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6.1 Unidades de Serviços Médico-Hospitalares não Acreditadas

6.1.1 Unidade de Serviços Médico-Hospitalares A

6.1.1.2 Liderança e Administração

A Unidade A não dispõe de um Sistema de Gestão da Qualidade, nem de uma área funcional da Qualidade, formalizados e estruturados. Os Planos e metas da Qualidade são discutidos e estabelecidos em reuniões, por três comissões distintas: a Comissão co-gestora (composta por oito membros do setor Administrativo), a Comissão de Infecção Hospitalar (composta por um médico infectologista, pelo diretor técnico e por um médico clínico-geral) e a Comissão de Farmácia (formada por um farmacêutico, um médico clínico-geral, um médico infectologista, além do chefe administrativo e do diretor técnico). Os profissionais responsáveis por gerenciar a interação entre as Comissões e por operacionalizar os planos e metas estabelecidos, são o Diretor Técnico e o Chefe Administrativo da instituição.

Atualmente, a instituição tem as seguintes principais metas da Qualidade para os serviços prestados: eliminar erros na requisição médica de medicamentos ao setor de Farmácia; reduzir erros no preenchimento dos prontuários médicos e reduzir, em 40%, o número mensal de reclamações dos usuários, reduzindo-o de 20 para 12. Sob a perspectiva da Qualidade Total, a Unidade A tem também como metas: reduzir o tempo de espera dos usuários e diminuir gastos com exames.

Para que as metas da Qualidade sejam atingidas, foram estabelecidos os seguintes planos de ação:

• Implantação da escala de “Acolhimento e Classificação de Risco e Referência”: consiste em uma tabela na qual uma escala de quatro cores, já aprovada pelo Ministério da Saúde, indica o grau de emergência de atendimento de cada usuário que chega à Unidade. A implantação desta escala ocorreu em 03 de janeiro de 2011 e as quatro cores (vermelho, amarelo, verde e azul) que as compõem, sinalizam a seguinte classificação: Cor Vermelha: indica emergência, isto é, o usuário deve ser atendido imediatamente na sala de emergência da Unidade A.

Cor Amarela: sinaliza urgência, ou seja, o usuário será atendido com prioridade sob os usuários classificados com cor verde, no leito de observação ou na sala de acolhimento. O tempo de espera desses pacientes deve ser de até 30 minutos. Cor Verde: sinaliza inexistência de risco de morte imediata, logo os usuários classificados nesta faixa são preteridos em favor das cores amarela e vermelha. Usuários da cor verde devem ser atendidos em até 1 hora.

Cor Azul: típica para usuários com quadros crônicos caracterizados pela ausência de sofrimento agudo. Assim, devem ser encaminhados à Unidades Básicas de Saúde;

• Protocolo de Medicamentos: visa reduzir erros de requisição de medicamentos ao setor de Farmácia, por parte de médicos e enfermeiros. Para que isso não ocorra, esses profissionais devem preencher um documento formal padronizado que especifica o medicamento necessário, a quantidade necessária, a justificativa de sua requisição, a data limite para aquisição do medicamento e medicamentos alternativos ao requisitado pelo profissional;

• Reconfiguração dos Prontuários Médicos: visa estabelecer alterações nos prontuários que simplifiquem seus preenchimentos, sem que se perca a riqueza de detalhes proporcionada por esses registros, tais como os procedimentos executados em cada tratamento, os resultados esperados, além de detalhes sobre o quadro clínico e a patologia apresentados pelo usuário. A simplificação visa garantir que os prontuários sejam preenchidos de forma completa, legível, correta. Além disso, devem ser devidamente assinados pelo profissional;

• Protocolo de Exames Complementares: destinam-se ao controle de gastos relativos à realização de exames. Visa autorizar, apenas, a realização de exames que sejam estritamente necessários, evitando que recursos financeiros sejam desperdiçados com a realização de exames dispendiosos e que, na maioria das vezes, revelam-se desnecessários e favorecendo a realização de exames de custos mais acessíveis.

A Unidade A não elabora formalmente o planejamento da Qualidade, pois, além da inexistência de um Sistema de Gestão da Qualidade, na percepção do Diretor Técnico, o mesmo não é elaborado também devido às seguintes dificuldades:

• Fragilidade da Rede Básica municipal de Saúde: a remuneração paga pela rede pública municipal de Saúde aos médicos é baixa. Isso impede que o contingente médico que atua na rede se eleve em termos de quantidade e qualificação, fato que o torna insuficiente para atender toda a demanda de usuários da Unidade (atualmente, são atendidos 250 usuários por dia, sendo que o número ideal de atendimentos diários seria de 170);

• Dependência do repasses de verbas advindas de órgãos públicos como o Ministério da Saúde, a Prefeitura Municipal e a Secretaria Estadual de Saúde: desde a inauguração, o volume de verbas repassado à Unidade A é o mesmo, porém a demanda de usuários da instituição aumenta a cada ano e não pára de crescer. Tal fato torna difícil ajustar os recursos financeiros disponíveis à demanda por serviços médico-hospitalares da Unidade;

• Demanda de usuários superior à capacidade de atendimento da Unidade A e incompatível com o tipo de atendimento prestado pela instituição: a Unidade, por, atualmente, se tratar de uma instituição ampliada de pronto- atendimento em razão dos serviços oferecidos, destina-se ao atendimento de quadros clínicos de média complexidade, como pneumonias, infecções gastrointestinais e viroses. Porém, mais de 80% (ou 200 atendimentos diários de 250 realizados) dos usuários que procuram os serviços da instituição apresentam quadros clínicos de baixa complexidade (gripe, lombalgias, enxaquecas, etc.) que deveriam ser atendidos e tratados em postos de saúde da rede municipal básica. Porém, essa dificuldade tende a ser solucionada com o início, em janeiro de 2011, da aplicação da escala de Acolhimento e Classificação de Risco e Referência. Com isso, o foco de todo atendimento realizado na Unidade A estará voltado aos quadros clínicos de média complexidade, vocação da instituição, repassando os quadros de baixa complexidade à Rede Básica de Saúde.

A Alta Administração da Unidade A participa das iniciativas de Gestão da Qualidade não somente pelas reuniões de estabelecimento de planos e metas da Qualidade, mas também por realizar reuniões semanais para tratamento dos problemas da Qualidade ocorridos no período. Dessas reuniões participam profissionais de todas as áreas da Unidade (médico, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, etc.), o Diretor Técnico e o Chefe Administrativo, e são discutidas possíveis soluções e identificadas as causas do problema.

O mapeamento e o monitoramento dos riscos associados às atividades da Unidade (assistenciais, ambientais, profissionais, clínicos e institucionais) não são realizados, limitando-se apenas à identificação e ao gerenciamento de riscos ocupacionais. Estes riscos são analisados criticamente por meio de reuniões mensais da CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes).