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A NGLOFILIA E FRANCOFILIA : PSICOLOGIA DO “ CARÁTER NACIONAL ” E DEBATE PÚBLICO

Do ponto de vista do contexto político, um fato fundamental marcou a vida e as idéias dessa geração e, principalmente, daqueles que participaram diretamente dos acontecimentos: a guerra de 1870 contra a Prússia e a Comuna de Paris. Le Bon e Boutmy participaram da guerra. Aliás, por causa dessa participação ambos receberam o título de chevallier da Légion

d’ Honneur, em 187145, e foi nesse contexto que definiram suas carreiras futuras: Boutmy ao fundar, sob a patronagem de Taine, a École Libre des Sciences Politiques (1871) com o objetivo de formar uma elite à inglesa e Le Bon ao escrever o livro La vie: physiologie

humaine appliquée à l'hygiène et à la médecine (1874), primeira obra de sucesso que revelaria

o talento do futuro grande vulgarizador. Tarde e Fouillée, por outro lado, viviam no sul da França e os acontecimentos lhes atingiram ao que parece de uma maneira mais branda. Fouillée recebeu, também em 1871, a condecoração de chevallier da Légion d’ Honneur 46,

mas por motivos acadêmicos: havia sido premiado duas vezes pelo Instituto por seus trabalhos sobre Platão e Sócrates e era à época professor do Liceu de Bordeaux. Tarde era, desde 1869, juiz suplente do Tribunal Civil de Sarlat, na Dordogne, e seus diários pessoais simplesmente não mencionam os fatos políticos.

Na década de 90, vários episódios reativaram o medo da Comuna de Paris e a literatura sobre a decadência da chamada “cultura” ou “raça” francesa47: o boulangismo (1889), o caso do Panamá (1992), a eleição de socialistas independentes para o Parlamento (1893), os atentados anarquistas (1892-1894), o surgimento de um movimento de extrema direita e, finalmente, o caso Dreyfus (1898). Le Bon e Boutmy48, mas também Tarde e Fouillée passaram a diagnosticar nos movimentos populares e na corrupção política uma “crise moral” da sociedade, expressões patológicas de formas de “egoísmo”  individual ou coletivo  consideradas típicas de um povo sem coesão social e desprovido de um ideal coletivo. Tais teses e debates envolviam uma discussão sobre o papel e o perfil das elites e sobre as reformas educacionais necessárias à sua formação, incluindo o enquadramento doutrinário adequado. Todos esses episódios políticos dos anos 90 foram explorados pelos psicólogos sociais como comprovação de suas teorias, pretendendo assim fazer obra científica de um tema politicamente orientado em função de um debate público.

Nesse período, a psicologia social se dividiu ideologicamente no que diz respeito ao diagnóstico da crise francesa, o que resulta do modo diferencial como se deu a profissionalização dos psicólogos no campo intelectual. Para os psicólogos do “poder social”, tais como Boutmy e Le Bon, tratava-se de demonstrar que a “mentalidade” individualista, liberal e tradicionalista dos anglo-saxões era mais civilizada ou próspera do que a francesa49.

46 Cf. Archives Nationales, dossiers da Légion d’Honneur. Arquivos Fouillée e Tarde.

47 DIGEON, Claude, La crise allemande de la pensée française, (1870-1914), Paris, P.U.F., 1959.

48 BOUTMY, É., Essai d’une psychologie politique du peuple anglais au XIXe siècle, Paris, Armand Colin, 1902, e Élements d’une psychologie politique du peuple américain, Paris, Armand Colin, 1902.

