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No documento Língua e Cultura Inglesa (páginas 32-35)

adapt anatomy carnival armada bamboo (malaio)

anonymous bizarre concerto banana bazaar (persa)

autograph chocolate giraffe mosquito coffee (turco)

habitual grotesque macaroni negro guru (hindi)

lexicon tomato soprano sombrero yacht (holandês)

vírus vase volcano tobacco yoghurt (turco)

Como se pode observar pelo quadro, o inglês incorpora palavras de diversos idiomas, mas, em ter- mos quantitativos, na língua como um todo, a maior parte dos empréstimos vem do grego e do latim.

Outra influência marcante dessa época, juntamente com a bíblia do rei James, são as produções de Shakespeare. Até hoje, diversas frases presentes nas peças de Shakespeare são utilizadas em nosso dia a dia, como a famosa “To be or not to be” (Ser ou não ser), embora o grande impacto de sua obra na língua inglesa seja no léxico, por meio de expressões idiomáticas, utilizadas pelos personagens nas peças, além da utilização de palavras compostas; sem mencionar os aspectos sociais e os relacionados à pronúncia da língua da época que as obras suscitam.

Essa primeira fase do inglês moderno é bastante significativa no que diz respeito a questões rela- cionadas não só ao léxico, mas também à pontuação e à gramática da língua, quando começam a tomar as formas mais próximas do inglês que conhecemos hoje.

Em 1755, o léxico recebe um tratamento sério, com a produção do primeiro dicionário escrito por Samuel Johnson: A Dictionary of the English Language. Johnson trabalhou durante um período de sete anos para escrever a definição de aproximadamente 40 000 palavras.

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O inglês moderno

A necessidade de uma estabilidade para o idioma, para que houvesse um acordo entre as varia- das diferenças existentes no uso das palavras, culmina na preocupação da produção de uma aborda- gem científica para o tratamento da língua. Assim, em 1660, um comitê é formado para dar à língua um caráter científico, proposto pela Royal Society for the Promotion of Natural Knowledge.

Essa primeira fase, portanto, tem como principal característica o interesse em estabelecer um padrão para a língua, tanto em relação ao seu vocabulário quanto à sua gramática e pronúncia.

O inglês moderno

Durante a primeira fase do inglês moderno, a língua passa por diversas transformações e, ao final do século XVIII, vai assumindo características bastante semelhantes àquelas que a língua possui hoje.

Se considerarmos um romance dessa época, como aqueles escritos por Jane Austen (1775-1817), percebemos a semelhança, embora possamos parar em vários pontos em que encontramos diferenças linguísticas significativas.

As transformações sofridas no idioma podem ser percebidas, como nos informa Crystal (2003), na preocupação de Jane Austen com a gramática ao corrigir trechos de suas obras em edições posteriores, fazendo as alterações pelas quais o idioma havia passado.

Comparemos dois exemplos, entre diversos outros apresentados por Crystal, que apresentam di- ferenças se comparados ao inglês moderno. No texto de Austen, percebemos a ausência dos auxiliares, em frases como:

What say you to the day? She doubted not...

Se esses dois exemplos fossem escritos em inglês moderno, teríamos a inclusão dos auxiliares na interrogativa e na negativa, da seguinte maneira:

What do you say to the day? She didn’t doubt...

Esses exemplos apresentam características bem distintas entre o inglês da primeira fase e o inglês moderno, no início do século XIX, se comparado ao inglês atual, no qual os auxiliares do presente (do) e do passado (did) são utilizados.

A preocupação com o estabelecimento de uma gramática normativa para o idioma é outro as- pecto marcante nessa época. Embora tenham sido publicadas outras gramáticas em séculos anteriores, como a de Ben Johnson, publicada postumamente em 1640, ou a de John Wallis, publicada em 1653, autores como Robert Lowth e Lindley Murray preocupam-se com questões controversas do idioma.

