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Aquisições dos participantes ao longo da intervenção

MUDANÇA ALVO SEM

MUDANÇA OUTRAS MUDANÇAS TOTAL VERBAIS DE CONTEÚDO

• Lidar com críticas

• Agradecer - • Fazer perguntas • Responder perguntas • Opinar/concord. • Opinar/discord. • Elogiar • Fazer pedidos • Recusar pedidos • Justificar-se • Auto revelar-se • Expressar empatia

• Usar cont. humor

Subtotal 2 0 11 13 VERBAIS DE FORMA • Intensidade de voz - • Fluência Subtotal 1 0 1 2

NÃO VERBAIS • Distância e

proximidade - -

Subtotal 1 0 0

1

TOTAL 4 0 12 16

Os resultados apresentados na Tabela 23 permitem sugerir que para Diana todos os componentes indicados com necessidade de treino foram atendidos pelo programa de treinamento (seis indicações – alvo com mudança e zero indicações – alvo sem mudança). Ainda foram observadas mudanças em 12 componentes que não haviam sido indicados para o treino, sendo 11 verbais de conteúdo e um verbal de forma.

O grande número de componentes verbais de conteúdo não detectados como alvo de treino, porém com mudanças positivas confiáveis após a intervenção sugere a potencialidade do programa de grupo, o que revela a importância da valorização desse de programas com esse perfil.

DAVI

Em geral, Davi ia e voltava sozinho das sessões estruturadas, em ônibus circular, chegando sempre pontualmente. Em algumas ocasiões regressava das sessões em companhia da pesquisadora em veículo particular desta juntamente com outros colegas do grupo e um auxiliar de pesquisa. Suas faltas foram sempre justificadas na sessão subseqüente à falta, sendo estas em sua maioria relacionadas a questões de saúde.Todos os materiais (crachá, pasta dos planos das sessões e caderneta) eram trazidos pelo participante em todas as sessões sem a necessidade de que isso lhe fosse lembrado. Todas as solicitações feitas pela pesquisadora, ao longo do programa, eram sempre atendidas pela participante e sua família (tarefas de casa, questionários informais e autorizações para passeios/atividades práticas). A família não enviava dúvidas por caderneta e não possuía telefone particular no período da coleta de dados, assim, sempre que possível a pesquisadora questionava os familiares pessoalmente, sobre possíveis dúvidas para esclarecimentos. Nestas situações foram poucas as vezes em que foram feitos questionamentos, sendo as dúvidas existentes esclarecidas pela pesquisadora no mesmo momento.

Os questionários de Davi foram respondidos por sua mãe, que no início mostrou-se insegura quanto sua capacidade em responder às questões e auxiliar no trabalho, demonstrando, contudo no decorrer do programa, mais segurança em realizar essas atividades. A pesquisadora pôde perceber essa insegurança a partir do envio de um bilhete da mãe (via caderneta), após solicitação de avaliação por meio do primeiro questionário informal, no qual a mãe expressou:

“Tentei responder as perguntas, mas não me acho capaz de ajudar.”

Como resposta a pesquisadora expressou (via caderneta e também pessoalmente) ser ela (a mãe) uma pessoa muito importante para o desenvolvimento do filho tanto no programa como em outras atividades que ele participa e venha a participar. Referiu ainda ser ela provavelmente a pessoa que mais o entende, conhece e percebe quando está bem ou não está, quando melhorou, não melhorou ou quando piorou em algo. Explicou que a partir do questionário inicial (respondido pelas famílias antes do início do programa de treinamento) foi possível, juntamente com outros aspectos, organizar e planejar todo o programa de intervenção e que as respostas ao primeiro questionário informal estavam

sendo muito importantes para a compreensão de alguns efeitos iniciais do programa. Neste momento, a pesquisadora colocou-se à disposição para esclarecimento de quaisquer dúvidas em futuros questionários.

Para ilustração das respostas dadas pela mãe ao primeiro questionário informal, o qual desencadeou a situação de suposta insegurança, são transcritas, na íntegra, as respostas às duas questões feitas, sendo a primeira relacionada à satisfação com o programa e a segunda relacionada a melhoras ou pioras após a participação de Davi no programa.

“Acho muito bom, pois o Davi gosta muito do convívio com os amigos e tem se expressado bem melhor.”

“Observei algumas melhoras, na fala, no modo de se expressar e que ele tem tido mais calma quando vai explicar alguma coisa.

