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MORFOBIOMETRIA DE FRUTOS E RENDIMENTO DE POLPA DE JUÁ (Zizipus joazeiro MART.)

F. J. C. MOREIRA1, G. M. A. FRENANDES2, F. R. P. MELO4 e P. O. G. ARAÚJO5 1,2,3,4,5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus de Sobral

franze.moreira@ifce.edu.br – robertoeste19@hotmail.com – paolo@ifce.edu.br

RESUMO

O juazeiro é uma árvore muito característica do nordeste. Seus frutos, são comestíveis, sejam in natura ou na forma de licores e geleias, possui a casca rica em saponina. São também utilizados na alimentação do gado em época seca. Mesmo assim, são escassos os estudos que visam conhecer seus aspectos morfobiométricos dos frutos. Em vista disso, este trabalho teve por objetivo avaliar os aspectos físicos e o rendimento de polpa de frutos de juá. Para tanto utilizou-se frutos coletados de plantas nativas, no período de março a abril de 2011. As mensurações foram realizadas no Laboratório de Processamento de Frutos, do Eixo de Produção Alimentícia, do IFCE, Campus de Sobral, em Sobral-CE. As mensurações, em laboratório, foram realizadas em abril de 2011. Os frutos foram submetidos às seguintes avaliações: diâmetro transversal, diâmetro longitudinal, peso total, peso da semente e rendimento de polpa. Com base nos resultados obtidos, destaca-se a potencialidade promissora desta espécie, por ter apresentado características físicas, referentes ao diâmetro dos frutos, tamanho, peso, e rendimento de polpa satisfatórias, fatores estes que são exigidas pelas indústrias de transformação. Os resultados obtidos para as características físicas, verifica-se que os frutos de juá apresentam altura de 20,45 e diâmetro de 17,48 mm, ou seja, são arredondados; apresentam peso médio de 5,17 g, sendo 0,53 g, representado pela semente e 4,64 g, pela polpa, ou seja, em média 90% do fruto é polpa. Algumas características físicas apresentaram valores discrepantes, sendo este aspecto, é muito peculiar de espécies não domesticadas, portanto, com elevado grau de heterogeneidade, tanto entre como em cada planta.

1. INTRODUÇÃO

O juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) pertencente à Família Rhamnaceae, também conhecido por joá, laranjeira-de-vaqueiro, juá-fruta, juá e juá-espinho, é uma árvore típica do nordeste do Brasil. Apresentam frutos do tamanho de uma cereja, são comestíveis e utilizados para fazer geleias, licores, além de possuírem uma casca rica em saponina (usada para fazer sabão e produtos de limpeza para os dentes). São também utilizados na alimentação do gado em época seca (Carvalho, 2007).

É uma árvore elegante, em seu ambiente natural de Caatinga, de médio porte, com ramos tortuosos protegidos por espinhos. Suas folhas são alternas, ovalada a elíptica, finamente serreada, verde claro, com uma camada de cera o que lhe dar a consistência mais membranácea. Suas flores são pequenas, de cor creme, dando origem a frutos esféricos, também pequenos, de cor amarelada, doces, com uma semente em seu interior. O nome do fruto - juá – é de origem Tupi e vem de a-ju-a, que significa fruto carnoso colhido dos espinhos (Braga, 1976; Carvalho, 2007).

A árvore é reputada por diversas propriedades medicinais. Entre seus componentes químicos, destaca-se Vitamina C, cafeína, ácido betulínico e saponinas (estas últimas consideradas tóxicas, se em grandes quantidades). O extrato do juazeiro, o juá, é empregado na indústria farmacêutica em produtos cosméticos, dentre eles xampus e cremes, bem como em cremes dentais (Braga, 1976; Carvalho, 2007).

Frutos de espécies nativas, geralmente, apresentam desuniformidade, tanto nos aspectos vegetativos quanto nos reprodutivos, e precisam ser analisados para que sejam estabelecidos critérios de seleção como cor, tamanho, espessura, entre outros. Na maioria das espécies, grandes variações são observadas no tamanho e no peso dos frutos devido à origem de diferentes plantas-mãe, por causa da variabilidade genética (VILLACHICA et al., 1996).