49 Nesse sentido, concordo com a análise de Charle sobre Boutmy: “Para Boutmy, o anti-estatismo não

revela somente uma tática oportunista diante da conjuntura histórica original, mas está no fundamento de sua visão de mundo. (...) Toda a cultura e o ambiente intelectual de Boutmy são anglófilos. (...) seu meio social de origem e suas relações de amizade são formadas de liberais puros partidários da livre empresa, seu grande homem é Tocqueville e seu inspirador e amigo intimo é Taine, do qual se conhece a admiração pelo modelo inglês de sociedade”, CHARLE, Christophe, La République des universitaires, Paris, Seuil, 1994, p. 442. Por oposição, a análise de Favre me parece redutora e modernizadora, pois ele enfatiza a ruptura de Boutmy em relação às idéias Taine e nega sua anglofilia; o “método psicológico” de Boutmy seria a solução teórica

Para os psicólogos do “poder pedagógico”, tais como Fouillée e Tarde, era necessário defender a “mentalidade francesa”, ou seja, a cultura, a literatura e a tradição filosófica nacionais contra os ataques dos liberais e dos socialistas. Tarde e Fouillée foram funcionários do Estado e introjetaram ao longo do tempo as categorias de percepção do patriotismo oficial; Le Bon e Boutmy, por sua vez, eram profissionais do mercado e que se construíram com base na iniciativa privada, onde predominava uma espécie de culto ao liberalismo conservador inglês. Pode-se dizer que os vários gêneros de psicologia social estavam atravessados por essa preocupação maior: a relação entre Estado e sociedade e as formas públicas e privadas de intervenção social. Nesse sentido, não se pode compreender as discussões sobre a “psicologia de um povo” ou seu “caráter nacional” sem considerar os conflitos de interesse relativos à concorrência entre a escola pública e a escola privada. Essas obras mantiveram, portanto, uma relação direta com os debates parlamentares, que nessa época discutiam temas do interesse dos liberais e do pólo pedagógico, tais como a lei sobre as associações e, particularmente, a definição do currículo e das liberdades de ambas as escolas, o que interferia na legitimidade do ensino público e privado. A Académie des Sciences Morales et Politiques, instituição que acolheu a psicologia social, refletiu esse debate com clareza, particularmente através das obras de Boutmy e de Fouillée na passagem do século.

Boutmy era um homem do mundo e que valorizava a cultura mundana50. O programa de pesquisa que realizou em suas psicologias, apesar do seu propalado “cientificismo”, é extremamente classicista, a ponto de lembrar, não fosse a doutrina da “raça, meio e circunstância” de Taine, os textos históricos de Voltaire. A Psicologia de Boutmy apresenta, em primeiro lugar, as determinações hereditárias e geográficas do povo inglês que teriam favorecido a maior homogeneidade e estabilidade social da nação51. Mas, em seguida, considera essas determinações menos importantes do que a mentalidade, pois elas agiriam na história pela “mediação” da psicologia do povo, ou seja, de seu “caráter nacional”. Uma vez identificada a unidade mental e comportamental de uma nação, Boutmy passa a explicar toda a história do país e de seus desdobramentos jurídicos e institucionais através dessa “personalidade coletiva”. Pode-se afirmar que o caráter do povo inglês de Boutmy representa a idealização da vida social por um liberal-conservador: os ingleses têm um espírito “prático”;

encontrada pelo autor para acomodar seus valores liberais e o “determinismo científico”, cf. FAVRE, Pierre, “Les

Sciences d’État entre le determinisme et le libéralisme”, Revue Française de Sociologie, 1981.

50 Veja-se, por exemplo, o elogio à obra de um autor inglês: “Há nele [Jusserand] dons e uma cultura de um

erudito, de crítico e de letrado, de um homem do mundo e de um homem político. Ele adiciona a isso uma sensibilidade leve, uma imaginação sóbria e nuançada, infinitamente espirituosa e interessante”, BOUTMY, É.,, Revue de Paris, 1894, p. 375.