E o convívio com o grupo tem ajudado na socialização do Davi.”

Pensando na possibilidade da conversa com a mãe ter influenciado o fato desta não mais expressar insegurança para a pesquisadora, algumas hipóteses foram levantadas para essa ocorrência, tais como: repressão na expressão dos sentimentos por parte da mãe, ou ainda, efeitos positivos do programa também para a família, no caso a mãe, como melhora na auto-estima. Ainda dentro do aspecto segurança, o programa pareceu ser importante também para Davi. Quando questionada, durante a entrevista, se havia gostado do programa e gostado que o filho participasse deste, a mãe do participante respondeu:

“É foi bom pro Davi ele se sentiu mais assim... como se fala, mais seguro pra falar as coisas pra questioná tudo, ficou melhor.”

“Eu gostei. Ele se sentiu importante, sabe? Pra ir lá, pegar o ônibus sozinho.”

Em outras questões, como sobre mudanças no filho, o aspecto segurança ressurgiu:

“É ele ficou mais descontraído, mais seguro pra conversar, né Davi?

(pergunta e olha para o filho)”

Quando questionada sobre as tarefas de casa, também durante a entrevista, a mãe referiu ser ela e a filha mais velha quem auxiliava Davi, referindo acharem “legal (sic- Mãe/ Davi)” auxiliar. Porém referiu que o filho nem sempre gostava de realizá-las.

“De vez em quando ele xingava um pouco (risos), ficava bravo (risos).”

Diante dessa afirmação a pesquisadora perguntou ao Davi, o por que de às vezes não gostar, porém o participante não respondeu verbalmente, abaixando a cabeça e olhando para baixo sugerindo ter sentido vergonha com a situação. Assim, a pesquisadora arriscou uma hipótese e perguntou se às vezes era muita tarefa e o participante levantou o olhar, riu e afirmou positivamente com a cabeça. Neste momento todos riram.

Sobre aspectos que agradaram no programa a mãe referiu a atenção dada aos participantes:

“Da atenção sabe, sua, no caso, né? No caso assim, de reunir, de fazer coisas pra eles comerem, de dar presente, essas coisas, sabe? Eu achei muito legal isso aí.”13

Com relação ao alcance das expectativas da família, a fala da mãe refletiu sua consciência sobre o tempo de aprendizagem, o que consiste em um fator positivo para a família, no sentido de terem paciência e de atentarem a pequenos, porém importantes progressos, especialmente no caso da deficiência mental.

“Alcançou sim, foi bom né, Davi? (olha para o filho) A gente esperava que ele melhorava, que falasse mais. Ele tem muito o que melhorar ainda, né? Eu acho que ele ainda poderia melhorar mais, se soltar mais. Demora ainda um pouquinho pra falar. Mas eu acho que pelo pouco tempo do trabalho tá bom.”

Assim, como na família de Diana, o enunciado acima reflete no desejo de um programa com maior duração por parte da família de Davi, o que leva a necessidade de reflexão e discussão posterior dessa questão.

A Tabela 24 apresenta uma síntese dos resultados de Davi considerando os componentes que, tendo sido definidos como alvos de treinamento: a) resultaram em mudança positiva confiável (Alvo com mudança); e b) não apresentaram indicativos de mudança positiva (Alvo sem mudança). Apresenta-se ainda aqueles componentes não indicados com necessidade de treino, porém com observação de mudança positiva

13

Os aspectos referidos pela mãe de Davi relacionaram ao lanche oferecido aos participantes nas sessões estruturadas em sala adaptada, que ocorria ao final das mesmas e a lembrança aos participantes em ocasião do Natal.

confiável na pós-intervenção (Outras mudanças).

Tabela 24. Componentes alvo com mudança, sem mudança e outras mudanças de Davi de acordo com o Questionário de Facilidade e o Cenário Comportamental

COMPONENTES ALVO COM

MUDANÇA ALVO SEM MUDANÇA OUTRAS MUDANÇAS TOTAL VERBAIS DE CONTEÚDO • Justificar-se • Solic. Mud. de Comportamento • Lidar com críticas • Opinar/discord. • Recusar pedidos - Subtotal 1 4 0 5 VERBAIS DE FORMA • Velocidade de fala • Intensidade de voz • Articulação • Fluência • Prosódia Subtotal 3 1 1 5

