• Nenhum resultado encontrado

Fábio Konder Comparato inicia a obra “A afirmação histórica dos direitos humanos” demonstrando que a religião, a filosofia e a ciência, cada uma a seu tempo, trouxeram contribuições para o significado de dignidade humana216.

Começando com a religião, a fé monoteísta foi precursora ao afirmar a proeminência do homem sobre todas as outras criaturas de Deus217. Depois, coube à filosofia tratar da racionalidade inerente ao homem, como fizeram os gregos, tal qual o pioneiro Ésquilo, em “Prometeu Acorrentado”218. No tocante à ciência, o autor rebate a ideia de que o homem

215 BALERA, Wagner. “A justiça e o direito. Justiça social e solidariedade. Tensão entre leis e direitos

humanos”. In DINIZ, Maria Helena (coordenadora). Atualidades jurídicas, volume 7. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 259.

216 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8ª edição, 2ª tiragem. São Paulo:

Saraiva, 2013, p. 13.

217 Ibid., p. 13/14. 218 Ibid., p. 14/15.

surgiu de um “mero acaso”, apontando que: “apesar da aceitação geral das explicações darwinianas, vai aos poucos abrindo caminho no mundo científico a convicção de que não é por acaso que o ser humano representa o ápice de toda a cadeia evolutiva das espécies vivas”219.

Lembrando importantes afirmações da antropologia, Comparato afirma que a evolução cultural foi impulsionada pela linguagem, há aproximadamente 40 mil anos, quando o homem começou moldar a Terra por si próprio220.

Na caminhada dessa afirmação histórica, é atribuído ao período axial, que se estende dos séculos VIII a II a.C., o marco inicial da reflexão do homem sobre si mesmo.

A lei escrita, sagrada para os judeus e “fundamento da sociedade política” para os atenienses, trouxe grande força à defesa da dignidade humana221. Ao seu lado, a lei não

escrita, expressão que abrigava tanto as chamadas leis universais quanto o costume jurídico, era igualmente importante para os gregos. Referidas leis universais, que inicialmente tinham um sentido religioso, foram invocadas por Antígona, na obra homônima de Sófocles222. Com a perda do sentido religioso, tornaram-se a lei comum dos povos, consagrando a expressão ius

gentium223.

Para justificar as leis universais sem um fundamento religioso, enquanto o sofista Antifonte se concentrava na “existência de uma igual natureza para todos os homens, em sua crítica à divisão da humanidade em gregos e bárbaros”224, outros autores gregos argumentavam que “a igualdade essencial do homem foi expressa mediante a oposição entre a individualidade própria de cada homem e as funções ou atividades por ele exercidas na vida social”225. Essa faceta humana da sociabilidade era chamada prósopon entre os gregos, e

persona entre os romanos226.

O estoicismo – que tinha por “ideias centrais” a unidade moral e a dignidade do ser humano “considerado filho de Zeus e possuidor, em consequência, de direitos inatos e iguais

219 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8ª edição, 2ª tiragem. São Paulo:

Saraiva, 2013, p. 16. 220 Ibid., p. 18. 221 Ibid., p. 25. 222 Id. 223 Ibid., p. 26. 224 Ibid., p. 27. 225 Id. 226 Id.

em todas as partes do mundo, não obstante as inúmeras diferenças individuais e grupais”227, deu início à elaboração do conceito de pessoa, trazendo as ideias de hypóstasis – substância e

prósopon – máscara228. Muito tempo depois, durante o concílio ecumênico de Niceia no ano 325, os padres recorreram “aos conceitos estoicos de hypóstasis e prósopon, decidindo, como dogma da fé, que a hypóstasis de Jesus Cristo apresentava uma dupla natureza, humana e divina, numa única pessoa, vale dizer, numa só aparência”229.

