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Como descrito, com a aplicação dos questionários entre os visitantes da cidade de Lisboa obtivemos 267 observações que compõem a amostra de estudo. Consecutivamente, por se saber a influência que fatores internos e características pessoais têm na formação da imagem, influenciando a perceção do destino turístico (Beerli & Martín, 2004) procedemos à caracterização da amostra pretendendo-se analisar o perfil dos inquiridos e compreender o tipo de amostra conseguida.

CAPÍTULO V. Resultados

resposta de 40,4% para o sexo masculino e de 56,6% para o sexo feminino. Seguidamente verificámos que entre as 22 nacionalidades apuradas, os inquiridos são maioritariamente de nacionalidade Portuguesa (72,3%) seguindo-se a nacionalidade Espanhola (6,4%). Neste sentido concluímos que, face a 6,3% de inquiridos oriundos de países do continente Americano e 3,4% de países do continente Africano, os visitantes da cidade Lisboa considerados na amostra são essencialmente provenientes de países da Europa com a representação de 90,1% dos inquiridos, sendo uma observação fundamentada pela conclusão de Henriques C. (2003, p. 66) em que “a Europa é a sub- região que detém a posição de liderança no turismo mundial como principal emissor e recetor do fluxo internacional de turistas”. Consequentemente, porque os inquiridos de nacionalidade portuguesa têm uma representação tão significativa na amostra, nas análises seguintes procuraremos entender a correspondência deste facto.

No que se refere à sua idade, consideramos a amostra como jovem por a faixa etária dominante ser a dos 18-30 anos para 51,7% dos inquiridos e seguida de 20,2% para o grupo dos 31-40 ano, sendo que, aplicando-se o teste de correlação de Spearman, verificamos que a variável idade apresenta uma relação estatisticamente significativa com o nível de Habilitações académicas (Apêndice 3.2.2) ainda que considerada muito baixa positiva (rs=0,183, n=267, p=0,003) e que permite concluir que

tendencialmente o aumento da idade é associado a maior nível de habilitações académicas que, entre a amostra, correspondem maioritariamente a Ensino superior (55,4%) sendo 42,3% para o grau de Licenciatura (Apêndice 3.2.1).

Porque no processo de escolha de um destino as experiências em destinos anteriores são consideradas como variáveis importantes que influenciam a consciência dos indivíduos sobre os destinos bem como as suas preferências (Oppermann, 2000) analisámos o costume dos indivíduos considerados na amostra em viajar para destinos turísticos de cidade e percebemos pela frequência de resposta que é com regularidade moderada que os inquiridos costumam viajar para cidades como destinos turísticos, na medida em que a maior percentagem de inquiridos (62,9%) costuma viajar só 1 a 2 vezes por ano, perante uma minoria da amostra (13,9%) que refere viajar para cidades como destinos turísticos mais de 5 vezes por ano (Apêndice 3.2.1). Contudo, complementando a análise do perfil da amostra, procurámos perceber a representação das características sociodemográficas dos inquiridos relativamente ao seu comportamento de consumo de destinos turísticos de cidade considerando a frequência de viagem (Apêndice 3.2.3). E, como tal, foi possível concluir que segundo o género são os indivíduos do sexo feminino que mais viajam para destinos turísticos de cidade (59,6%) com a frequência de viagem

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predominante de 1 a 2 vezes por ano (39,7%). Considerando também a nacionalidade para a frequência de viagem observamos que em maioria os indivíduos de nacionalidade portuguesa costumam viajar 1 a 2 vezes por ano para destinos turísticos de cidade (48,3%) sendo também esse o número de vezes que viaja anualmente para destinos turísticos de cidade o grupo dos 18-30 anos como o mais representativo entre as faixas etárias (30,3%). Quanto às Habilitações académicas a predominância da frequência de viagem 1 a 2 vezes por ano (62,9%) mantém-se para o nível de Ensino Superior (33,0%).

No entanto, sugerindo-se que situações presentes são interpretadas em comparação com experiências passadas pois existe uma ligação com a informação e a interpretação subjetiva da experiência vivida anteriormente (Beerli & Martín, 2004), seguimos a análise dos indivíduos que compõem a amostra tendo como base a avaliação da frequência de visita à cidade de Lisboa como destino turístico (Apêndice 3.2.4) sendo pertinente para reconhecer a que nível os inquiridos percecionam Lisboa e assim perceber a observância da avaliação como destino turístico de cidade. Como tal, aferimos que 76,4% dos inquiridos estavam a repetir a visita a Lisboa sendo que entre eles 38,2% afirmam já ter visitado a cidade anteriormente entre 10 a 20 vezes e 33,8% afirmam já tê- lo feito pelo menos 21 vezes. Porquanto, como aferimos inicialmente que a maioria dos inquiridos afirma viajar para destinos turísticos de cidade com a frequência de 1 a 2 vezes por ano, realizámos o teste do Qui-Quadrado para conhecer a relação entre a frequência de viagem para destinos turísticos de cidade e o número de vezes que os indivíduos já visitaram a cidade de Lisboa (Apêndice 3.2.5). Assim, concluímos que as duas variáveis são independentes por não existir uma associação estatisticamente significativa entre elas (r(6)=11.410, p=0,077) e, acompanhando a média, verificamos que entre a amostra que já tinha visitado Lisboa os indivíduos que costumam viajar 1 a 2 vezes por ano para destinos turísticos de cidade. Conquanto, considerando a representativa expressividade dos inquiridos de Nacionalidade Portuguesa, procurámos através de um teste do Qui- Quadrado associações entre a nacionalidade dos inquiridos e a frequência de visita ao destino de Lisboa segundo o número de vezes que os indivíduos referem já ter visitado a cidade anteriormente (Apêndice 3.2.6) tendo-se aferido a dependência entre as variáveis pela existência de uma associação estatisticamente significativa (r(3)=107.890, p=0,000) sendo que a relação entre variáveis que denota mais essa associação é entre os indivíduos que já visitaram Lisboa até 3 vezes e os indivíduos que não são de nacionalidade portuguesa (90,5%) e na qual observamos um comportamento significativamente superior ao esperado.

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Ainda assim, ao se considerar que a sazonalidade surge como um problema para a indústria turística e que por isso os destinos devem procurar identificar os padrões de sazonalidade dos seus diversos mercados e tentar atrair segmentos compatíveis com a intenção de assim maximizarem a sua capacidade produzida no que refere ao consumo e a níveis de ocupação (Buhalis, 2000) procurámos perceber qual o fluxo sazonal da procura da cidade de Lisboa visto que percebemos que os visitantes repetem com alguma regularidade as visitas à cidade e inclusive 51,0% dos inquiridos que já tinham visitado Lisboa referem que a última visita foi no presente ano (Apêndice 3.2.7). Assim, à luz das conclusões de Henriques E. B. (1996) que afirma que o contraste sazonal é menor na cidade de Lisboa do que na generalidade do país, porém acompanhando a tendência geral com a existência de uma maior procura turística da cidade nos meses de verão e um pico de procura secundário na Primavera essencialmente associado à Páscoa, observamos que, para os inquiridos que já tinham visitado Lisboa anteriormente, na última visita à cidade como destino turístico (Apêndice 3.2.7) o primeiro trimestre surge como o período do ano com mais observações (58,8%).