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2.3 FORMAS E MEIOS DE OBSERVAÇÃO DA INTERATIVIDADE DA “TECNOLOGIA

2.3.1 Análise de Redes Sociais

2.3.1.5 Medidas oriundas da Análise de Redes Sociais

Freeman (2012) segrega a observação das redes sociais em duas formas que refletem a busca por padrões de comportamentos: a observação do grupo social, conjunto de atores ligados; e a observação da posição social, que consiste em grupos de atores ligados, de forma semelhante, em meio a um sistema social.

Borgatti et al. (2009) apresentam níveis distintos de análise teórica e gráfica de acordo com as propriedades observadas. São eles: análise estrutural da rede social (nível de análise da rede); análise da posição na rede social (nível de análise dos nós); análise de propriedade da díade (nível de análise dos agrupamentos).

No nível da rede são observadas a coesão e a forma. Sobre a coesão é possível observar a densidade, o comprimento, o percurso, e a fragmentação. A coesão permite identificar os subgrupos formados na rede e regiões com propriedades coesivas específicas, maior ou menor densidade, longa ou curta distância, caminhos dependentes ou independentes. A forma observa de modo geral a distribuição dos laços, incluindo propriedades de centro e periferia, formação de massas, dependência e liberdade.

No nível de análise dos nós a medida mais usual é a centralidade, que revela a importância estrutural de um nó na rede formada. Um exemplo de observação é “Freeman’s betweenness” que captura a propriedade de frequência na menor distância entre pares de nós. Isto normalmente é interpretado em termos potenciais da influência de um ator na rede estabelecida (BORGATTI et al., 2009).

No nível de análise dos agrupamentos, há novamente a coesão entre a proximidade dos nós como a distância geodésica da rede e a distância do menor caminho entre um e outro nó. Também se incluem neste nível de análise a multiplicidade de relações estabelecidas entre os atores da rede, e a equivalência, que se refere aos papéis desempenhados pelos atores na rede, podendo apresentar uma rede isomorfa. Vale ressaltar que os agrupamentos podem ser definidos a partir da centralidade da rede.

De acordo com Social Network Analysis (2012), as medidas em Análise de Redes Sociais são:

 Betweenness (Diática - Intermédio)

Mede a distância em que um nó se encontra entre os outros nós da rede. Considera a conectividade dos vizinhos do nó, atribuindo maior valor aos nós que formam agrupamentos por conexões diretas.

 Bridge (Ponte)

Uma aresta ou borda é uma ponte que, quando excluída, pode expor as extremidades dos componentes de um gráfico.

 Centrality (Centralidade)

Esta medida indica aproximadamente o poder social de um nó com base no entendimento de quão bem ele se conecta na rede. Intermediação, proximidade e grau são medidas de centralidade.

 Centralization (Centralização)

Trata-se da relação (quociente) entre o número de ligações de um nó e as possíveis ligações que este nó poderia ter na rede estabelecida. Uma rede centralizada apresenta muitas de suas ligações em torno de poucos nós e uma rede descentralizada apresenta pouca variação entre o número de ligações que cada nó possui.

 Closeness (Proximidade)

Consiste no inverso da soma das distâncias mais curtas entre cada indivíduo da rede (ligação direta) e cada outra pessoa da rede (ligação indireta). Reflete em que grau um indivíduo está próximo aos demais indivíduos de uma rede, direta ou indiretamente. O caminho mais curto também pode ser denominado distância geodésica.

 Clustering coefficient (Coeficiente de agrupamento)

Mede a probabilidade de dois nós associados de um outro nó poderem ser associados entre si. Um alto coeficiente de agrupamento indica um maior movimento em relação ao poder estabelecido (faccioso).

 Cohesion (Coesão)

Reflete o grau de ligação direta entre dois agentes por ligações coesas. Disto podem resultar: panelinhas, se cada indivíduo estiver ligado a todos os outros indivíduos; e círculos sociais, em que o contato direto, impreciso, é menos rigoroso que blocos estruturalmente coesos, mais precisos.

 Degree (Grau)

Trata-se da contagem do número de laços com outros atores da rede.  Density (Densidade)

O nível de análise do indivíduo explicita a relação (quociente) que os respondentes têm entre si e a proporção de quantas poderiam existir, com os candidatos respondentes de um indivíduo e com o nível de análise da rede ou global. A densidade global é a proporção de laços de uma rede em relação ao total de possíveis laços da rede. A rede pode ser esparsa ou densa.

 Flow betweenness centrality (Centralidade a partir da intermediação de fluxos) Evidencia o grau de contribuição de um nó para a soma máxima de fluxos entre todas as ligações diádicas dos nós da rede.

 Eigenvector centrality (Centralidade por autovetor)

Determina a importância de um nó para a rede. Trata-se de uma pontuação relativa a todos os nós da rede, entendendo que aqueles com maior pontuação contribuem para uma maior pontuação do nó em questão.

 Local bridge (Ponte local)

Uma aresta ou borda é uma ponte local se suas extremidades não tiverem vizinhos comuns. Diferentemente de uma ponte, uma ponte local está contida em um ciclo.

 Path length (Comprimento do caminho)

Mostra a distância diádica, distância entre pares de nós da rede. A média do comprimento do caminho é a média da distância entre todos os pares de nós.

 Prestige (Prestígio)

Trata-se do termo utilizado para descrever a centralidade de um nó (prestígio grafo direcionado). Há o grau de prestígio e o prestígio pela proximidade.

 Radiality (Radialidade)

Grau de alcance da rede de um indivíduo na rede global. Apresenta o alcance da rede individual, mostrando sua influência.

 Reach (Alcance)

Consiste no grau com que um membro da rede pode atingir outros membros da rede.  Structural cohesion (Coesão estrutural)

Mostra o número mínimo de membros que, se removidos de um grupo, podem desconectá-lo.

 Structural equivalence (Equivalência estrutural)

Refere-se à extensão, ou ao grau, para aqueles nós que têm um conjunto comum de ligações com outros nós do sistema. Os nós não precisam ter ligação com outro nó para ter uma equivalência estrutural.

 Structural hole (Buraco estrutural)

São buracos estáticos que podem ser estrategicamente preenchidos para conectar uma ou mais ligações e interligar outros pontos. É possível que um nó se ligue a dois outros nós e intermedeie a relação entre eles.