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sustentável

2.7 Estratégia negocial de desenvolvimento regional sustentável do Banco do Brasil (DRS)

2.7.3 Metodologia da estratégia negocial DRS

De acordo com o Banco do Brasil (2007b, 2007c), a operacionalização da Estratégia Negocial DRS é realizada por meio de uma metodologia composta das seguintes etapas, tendo-se consciência de que o processo de concertação será exigido e deverá estar sempre presente em todas essas fases:

a) Sensibilização e Capacitação. b) Escolha da Atividade Produtiva.

c) Formação da Equipe de Trabalho DRS.

d) Diagnóstico da situação da atividade produtiva. e) Elaboração do Plano de Negócios.

f) Análises e Pareceres de instâncias decisórias do Banco do Brasil. g) Implementação do Plano de Negócios.

1ª. Etapa: Sensibilização e Capacitação

Para o Banco do Brasil (2007b, 2007c), é imprescindível que os seus funcionários e todos os agentes envolvidos estejam capacitados profissionalmente para enfrentar os desafios de operacionalizar a metodologia DRS, que tem a finalidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável. Como o próprio nome indica, esta etapa tem o objetivo de sensibilizar, capacitar e instrumentalizar funcionários e parceiros para a implementação da Estratégia Negocial DRS.

Entendendo que a capacitação é um processo amplo e multidisciplinar, que exige um esforço permanente e contínuo de formação e atualização profissional, o Banco do Brasil (2007c) vem desenvolvendo programa de educação continuada em desenvolvimento regional sustentável voltados para funcionários e parceiros. Atualmente, já são oferecidos diversos cursos específicos, a saber: Estratégia Negocial DRS; Gestão Estratégica DRS; Oficina Educadores Sociais Pão e Beleza; Introdução ao Voluntariado; Programa Rede Aberta (TV Corporativa Banco do Brasil); Especialização MBA em Gestão e Negócios DRS, em consórcio com cinco universidades (UNB – Universidade de Brasília, UFBA – Universidade Federal da Bahia, UFLA – Universidade Federal de Lavras, UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso e INEPAD – Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração).

2ª. Etapa: Escolha da Atividade Produtiva

Esta etapa é o processo técnico de identificação e escolha das atividades produtivas com maior potencial de desenvolvimento na região, com base nos pressupostos de sustentabilidade. A escolha das atividades produtivas é um fator decisivo para o sucesso da estratégia, devendo ser realizada de forma participativa, mediante consenso entre os parceiros e agentes das atividades (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

Na escolha das atividades produtivas, o Banco do Brasil (2007b, 2007c) orienta atentar para as cinco visões da Estratégia Negocial DRS – participativa, de cadeia de valor, de

abrangência, de futuro e negocial – e observar a existência do maior número possível das seguintes condições, dentre outras:

a) viabilidade econômica. b) vocação da região.

c) potencial de geração de trabalho e renda.

d) condições para aumentar a produção/produtividade.

e) mercado identificado e capaz de absorver aumento de produção e/ou novos produtos. f) existência de parceiros capazes de atenderem as demandas para o desenvolvimento das

atividades.

g) existência de organizações sociais atuantes.

h) existência de experiências de desenvolvimento regional ou de desenvolvimento sustentável em andamento.

Os seguintes pressupostos devem também ser considerados nas iniciativas para escolha das atividades produtivas:

a) capacidade de absorção de novas tecnologias com ampliação dos níveis de ocupação. b) capacidade de agregação de valor aos produtos e serviços.

c) preocupação com a proteção dos recursos naturais.

d) preocupação com a preservação dos saberes locais e aproveitamento dos ativos culturais. e) predisposição dos agentes envolvidos para a realização de ações compartilhadas, visando

fortalecer o desenvolvimento da atividade e aumentar o nível de organização.

3ª. Etapa: Formação da Equipe de Trabalho DRS

Depois de escolhidas as atividades produtivas, constituem-se as equipes de trabalho, que são formadas pelos intervenientes diretos e indiretos que se comprometeram com o desenvolvimento dos trabalhos. Quanto mais diversificada e participativa forem as equipes de

trabalho, melhores serão os resultados obtidos e maior o grau de confiança e aceitação pelas partes interessadas (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

A formação de uma ou mais equipes de trabalho DRS é fator determinante para que o sucesso das ações de desenvolvimento regional sustentável, haja vista que este desafio, por sua magnitude, não pode ser atribuído a uma única pessoa, entidade, empresa ou governos. Tratando-se de interesse comum da sociedade, o comprometimento de seus representantes facilita o alcance dos objetivos (BANCO DO BRASIL, 2007b).