As características físicas são de fundamental importância para a definição de técnicas de manuseio pós-colheita e também para a aceitação do produto pelo consumidor. As características físicas que respondem pela aparência externa, entre os quais destacam-se o tamanho, a forma do fruto e a cor da casca (CHITARRA e CHITARRA, 2005). As determinações destas características físicas, não só auxiliam no estabelecimento do grau de maturação e do ponto ideal de colheita, como refletem nos padrões de qualidade de aceitação do produto pelo consumidor (CHITARRA e CHITARRA, 2005).

O peso, quando do pleno desenvolvimento do fruto, em geral, correlaciona-se com o tamanho e constitui-se numa característica da espécie ou variedade, sendo variável dentro dos limites aceitáveis, os quais, em alguns casos, são bastante flexíveis (CHITARRA e CHITARRA, 2005).

Carvalho e Müller (2005), estudando a biometria e rendimento de polpa de 50 espécies nativas da Amazônia, verificaram que o peso dos frutos foi a característica que apresentou maior índice de variação.

Essas acentuadas variações são decorrentes do fato de que, dentro de cada espécie, foram utilizados frutos oriundos de diferentes plantas-mães e, nas espécies frutíferas amazônicas, a alogamia constitui-se em regra quase geral, o que condiciona grande segregação (Villachica et al. 1996).

O peso de um fruto está relacionado linearmente com o seu grau de desenvolvimento e/ou amadurecimento, exceto quando se encontra em estádio avançado de maturação, quando apresenta tendência a perder massa fresca em decorrência do maior teor de umidade e de maior permeabilidade da casca (KAYS, 1997).

O tamanho final dos frutos podem ser determinados pelas dimensões (comprimento, largura, diâmetro ou circunferência), massa ou volume. Este é usualmente limitante como índice de maturidade de frutas. O conhecimento desta característica é essencial nas operações de processamento, porque facilitam cortes, o descascamento ou a mistura para a obtenção de produtos uniformes. Os produtos com características de tamanho e peso padronizadas são mais fáceis de ser manuseados em grandes quantidades, pois apresentam perdas menores, produção mais rápida e melhor qualidade.

Rendimento de polpa de um fruto é obtido pelas proporções entre a casca, a polpa e a sementes ou caroços. De acordo com Chitarra e Chitarra (2005), a proporção entre o epicarpo (casca), o mesocarpo (polpa) e o endocarpo (caroço) é de interesse em algumas frutas, podendo ser utilizada, em conjunto com outras características, como índice de maturação ou como indicativo de rendimento da matéria-prima.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no período de fevereiro a abril de 2001. Os frutos foram colhidos de árvores nativas, no distrito de Aprazível, município de Sobral – Ceará, no período de fevereiro a março de 2011. As frutas foram colhidas da parte periférica das plantas, e, em seguida, colocados em sacos plásticos, sendo levadas ao Laboratório de Processamento de Frutos e Hortaliças, do Eixo de Produção Alimentícia, do IFCE, Campus de Sobral, em Sobral – CE.

As amostras foram catalogadas e, em seguida caracterizadas fisicamente quanto ao tamanho dos frutos (diâmetro transversal e longitudinal), com auxílio de paquímetro Digital150MM-6 (Digital Caliper 0-150 mm) peso total do fruto e peso da semente em balança eletrônica semi-analítica (Modelo 20002N), com precisão de 0,001 g. A polpa foi retirada manualmente com auxílio de faca de aço inoxidável, o rendimento de polpa foi obtido por diferença entre as duas análises e o rendimento percentual de polpa por meio de uma regra de três simples.

Para uma melhor apresentação dos dados os mesmos foram submetidos a uma análise com o auxílio do programa Microsoft Excel®, no qual, da amostra de 40 frutos foram determinados a média, limite superior e inferior, desvio padrão e coeficiente de variação. E para melhor visualização os 40 frutos foram divididos em cinco níveis de distribuição de freqüência e os resultados são mostrados em gráficos.

3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

De acordo com os dados expostos na Tabela 1, verifica-se para as variáveis diâmetro transversal e longitudinal, que há uma amplitude elevada, variando de 14,70 a 24,67 mm e 12,74 a 21,01 mm, respectivamente. Isso demonstra a variabilidade que existe entre os frutos, devido à heterogeneidade das plantas.

Os frutos de juazeiro são globulares com pouca variação entre as dimensões analisadas. Com relação ao peso dos frutos, percebe-se também uma amplitude de variação elevada de 2,09 a 8,04 g, semelhante aos diâmetros.