respeitam seus “grandes homens” e os elegem para o governo; têm idéias mais “realistas” do que “abstratas”; as “classes pobres” são indiferentes às desigualdades sociais; os indivíduos resolvem por si mesmo seus problemas; lêem isoladamente o jornal; suas multidões são menos coléricas e têm mais energia quando se trata de lutar contra o despotismo; o inglês é um solitário que experimenta em si mesmo suas emoções, ou seja, não é fruto de uma “simpatia” exterior ou uma “cópia” do que ele vê ao seu lado. Por oposição, o francês é mais encolerizado, mais “sugestionável”, mais voltado à imagem exterior, menos introspectivo e mais sociável, qualidades inferiores para Boutmy porque baseadas no esquema de oposição clássico da psicologia social, entre o indivíduo/superior versus o coletivo/inferior. Não se trata, portanto, como quer fazer crer Favre, de entender a obra como uma tentativa de equilíbrio entre “liberalismo” e “determinismo”, mas sim de reafirmar o culto à tradição, às elites e ao liberalismo inglês. Também não se poderia denominar a obra de Boutmy “modernista”, como quer o autor, fiando-se nos elogios de Boutmy à tecnologia e ao progresso da ciência, bem como ao seu protestantismo. Liberalismo conservador, e não progressista, sua filosofia social reforça a importância das famílias e das elites locais em detrimento de valores democráticos e públicos.

Alfred Fouillée, também na passagem do século, publica duas psicologias de povos com a mesma abordagem de Boutmy; contudo, como pertence a outros meios e é portador de outra percepção, inverte a interpretação do seu concorrente. Sua principal psicologia social diz respeito ao caráter nacional francês52. O “caráter nacional”, sinônimo da “psicologia de um povo”, é formado pela “consciência” e pela “vontade” da nação através de um longo período histórico e não numa única circunstância histórica. Do mesmo modo, o caráter nacional deve ser representado pela “elite natural” do país, cujas idéias e sentimentos se expressam através de “signos psicológicos”  língua, religião, arte, poesia e heróis53 e não pelas “multidões” ou pela “opinião da maioria”. Essas duas condições pretendem evitar que a França seja retratada em seus piores momentos e por grupos sociais inferiores. Sua abordagem reproduz o tradicional ecletismo da psicologia social: o caráter nacional é o conjunto dos traços étnicos, geográficos e psicológicos de um povo, ou seja, a “hereditariedade”, o “meio físico” e a “síntese psicológica”, a ênfase recaindo sobre os fatores

51 BOUTMY, É., Essai d’une psychologie politique du peuple anglais au XIXe siècle, Paris, Armand Colin, 1902; 21916.

52 FOUILLÉE, Alfred, Psychologie du peuple français, Paris, F. Alcan, 1898; 81927.

53 “Il y a une élite naturelle qui, mieux que tout le reste, représente l’âme d’un peuple entier, sa pensée la

morais ou culturais em detrimento dos biológicos ou climáticos54. Esses últimos fatores são explicados de acordo com a psicologia social de Tarde: os indivíduos agem uns sobre os outros e se influenciam, unilateral e reciprocamente, através de um processo de sugestão de pessoa a pessoa, de tal modo que uma nação pode ser definida como um conjunto de seres que se imitam55. Seu interesse é combater a economia liberal e as interpretações pessimistas do

caráter nacional francês  os “adoradores dos anglo-saxões” e os “darwinistas sociais” , segundo ele inspirados pelo sentimento utilitarista de admiração ao “industrialismo”, ao “comercialismo”, ao “dinheiro”, à “força individual” e ao “sucesso”56. Para Fouillée a economia liberal produz o “atomismo social”, ou seja, a destruição da solidariedade social, e daí sua propensão ao “darwinismo social”, representado pelo pensamento de Le Bon, Demolins e Lapouge57. A cultura francesa, segundo Fouillée, caracteriza-se pela “sociabilidade”, pela tendência à “imitação”, pela “universalidade”, pela “igualdade” e pelo perfil “generalista”, por oposição ao “individualismo” e à “divisão do trabalho”, expressões culturais tipicamente inglesas. Ora, Fouillée utiliza as mesmas características de Boutmy, mas nesse caso elas têm uma conotação positiva. Trata-se de uma luta que tem um significado ao mesmo tempo contextual  as reformas do ensino secundário , mas também um significado na trajetória desses autores e na posição ocupada por eles no campo. A defesa do latim por Fouillée, tomada de posição conservadora, se explica pela crítica do autor ao excesso de liberdade da imprensa, que teria aumentado a “auto-sugestão” da decadência francesa. O latim teria, portanto, uma função primordial de “contra-sugestão”: moralizar as elites através das raízes lingüísticas latinas e das virtudes da história latina. Por outro lado, a defesa da ampliação da ação do Estado em algumas áreas específicas  ensino, trabalho e aposentadoria  está relacionada à sua própria trajetória na função pública 58.

