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O Núcleo de Apoio a Inclusão (NAI) frente aos estudantes com deficiência

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.2 O Núcleo de Apoio a Inclusão (NAI) frente aos estudantes com deficiência

De uso das atribuições que competem aos núcleos de acessibilidade, criados a partir das políticas que contribuíram de forma significativa para a ampliação do acesso e da permanência da pessoa com deficiência no ensino superior, é que pretendemos apresentar a estrutura de funcionamento do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da Ufac.

A literatura revisada sobre os Núcleos de Acessibilidades (NA) constata a importância de tais espaços na organização da inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior. Lembramos, ainda, que iniciativas como o Incluir do MEC possibilitaram a criação de núcleos nas IES federais, como bem elucida Melo (2015, p. 281):

O Programa Incluir, enquanto expressão política de inclusão de estudantes com deficiência na Educação Superior, foi e continua sendo o motor de desenvolvimento de ações que tem impulsionado nas universidades federais a criação e consolidação de núcleos de acessibilidade que respondam institucionalmente pela garantia da eliminação de toda e qualquer forma de barreira arquitetônica, pedagógica, de comunicação e informação promovendo o cumprimento dos requisitos legais de acessibilidade.

Teixeira (2018), em sua investigação, reflete como o Núcleo de Acessibilidade (NA) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) operacionaliza o uso de Tecnologia Assistiva em relação à inclusão de pessoas com deficiência visual. Ressaltou a importância do núcleo para a realização de ações inclusivas para eliminação de obstáculos que dificultam ou impedem o acesso e a permanência de estudantes com deficiência na UFMA.

O autor destaca os recursos e serviços de Tecnologia Assistiva aos estudantes com deficiência visual como contribuição para eliminação de barreiras, entre outros itens, Teixeira (2018) destaca: utilização de softwares de acessibilidade ao computador, com recursos de ampliação de imagem e programas com sintetizadores de voz; material acadêmico em impressão ampliada; material acadêmico em escrita Braille, transcrição de avaliações e atividades acadêmica em escrita Braille de estudantes cegos para tinta;

material acadêmico em formato digitais (pdf ou doc) para posterior leitura mediante a utilização de recursos de acessibilidade ao computador.

Moreira (2018), em estudo sobre a o trabalho desenvolvido pelos Núcleos de Acessibilidade implementados nas universidades federais da região sudeste constatou que, nas dezenove universidades da Região Sudeste que participaram da pesquisa, os Núcleos de Acessibilidades têm um papel importante dentro da universidade e, apesar dos percalços, suas ações permeiam todas as barreiras e impedem a evasão dos estudantes com deficiência.

Entre as ações desenvolvidas, de acordo com Moreira (2018), são destacadas pelos coordenadores das IES: Tradutor e intérprete de LIBRAS; Instrutor de LIBRAS; Guia- intérprete; Revisor Braille; Transcritor Braille; Material em Braille; Material em Áudio; Material didático em LIBRAS; Material em formato impresso em carácter ampliado; Material pedagógico tátil; Material didático digital acessível; Recursos de acessibilidade à comunicação; Recursos de informática acessível; Recursos para mobilidade; Mobiliário escolar acessível; Transporte acessível no âmbito da instituição.

A pesquisa de Pereira (2017) evidencia que a proposta de estruturação de um espaço que institucionalize os serviços de educação especial na educação superior, como é o caso do Núcleo de Acessibilidade, constitui um recurso imprescindível para que os estudantes com deficiência tenham condições de ingressar, permanecer e concluir, eficazmente, o curso de graduação, bem como para a operacionalização da transversalidade prevista na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Para Pereira (2017), o projeto do núcleo de acessibilidade construído pela UFMA, prevê formas de atuação que visam tornar a universidade inclusiva através de: adequações físicas; equipamentos que auxiliem os estudantes com deficiência nas atividades acadêmicas; ações de sensibilização da cidade universitária quanto às especificidades das pessoas com deficiência, destacando as potencialidades dos estudantes, em uma forma de enfrentamento às barreiras atitudinais; incentivo às pessoas com deficiência a serem participantes e sujeitos de transformação de todo esse processo de mudança de atitudes para superação de preconceitos da comunidade universitária.

O trabalho de Ciantelli e Leite (2016) buscou analisar 17 (dezessete) núcleos de acessibilidades em universidades federais do Brasil. Para as autoras, as ações e funções dos núcleos de acessibilidade trazem uma nova realidade nas universidades federais para a promoção do acesso e permanência de estudantes com deficiência no Ensino Superior.