O peso da semente seguiu a mesma proporcionalidade que o peso frutos. Se frutos são grandes a semente também será.

Quanto ao peso da polpa, ainda na Tabela 1, percebe-se uma elevada proporção de polpa nesta espécie.

Tabela 1. Valores de diâmetros transversal e longitudinal, peso do fruto, da semente e da polpa e

rendimento de polpa, além de média, limite superior e inferior, desvio padrão e coeficiente de variação (CV), referentes à biometria de 40 frutos de juá (Zyzipus joazeiro). Sobral-CE, IFCE, Campus de Sobral. 2011.

Frutos

Tamanho (mm)

Peso do fruto (g) Peso da Semente (g) Peso da polpa (g) Rend. de polpa (%) ʔdƌĂŶƐǀĞƌƐĂů (mm) ʔ>ŽŶŐŝƚƵĚŝŶĂů (mm) 1 17,64±2,81 14,75±2,53 3,57±1,60 0,38±0,15 3,19±1,46 89±1 2 14,70±5,75 20,25±2,97 3,47±1,70 0,41±0,12 3,06±1,59 88±2 3 20,73±0,28 15,56±1,72 3,65±1,52 0,43±0,10 3,22±1,43 88±2 4 18,74±1,71 15,42±1,86 3,71±1,46 0,43±0,10 3,28±1,37 88±2 5 19,85±0,60 17,20±0,08 3,71±1,46 0,43±0,10 3,28±1,37 88±2 6 19,23±1,22 16,20±1,08 4,25±0,92 0,41±0,12 3,84±0,81 90±0 7 14,81±5,64 12,74±4,54 2,09±3,08 0,22±0,31 1,87±2,78 89±1 8 16,81±3,64 14,33±2,95 3,26±1,91 0,31±0,22 2,95±1,70 90±0 9 17,50±2,95 15,10±2,18 3,42±1,75 0,40±0,13 3,02±1,63 88±2 10 20,96±0,51 17,00±0,28 6,02±0,85 0,43±0,10 5,59±0,94 93±3 11 23,45±3,00 17,86±0,58 6,02±0,85 0,50±0,03 5,52±0,87 92±2 12 22,90±2,45 18,50±1,22 5,58±0,41 0,43±0,10 5,15±0,50 92±2 13 22,02±1,57 18,73±1,45 5,79±0,62 0,51±0,02 5,28±0,63 91±1 14 19,89±0,56 16,48±0,80 4,43±0,74 0,41±0,12 4,02±0,63 91±1 15 17,74±2,71 14,95±2,33 3,43±1,74 0,34±0,19 3,09±1,56 90±0 16 23,30±2,85 19,43±2,15 6,55±1,38 0,66±0,13 5,89±1,24 90±0 17 22,48±2,03 19,34±2,06 5,67±0,50 0,65±0,12 5,02±0,37 89±1 18 19,48±0,97 15,10±2,18 4,33±0,84 0,70±0,17 3,63±1,02 84±6

