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Linha de Pesquisa

No documento PORTCOM (páginas 68-73)

Esta segunda parte do livro é pautada no texto produzido pela professora Ju- çara G. Brittes intitulado “José Marques de Melo e a construção de espaços para a pesquisa em Comunicação no Brasil”, publicado na Revista Comunicação & Sociedade, o qual foi atualizado para o livro pela professora Cristina Gobbi.

Nele conta o primeiro desempenho do professor Marques de Melo de diag- nosticar as tendências da Pesquisa em Comunicação do país, cujo resultado foi

publicado no livro “Comunicação Social: teoria e pesquisa”. Para isso, o professor empenhou-se em registrar a memória da história da comunicação, por meio de perfis biográficos, histórias de vida e de instituições. Esse trabalho pode ser visto em livros como “Memórias das Ciências da Comunicação: o grupo de São Bernar- do do Campo”, entre vários outros, inclusive no próprio projeto Fortuna Crítica da INTERCOM. Melo também empenhou-se na compreensão dos paradigmas da Escola Latino-Americana, buscando compreender sua trajetória e os fluxos comunicacionais nos quais está envolta. Identidades midiáticas brasileiras e pro- cessos midiáticos religiosos também receberam o olhar atento do professor.

O segundo viés de pesquisa que ele percorre é o da Comunicação Com- parada, à qual ele se dedica a estudar desde o início de sua carreira acadêmica, uma vez que fontes inspiradoras do mestre como Kayser e Beltrão também se dedicavam a esse tipo de estudo. Dentro desses estudos comparativos, Melo dedica especial atenção à compreensão do Jornalismo Brasileiro.

A terceira temática que o professor persegue é a da Comunicação das clas- ses subalternas, aliás não é acaso que hoje uma das pesquisadoras brasileiras, referência internacional no estudo de comunicação e minorias, Cicilia Peruzzo, foi sua orientanda de mestrado. Na sequência, a quarta temática de interesse de pesquisa do professor é Leitura: livro, jornal, escola. Conforme Gobbi (2001, p.89), opta por “trabalhar com essa temática e com a estrutura educacional, codificação e fisionomia dos jornais, livros e revistas. Produz os textos Crise da leitura, Democratização da Leitura e presença do jornal e do livro na escola”.

Histórias das Indústrias Culturais é a última linha de pesquisa apresenta- da no livro e a qual Marques de Melo se dedica. Na época em que a obra aqui apresentada foi publicada esta linha consistia

No mais recente projeto de pesquisa desenvolvido por José Marques de Melo pela qual pretende elaborar um quadro evolutivo das indús- trias culturais no Brasil até o presente momento, abordando aspectos fundamentais como estrutura, funcionamento, legislação, tendências e impactos sócio-econômicos que representam no contexto da economia nacional (BRITTES apud GOBBI, 2001, p.91).

Ao final desta parte do livro ainda é mencionado autores bases para a cons- trução do pensamento de Marques de Melo (Beltrão, Paulo Freire, Darcy Ribei- ro, Otto Groth, Joffre Dumazedier e Raymond Nixon), bem como as principais atividades docentes do professor, os principais livros e coletâneas publicados, sua participação enquanto professor visitante em instituições internacionais e, ainda, prêmios e títulos recebidos.

70 Fortuna Crítica – JMM – Volume 4

Entrevistas

A terceira parte do livro aqui apresentado traz duas entrevistas concedidas pelo professor Melo, uma à professora Cosette Castro e outra à Boanerges Lopes e Luciana Gomes.

Na primeira o professor conta toda sua trajetória pessoal e acadêmica, desde quando mudou-se para Pernambuco para se preparar para o ingresso no ensino superior até sua mudança e consolidação em São Paulo. Também relata sobre seus percursos intelectuais, sua produção acadêmica, o contexto da INTER- COM e sua visão sobre a COMPÓS. Fala, ainda, sobre o período ditatorial e sobre o sistema educacional.

Já a segunda entrevista apresenta inicialmente um perfil sobre o professor e depois segue o estilo pingue-pongue. Diferentemente da primeira entrevista em que são abordadas várias temáticas do campo comunicacional, a segunda tem como foco a discussão dos 40 anos do jornalismo. Nela, entram questões como a formação do jornalista, os pontos positivos e negativos do jornalismo brasileiro e o posicionamento de Melo sobre o jornalismo investigativo. São diversos aspectos que infelizmente não cabem ser aprofundados aqui, mas que felizmente estão disponíveis no livro aos que querem obter mais conhecimento sobre a trajetória da comunicação do país e sobre os posicionamentos e reflexões de um dos pioneiros dos estudos comunicacionais brasileiro.

Depoimentos

A quarta e última parte do livro traz, como mencionado anteriormente, 16 depoimentos, os quais, segundo Gobbi (2001, p. 163) são em “grande parte de natureza afetiva, mostrando o perfil do homem antes do professor/pesquisador, [que] são carregados de fatos e, em muito, enriqueceram esta publicação”. Os relatos são de amigos e alunos de Marques e estão expostos seguindo a ordem cronológica da trajetória do professor.

O primeiro depoimento é de Tereza Lúcia Halliday que foi “caloura” de Melo na faculdade e assim como ele também era pupila de Beltrão. O segundo depoi- mento é de José Salvador Faro, que o conheceu quando passou para um concurso na Universidade de São Paulo (USP) e foi lotado no Departamento de Jornalis- mo, do qual Melo era responsável. Hoje ambos são docentes no Programa de Pós- -Graduação da Universidade Metodista de São Paulo (Poscóm/UMESP).

Na sequência há um depoimento de Pedro Gilberto Gomes, que foi aluno do professor, assim como Ruth Vianna. Também estão presentes os depoimentos

de Adolpho Queiroz, Patrícia Monsão Mollo, Esmeralda Villegas, Sebastião Breguez, Manuel Parés, Benalva da Silva Vitorio, Ana Carolina Temer, Rose- mary Mendes e Carlos Eduardo Lins da Silva. Os depoimentos retratam rela- ções profissionais e de amizades ou, melhor dizendo, relações de amizades com profissionais. Se eu já não tivesse tido a honra de conhecê-lo e de conviver um pouco com o mestre, acharia espantoso as amizades que cultiva não em todos os locais do país, mas sim em todos os locais do mundo. E, ainda, talvez tivesse gerado estranheza ao ler relatos de um homem tão humano, tão justo, tão inteli- gente e competente em tudo que faz. Mas o conheço e sei: é tudo verdade. Melo é mesmo iluminado e privilégio tem quem pode ou pôde ter convivido com ele.

Referências

GOBBI, Maria Cristina. Grandes nomes da comunicação: José Marques de Melo. Recife: UNICAP, 2001.

LAURINDO, Roseméri. AI-5 na academia: o manual do lead usado pelos golpistas de 1964 para punir o ensino de jornalismo. Blumenau: Edifurb, 2014.

José Marques de Melo e a Igreja Católica:

No documento PORTCOM (páginas 68-73)