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NEGÓCIOS DA COMPANHIA V ISÃO G ERAL

M EIO A MBIENTE

As atividades de distribuição, transmissão e geração estão sujeitas à legislação federal, estadual e municipal de ampla cobertura referente à preservação do meio ambiente. A Constituição Federal confere poderes aos Governos Federal e Estaduais para promulgar leis destinadas a proteger o meio ambiente e a editar regulamentação ao amparo dessas leis sendo que os municípios podem também fazê-lo com relação aos assuntos de interesse local. A empresa que violar a legislação ambiental aplicável poderá ficar sujeita a multas significativas e a restrições da sua atividade.

As violações à legislação ambiental podem consistir em crime, atingindo tanto os administradores, como a própria pessoa jurídica da empresa. Podem, ainda, acarretar penalidades administrativas, como multas de até R$50 milhões (aplicáveis em dobro ou em seu triplo em caso de reincidência) e suspensão temporária ou definitiva de atividades. Além disso, tais sanções serão aplicadas independentemente da obrigação de reparar a degradação causada ao meio ambiente.

Na esfera civil, os danos ambientais implicam responsabilidade solidária e objetiva, direta e indireta. Isto significa que a obrigação de reparar a degradação causada poderá afetar a todos os direta ou indiretamente envolvidos, independentemente da comprovação de culpa dos agentes. Como conseqüência, quando contratamos terceiros para proceder a qualquer intervenção nas nossas operações, como a disposição final de resíduos, não estamos isentos de responsabilidade por eventuais danos ambientais causados por estes terceiros contratados.

Os principais órgãos de proteção ambiental aos quais as nossas atividades estão condicionadas são o IBAMA e os órgãos estaduais de proteção ambiental integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, além dos órgãos e agências de recursos hídricos nos âmbitos estaduais e federal. Os Ministérios Públicos Federal e Estaduais agem como órgãos fiscalizadores do cumprimento da legislação ambiental vigente, podendo propor Ação Civil Pública para os casos de descumprimento desta legislação.

As empresas do nosso Grupo estabeleceram diversos programas de prevenção e controle de danos, com a finalidade de limitar os riscos relacionados com as questões ambientais. Mesmo assim, devido à natureza de nossas atividades e considerando que boa parte dos ativos das empresas do nosso Grupo, antes do processo de privatização do setor elétrico, era operada sem que as atuais práticas de gestão ambiental fossem adotadas, há a possibilidade de que sejam identificados passivos ambientais até então ocultos. Além disso, algumas empresas do nosso Grupo foram autuadas pela prática de infrações ambientais pontuais e uma destas empresas, a Investco, é também ré em 3 ações judiciais de cunho ambiental. Para maiores informações sobre estas ações judiciais e autuações ambientais, vide Seção “Contingências Judiciais e Administrativas – Processos de Natureza Ambiental”.

Questões Ambientais na Distribuição

O investimento total em meio ambiente realizado pelas nossas distribuidoras, no ano de 2004, foi de, aproximadamente, R$7,3 milhões.

A Bandeirante desenvolveu e está implantando o Projeto SIGA - Sistema Integrado de Gestão Ambiental, Saúde Ocupacional, Segurança do Trabalho e Comunicação Social, fundamentado nas normas internacionais ISO 14000 e OHSAS 18000. Após auditoria realizada por empresa especializada e reconhecida internacionalmente, no âmbito do processo de financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, o SIGA foi aprovado como uma moderna e inovadora solução integrada de gestão.

Similarmente, a Enersul tem um desempenho atuante nesse quesito, promovendo investimentos em Rede Compacta de Distribuição, também conhecida como “linha verde” ou Rede Ecológica, em arborização e na eliminação do uso e destinação final adequada do óleo isolante ascarel. A Enersul conquistou, em 2004,

Quanto à Escelsa, há anos a companhia vem atuando de forma sistemática na preservação dos recursos naturais, participando no consórcio do Rio Guandu que visa à recuperação, revitalização e conservação da Bacia do Rio Guandu, promovendo o monitoramento, revitalização e conservação de solos, monitoramento de recursos hídricos e da ictiofauna, promovendo a recomposição da vegetação e a gestão de resíduos, bem como a proteção e redução de ruídos e radiações, além de dar apoio a entidades não governamentais atuantes na área ambiental.

