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Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil,

GEORMORFOMÉTRICOS DO RELEVO

2. Metodologia do trabalho

A área de estudo escolhida foi a região do corredor entre a o Contínuo da Serra Cantareira e a Serra da Mantiqueira, localizada no estado de São Paulo, próximo à fronteiro do Sul de Minas Gerais (Figura 1).

Figura 1. Localização da área de estudo.

Revista Equador (UFPI), Vol. 4, Nº 3, (2015). Edição Especial XVI Simpósio Brasileiro de Geografia

Física Aplicada. Teresina- Piauí. Home: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador

Compreende uma área considerada prioritária para a conservação da biodiversidade, reconhecida tanto em âmbito federal pelo Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, quanto em âmbito estadual, pelo Mapa de Áreas Prioritárias para Conectividade do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2010).

Situa-se na cabeceira de três Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos: Paraíba do Sul; Piracicaba, Capivari e Jundiaí e Alto Tietê, responsáveis, entre outros locais, pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo.

Abrange as unidades morfológicas do Planalto e Serra da Mantiqueira cujo modelado constitui-se em escarpas e morros altos com topos aguçados e topos convexos e o Planalto de Jundiaí, no qual predominam colinas e morros baixos com topos convexos e parte com morros altos com topos aguçados. Características que conferem a grande parte da área alta fragilidade erosiva (ROSS; MOROZ, 1997).

O processo de classificação de unidades de paisagem teve quatro etapas: a extração de parâmetros gemorfométricos; o agrupamento em classes; a classificação pelo método da verossimilhança; e a avaliação do peso de cada parâmetro para a classificação por meio da análise estatística por componentes principais (PCA).

A partir do modelo digital de elevação da área de estudo em formato raster, utilizando o programa GRASS 6.4.2, foram extraídos oito parâmetros (Figura 2) para a delimitação da estrutura da paisagem: 1) elevação, 2) declividade, 3) insolação, 4) acumulação de fluxo, 5) curvatura do perfil, 6) curvatura cros- seccional, 7) curvatura máxima, e 8) curvatura mínima. Os parâmetros selecionados foram testados estatisticamente em relação a possíveis redundâncias de informação.

Para o agrupamento das classes foi utilizado o algoritmo cluster, que retira as informações dos pixels, separando em um número de classes pré-definido (quatro para este estudo) a partir de um arquivo de assinatura espectral.

Em seguida as classes foram submetidas à uma análise de verossimilhança. Esta análise parte do princípio que pixels ou células em uma determinada classe raramente são homogêneos. O classificador calcula para

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cada classe a probabilidade de um pixel pertencer a esta classe dados os valores atribuídos (RICHARDS, 1999).

A Análise por Componente Principal (PCA) é uma transformação linear ortogonal que modifica os dados dos parâmetros em um novo espaço com os respectivos eixos rotacionados. O resultado do PCA indica os principais componentes, ou eixos (PC1, PC2), que representam a maior parte da variância encontrada nos dados nesse novo espaço. O primeiro componente principal agrupa a maior variância, o segundo, a maior variância não descrita pelo primeiro eixo e assim sucessivamente (RICHARDS, 1986). O PCA elimina redundâncias de informação, tornando as variáveis melhor interpretáveis (SMALL, 2012).

Figura 2. Parâmetros geomorfométricos:1) elevação, 2) declividade, 3) insolação, 4) acumulação de fluxo, 5) curvatura do perfil e 6) curvatura cros-seccional, 7) curvatura

máxima, e 8) curvatura mínima.

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Física Aplicada. Teresina- Piauí. Home: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador 3. Resultados e Discussão

A classificação das unidades de paisagens (Figura 3) demonstra separações mais claras entre elementos da paisagem com relação funcional, como as áreas de planalto de acúmulo e dissipação de fluxos (1 e 2) e as classes que circunscrevem as serras do Contínuo da Cantareira e Mantiqueira (3 e 4).

Na classe 1 representa as áreas com menores elevações e curvaturas mínimas no relevo (entre 600 e 800 m de altitude). As declividades são em geral baixas (entre 0 e 10 graus). Nesta classe são encontradas as principais planícies e calhas fluviais das áreas de planalto, representando importante rede de fluxos. A classe 2, na mesma faixa de altitude, representa as curvaturas máximas do relevo, porções convexas das vertentes, com declividades um pouco mais acentuadas, alcançando 15 graus, com tendência de dissipação de fluxos. Na classe 3 as altitudes variam de 900 a 1000 m, com declividades mais acentuadas (15 a 30 graus). Delimita as feições mais ressaltadas do relevo na paisagem, como as Serras da Cantareira, Itaberaba e Mantiqueira. A classe 4 é a menos recorrente na paisagem, com altitudes entre 1000 e 1480 m. Representa os topos da paisagem, com declividades predominantemente acentuadas, entre 20 e 50 graus.

Figura 3. Classificação das unidades de paisagem.

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A Tabela 1 mostra os resultados da análise dos componentes principais para os parâmetros selecionados. O componente principal (PC1) representa 43.54% da variância dos dados analisados. O parâmetro que mais contribui para o componente é a elevação. O PC2 representa 27.16% da variância dos dados e é influenciado principalmente pela curvatura mínima. Já o PC3 representa 13.25% da variância dos dados, tendo como parâmetro de maior relevância a declividade. Os três primeiros componentes principais representam quase 84% da variação dos dados gerados pelos oito parâmetros. Os componentes seguintes, do PC4 ao PC8, possuem representatividades cada vez menores na explicação da variação total dos dados.

Tabela 1. Resultados da análise de componentes principais (PCA) para os parâmetros do geomorfométricos do relevo: porcentagem da variância de cada eixo PC (vari.) e a soma

acumulativa da porcentagem de variância por eixo (s. vari.).

Fonte: Sartorello (2014).