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4.1. Metodologia Projetual Adotada: Design de Interiores

4.1.1. Metodologia de Design de Interiores segundo Gurgel (2013)

No livro Projetando Espaços (Guia de Arquitetura de Interiores para áreas residenciais), Gurgel (2013) fixa que o principal objetivo de sua publicação é

apresentar soluções projetuais diferenciadas para áreas residenciais. A arquitetura de interiores estuda o homem e suas particularidades socioculturais.

Em estudo minucioso, a mesma autora leva em conta os fatores objetivos e subjetivos, nos quais os fatores objetivos são aqueles regidos por normas técnicas, pela topografia, medidas ergonômicas e antropométricas, pelo clima, entre outros; já os fatores subjetivos estão diretamente ligados com a utilização propriamente dita do espaço, do ambiente, com todos os detalhes específicos das atividades que nele serão realizados e com as preferenciais pessoais do usuário que o ocupará.

O Design de Interiores deve buscar criar espaços onde a estética e a funcionalidade, estejam em perfeita harmonia e cujo o resultado final do projeto seja um reflexo das aspirações de cada individuo que utilizará determinado ambiente.

4.1.1.1. Etapas Metodológicas utilizadas

Em sua obra, Gurgel (2013) enumera dez fases essenciais para chegar ao resultado final de uma solução projetual, que serão descritas abaixo:

1. Identificação do problema e de seu contexto sociocultural, econômico e psicológico, pode-se dizer que esta é a fase na qual o designer iniciará fazendo um filtro, coletando informações sobre o cliente em questão, o contexto sociocultural e econômico no qual ele está inserido;

2. Coleta de informações e elaboração do programa:

- Antes de desenvolver qualquer tipo de layout é necessário um programa com informações que orientem o raciocínio e direcionem a criação pelo caminho certo;

- Funcionalidade e tecnologia;

- Equipamentos necessários nos diferentes ambientes;

- Espaço que deve ser destinado a cada atividade ou ambiente; - Caráter e objetivo estético;

- Características físicas do local da obra ou terreno; - Custo Máximo aproximado da obra

4. Estudo das alternativas existentes;

5. Escolha de uma direção para o desenvolvimento do projeto; 6. Desenvolvimento da ideia escolhida e suas possíveis variações; 7. Detalhamento para a verificação e escolha de uma das variações; 8. Avaliação da escolha e possíveis alterações;

9. Seleção final; 10. Projeto definido.

É importantíssimo para o profissional em design de interiores, ao projetar qualquer tipo de ambiente, levar em consideração o passo a passo destas dez fases citadas anteriormente. Pois ao seguir uma por uma, o resultado será a elaboração de um projeto no qual satisfaça os desejos e necessidades do cliente, além do mesmo torna-se uma solução projetual viável e adequada de acordo com o conhecimento prévio do profissional.

4.1.1.2. Especificação do público alvo

As características físicas do ser humano, tais como altura e largura, altura do alcance visual (linha dos olhos), alcance máximo de seus braços, entre outros, são elementos importantes nas diversas situações do dia a dia. Vale ressaltar que estas medidas padrão podem diferir dependendo do pais e região do público em questão. Estes aspectos físicos são divergentes conforme as diferentes nacionalidades.

Quando em um mesmo grupo familiar as pessoas são de estaturas diferentes, o recomendável para especificar o público alvo é que se observem as dimensões máximas e mínimas como base para os diferentes locais conforme a necessidade, como por exemplo, os espaços para circulação devem levar em consideração os usuários com sobre peso ou aqueles que apresentam dificuldade para locomoção, entre outros.

Tendo em vista, o público alvo no qual este estudo está direcionado, é importante ressaltar algumas características físicas, sociais e culturais do mesmo. O público em questão, são os idosos do gênero feminino e masculino, que se encaixam na faixa

etária entre 60 – 80 anos de idade. Idoso este, que apesar de sua idade avançada, carrega em si características de um idoso moderno que está sempre em busca de atualizar-se com o mundo contemporâneo, que tem um estilo de vida jovem, que faz uso de tecnologias como internet, aparelhos celulares, que procura está inserido com a atualidade.

Este mesmo idoso está inserido na classe média alta e é possuidor de um poder aquisitivo considerável. Levando em consideração o cenário da especificação do público alvo, é importante destacar também o quadro da construção civil na cidade de Caruaru – PE, no qual os idosos optam por deixar suas casas para acomodar-se, com a chegada da velhice, em apartamentos de dimensões mínimas prezando por segurança, comodidade e praticidade.

4.1.1.3. Levantamento do ambiente cozinha

Um dos primeiros passos para se iniciar um projeto é realizar um levantamento de todas as características e dimensões do ambiente destinado a ele. Embora em alguns casos já existam plantas oficiais com as referidas medidas, é importante realizar mesmo assim um levantamento verificando se todas as medidas estão de acordo, evitando assim erros projetuais. Abaixo segue as fases que são necessárias para Gurgel (2013) para a realização de um levantamento espacial:

 Levantar as dimensões, distancias e alturas de todos os elementos construtivos;

 Se os ângulos não forem retos e precisos, utilizar recursos da geometria para auxiliar corretamente as medidas das paredes inclinadas;

 Pontos de luz, tomadas e interruptores, assim como pontos de antena, telefone e internet, devem ser marcados e locados;

 Caso se trate de cozinhas, banheiros, lavabos ou lavanderiais, marque a distância entre o eixo dos registros, torneiras, ralos, peças sanitárias, entre outros, e a parede mais próxima, assim como a distancia do piso até elas;  Verificar a orientação do sol para saber a quantidade de luz e insolação

 Certificar-se da vista de cada janela para estar ciente de quais devem ser valorizadas e quais podem ser excluídas, se for o caso;

 Levantar todas as características de revestimentos existentes, assim como onde os mesmos estão localizados e o estado no qual se encontra cada um.

Ainda nesta mesma literatura, a autora abre um sub capitulo no qual destaca o levantamento de um ambiente de preparação de alimento, nos quais as etapas estarão descritas a seguir:

 Identificar as necessidades do ambiente, tais como: quantas pessoas utilizarão a cozinha ao mesmo tempo, qual a faixa etária delas, o que acontecerá ali além da atividade de cozinhar, qual o tipo de comida que será preparada com mais frequência, como e em que quantidade serão armazenadas os alimentos;

 Selecionar os aparelhos e eletrodomésticos que deverão ser utilizados, com suas medidas e especificações técnicas;

 Analisar as diferentes opções de plantas e distribuição interna e escolher a que mais se adapte;

 Levantar todos os pontos elétricos necessários, especificando a utilização de cada um, e nos pontos de iluminação especificar o tipo de lâmpada a ser utilizada;

 Definir os materiais de acabamento.

Um minucioso levantamento do ambiente a ser projetado é necessário para que o mesmo consiga adaptar as condições já existentes. E tentar enquadrar, por exemplo, alguns eletrodomésticos no projeto a ser elaborado, ou a quantidade de pessoas que o utilizarão e o espaço necessário para que as mesmas circulem sem dificuldades ou obstáculos, ou até mesmo levantar os pontos elétricos já existentes para observar quais continuaram ou não no ambiente, e quais serão adicionados, entre outros.