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Como um dos mais importantes conceitos em estudos com recurso a fontes de informação primária, a amostragem considera as pessoas que queremos inquirir e que pensamos que irão fornecer a informação necessária para apurar a solução do problema em estudo (Bradley, 2010) assumindo assim grande importância determinar a dimensão apropriada da amostra a considerar (Baloglu & McCleary, 1999). Então, na seleção dos respondentes adequados para o estudo, apesar de os turistas serem menos propensos a saber sobre os fatores que sustentam e influenciam a produção dos serviços que consomem, pensa-se que pela sua condição de visitantes os turistas têm boa capacidade para avaliar os componentes de atratividade do destino (Enright & Newton, 2004).

Deste modo, considerando a população como o “objeto de estudo, ou seja, o conjunto de elementos que têm algumas características em comum que queremos estudar” (Martinez & Ferreira, 2008, p. 16) e a fim de analisarmos os destinos turísticos de cidade e medirmos perceções pela perspetiva do consumidor, definimos como população de estudo as pessoas que visitam este segmento de destinos, assumindo-se, à luz do conceito de World Tourism Organization (s.d.), visitante como o indivíduo que viaja para qualquer lugar fora do seu ambiente habitual, e com uma finalidade específica que não seja a relação laboral. Consecutivamente, considerou-se de maior relevância para o estudo que os dados em análise fossem referentes à experiência vivida no destino

CAPÍTULO IV. Metodologia

No âmbito de destinos turísticos de cidade, pela sua posição de destaque entre outras cidades mundiais firmadas como destinos turísticos e por ser das cidades portuguesas com maior contributo para o aumento das dormidas de estrangeiros, ao ter uma boa oferta no que diz respeito ao produto City Break e a maior capacidade regional para receber eventos de Turismo de Negócios (Turismo de Portugal, ip, 2007), elegemos como caso de estudo a cidade de Lisboa que é assim apresentada como “montra de um Portugal moderno, autêntico, diverso e dinâmico” (Turismo de Portugal, ip, 2007, p. 51).

Tendo isto, numa abordagem pré-seletiva e com o intuito de medir emoções e avaliações após a visita, delimitámos a amostra de estudo a pessoas que já realizaram a visita a Lisboa sendo que, como justificado, o turismo na cidade tem refletido um crescimento, ainda que moderado, que se comprova na generalidade dos indicadores pela sua tendência para ser um destino cada vez mais procurado, continuando a afirmar- se mundialmente ao ser referência assídua nos principais media internacionais (Turismo de Lisboa, 2013). Consequentemente, pelo interesse em simplificar e facilitar a aplicação do instrumento de recolha de dados devido a condicionantes temporais, houve a necessidade de reduzir os locais onde seria aplicado o questionário. Por isso, elegemos três zonas de Lisboa com relevância e interesse para o turismo da cidade e que são distinguidas pela entidade Turismo de Lisboa na sua página online em www.visitlisboa.com. Assim, escolhemos o Centro Histórico pois, sendo essencialmente no centro da cidade, é considerado como uma zona de passagem obrigatória para quem visita a capital de Portugal devido à sua riqueza cultural, histórica e arquitetónica retratada em monumentos milenares e bairros característicos que mantêm a cidade genuína (Turismo de Lisboa, n.d. b). Seguindo a zona ribeirinha chega-se ao bairro mais paradigmático da cidade de Lisboa pela relação do seu património com os descobrimentos: Belém. Escolhido como outro local de interesse turístico pela sua imponência e história, pois, onde outrora naus partiram à descoberta e aventura, Belém tem hoje espaçosas áreas, jardins a perder de vista e monumentos reconhecidos como Património Mundial pela UNESCO que evidenciam o simbolismo da ligação ao rio Tejo (Turismo de Lisboa, n.d. a). Por fim, numa orientação para a modernidade escolhemos o Parque das Nações por ser o símbolo de uma Lisboa contemporânea marcado pela exposição mundial de 1998 – EXPO’98 – que transformou a zona oriental da cidade por um planeamento urbano de visão ambiciosa onde harmoniosamente se conjuga trabalho, lazer, espetáculos, compras e práticas de desporto e recreio (Turismo de Lisboa, n.d. c).

Porque no Centro Histórico da cidade, no Parque das Nações ou em Belém existem diversos locais de interesse turístico que podem ser visitados livremente, não há um

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apuramento do número de pessoas que os visitam. Também apesar da significativa relevância do Porto de Lisboa e do Aeroporto Internacional de Lisboa na chegada de turistas à cidade, justificada pelo créscimo de 4% do número de passageiros de cruzeiros no Porto de Lisboa e pelo aumento 3,5% do número de passageiros no Aeroporto Internacional de Lisboa no ano de 2012 (Turismo de Lisboa, 2013), estes indicadores não foram considerados para a população de estudo porque com o número de chegadas de turistas apurados pelo Barómetro de Turismo de Lisboa não se consegue diferenciar entre o número de passageiros os que são visitantes da cidade ou os que estão em trânsito. Assim, não sendo possível concretizar efetivamente o número de visitantes da cidade, considerámos como referência os resultados consolidados do ano de 2012 referentes à informação hoteleira da cidade entre Janeiro e Setembro, disponibilizados pelo Observatório de Lisboa. Contudo, foi usado o número de hóspedes (Anexo 3) e não o número de dormidas por se julgar mais relevante no interesse do estudo considerar quantas pessoas ficaram na cidade assumindo-se que assim a puderam visitar.

Seguidamente, apurámos a dimensão da amostra utilizando a ferramenta de cálculo referenciada por Bradley (2010) da Creative Research Systems (2012)3, tendo-se para tal usado como população da amostra o número total de 2.284.021 hóspedes na cidade de Lisboa em 2012 (Anexo 3). Como tal, concretizando a confiabilidade dos resultados do estudo e fundamentando a probabilidade de estimativa, porém acautelando uma dimensão de amostra muito grande devido a limitações temporais na aplicação do questionário, definimos o intervalo de confiança 6, considerando 50% o nível de precisão da amostra e tendo-se, na expressão probabilística do percentual da população considerado nesse intervalo, determinado o coeficiente de confiança em 95%. Então, assim foi calculada a dimensão da amostra n=267 como a necessária para o estudo (Apêndice 1.1) ainda que se reconheça ser preferencial uma amostra de maior dimensão, um número de respostas entre as 200 e 400 são geralmente aceites como um número crítico de tamanho da amostra para uma análise de regressão múltipla e de comportamentos (Baloglu & McCleary, 1999). No entanto, compreendendo que a homogeneidade da amostra poderá ser menor, os elementos da amostra foram escolhidos de forma aleatória pelo método de amostragem probabilística simples entre os visitantes da cidade de Lisboa no Centro Histórico, no Parque das Nações e em Belém pela sua representatividade da diversidade e interesse turístico na cidade de Lisboa, sendo que os 267 elementos da amostra foram distribuídos equitativamente pelos três locais.

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