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Mudanças na Demanda por Investimentos

No documento Mankiw - 8 edição portugues (páginas 131-135)

Até agora, discutimos como a política fiscal pode alterar a poupança nacional. Podemos também usar nosso modelo para examinar o outro lado do mercado — a demanda por investimentos. Nesta seção, estudaremos as causas e os efeitos das mudanças na demanda por investimentos.

Uma das razões do aumento da demanda por investimentos é a inovação tecnológica. Suponhamos, por exemplo, que alguém invente uma nova tecnologia, como a ferrovia ou o computador. Para tirar proveito da inovação, uma empresa ou uma família precisam adquirir bens de investimento. A invenção da ferrovia não teve valor algum antes de os vagões começarem a ser fabricados e os trilhos serem instalados. A ideia do computador só foi produtiva depois que os computadores começaram a ser fabricados. Sendo assim, a inovação tecnológica leva a um crescimento na demanda por investimentos.

A demanda por investimentos também pode mudar, em virtude de o governo estimular ou desestimular o investimento por meio da legislação fiscal. Suponhamos, por exemplo, que o governo aumente o imposto de renda da pessoa física e utilize a receita adicional para financiar reduções fiscais para quem investe em capital novo. Esse tipo de modificação na legislação fiscal faz com que uma maior quantidade de projetos de investimento sejam lucrativos, e, assim como ocorre com a inovação tecnológica, acarreta um aumento na demanda por bens de investimento.

A Figura 3-11 mostra os efeitos do aumento da demanda por investimentos. Em qualquer dada taxa de juros, a demanda por bens de investimento (e também por fundos de empréstimos) é maior. Esse aumento na demanda é representado por um deslocamento para a direita na curva do

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investimento. A economia se desloca do equilíbrio antigo, ponto A, para o novo equilíbrio, ponto B. A surpreendente implicação da Figura 3-11 é que a quantidade de equilíbrio para o investimento permanece inalterada. Segundo as nossas premissas, o nível fixo de poupança determina o montante do investimento; em outras palavras, existe uma oferta fixa para os fundos de empréstimos. O aumento da demanda por investimentos simplesmente ocasiona o aumento da taxa de juros de equilíbrio.

No entanto, chegaríamos a uma conclusão diferente se modificássemos nossa função consumo simples e permitíssemos que o consumo (e seu lado inverso, a poupança) dependesse da taxa de juros. Como a taxa de juros representa o retorno da poupança (assim como o custo inerente a tomar emprestado), uma taxa de juros mais elevada poderia reduzir o consumo e aumentar a poupança. Sendo assim, a curva da poupança seria ascendente, e não vertical.

Com uma curva de poupança ascendente, um crescimento na demanda por investimentos faria crescer tanto a taxa de juros de equilíbrio quanto a quantidade de equilíbrio em relação ao investimento. A Figura 3-12 ilustra esse tipo de alteração. O aumento da taxa de juros faz com que as famílias consumam menos e poupem mais. A diminuição do consumo libera recursos para investimentos.

Conclusão

Neste capítulo, desenvolvemos um modelo que explica a produção, distribuição e alocação da produção de bens e serviços da economia. O modelo se baseia na premissa clássica de que os preços se ajustam de modo a equilibrar oferta e demanda. Nesse modelo, os preços dos fatores equilibram os mercados de fatores, e a taxa de juros equilibra a oferta e a demanda por bens e serviços (ou, de modo equivalente, a oferta e a demanda por fundos de empréstimo). Uma vez que o modelo incorpora todas as interações ilustradas no diagrama de fluxo circular, na Figura 3-1, o modelo é às vezes chamado de modelo do equilíbrio geral.

Ao longo de todo o capítulo, discorremos sobre várias aplicações do modelo. O modelo consegue explicar a divisão da renda entre os fatores de produção e como os preços dos fatores dependem da oferta dos fatores. Também utilizamos o modelo para analisar como a política fiscal altera a alocação da produção entre os seus usos alternativos — consumo, investimento e compras do governo — e quais os efeitos da política fiscal sobre a taxa de juros de equilíbrio.