Em geral, as linhas de transmissão e subestações das empresas do nosso Grupo que foram instaladas a partir de setembro de 1981, quando passou a vigorar a legislação federal que estabeleceu o licenciamento ambiental obrigatório, foram submetidas ao prévio licenciamento ambiental. As linhas de transmissão e subestações que iniciaram suas operações antes de setembro de 1981 ou que iniciaram suas operações depois desta época sem estarem licenciadas estão atualmente passando por um processo de regularização perante os órgãos ambientais competentes.

Questões Ambientais na Geração

Similarmente às distribuidoras, as empresas da área de geração vêm empreendendo esforços significativos para o uso racional dos recursos naturais e para a conscientização dos colaboradores, fornecedores e comunidades em relação à necessidade de se proteger o meio ambiente.

O investimento total das empresas de geração em ações relacionadas com o meio ambiente nos empreendimentos hidrelétricos em exploração e em fase de construção, ultrapassou, no ano de 2004, os R$13,0 milhões. Em relação a ativos de geração já em operação, estas atividades incluem programas de proteção de espécies animais e habitats naturais, monitoramento da qualidade da água dos reservatórios e a implementação do Plano de Desenvolvimento Rural para o apoio de comunidades afetadas pela formação do reservatório da Usina de Lajeado.

Nos empreendimentos em construção, especialmente no que se refere ao Aproveitamento Hidrelétrico Peixe Angical, prosseguiram, em 2004, as ações de implantação dos 30 Programas Ambientais iniciados em 2003, que têm como objetivo amenizar e compensar os impactos ambientais causados pela construção do empreendimento, que foram agrupados de acordo com as suas naturezas: meio físico, meio biótico e meio sócio-econômico.

O aproveitamento de potencial hidrelétrico por meio de usinas hidrelétricas configura atividade sujeita à outorga do direito de uso de recursos hídricos e à conseqüente cobrança pelo uso da água. Para os rios de domínio da União, a emissão da outorga cabe à Agência Nacional de Águas – ANA, enquanto que, para os demais cursos d’água, a autoridade para emitir a outorga é conferida aos órgãos estaduais de recursos hídricos. Os empreendimentos das empresas do Grupo que fazem uso de recursos hídricos já obtiveram outorga de direito de uso de recursos hídricos.

Na tabela abaixo é apresentada a situação atual do licenciamento ambiental dos empreendimentos de geração das empresas do Grupo.

Empresa/usina Data de Início de Operação Órgão Licenciador Licença Ambiental Data de

Emissão Data de Validade

Lajeado

UHE Lajeado 2001 NATURATINS LO* 31/12/2001 31/12/2005

Enerpeixe

UHE Peixe Angical

(em

construção) IBAMA LI* 05/12/2002 05/12/2005

Escelsa

UHE Alegre 1920 SEAMA LO 10/08/99 10/08/03 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Fruteiras 1912 SEAMA LO 10/08/99 10/08/03 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Jucu 1909 SEAMA LO 10/08/99 10/08/03 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Rio Bonito 1959 SEAMA LO 29/06/99 29/06/03 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Suíça 1965 SEAMA LO 29/06/99 26/06/03 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Mascarenhas 1974 SEAMA LO 29/06/99 26/06/03 c/ pedido de renovação protocolado

CESA

UHE Viçosa 2001 SEAMA LO 29/06/01 29/06/05 c/ pedido de renovação protocolado

UHE Paraíso 2003 SEMA LO 23/12/03 23/12/2007

Enersul

UHE Vitor A. de Brito 1964 SEMA LO

pedido de emissão protocolado

em

07/01/05 -

UHE São João I 1963 SEMA LO

pedido de emissão protocolado

em

07/01/05 -

UHE São João II 1967 SEMA LO

pedido de emissão protocolado

em

07/01/05 -

UHE Mimoso 1969/1976 SEMA LO

pedido de emissão protocolado

em

16/07/03 -

UTE Coxim 1974 SEMA LO

pedido de emissão protocolado em 07/01/05 - pedido de emissão protocolado em

Licenciamento Ambiental

A legislação ambiental brasileira aplicável impõe ao empreendedor o dever de submeter ao prévio licenciamento ambiental a construção, instalação, ampliação, modificação e funcionamento de quaisquer empreendimentos ou atividades que utilizem recursos naturais, causem ou tenham potencial para causar degradação ou poluição ambiental no território nacional.