Entre as ações desenvolvidas foram destacadas: acessibilidade arquitetônica e atitudinais e comunicacional. Sobre as duas últimas, os pontos relevantes foram: palestras e pesquisas de acessibilidade, formação de professores e servidores, provimento de apoio e orientação pedagógica a discentes, docentes e funcionários no atendimento à pessoa com deficiência, acompanhamento pedagógico e psicopedagógico ao estudante com deficiência, promoção de palestras e/ou minicursos sobre acessibilidade, monitoria e bolsa permanência, atendimento de saúde.

Para favorecer a acessibilidade comunicacional, 16 (dezesseis) núcleos apontaram a contratação de Tradutores/Intérprete de Libras para auxiliar nas situações diretas de ensino e em eventos promovidos pela universidade, o uso de monitores/bolsistas no auxílio ao estudante com deficiência, o uso de Guia-Intérprete no espaço institucional, além de ações de formação e sensibilização da comunidade acadêmica em relação a necessidades comunicacionais específicas de pessoas com deficiência (surdo/cego).

A pesquisa desenvolvida por Pletsch e Melo (2017), em 19 (dezenove) Núcleos de Acessibilidade de universidades federais do Sudeste demonstrou que são desenvolvidas diferentes ações para a promoção do acesso e da permanência dos estudantes com deficiências no ensino superior. Os autores verificaram também que os núcleos realizam um conjunto de atividades que vão desde a participação em processos seletivos de ingresso ao ensino superior até formações continuadas sobre inclusão e acessibilidade e assessoramento pedagógico a coordenadores e professores com discentes com deficiências matriculados em suas turmas.

Um estudo recente realizado por Souza (2018) sobre a Inclusão de estudantes com Deficiência na Ufac, através de pesquisa de natureza documental, ressalta que o NAI tem desempenhado papel preponderante no processo de inclusão dos estudantes com deficiência na instituição. A autora alude que as ações de inclusão se fazem mediante assessoramento e apoios específicos, desempenhados, prioritariamente, pelo NAI que, desde 2013, passou a contar com intérpretes de LIBRAS e, a partir de 2014, com fonoaudiólogos e fisioterapeutas, objetivando auxiliar na plena participação e autonomia dos estudantes com deficiência nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Souza (2018) também aponta para promoção da permanência com qualidade e equidade acadêmica dos estudantes com deficiência, as bolsas e auxílios oferecidas pelo NAI através de edital: Promaed: Programa de Monitoria para Apoio ao Estudante com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades ou

Superdotação; Pró-PcD: Programa de Incentivo ao Estudante com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades ou Superdotação; Protaed: Programa de Tutoria para Apoio ao Estudante com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades ou Superdotação e o Pró- Acessibilidade: Programa de Apoio às Ações de Acessibilidade do NAI. Sobre tais bolsas e auxílios, iremos ainda especificá-los na continuação deste tópico.

Devido ao trabalho de Souza (2018) ter como principal objetivo uma análise das políticas de acesso para a inclusão de estudantes com deficiência na Ufac, através de estudo dos editais e chamadas dos processos seletivos lançados no período de 2010 a 2017 pela Ufac, não foram aprofundadas as ações desenvolvidas pelo NAI.

Na sequência, evidenciaremos que o trabalho realizado pelo NAI da Ufac, não se distância dos demais NA em outras regiões do Brasil. Iremos realizar nossas ponderações a respeito da atuação do NAI para a inclusão de estudantes com deficiência na Ufac a partir das análises realizadas nos documentos institucional e do NAI.

Visando dar resposta à legislação vigente e as suas diretrizes institucionais, a Ufac criou no ano de 2008 o NAI, através da Resolução Reitoria nº 14, de 30 de abril de 2008, homologada pela Resolução CONSU23 nº 10, de 18 de setembro de 2008. Não diferente dos demais núcleos instalados nas instituições de ensino superior do Brasil24, o NAI é

uma unidade administrativa de apoio e assessoramento técnico-pedagógico aos estudantes, público alvo da educação especial da Ufac, vinculado à PROAES.

Concernente a vinculação do NAI a PROAES, percebemos que essa não foi uma iniciativa unicamente da Ufac. Pletsch e Melo (2017) confirmam que dos 19 (dezenove) Núcleos de Acessibilidade (NA) de universidades federais do Sudeste, 8 (oito) estão vinculados à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis. Nesse sentido, tal organização também é uma realidade em outras universidades e a Ufac pode ter observado o modelo das experiências exitosas em outras universidades do país.