NÃO VERBAIS • Gestos - • Postura corporal

Subtotal 1 0 1

2

TOTAL 5 5 2 12

Os resultados apresentados na Tabela 24 sugerem um impacto menos expressivo para o participante Davi quando comparado aos resultados de Diana considerando que este não apresentou mudanças positivas em muitos componentes não indicados com necessidade de treino. Para Davi cinco componentes alvo teriam sido atendidos pelo programa (um verbal de conteúdo, três verbais de forma e um não verbal); igualmente cinco não teriam sido beneficiados pelo programa de treinamento (quatro verbais de conteúdo e um verbal de forma). Teriam sido atendidos pelo programa dois componentes não indicados com necessidade de treino (um verbal de forma e um não verbal). É importante destacar que quatro dos componentes verbais de conteúdo selecionados para treino, neste caso, correspondem a componentes que apresentam um grau de dificuldade elevado para a população geral (solicitar mudança de comportamento, lidar com críticas, opinar/discordando, recusar pedidos), o que sugere a importância de uma análise mais flexível quanto à mudanças confiáveis nesses ítens.

DENIS

Em geral, Denis ia e voltada das sessões estruturadas sozinho em ônibus circular chegando sempre pontualmente às mesmas. Em algumas ocasiões Denis regressava das sessões em companhia da pesquisadora em veículo particular desta juntamente com outros colegas do grupo e um auxiliar de pesquisa. Todos os materiais (crachá, pasta dos planos das sessões e caderneta) eram trazidos pelo participante em todas as sessões sem a necessidade de que isso lhe fosse lembrado pela pesquisadora. Tanto as tarefas de casa quanto os questionários informais e as autorizações para passeios/atividades práticas enviados (via caderneta) ao longo do programa foram sempre atendidos conforme solicitado. Em muitas ocasiões Denis fazia mais tarefas do que era solicitado, como por exemplo, mais de um recorte quando solicitado algum recorte de revista, ou mais de um interlocutor para realização de uma tarefa solicitada para ser feita com apenas um. Algumas dúvidas foram enviadas pela família (via caderneta), sendo estas esclarecidas, pela pesquisadora, também via caderneta, por telefone ou pessoalmente, conforme a necessidade.

Os questionários de Denis foram respondidos por sua mãe e irmã, sendo a entrevista realizada apenas com sua mãe. Os relatos da família sobre os efeitos do programa se referiram a aspectos especificamente treinados e outros não diretamente enfocados no programa de treinamento. Como exemplos de melhoras e mudanças em componentes treinados pode-se citar os seguintes enunciados:

"O D. tinha o hábito de conversar muito perto do rosto das pessoas, e ele agora está conversando normal; não chamei mais sua atenção por esse motivo.”

“Ah, daquilo que ele aproveitou. Tipo esses costumes assim. Ah, tava sendo difícil pra mim tirar, assim dele e você conseguiu, né? Porque eu vivia falando pra ele não entrar em assunto, assim esperar, mas ele tava sempre... E também falar muito em cima da pessoa. Tanto que eu falava pro Diego, mas não adiantava e lá ele conseguiu.”

Outros aspectos não estavam previstos como objetivos do programa, porém foram citados pela família como tendo tido melhora após o início do mesmo, como por exemplo:

“Outra mudança no seu comportamento foi na hora das refeições, pois ele debruçava muito sobre o prato, e não está mais fazendo isto.”

Quando questionada sobre aspectos que não haviam melhorado a mãe de Denis abordou particularmente ao componente recusar pedidos, referindo melhoras parciais no desempenho desse item por parte do filho:

“Não isso ele ainda aceita.. Ainda aceita. De fazer, de favorecer, de ajudar a pessoa. Ele até às vezes sacrifica ele..

Isso ele ainda tem. Não tanto, porque tem coisa que ele fala: “Ah, pediu uma coisa assim assim assim pra mim, eu não fui não, eu não fiz.”. Então eu falo: “Ah, ta certo, né “Denis”? Se dá tudo bem, mas fazer sozinho também aí não dá.

E isso eu ainda falo bastante com ele, porque isso ainda ficou um pouco. Melhorou, mas totalmente não. Eu não sei se ele quer mostrar que ele faz, que ele sabe. Então às vezes se a pessoa for assim meio esperta, ainda machuca um pouco. É porque melhorou, mas ainda ficou um pouquinho. Mas ajudou sim. Ele era mais. Tudo ele queria fazer, até coisa que não podia, coisa assim de prejudicar, coisa pesada, coisa que não tava dando ele forçava. Então eu falo: Isso faz até mal, né Diego? Não pode, não pode. Não é porque ta pedindo que você é obrigado a carregar. Se não ta bem pra você. Pode, pode, não pode tem que falar que não dá.”