As críticas recebidas pelas psicologias nacionais foram avassaladoras por parte do grupo durkheimiano, principalmente as que foram resenhadas por Lapie. Ele ironiza a sobreposição e a multiplicidade de hipóteses dos autores, as contradições entre elas, o caráter

54 FOUILLÉE, A., Psychologie du peuple français, op. cit., p. 31.

55 FOUILLÉE, A., Psychologie du peuple français, “Préface”, op. cit., pp. 8-13. 56 FOUILLÉE, A., “Races latines”, Revue des Deux Mondes, 1899, p. 561.

57 O “darwinismo social” é uma expressão usada no fim do século geralmente numa acepção pejorativa e,

grosso modo, significa a aceitação da luta como único motor da evolução social. Para Fouillée, a seleção “animal” difere da “social” exatamente porque, no último caso, a evolução exige também a simpatia ou a solidariedade social.

58 Nesse sentido, discordo da interpretação de W. Logue sobre Fouillée à medida que ele desconsidera a

importância dos constrangimentos e do contexto intelectual e social e conclui que suas idéias resultam “da busca da verdade sem concessões”, LOGUE, William, From Philosophy to Sociology: The Evolution of French

literário do texto, a influência arcaica da teoria de Taine e o idealismo da expressão “caráter do povo”. À Psychologie du peuple français, de Fouillée, faltaria densidade conceitual e pesquisa empírica, não acrescentando muito às conhecidas visões “caricatas” do “espírito francês”59. Lapie afirma ironicamente que são obras científicas e não literárias e que é

possível explicar o que existe pelo que não existe, ou seja, as instituições pelo “caráter nacional”  assim como no caso da explicação pelo “éter”... Conclui que ao menos há um interesse prático nessas obras: seria bom saber se um povo tem caráter plástico ou não, móvel ou rígido, para saber o quanto se pode modificá-lo pela educação. Bouglé critica a noção de “raça”, o caráter a-histórico da expressão “alma do povo” e, finalmente, a pouca atenção dada às instituições sociais. Mesmo assim, Bouglé termina com um elogio a Boutmy, relacionando sua obra à de Taine e reconhecendo nela certa compreensão do povo inglês 60.

A passagem do século representa, portanto, um momento culminante de esgarçamento da solidariedade entre filosofia, psicologia e sociologia, que até então estavam reunidas, entre outras coisas, sob a bandeira da luta ao mesmo tempo política e teórica contra o “pessimismo” sob todas as suas formas. Tomando-se como referência a defesa da sociologia por Fouillée ao longo da década de 90, observa-se que Tarde e Durkheim eram igualmente estimados até 1897, o que indica que a psicologia e a sociologia ainda permaneciam reunidas sob a dominação da filosofia. A defesa da filosofia social “solidarista” exigia a luta em várias frentes: de um lado, contra o decadentismo na arte e a criminologia sensacionalista da imprensa e, de outro lado, contra o materialismo econômico, o liberalismo clássico e o darwinismo social. Fouillée pediu a censura das obras e da imprensa pessimista 61, Durkheim se referiu ao pessimismo dos literatos como um ataque aos intelectuais e criticou a suposta separação entre intelectuais e multidões que Brunetière difundia62 e Bouglé condenou os artistas influenciados pelos “grandes homens nietzscheanos” e os economistas liberais, ambos portadores de um sentimento anti-social ou egoísta63. Durkheim e Fouillée tentavam

59 LAPIE, Paul, “Fouillée: ‘La psychologie du peuple français’”, L’Année Sociologique, 1898; e “Études

critiques”, 1902.