De acordo com o PDI (2015) da Ufac, o NAI tem por finalidade executar as políticas e diretrizes de inclusão e acessibilidade de estudantes e servidores com deficiência, garantindo ações de ensino, pesquisa e extensão, além de apoiar o desenvolvimento inclusivo do público-alvo da modalidade de Educação Especial, bem como orientar o desenvolvimento de ações afirmativas no âmbito da instituição nos

23 Conselho Universitário (CONSU)

24 Sobre os Núcleos de acessibilidades nas IFES brasileiras ver Ciantelli e Leite (2016); Pletsch e Melo (2017).

seguintes eixos: (i) Infraestrutura; (ii) Currículo, comunicação e informação; (iii) Programas e/ou Projetos de extensão; (iv) Programas e/ou Projetos de pesquisa.

Compete ao NAI a adoção de medidas de assessoramento e apoio específico para garantir as condições de acessibilidade necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes público-alvo da Educação Especial. Dessa forma, a finalidade do NAI prevê formas de atuações que visam tornar a Ufac inclusiva através do ingresso e permanência com êxito dos estudantes com deficiência, bem como, contribuir na caminhada profissional de servidores com deficiência da instituição.

Estudos realizados sobre núcleos de acessibilidades nas IES Federais (TEIXEIRA, 2018; CIANTELLI; LEITE, 2016; PEREIRA, 2017; MOREIRA, 2018), ressaltam a importância dos NA para garantir o acesso, o ingresso e a permanência de pessoas com deficiência com sucesso nas instituições. Dessa forma, Ciantelli e Leite (2016, p. 417) asseveram,

É oportuno informar que os núcleos de acessibilidade existentes em diferentes regiões do país se mostram como uma resposta das IES para dar suporte educacional e social para essa demanda populacional. Eles visam promover ações institucionais que garantam a inclusão de pessoas com deficiência à vida acadêmica, eliminando barreiras pedagógicas, arquitetônicas, atitudinais, comunicacionais e informacionais, promovendo o cumprimento dos requisitos legais de acessibilidade e se estruturando com base nos seguintes eixos: infraestrutura, currículo, comunicação e informação, programas de extensão e programas de pesquisa.

Apesar, como esclarece Chahini (2010), que muitas IES ainda não operacionalizam, adequadamente, as ações que garantem a acessibilidade de pessoas com deficiência nas Instituições Federais de Ensino Superior. As pesquisas supracitadas, nos conduz a afirmar que as finalidades dos NA nas universidades federais brasileiras pesquisadas estão de acordo com as orientações do Programa Incluir.

Não diferente das demais IES, as atribuições do NAI estão diretamente relacionadas aos ideais do Programa Incluir, qual seja, de garantir através dos núcleos de acessibilidades, a inclusão dos estudantes com deficiência na educação superior.Nesse sentido, o NAI tem as seguintes atribuições: Articular as diversas contribuições que a Universidade pode oferecer, no sentido de melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem aos estudantes com deficiência, coordenando a execução de atividades de apoio e suporte aos estudantes, professores, funcionários e coordenadores de cursos da Ufac, de forma a garantir a inclusão de todos os estudantes em todos os espaços acadêmicos da Universidade.

Conforme o PDI (2015) em agosto de 2013, foi criada a primeira Comissão de Acessibilidade para atuar em parceria com a Administração Superior da Ufac, por meio do NAI, com atribuição de identificar as barreiras arquitetônicas da Ufac e propor soluções para garantir a acessibilidade dos estudantes e de todos que compartilham dos espaços da Ufac. Esta comissão atuou nos anos de 2013, 2014 e meados de 2015. Ainda no ano de 2013, para atender às necessidades de acessibilidade, a Ufac contratou os primeiros intérpretes para o seu quadro funcional e, em 2014, 1 (um) fisioterapeuta, e 1 (um) assistente social.

No ano de 2014, foram inauguradas as novas instalações do NAI, no andar térreo do Bloco Edilberto Parigot, local este onde o NAI desenvolve suas atividades atualmente. O NAI é constituído pela seguinte estrutura administrativa organizacional: Coordenação; Secretaria Administrativa; Coordenação Pedagógica e de Acessibilidade; Serviço de Atendimento ao Acadêmico com Deficiência Física (SAADF); Serviço de Atendimento ao Acadêmico com Deficiência Visual (SAADV); Serviço de Atendimento ao Acadêmico Surdo e/ou com Deficiência Auditiva (SAASDA) e Serviço de Atendimento ao Acadêmico com Necessidades Específicas (SAANE).