19 19,86±0,59 19,06±1,78 5,58±0,41 0,55±0,02 5,03±0,38 90±0 20 23,00±2,55 18,75±1,47 6,29±1,12 0,69±0,16 5,60±0,95 89±1 21 19,07±1,38 16,62±0,66 4,31±0,86 0,50±0,03 3,81±0,84 88±2 22 21,75±1,30 18,68±1,40 6,10±0,93 0,64±0,11 5,46±0,81 90±0 23 17,73±2,72 14,14±3,14 6,03±0,86 0,60±0,07 5,43±0,78 90±0 24 24,67±4,22 20,32±3,04 7,19±2,02 0,64±0,11 6,55±1,90 91±1 25 19,64±0,81 18,03±0,75 6,04±0,87 0,61±0,08 5,43±0,78 90±0 26 24,38±3,93 21,01±3,73 8,04±2,87 0,68±015 7,36±2,71 92±2 27 21,98±1,53 18,04±0,76 6,17±1,00 0,59±0,06 5,58±0,93 90±0 28 22,07±1,62 18,74±1,46 6,15±0,98 0,58±0,05 5,57±0,92 91±1 29 22,00±1,55 19,16±1,88 6,11±0,94 0,47±0,06 5,64±0,99 92±2 30 19,48±0,97 16,86±0,42 4,12±1,05 0,63±0,10 3,49±1,16 85±5 31 23,95±3,50 19,33±2,05 7,18±2,01 0,66±0,13 6,52±1,87 91±1 32 20,36±0,09 17,40±0,12 4,80±0,37 0,68±0,05 4,12±0,53 86±4 33 20,09±0,36 16,19±1,09 4,64±0,53 0,51±0,02 4,13±0,52 89±1 34 16,18±4,27 13,40±3,88 5,71±0,54 0,62±0,09 5,09±0,44 89±1 35 22,20±1,75 18,88±1,60 6,78±1,61 0,43±0,10 6,35±1,70 94±4 36 21,80±1,35 16,72±0,56 5,31±0,14 0,66±0,13 4,65±0,00 88±2 37 22,70±2,25 20,08±2,80 6,35±1,18 0,62±0,09 5,73±1,08 90±0 38 22,53±2,08 17,22±0,06 5,77±0,60 0,57±0,04 5,20±0,55 90±0 39 20,78±0,33 16,87±0,41 4,93±0,24 0,60±0,07 4,33±0,32 88±2 40 19,65±0,80 16,77±0,51 4,44±0,73 0,56±0,03 3,88±0,77 87±3 DĠĚŝĂ 20,45 17,28 5,17 0,53 4,64 90 L. sup. 24,67 21,01 7,19 0,70 7,36 94 >͘ŝŶĨ͘ 14,70 12,74 2,09 0,22 1,87 84 Dp (ʍͿ 2,50 2,02 1,32 0,12 1,24 2,01 CV (%) 12,23 11,72 25,52 22,87 26,73 2,24

Para a variável diâmetro transversal dos frutos de juá com relação à distribuição de frequência, verifica-se na Figura 1A, que há uma tendência de frutos maiores, chegado a 80% dos frutos com diâmetro transversal entre 18,68 a 24,67 mm.

Para a variável diâmetro longitudinal dos frutos de juá com relação à distribuição de frequência, constata-se na Figura 1B, que os frutos maiores, com diâmetro transversal entre 16,04 e 21,01 mm chegou a 75% dos frutos.

&ŝŐƵƌĂϭ. (A) - Intervalos com as frequências de observação do diâmetro transversal dos 40 frutos de juá;

(B) - Intervalos com as frequências de observação do diâmetro longitudinal dos 40 frutos de juá. Sobral- CE, IFCE, Campus de Sobral. 2011.

Para a variável peso dos frutos de juá com relação à distribuição de frequência, verifica-se na Figura 2A, que há uma tendência de frutos maiores, chegado a 75% dos frutos com peso entre 4,13 a 7,19 g.

&ŝŐƵƌĂϮ. (A) - Intervalos com as frequências de observação do peso dos 40 frutos de juá; (B) - Intervalos

com as frequências de observação do peso da semente dos 40 frutos de juá. Sobral-CE, IFCE, Campus de Sobral. 2011.

Para a variável peso da semente de juá com relação à distribuição de frequência, verifica-se na Figura 2B, que há uma distribuição normal perfeita, mesmo assim, mais de 90% dos frutos apresentaram peso da semente entre 0,40 e 0,70 g.

Para a variável peso de polpa dos frutos de juá com relação à distribuição de frequência, verifica-se na Figura 3A, que há uma tendência de frutos apresentarem elevado peso de polpa, chegado a 62,5% dos frutos com peso de polpa entre 4,09 e 7,36 g.

&ŝŐƵƌĂϯ. (A) - Intervalos com as frequências de observação do peso da polpa dos 40 frutos de juá; (B) -

Intervalos com as frequências de observação do rendimento de polpa dos 40 frutos de juá. Sobral-CE, IFCE, Campus de Sobral. 2011.

A

B

Para a variável rendimento de polpa dos frutos de juá com relação à distribuição de frequência, verifica-se na Figura 3B, que há uma distribuição normal, contudo, a porcentagem de furtos com rendimento de superior a 86% foi de 70%.

Os frutos de juá são amarelos, carnudos de cheiro forte e peculiar. Acredita-se que estas características contribuem para atrair os dipersores (pássaros, morcegos, cabras, ovelhas, etc.) e podem também auxiliar na dispersão quanto no processo germinativo, pois, consumindo o epicarpo e o mesocarpo dos frutos, provavelmente promovem a escarificação parcial do pericarpo, o que influencia de maneira positiva na germinação das sementes.

