Capítulo III – SPIN-OFFS E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
3.1. O MODELO DA HÉLICE TRIPLA
O conceito de inovação possui um significado crucial para a longevidade de empresas e produtos. A inovação é um conceito alargado e complexo que segundo Schumpeter (1949) incide, não apenas sobre os processos e a tecnologia, mas também sobre os produtos, serviços, fontes de matérias-primas e mercados. Todavia, a definição de inovação revela-se uma tarefa complexa.
Schumpeter (1949) define o conceito de inovação englobando cinco casos específicos que podem ser enquadrados como inovação: introdução de um novo produto/serviço, novo método de produção, criação de um novo mercado, exploração de uma nova fonte de matéria-prima e criação de uma nova forma de organização empresarial. Para podermos
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presenciar um processo de inovação, é necessário acumular e pôr em prática o conhecimento científico, muitas vezes criado no meio académico.
Estando a inovação presente nas diferentes instituições e sectores da sociedade, surge com alguma naturalidade a relação entre a universidade, a indústria e o governo que pode ser simbolizada por uma hélice tripla.
Esta hélice é um dos vectores fundamentais para a criação de spin-offs académicas, unindo as várias entidades que fazem parte integrante do processo num modelo que relaciona o Estado, as Universidades e as Empresas, formando um potencial gerador de inovação através das sinergias criadas entre aquelas entidades.
Contudo, este modelo de análise que pode ser aplicado às empresas nascentes nas Universidades, é um modelo global muito estudado e referido e que se aplica não só ao contexto das spin-offs académicas, mas a todo o universo empresarial quando falamos em empresas e inovação. Desta forma também são encontradas relações entre estes três vectores na literatura comum sobre empreendedorismo e criação de empresas de uma forma geral.
Esta modificação do papel da Universidade baseado em atitudes empreendedoras relaciona-se de forma directa com as outras missões, e uma não é possível sem o sucesso das outras, em particular com o sucesso das investigações levadas a cabo por esta.
De ressalvar que o termo Universidade empreendedora pode conduzir a conclusões um pouco ambíguas. Este conceito transmite e representa a forma como as Universidades modernizaram, de várias formas, as suas estratégias, gestão e cultura organizacional. Processo este que é levado a cabo para corresponder às expectativas da sociedade, embora esta mantenha a sua independência e autonomia face às fontes de financiamento, aos interesses exteriores e ao Governo dos vários países (Gulbrandsen e Slipersaeter, 2007: 116).
Muitos estudos analisaram a temática das relações entre Universidade-Empresas- Governo. As contingências e a conjuntura económica que têm vindo a caracterizar as últimas décadas muito têm contribuído para definir e alterar o papel das Universidades e estimular os estudos empíricos nesta área.
Estas não mais se apresentam apenas como um mero interveniente passivo a quem cabe a tarefa de transferir conhecimentos, na sua grande parte teóricos, passam sim a desempenhar um papel muito mais activo junto das empresas.
Por outro lado, assiste-se a um crescente interesse dos Governos, dos académicos e empresas na criação de riqueza a partir
origem nas Universidades. Este fenómeno decorre da crescente compreensão de que o processo de inovação, como já foi sugerido anteriormente, é a principal ferramenta
desenvolvimento de uma economia (Kim & Nelson, 2000).
A criação de empresas inovadoras e a exploração de conhecimentos criados nas Universidades tem vindo a ganhar mais importância ao longo dos anos. Particularmente, há 20 anos, em alguns países, a
de empresas spin-offs, como rumo alternativo para a comercialização das suas tecnologias. Um dos pioneiros nesta
(MIT) que apresenta como resultados, organização a cada ano na década de 80 Pelo exposto, podemos falar
progredindo desde a ideia inicial de educação e sustentação do conhecime
segundo plano, incluir também o conceito de criação de conhecimento através de pesquisas e a aplicação desses novos conhecimentos, culminando em projectos empreendedorismo e inovação relacionados com o mundo empresarial.
Na figura 10 esquematiza
entidades presentes neste processo de transferência de tecnologia.
Fonte: ETZKOWITZ (2002) -The Triple Helix of University
O âmago da teoria da hélice tripla
sociedade. São vários os caminhos que podem ser identificados para a formação de uma hélice tripla em determinada região, mas a condição imprescindível é a
Empresas
Figura 10- A Hélice Tripla
a um crescente interesse dos Governos, dos académicos e empresas na criação de riqueza a partir de resultados da actividade de i
origem nas Universidades. Este fenómeno decorre da crescente compreensão de que o processo de inovação, como já foi sugerido anteriormente, é a principal ferramenta
desenvolvimento de uma economia (Kim & Nelson, 2000).
A criação de empresas inovadoras e a exploração de conhecimentos criados nas Universidades tem vindo a ganhar mais importância ao longo dos anos. Particularmente, há 20 anos, em alguns países, as universidades começaram a encorajar o desenvolvimento , como rumo alternativo para a comercialização das suas tecnologias. Um dos pioneiros nesta missão foi o Massachusetts Institute of Technology
que apresenta como resultados, uma média de 25 empresas criadas nesta organização a cada ano na década de 80 (Bray & Lee, 2000).
podemos falar em Universidades empreendedoras em que ideia inicial de educação e sustentação do conhecime
incluir também o conceito de criação de conhecimento através de pesquisas e a aplicação desses novos conhecimentos, culminando em projectos empreendedorismo e inovação relacionados com o mundo empresarial.
matiza-se o processo da Hélice Tripla e a relação entre as três entidades presentes neste processo de transferência de tecnologia.
The Triple Helix of University - Industry – Government
hélice tripla é sustentar o papel transformador da universidade na sociedade. São vários os caminhos que podem ser identificados para a formação de uma
em determinada região, mas a condição imprescindível é a Estado
Universidades Empresas
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a um crescente interesse dos Governos, dos académicos e das de resultados da actividade de investigação com origem nas Universidades. Este fenómeno decorre da crescente compreensão de que o processo de inovação, como já foi sugerido anteriormente, é a principal ferramenta para o
A criação de empresas inovadoras e a exploração de conhecimentos criados nas Universidades tem vindo a ganhar mais importância ao longo dos anos. Particularmente, s universidades começaram a encorajar o desenvolvimento , como rumo alternativo para a comercialização das suas
Massachusetts Institute of Technology
uma média de 25 empresas criadas nesta
em Universidades empreendedoras em que a sua missão foi ideia inicial de educação e sustentação do conhecimento, para num incluir também o conceito de criação de conhecimento através de pesquisas e a aplicação desses novos conhecimentos, culminando em projectos de
se o processo da Hélice Tripla e a relação entre as três
é sustentar o papel transformador da universidade na sociedade. São vários os caminhos que podem ser identificados para a formação de uma em determinada região, mas a condição imprescindível é a presença de uma
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universidade empreendedora. Este aspecto é crucial para manter a capacidade de inovação através da criação de novas empresas spin-offs.
Tendo em conta o foi referido anteriormente, é importante que o Governo desenvolva accções para estimular a criação de spin-offs, caracterizadas como empresas nas quais as qualificações académicas, os resultados de investigação, os métodos científicos e outras capacidades desempenham um papel fundamental na sua actuação.
As empresas spin-off académicas apresentam-se como um dos potenciais elementos competitivos da economia que induzem a comercialização de novos métodos científicos, novas tecnologias e novos produtos para a dinamização dos mercados.