60 BOUGLÉ, C., “Boutmy: La psychologie du peuple anglais”, L’Année Sociologique, 1901.

61 “Não se deve julgar a nação inteira a partir de romances cuja publicação a polícia tolera e contra os quais

estamos errados de não reagir”, FOUILLÉE, A., Psychologie du peuple français, op. cit.

62 “Disseram que a multidão não foi feita para compreender os intelectuais e responsabilizaram a democracia

e seu suposto espírito beócio pela espécie de indiferença política de que deram prova cientistas e artistas durante os primeiros vinte anos da nossa Terceira República. Mas o que mostra o quanto essa explicação é sem fundamento é que essa indiferença chegou ao fim desde que um grande problema moral e social foi colocado diante do país”, DURKHEIM, É., “Les intellectuels et la démocratie”, Revue Bleue, 1904. Durkheim condena

explicitamente a obra Le disciple (1889) de Paul Bourget como exemplo dessa visão.

63 “Na confluência dessas duas tendências aparece a figura do super-homem, onde encontramos o ambicioso

diferenciar o que os economistas liberais tais como Leroy-Beaulieu insistiam em identificar: a sociologia, o socialismo e o despotismo. No plano teórico, concordavam que o progresso social dependeria de outras causas que não exclusivamente a luta e a seleção dos mais aptos. A visão da “decadência francesa” traçava um destino fatal para a “raça latina”, o que atingia o reformismo, o estatismo e o patriotismo dos grupos ligados à educação. Se Durkheim atacou a psicologia das multidões do ponto de vista teórico, Fouillée criticava suas conseqüências políticas pessimistas, pois os fenômenos de multidão estariam circunscritos a um momento fugaz na história 64, ou seja, eles se referiam a “reações momentâneas” de um grupo social e não à psicologia de um povo. Até 1897, Fouillée considerava o conceito de “imitação” de Tarde muito restrito à análise das multidões e à passividade social, mas equivocado para se compreender a psicologia de um povo, que por princípio reunia indivíduos ativos e conscientes. Contudo, com a passagem do século, o cenário mudou: a eleição de Tarde para a Académie, as críticas de L’Année à psicologia social, as reformas universitárias e as posições dos durkheimianos no caso Dreyfus delineiam o contexto de uma ruptura estrutural. A partir de então a psicologia optou pela tradição intelectual e se aproximou da filosofia eclética contra a sociologia durkheimiana. A essa altura a Académie des Sciences Morales et Politiques abrigava Tarde, Fouillée, Boutmy, Ribot e Cheysson, ou seja, era o centro da psicologia experimental e social contra a Nouvelle Sorbonne, o centro da sociologia durkheimiana a partir de 1902.

As críticas dos durkheimianos, portanto, representam parte de um processo muito mais complexo e que deve ser relativizado, entre outras coisas, porque eles ainda estavam em vias de legitimação nesse período, o que minimiza a força discursiva do grupo. Em segundo lugar, a psicologia social, como se viu, não foi marginalizada pela universidade como um todo, mas, ao contrário, foi mais prestigiada do que a sociologia por certos grupos dominantes. Por outro lado, o discurso crítico dos durkheimianos tem seu papel nesse processo se equacionado dentro de uma questão maior ligada à profissionalização do pólo científico através das reformas do ensino universitário. Não apenas a sociologia estava em processo de profissionalização, mas também a história, o direito, a filosofia e a etnologia integravam esse movimento, o que produziu em todas essas áreas um discurso de valorização dos procedimentos científicos e teóricos por oposição ao diletantismo, típico da psicologia social.

massa para se elevar acima de si mesmo”, BOUGLÉ, C., “L’évolution du solidarisme”, Revue Politique et

Parlamentaire, 1903.