Ivani et al., (2008), estudando a morfologia de frutos e sementes de castanheira (Terminalia

catappa), verificaram que estes fatores supra mencionados são importantes para a atração e

disseminação das espécies.

A distribuição da freqüência apresentou-se assimétrica, em relação a média, para todas as variáveis, com predominância das classes mais altas. Barradas (1972), estudando a caracterização de pequi (Caryocar brasiliense Camb), encontrou assimetria na frequência de distribuição da massa dos frutos, contudo, para o pequi, a predominância foi para as classes menores.

A percentagem de frutos com características físicas mensuradas, acima da média são expressivas. Para os diâmetros transversal e longitudinal, foi de 80 e 75% dos frutos.

Quanto ao peso dos frutos, verificou-se que 75% estão acima da média. Para o peso da semente foi de 90% e para rendimento de polpa foi de 62,5%.

Carvalho e Müller (2005), consideram que frutos com percentual de polpa alto (entre 61% e 80%); e muito alto (superior a 81%), portanto, o juazeiro se enquadra como uma espécie que tem rendimento de polpa alto.

No que diz respeito aos resultados obtidos para as características morfológicas e físicas, constata-se que os frutos de juá, coletados na região norte do estado do Ceará, apresentam altura de 20,45 e diâmetro de 17,48 mm, ou seja, são arredondados; apresentam peso médio de 5,17 g, sendo 0,53 g, representado pela semente e 4,64 g, pela polpa, ou seja, em média 90% do fruto é polpa.

Com base nos resultados obtidos, destaca-se a potencialidade promissora desta espécie, por ter apresentado características físicas, referentes ao diâmetro dos frutos, tamanho, peso, e rendimento de polpa satisfatórias, fatores estes que são exigidas pelas indústrias de transformação. Entretanto, para se chegar a este patamar, muitos outros trabalhos devem ser realizados para dar suporte tecnológico para as pessoas que queiram se trabalhar com esta espécie. São necessários ainda, trabalhos na área de Fitotecnia, Fitossanidade, Pós Colheita, dentre outras.

Segundo Lira Júnior, et al. (2005), o aproveitamento socioeconômico e a demanda de pesquisas de espécies frutíferas nativas refletem na oferta de novas alternativas de frutas frescas para o consumo in natura e matéria-prima para agroindústria, constituindo uma preciosa fonte de alimentos e, riqueza para o país. Pensando assim, acredita-se que este trabalho venha contribuir como uma nova alternativa.

De acordo com Oliveira et al., (2009), as variabilidades observadas em todas as características fisicas estudadas podem ter sido determinadas pelo genótipo, vista que se trade de uma população

nativa, e também decorrentes de variações fenológicas devidas ao número de frutos que se desenvolvem e completam a maturação na planta.

Assim, sugere-se a realização de estudos posteriores com as mesmas plantas, ou na mesma região geográfica, por safras seguidas, para a confirmação dos resultados encontrados. Há, também, necessidade de estudos fenológicos de floração e frutificação para esta espécie.

4. CONCLUSÕES

De acordo com os dados mensurados e de posse dos resultados, pode-se concluir que:

x A amplitude dos diâmetros transversal e longitudinal foram grandes, variando de 14,70 a 24,67 mm e 12,74 a 21,01 mm, respectivamente, contudo, as médias foram próximas;

x Os pesos dos frutos, das sementes e da polpa são relativamente uniformes, se tratando de uma espécie não domesticada, visto que os CV não ultrapassaram 30%;

x Verificou-se um elevado rendimento de polpa, fato que faz desta espécie uma potencial fruta exótica a ser explorada comercialmente;

x Em todas as variáveis mensuradas, cerca de 70% dos valores observados superaram a média;, sendo esta uma característica desejável;

x Constatou-se que os frutos de juá apresentam altura de 20,45 e diâmetro de 17,48 mm, ou seja, são arredondados; apresentam peso médio de 5,17 g, sendo 0,53 g, representado pela semente e 4,64 g, pela polpa, ou seja, em média 90% do fruto é polpa.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MONITORAMENTO DA VAZÃO DE PICO EM UMA MICROBACIA HIDROGRÁFICA