É nesse período que Robert Lowth escreve a sua A Short Introduction to English Grammar, em que aponta fatos que julga corromper a gramática. Os exemplos utilizados pelo autor são retirados de autores consagrados, como Shakespeare, Milton e Pope. O procedimento adotado por Lowth, como indica Crystal (2003), foi imitado por mais de 200 anos e consistia em estabelecer regras e ilustrá-las com exemplos. Os mesmos procedimentos são adotados por Murray, que também aponta fatos lin- guísticos que “corrompem” o idioma, como o uso de negativas duplas, fato, inclusive, até hoje abor- dado em muitas gramáticas.

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A preocupação dos escritores ingleses com questões linguísticas na primeira metade do século XVIII foi foco da investigação de estudiosos nos Estados Unidos na segunda metade do século. Assim, anos após a publicação do dicionário de Johnson ou da gramática de Lowth na Inglaterra, surge nos Estados Unidos a preocupação de Noah Webster, autor das Dissertations on the English Language, em 1789, em estabelecer uma língua padrão.

Podemos afirmar, a partir desse panorama, que a mais importante característica da língua inglesa do período moderno é a preocupação com o aumento da consciência linguística sobre a natureza da língua, ao passo que, na primeira fase, a preocupação foi com a compilação de dicionários, gramáticas, manuais de pronúncia e de ortografia. Nesse período, portanto, a língua assume características muito próximas daquelas que conhecemos hoje, com mudanças que são típicas a todo e qualquer idioma à medida que a sociedade se transforma, já que a linguagem acompanha as mudanças sociais, culturais, tecnológicas e científicas.

A linguagem das ciências é um fato deveras significativo, pois o século XIX é um período de di- versas descobertas científicas, tais como a teoria da evolução de Charles Darwin. Ao final do século XIX, como consequência disso, temos a vasta inclusão da nomenclatura científica ao vocabulário do inglês.

É significativo, nessa fase, o impacto exercido pela experiência colonial inglesa nos Estados Uni- dos. Mais de 200 anos após o estabelecimento das colônias de peregrinos nos Estados Unidos, houve um grande desenvolvimento da linguagem, pois muitas são as novas experiências no novo mundo e grande o desenvolvimento científico. Para ilustrar essa realidade, McCrum, Macneil e Cran (1992, p. 123) apresentam a citação de Thomas Jefferson, sinalizando que “novas circunstâncias exigem novas pala- vras, novas frases e a transferência de velhas palavras para novos objetos”.

Esse panorama indica, assim, o percurso pelo qual passa a língua inglesa até adquirir os aspectos que hoje apresenta.

Conclusão

Foi abordado nesta unidade o período da evolução da língua inglesa conhecido como inglês moderno (Modern English).

A língua falada pelos celtas que habitavam a região que sofre invasões e os povos invasores im- põem sua língua, o que resulta na convivência de idiomas distintos em diferentes épocas, marcada- mente o latim, o alemão e o francês. Da convivência desses idiomas em diferentes áreas surgem novos vocábulos e a língua é constantemente alterada, convergindo, ao final do século XV, para o início de um inglês que se tornará padrão, o inglês moderno, e marcando também o fim do inglês médio.

Os principais fatos que marcam essa fase compreendem as transformações principalmente no léxico da língua, rico em empréstimos. É também nessa fase que ocorrem as maiores transformações na pronúncia, na pontuação e na gramática, imprimindo à língua algumas características que até hoje permanecem.

Como há diferenças significativas, costuma-se dividir o inglês moderno em duas fases. A primeira fase é rica em transformações e há uma preocupação bastante significativa com a produção de dicioná- rios e de gramáticas para o estabelecimento de um inglês considerado padrão.

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O inglês moderno

Dois fatos principais marcam a primeira fase do inglês moderno: a tradução da bíblia para o in- glês, conhecida como a bíblia do rei James, e as obras de William Shakespeare.

É na segunda fase que se estabelecem padrões para a língua em seus diversos aspectos: léxico, sin- taxe, pronúncia e ortografia e, a partir disso, inicia-se a preocupação com o papel da língua na sociedade.

Texto complementar

No documento Língua e Cultura Inglesa (páginas 32-35)