Com relação à participação da família nas tarefas, a mãe referiu ser ela e a filha quem auxiliava Denis nas atividades. Alguns relatos da mãe sugeriram responsabilidade e compromisso da família com as tarefas e pareceram relacionar-se ao comportamento do filho em empenhar-se em fazer a tarefa, muitas vezes até mais do que era pedido, como no exemplo que se segue.

“Mas a gente só ajudava naquilo que ele chamava, né? Então ele falava: “Ah, mas é pra segunda-feira.”, e eu falava: “Mas não vai deixar também pra o final de semana, quando chegar da vó no domingo à noite, pra fazer na correria, né? Se tem tempo, então toma banho e faz o que precisa. A gente vê o que pode fazer, né?”. E fazia assim, quando chamava a gente atendia, quando ele tava fazendo sozinho a gente deixava..”

Tanto a família quanto o participante pareceram estarem satisfeitos com o programa, o que foi possível ser observado com base em falas da mãe, principalmente na entrevista realizada no seguimento.

“Eu gostei de tudo que aconteceu. Ainda falei ainda no dia que terminou falei: Ai D. que pena, né? Era tão bom, né? Ele veio com a folhinha despedindo tudo, mas foi muito bom viu Adriana. Foi muito bom, ajudou muito. É..., mas é tudo que começa tem um fim, né?”

“Eu aceitaria sim (quando questionada se aceitaria que o filha participasse

de um trabalho similar a este), porque ele ganhou muita coisa com isso. Ele

aprendeu muito. Coisa que a gente não conseguia você conseguiu ensinar. Ele aproveitou muito do programa.. E não foi uma coisa forçada, né? Ele ia com vontade, porque eu não gosto também de ta forçando. Você vai fazer porque eu to exigindo, né? Ele ia feliz contente. Então ele gostando a gente gosta ainda mais, né? Porque ele ia pela vontade dele, ele ia contente, ele sabia o dia de ir, né? Ele esperava por aquilo que ia acontecer.”

Os resultados individuais de Denis também apresentaram maior semelhança com os resultados observados nos questionários quanto à melhora no desempenho dos componentes treinados quando comparado ao questionário quanto ao grau de facilidade respondido pelos familiares. A Tabela 25 apresenta uma síntese dos resultados de Denis considerando os componentes que, tendo sido definidos como alvos de treinamento: a) resultaram em mudança positiva confiável (Alvo com mudança); e b) não apresentaram indicativos de mudança positiva (Alvo sem mudança). Apresenta-se ainda aqueles componentes não indicados com necessidade de treino, porém com observação de mudança positiva confiável na pós-intervenção (Outras mudanças).

Tabela 25. Componentes alvo com mudança, sem mudança e outras mudanças de Denis de acordo com o Questionário de Facilidade e o Cenário Comportamental

COMPONENTES ALVO COM

MUDANÇA ALVO SEM MUDANÇA OUTRAS MUDANÇAS TOTAL VERBAIS DE

CONTEÚDO • Usar cont. humor

• Solic. Mud. de comportamento • Lidar com críticas • Recusar pedidos - Subtotal 1 3 0 4 VERBAIS DE FORMA - - • Prosódia Subtotal 0 0 1 1

NÃO VERBAIS - • Distância e

proximidade • Gestos

Subtotal 0 1 1

2

TOTAL 1 4 2 7

Os resultados apresentados na Tabela 25 sugerem um impacto do programa mais similar ao de Davi para o participante Denis, com um componente verbal de conteúdo atendido pelo programa e quatro não atendidos (três verbais de conteúdo e um não verbal). Ainda teriam sido atendidos pelo programa dois componentes não indicados com necessidade de treino (um verbal de forma e um não verbal).

