidos, como o blues, o rock, o jazz, o rap, o gospel, o funk, e grandes nomes da música falantes de inglês, como John Lennon ou Madonna, e mesmo grupos e cantores de outros países que cantam em inglês, como foi o caso, nos anos 1970, do famoso grupo sueco ABBA ou, atualmente, da cantora islandesa Björk ou do grupo brasileiro Sepultura, que canta heavy metal em inglês.

Esse panorama nos dá indicações de como a mídia tem um papel bastante significativo na disse- minação da língua inglesa não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Conclusão

Nesta unidade, foi abordada a questão do contato do inglês com o português, assim como os meios de comunicação que veiculam mensagens em inglês.

Vários são os anglicismos, ou seja, palavras em inglês presentes no português, principalmente em áreas relacionadas à mídia e à tecnologia da informação que, em função da disseminação rápida, são utilizadas em inglês em sua forma original. Existem diversas palavras que já foram aportuguesadas, tais como copidesque (copy desk) ou leiaute (layout), assim como outras que são usadas no inglês original, por não termos um correspondente em português, como é o caso de marketing.

Os meios de comunicação são grandes responsáveis pela disseminação do idioma, pois rece- bemos uma grande quantidade de produções em inglês diariamente, tanto em termos de publica- ções, filmes, músicas, novelas, propagandas, bem como produções de países que não possuem o inglês como língua nativa, mas, para ter divulgação internacional, utilizam o idioma para reconhe- cimento internacional.

81

|

A língua inglesa no Brasil e os meios de comunicação

Texto complementar

No documento Língua e Cultura Inglesa (páginas 80-83)