No início do século VI, o pensador Boécio, percebendo o equívoco do conceito a que chegara o concílio de Niceia, trouxe a seguinte definição: “diz-se propriamente pessoa a substância individual da natureza racional”230. Comparato explica a diferença da síntese de Niceia para o pensamento de Boécio, pontuando que “aqui, como se vê, a pessoa já não é uma exterioridade, como a máscara de teatro, mas a própria substância do homem, no sentido aristotélico; ou seja, a forma (ou fôrma) que molda a matéria e que dá ao ser de determinado ente individual as características de permanência e de invariabilidade”231.

Na idade média, foi gestado o conceito de “igualdade essencial de todo ser humano”, que resultaria no reconhecimento de “direitos comuns a toda a espécie humana”, o direito natural. Daí Graciano, precursor do direito canônico, ter feito constar no cânon 1 que normas eclesiásticas e seculares deveriam respeitar o direito natural sob pena de serem excluídas232.

Na mesma fase histórica, o pensamento de Boécio inspirou Santo Tomás de Aquino na obra “Summa Theologiae”: “para ele, o homem seria um composto de substância espiritual e corporal”, afirma Comparato233.

E foi empregando essas mesmas ideias234 que Giovani Pico Della Mirandola escreveu seu “Discurso sobre a dignidade do homem”. Explicando que o homem é o mais feliz de todos os seres animados e por isso é digno de admiração235, o autor renascentista narra, em

227 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8ª edição, 2ª tiragem. São Paulo:

Saraiva, 2013, p. 28. 228 Ibid., p. 28/29. 229 Ibid., p. 31. 230 Ibid., p. 32. 231 Id. 232 Ibid., p. 33. 233 Ibid., p. 32. 234 Ibid., p. 18/19.

235 PICO DELLA MIRANDOLA, Giovanni. Discurso sobre a dignidade do homem. Edição bilíngue. Tradução

e apresentação de Maria de Lourdes Sirgado Ganho. Estudo Pedagógico Introdutório: Luís Loia. Lisboa: Edições 70, 2006, p. 55.

bela linguagem, que, após criar todas as coisas, Deus pensou em criar o homem, um ser “capaz de compreender a razão de uma obra tão grande”236. Como todos os melhores e piores atributos já tinham sido distribuídos às outras criaturas, “estabeleceu, portanto, o óptimo artífice que, àquele a quem nada de especificamente próprio podia conceder, fosse comum tudo o que tinha sido dado parceladamente aos outros”237. Assim é explicada a “natureza indefinida” do homem, a quem não foi dada nenhuma limitação de lugar, de aspecto ou de tarefa, como exalta Pico: “ó suma liberalidade de Deus pai, ó suma e admirável felicidade do homem! ao qual é concedido obter o que deseja, ser aquilo que quer”238.

Embora as palavras de Giovani Pico Della Mirandola sobre dignidade humana ecoem ainda hoje, o ápice das contribuições para construção desse conceito surgiu alguns séculos mais tarde, com o pensamento de Immanuel Kant. Na obra “Fundamentação da metafísica dos costumes”, o pensador explica que o imperativo categórico é, ao mesmo tempo, único, um fim em si mesmo, e pode ser resumido na seguinte sentença: “age apenas segundo a máxima pela qual possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal”239. O filósofo chama o imperativo categórico de mandamento incondicional e lei da moralidade240, apontando que “o dever deve ser uma necessidade da ação praticamente incondicionada; ele tem de valer, pois, para todos os seres racionais (os únicos aos quais se pode de todo aplicar um imperativo) e só

por isso tem de ser também uma lei para toda vontade humana”241.

236 PICO DELLA MIRANDOLA, Giovanni. Discurso sobre a dignidade do homem. Edição bilíngue. Tradução

e apresentação de Maria de Lourdes Sirgado Ganho. Estudo Pedagógico Introdutório: Luís Loia. Lisboa: Edições 70, 2006, p. 55.

237 Ibid., p. 57. 238 Id.

239 KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução nova com introdução e notas por

Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, Barcarolla, 2009, p. 215.