De certo, hoje podemos dizer que o NAI tem uma estrutura arquitetônico ampla, compatível com o trabalho que vem realizando. Realidade ainda não vivenciada no NA de outra região do país, como apontado na pesquisa de Teixeira (2018). Alguns fatores que dificultam uma melhor atuação do Núcleo no atendimento desses estudantes, entre outros, é o espaço físico inadequado e a insuficiência do quadro de profissionais especializados.

Com a implantação do NAI, os indicadores apontam para um crescimento significativo do número de estudantes com deficiência ingressantes na Ufac, identificados no gráfico 4:

Gráfico 4: Estudantes com deficiência da Ufac a partir da criação do NAI

Fonte: elaborado pela autora com base nos documentos Ufac/NAI (2018a, 2018b)

13 15 26 44 99 105 147 158 214 279 249 273 ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA MATRICULADOS NA

UFAC (2008-2019)

É notório o crescimento no número de estudante com deficiência na Ufac a partir da implantação do NAI e das políticas de acesso e permanência na educação superior. Esse acréscimo é percebível nas IES em todo o país, como já comprovado no Censo da Educação Superior Notas Estatísticas 2018, e já mencionado anteriormente, um acréscimo de 86%, no período de 2009 a 2017. “Nota-se que o cenário universitário brasileiro vem avançando em relação à adoção de medidas de inclusão de pessoas com deficiência em curso de graduação” (TEIXEIRA, 2018, p. 27).

Na Ufac, de 2008 a 2019 (os dados de 2019 são referente ao 1º semestre), houve um acréscimo de 2.100%. Percebemos um contínuo crescimento nos números de matrícula de 2008 a 2017. Somente no ano de 2018 tem-se uma diminuição no número de matrícula comparados a 2017 de 10,75%, totalizando 249 estudantes.

Entretanto, os registros do NAI, através do Censo da Ufac (2018b), apresentam nesse cenário, 1 (um) estudante com deficiência auditiva, do curso de Letras Libras como desistente. Assim, no ano de 2018, a Ufac matriculou 248 estudantes com deficiência. No primeiro semestre de 2019, os números tornam a crescer para 273 estudantes com deficiência. Hoje, estabelecendo uma relação com o número de estudantes com deficiência quando iniciou o NAI, podemos dizer que houve um crescimento significativo de estudantes com deficiência na Ufac.

Diante da demanda de sujeitos com deficiência na Ufac, o NAI também ampliou seu atendimento. Nesse sentido, o NAI atualmente realiza as seguintes ações: Identificação dos estudantes público-alvo da Educação Especial que ingressam na Ufac, oferecendo apoio especializado de forma a assegurar o seu percurso universitário; Elaboração de recursos pedagógicos e tecnológicos alternativos aos professores destes estudantes, visando facilitar convivência entre professor e estudante e o processo de ensino-aprendizagem, além de fornecer suporte técnico/legal para a implantação de programas de acessibilidade nos demais campus da Ufac que apresentem estudantes com deficiência, realizando seleção, orientação e coordenando monitores e bolsistas interessados neste campo de atuação (UFAC/NAI, 2018d).

Ainda sobre as ações realizadas pelo NAI, de acordo com as informações do questionário II, realizada com o coordenador do NAI, de modo geral, após a identificação dos estudantes com deficiência que ingressam na Ufac, o coordenador ressalta que:

O NAI oferece apoio pedagógico, materiais adaptados, monitor, tutor, ledor e acompanhamento do estudante de forma que seu percurso acadêmico seja assegurado. Também são oferecidos, cursos e oficinas a comunidade

acadêmica, cursos de Libras, Braille, apoio ao deficiente intelectual, orientação e mobilidade aos cegos, dentre outros (Coordenador do NAI- fragmentos do questionário).

O fluxo específico de atendimento pelo NAI inicia quando o estudante no ato da matrícula autodeclara-se com deficiência e/ou quando apresenta laudo médico através de processo no NURCA25. Essa realidade nos faz pensar em como os estudantes com deficiência estão sendo identificados na Ufac, pois não se trata de uma mera atuação administrativa e que se limita aos aspectos institucionais. Contudo, se assim fosse, já se justificaria a grande responsabilidade submetida ao NAI, pois, são através dessas informações que a Ufac elabora estratégias para a promoção do acesso e permanência desses estudantes com sucesso. Além disso, essas informações servem de parâmetro para a própria estruturação das políticas de inclusão das Instituições de Educação Superior. Saraiva (2015, p. 103) assevera:

Essa questão de identificação e cadastro deve ser vista como sendo de grande importância e responsabilidade pelos setores institucionais aos quais competem tal função, haja vista o registro desses alunos servir de dados oficiais para o censo da educação superior e também como parâmetro para elaboração de políticas voltadas para esse público, inclusive para definição de recursos orçamentários com os fins de promover ações voltadas para a acessibilidade e inclusão desse alunado.