ELEN

Elen ia às sessões estruturadas em companhia da pesquisadora em veículo particular com outros colegas do grupo e um auxiliar de pesquisa e voltada destas ora também com a pesquisadora ora em carona com a mãe da participante Diana. Todos os materiais (crachá, pasta dos planos das sessões e caderneta) eram trazidos pelo participante em todas as sessões sem a necessidade de que isso lhe fosse lembrado pela pesquisadora. Tanto as tarefas de casa quanto os questionários informais e as autorizações para passeios/atividades práticas enviados (via caderneta) ao longo do programa foram sempre atendidos conforme solicitado. A família não enviava dúvidas (via caderneta ou pessoalmente), porém alguns familiares (avó e tia) conversavam com a pesquisadora, sempre que tinham oportunidade, dando feedback do trabalho realizado. Nestas ocasiões a pesquisadora aproveitava para questionar possíveis dúvidas e esclarecê-las, porém foram poucas as ocasiões em que foram levantados questionamentos pela família.

avó, sendo a entrevista realizada apenas com sua tia devido ao horário de trabalho da avó. Os relatos da família relacionados a mudanças e melhoras englobaram especialmente componentes treinados, sendo que um aspecto chamou atenção nos enunciados da tia durante a entrevista. Além de aspectos de mudanças na participante a tia referiu acreditar que o programa também gerou resultados positivos aos familiares, como, por exemplo, quando respondeu sobre o que havia sido o programa de treinamento para a família.

“Ah, eu achei que foi bom, porque dentro disso daí a gente aprendeu a ter mais meio de comunicação com a família, né? A gente teve mais comunicação com ela, aprendeu a ver o que ela gostava, o que ela não gostava. Que nem o que ela sentiu o que ela não sentiu, o que, por exemplo, da gente o modo de agir que ela não gostava, tudo essas coisas, né?

Aí a gente aprendeu a conhecer mais ela, né? Através disso daí, porque desenvolveu tanto pra gente quanto pra ela.”

Já com relação a mudanças e melhoras na sobrinha, a tia referiu aspectos diretamente relacionados com os objetivos do programa:

“Ela aprendeu a se comunicar mais com as pessoas aqui de casa. Tanto em casa como lá fora também.”.

“Ela melhorou bastante. Vixe cem por cento vixe. Desenvolveu mais a capacidade dela, sabe? Aprendeu, como que fala. Ela chegava, ela se trocava e ia fazer os dever de casa dela. As tarefas dela. Então o que ela não sabia, ela pedia auxílio. Então eu acho que não tem nada que ela não tenha melhorado.”

E outros que estiveram presentes em algumas sessões como objetivos complementares, como é o caso de observação do outro.

“Ela começou a observar mais as coisas assim, sabe? Como eu posso dizer? Tipo assim, ela começou a observar as coisas assim, com mais franqueza, com mais franqueza, sabe? Tipo assim, ela começou a observar mais a gente assim o que era certo, o que não era errado, começou a tipo chamar a gente no canto e falar: Olha não é assim, é assim que a professora ensinou, assim, assim .. Isso, pra gente. Pra gente aprender.”

O fato de a participante ensinar o que havia aprendido, componente não previsto dentro do programa, neste caso, pode ter tido um papel muito importante na questão da família observar melhoras e mudanças não somente em Elen após o programa de intervenção.

Com relação às tarefas de casa a tia referiu ser a única pessoa a auxiliar a sobrinha devido ao tempo reduzido dos demais membros da família. Dentro deste aspecto quando questionada sobre o que havia achado de participar a tia de Elen respondeu:

"Foi muito importante ajudar ela, porque é como que eu posso dizer? Porque ela é muito ativa nas coisas. Então foi importante pra mim ajudar ela a desenvolver mais a capacidade dela, né?”

Em alguns momentos exemplificou situações simuladas por ela para estimular o aprimoramento dos componentes treinados, independente das tarefas de casa solicitadas, porém utilizando recursos aprendidos com as tarefas, tal como o exemplo seguinte:

“Inclusive eu falei: Se o Mateus (sobrinho) estivesse chorando e eu tivesse que lavar a louça e pedisse pra você olhar um pouquinho ele, o que você achava normal ou é abusivo?” Ela falou: “É normal, porque eu adoro olhar criança.”

Embora uma análise da resposta de Elen à situação proposta pela tia possa levar a um questionamento sobre a assertividade do argumento utilizado para considerar o pedido normal, pode-se considerar indícios de resultados positivos nesse componente, uma vez que Elen (de acordo com esse relato da tia) já analisa os pedidos feitos e apresenta tentativa de discriminação desses.

A satisfação da família relacionou-se a diferentes fatores, desde aspectos relacionados a melhoras e mudanças até o formato do programa. Quando questionada sobre o que mais havia lhe agradado no programa esta respondeu:

“Foi o aprendizado, né? O aprendizado e o que mudou na forma que ela