As atribuições da equipe de trabalho são: levantamento de dados e elaboração do diagnóstico da atividade produtiva; construção do plano de negócios para o desenvolvimento sustentável da atividade produtiva; implementação das ações previstas no plano de negócios; monitoramento e avaliação dos resultados e redirecionamento de ações, se necessário (BANCO DO BRASIL, 2007c).

4ª. Etapa: Diagnóstico da situação da atividade produtiva

Mediante o emprego da metodologia DRS, a equipe de trabalho tem a missão de elaborar o diagnóstico da atividade produtiva. É o procedimento de consolidação das informações sociais, econômicas, ambientais e institucionais, cujo objetivo é identificar, quantificar e qualificar as potencialidades, dificuldades, mercados, vantagens competitivas, ameaças e oportunidades da atividade produtiva escolhida. O diagnóstico deve ser elaborado com visão participativa, de abrangência e de cadeia de valor e oferecer informações consistentes para análise das condições em que inserida a atividade produtiva, com vistas a instruir a construção do plano de desenvolvimento (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

O roteiro de elaboração do diagnóstico está estruturado em função do setor de atividade econômica – agronegócio, comércio, serviços e indústria – subdividindo-se em vários tópicos, tais como: identificação da atividade produtiva, aspectos econômico-

financeiros, técnicos, sociais e ambientais, de infra-estrutura, de mercado, além da análise de oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

5ª. Etapa: Elaboração do Plano de Negócios

Com base no diagnóstico, a equipe de trabalho elabora, de forma sistematizada, o plano de negócios. É o instrumento que formaliza os objetivos, as metas e ações da estratégia de desenvolvimento sustentável da atividade produtiva. É composto pelos seguintes módulos: descrição de cenários, objetivos, ações, projeções de receitas e de custos, orçamento, beneficiários e oportunidades negociais (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

6ª. Etapa: Análise e Pareceres

O diagnóstico e o plano de negócios da atividade produtiva são registradas eletronicamente no sistema de informações do Banco do Brasil. Em seguida são submetidos às instâncias decisórias da Instituição Financeira para emissão de pareceres e recomendações (se necessário), com base em três tipos de análise: técnica (no caso do agronegócio); análise de aderência; e análise de risco da atividade produtiva (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c). Na construção do diagnóstico e do plano de negócios ligados ao agronegócio, a equipe de trabalho poderá solicitar o apoio do corpo técnico do Banco (agrônomos, veterinários ou zootecnistas) para prestar assessoramento e análise técnica de informações sobre a atividade produtiva, desde a fase de diagnóstico até a implementação das ações acordadas (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

A análise de aderência visa assegurar a qualidade do processo e, conforme o nome sugere, verifica se o diagnóstico e o plano de negócios estão aderentes aos princípios da Estratégia Negocial DRS (tripé da sustentabilidade) e aos requisitos das visões participativa, de abrangência, de cadeia de valor, de futuro e negocial, bem como se guardam consonância com a estratégia de atuação do Banco do Brasil na região (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

Por fim, a análise de risco da atividade produtiva ocorre em uma única instância analisadora, abordando aspectos relacionados ao alinhamento do diagnóstico e do plano de negócios à metodologia DRS, os riscos setoriais, o mercado e a infra-estrutura, considerando as dimensões econômico-financeira, social, ambiental e cultural. O produto final desta análise é atribuir um risco à atividade, classificado em: alto, considerável, médio, aceitável ou baixo (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

7ª. Etapa: Implementação do Plano de Negócios

O início da implementação do plano de negócios não tem momento pré-estabelecido, pois algumas ações podem ser executadas antes da conclusão formal do Plano. Após a análise de risco, é necessário que a equipe de trabalho reafirme os compromissos e responsabilidades assumidas e assine o Termo de Compromisso. A equipe de trabalho definirá com os intervenientes e parceiros, a forma de acompanhamento e os responsáveis pela implementação das diversas etapas do plano de negócios, a partir de parâmetros estabelecidos, tais como objetivos, metas, ações, prazos e recursos necessários (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

8ª. Etapa: Monitoramento e Avaliação

A gestão da Estratégia Negocial DRS é de competência de todos os participantes. É importante incorporar, em qualquer plano de negócios, um sistema de monitoramento e avaliação dos resultados obtidos para confrontação com os objetivos e metas planejadas. A finalidade do monitoramento e da avaliação é acompanhar a implementação da Estratégia Negocial DRS e verificar a eficácia na execução das ações previstas nos planos de negócios, que poderão orientar a correção de rumos, se necessário, para o alcance dos resultados planejados (BANCO DO BRASIL, 2007b, 2007c).

3 Caracterização e contextualização da unidade