Concernente à identificação dos estudantes com deficiência, a pesquisa de Teixeira (2018) vem demonstrando a dificuldade para organização dessas informações, ao citar que a UFMA, através de seu PDI 2017-2021, aponta atualmente 56 estudantes com deficiência, quando, por outro lado,

Acredita-se que o número de alunos com deficiência seja superior ao mencionado no PDI, haja vista que o mesmo apontou apenas o quantitativo de alunos com deficiência visual e deficiência auditiva, sem retratar alunos com deficiência física, intelectual, múltipla ou outras necessidades educacionais especiais. Há ainda alunos com deficiência que não ingressam em cursos de graduação via cotas para esse segmento e por isso podem não ser identificados no ato da matrícula (TEIXEIRA, 2018, p. 71).

Lourenço e Battistella (2018), na pesquisa realizada sobre o mapeamento dos estudantes com deficiência nos cursos de graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no período de 2014 e 2015, afirmam que a universidade ainda não possuía um banco de dados estabelecido na UFSCar que abrangesse e identificasse com clareza os estudantes alvo da Educação Especial. Dessa forma, assim como na Ufac, os

25 O Núcleo de Controle Acadêmico (NURCA) é um órgão complementar de apoio à administração, unidade de coordenação das atividades fins, responsável pelo registro, controle e guarda de documentos da vida acadêmica dos discentes (SITE OFICIAL DA UFAC).

autores esclarecem, que o sistema da UFSCar trabalha sob a autodeclaração do estudante sobre sua condição.

Retomando ao NAI, ele registra e verifica as necessidades dos estudantes que se autodeclaram e/ou apresentam laudo médico afirmando com alguma deficiência. Esse processo ocorre de forma contínua, durante todo ano letivo, sendo necessário apenas que o estudante procure o Núcleo de Controle Acadêmico (NURCA) e submeta o processo burocrático. Esta etapa, como já dissemos, é de fundamental importância, pois, a partir da identificação do estudante com deficiência, a equipe técnica do NAI convoca o estudante para a entrevista, a ser realizada por um assistente social, uma pedagoga e um técnico em assuntos educacionais, através de instrumento específico.

Neste estágio são investigadas as necessidades educacionais e socioeconômico do estudante, que possam subjazer à solicitação de apoio educacional como tutor, monitor, materiais adaptados (áudio, braile e textos ampliados). Assim também como mesas adaptadas, serviços de fisioterapia, social, fonoaudiólogo e psicológico e bolsas para aqueles em vulnerabilidade social. Na entrevista com uma profissional do NAI, nos foi relatado: “depois dessa etapa, são encaminhados às coordenações de curso via CI (comunicação interna) os nomes dos estudantes com deficiência e dos monitores que fazem o acompanhamento pedagógico desse estudante” (Profissional do NAI - fragmentos de entrevista).

Inquirimos ainda a essa profissional, se tinha, além dos acompanhamentos mencionados, outros e se conversavam com os professores desses estudantes. Ela nos relatou: “Sim, fazemos reuniões com o colegiado de cursos, para explicar as necessidades dos alunos. Vez em quando fazemos visita no curso para saber se a monitoria está realmente acontecendo em sala de aula. E também convocamos os alunos” (Profissional do NAI - fragmentos de entrevista).

Esses alunos mencionados por último referem-se aos monitores. O NAI, juntamente com a Proaes, registrou, no ano de 2018, um total de 206 (duzentos e seis) atendimentos aos estudantes com deficiência da Ufac (UFAC EM NÚMEROS, 2017). Parte relevante do apoio realizado pelo NAI em parceria com a Proaes, diz respeito às bolsas e auxílios que visam promover o acesso didático-pedagógico nos processos de ensino e aprendizagem desses estudantes. Nesse sentido, o NAI destaca as seguintes bolsas e auxílios:

a) Promaed: Programa de Monitoria para Apoio ao Estudante com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades ou

Superdotação – As bolsas de estudo/monitoria são concedidas para auxiliar na rotina acadêmica desses estudantes.

b) Pró-PcD: Programa de Incentivo ao Estudante com Deficiência, Transtornos