A Licença Ambiental se constitui em ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica.

O processo de licenciamento ambiental contempla três fases distintas, conforme o estágio em que se encontre o empreendimento, sendo realizado junto aos órgãos ambientais na esfera federal, estadual ou municipal, conforme definição legal de competência, conforme o interesse preponderante sobre os recursos ambientais afetados. Para cada uma destas fases, são emitidas as seguintes licenças, todas com prazo determinado de validade, o qual é estabelecido por tipo de licença e por especificidade da atividade ou empreendimento:

Licença Prévia (LP): é a comprovação da viabilidade ambiental de um empreendimento, e

estabelece os requisitos básicos e condicionantes ambientais a serem atendidos nas fases subseqüentes de implantação. Se a atividade ou empreendimento for considerado de alto potencial degradador ou poluidor do meio, torna-se necessária a elaboração do estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), que são submetidos para exame do órgão ambiental licenciador e apresentados, por meio de audiências públicas, às comunidades afetadas.

Licença de Instalação (LI): é a autorização para a construção do empreendimento, e

contempla as medidas de controle e demais condicionantes ambientais a serem cumpridas antes da fase de operação. A comprovação da implementação das condicionantes da Licença Prévia, bem como a elaboração de um Projeto Básico Ambiental (PBA) e seus respectivos Programas Ambientais revestem-se de condição essencial para a emissão da Licença de Instalação.

Licença de Operação (LO): é a autorização para o empreendedor explorar sua atividade

dentro das suas instalações pelo período estabelecido na licença, podendo ser renovada. Referida licença deverá ser requerida pelo empreendedor junto ao órgão ambiental, antes do término da construção, com a comprovação de que as ações contidas no PBA foram implementadas e as condicionantes ambientais da Licença de Instalação foram cumpridas.

Todas as Licenças de Operação que foram obtidas para empreendimentos das empresas do Grupo estão sujeitas a renovação em um prazo igual ou inferior a 5 anos, sendo exigida a antecedência mínima de 120 dias do término do prazo de validade para que seja requerida a respectiva renovação.

De um modo geral, as nossas controladas estão regulares com relação ao licenciamento ambiental de seus empreendimentos ou estão em negociação de termos de ajustamento de conduta para sua regularização, com o que não se esperam gastos significativos. Para maiores informações sobre a situação do licenciamento ambiental dos empreendimentos das empresas do nosso Grupo nas atividades de distribuição e geração, vide, respectivamente, Seções “Meio Ambiente – Questões

Termos de Ajustamento de Conduta

Os Termos de Ajustamento de Conduta são instrumentos previstos na legislação e que têm força de título executivo extrajudicial. Por meio destes instrumentos, o empreendedor assume determinadas obrigações visando regularizar situações de desconformidade com a legislação ambiental, incluindo a falta de licenças ambientais, ou reparar ou compensar danos ou impactos ambientais negativos causados pela atividade.

Os termos são firmados somente com órgãos públicos, incluindo, conforme o caso, representantes do Governo do Estado, do Ministério Público e dos órgãos ambientais. No fim do ano de 2004, a Investco firmou 15 Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta (“TAC”) que têm por objeto obrigações relativas ao reassentamento das famílias que residiam nas áreas desapropriadas para a formação do lago, a adequação das pendências relacionadas à viabilidade econômica das famílias reassentadas, a manutenção da regularidade ambiental das áreas de reassentamento e a transferência de seu domínio face ao respectivo reassentamento rural. Todas as obrigações firmadas nesse período vêm sendo cumpridas desde as suas assinaturas. O prazo previsto nos TAC para implementação das obrigações firmadas se encerrará em julho de 2005, contudo negociamos com o Ministério Público a prorrogação de tal prazo em vista da complexidade das providências a serem tomadas. Adicionalmente, a CESA firmou, em 02 de fevereiro de 2004, um termo referente à aplicação dos recursos a serem pagos a título de compensação ambiental com relação à UHE Paraíso, estabelecida pelo NATURATINS no valor de R$354 mil, equivalentes a 1% do custo total de implantação do empreendimento, e a Enerpeixe firmou em setembro de 2004, um Termo de Concordânciacom relação ao pagamento de compensação ambiental fixado pelo IBAMA no valor de R$ 12.000.000,00, equivalentes a 1,5% do custo de implantação do empreendimento.