Aumento da Demanda por Investimentos O aumento da demanda por bens de investimento desloca para a direita a curva do investimento. Em qualquer dada taxa de juros, o montante de investimento é maior. O equilíbrio se move do ponto A para o ponto B. Uma vez que o montante correspondente à poupança é fixo, o aumento da demanda por investimentos faz aumentar a taxa de juros, ao mesmo tempo em que deixa inalterada a quantidade de equilíbrio para o investimento.

FIGURA 3-12

Um Aumento na Demanda de Investimentos Quando a Poupança Depende da Taxa de Juros Quando a poupança está relacionada positivamente com a taxa de juros, um deslocamento para a direita na curva do investimento faz com que a taxa de juros e o montante de investimento aumentem. A taxa de juros mais alta induz as pessoas a aumentar a poupança, o que, por sua vez, permite que o investimento aumente.

A essa altura, é útil revisar algumas das premissas simplificadoras que definimos neste capítulo. Nos capítulos subsequentes, deixaremos de lado algumas dessas premissas para abordar uma variedade maior de questões.

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Nos Capítulos 4 e 5, discutiremos como a moeda afeta a economia e a influência da política monetária.

Partimos do pressuposto de que não existe nenhum tipo de comércio com outros países. No Capítulo 6, examinaremos como as interações internacionais afetam nossas conclusões.

Partimos do pressuposto de que a força de trabalho está em pleno emprego. No Capítulo 7, examinaremos os motivos do desemprego e verificaremos como as políticas públicas influenciam o nível de desemprego.

Partimos do pressuposto de que o estoque de capital, a força de trabalho e a tecnologia da produção são fixos. Nos Capítulos 8 e 9, verificaremos como as mudanças ao longo do tempo, em cada um desses fatores, levam ao aumento da produção de bens e serviços da economia. Ignoramos o papel dos preços rígidos no curto prazo. Nos Capítulos 10 a 14, desenvolveremos um modelo que trata de oscilações de curto prazo, que inclui preços rígidos. Em seguida, examinaremos como o modelo de flutuações no curto prazo se relaciona com o modelo da renda nacional desenvolvido neste capítulo.

Antes de seguir em frente, porém, volte ao início deste capítulo e responda aos quatro grupos de perguntas sobre renda nacional que compõem a abertura do capítulo.

Resumo

Os fatores de produção e a tecnologia da produção determinam a produção de bens e serviços da economia. O aumento de um dos fatores de produção ou um avanço tecnológico aumentam a produção.

As empresas competitivas, que visam à maximização de seus lucros, contratam mão de obra até o ponto em que o produto marginal da mão de obra se iguala ao salário real. De maneira análoga, essas empresas arrendam capital até que o produto marginal do capital seja equivalente ao preço real de seu aluguel. Assim sendo, os fatores de produção são remunerados com base em seu produto marginal. Se a função de produção tem retornos constantes de escala, de acordo com o teorema de Euler, toda a produção é usada para remunerar os insumos.

A produção da economia é utilizada para fins de consumo, investimento e compras do governo. O consumo depende positivamente da renda disponível. O investimento depende negativamente da taxa de juros real. As compras do governo e os impostos são variáveis exógenas inerentes à política fiscal.

A taxa de juros real se ajusta de modo a equilibrar a oferta e a demanda correspondentes ao produto da economia — ou, em termos equivalentes, a oferta de fundos de empréstimos

diminuição dos impostos, reduz a quantidade de equilíbrio para investimentos e ocasiona a elevação da taxa de juros. O aumento da demanda por investimentos, talvez em decorrência de uma inovação tecnológica ou de um incentivo fiscal para o investimento, também ocasiona a elevação da taxa de juros. O aumento da demanda por investimentos aumenta a quantidade de investimento apenas se taxas de juros mais altas estimularem a poupança adicional.

CONCEITOS-CHAVE

No documento Mankiw - 8 edição portugues (páginas 131-135)