240 Ibid., p. 211. 241 Ibid., p. 229.

Para Kant, o homem é um valor absoluto, um fim em si mesmo, que o faz assim cogitar:

Supondo, porém, que haveria algo cuja existência tenha em si mesma um valor absoluto – o que, enquanto fim em si mesmo, poderia ser um fundamento de leis determinadas –, então encontrar-se-ia nele, e tão somente nele, o fundamento de um possível imperativo categórico, isto é, <de uma> lei prática. Ora, eu digo: o homem – e, de modo geral, todo ser racional – existe como fim em si mesmo, não meramente como meio à disposição dessa ou daquela vontade para ser usado a seu bel-prazer, mas tem de ser considerado em todas as suas ações, tanto as dirigidas a si mesmo quanto aos outros242.

Assim, Immanuel Kant estabelece que, enquanto as coisas têm um preço e podem ser substituídas por um equivalente, as pessoas têm dignidade, porque seu valor é intrínseco e somente elas, enquanto seres racionais, podem ser “um membro legislante no reino dos fins”243.

Comparato aproveita a lição de Kant para explicar que as pessoas (personae) e as coisas (res) têm valores distintos desde o direito romano. Gaio dizia que, no tocante às pessoas, a diferença estava entre os homens livres e aqueles submetidos à escravidão, instituto jurídico que fora abolido em todo o mundo apenas no século XX244. Para Comparato, a noção kantiana de dignidade tem seu oposto nas “práticas de aviltamento da pessoa à condição de coisa”245, como foi a própria escravidão, como fizeram os regimes totalitários e como fez o capitalismo com o trabalhador246.

Para os propósitos deste estudo, também interessam as ponderações de Jacques Maritain, que, na obra “Os direitos do homem e a lei natural”, procura ressignificar as relações entre o homem, o Estado e os direitos humanos à luz da doutrina cristã. Refletindo sobre o significado e as consequências da dignidade humana, o filósofo afirma que esta nasce da capacidade do homem em pensar e amar, distinta de todas as outras criaturas. Para Maritain, “o homem é um indivíduo que se sustenta e se conduz pela inteligência e pela vontade; não existe apenas de maneira física, há nele uma existência mais rica e mais elevada,

242 KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução nova com introdução e notas por

Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, Barcarolla, 2009, p. 239.

243 Ibid., p. 265.

244 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8ª edição, 2ª tiragem. São Paulo:

Saraiva, 2013, p. 34/35.

245 Ibid., p. 35. 246 Ibid., p. 37/38.

que o faz superexistir espiritualmente em conhecimento e amor”247. Assim, em seu entendimento, a fundamentação da dignidade humana está no fato de o homem ser único na natureza, criado à imagem e semelhança de Deus e muito além da matéria, e ser também constituído pelo espírito248.

Mas e quanto aos reflexos jurídicos da dignidade humana?

No texto “As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma compreensão jurídico-constitucional necessária e possível”, Ingo Wolfgang Sarlet pontua que, embora a concepção da dignidade como qualidade inerente ao homem não seja suficiente para garantir sua proteção jurídico-normativa249, “mesmo assim, não restam dúvidas de que a dignidade é algo real, algo vivenciado concretamente por cada ser humano, já que não se verifica maior dificuldade em identificar claramente muitas das situações em que é espezinhada e agredida, ainda que não seja possível estabelecer uma pauta exaustiva de violações da dignidade”250.

A dignidade da pessoa humana, aponta Sarlet, é estreitamente ligada à ideia de tornar possível a autonomia e a autodeterminação de cada pessoa251 e trata-se de “um conceito em permanente processo de construção e desenvolvimento”, por ser uma “categoria axiológica aberta”, e que, portanto, não poderá ser conceituada de maneira fixista252. Ademais, além de a

dignidade ser uma qualidade inata à pessoa humana, “possui também um sentido cultural, sendo fruto do trabalho de diversas gerações e da humanidade em seu todo, razão pela qual as

247 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3ª edição. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio

Editora, 1967, p. 16.

248 Ibid., p. 17: “A pessoa humana, por mais dependente que seja dos menores acidentes da matéria, existe em

virtude da própria existência de sua alma, que domina o tempo e a morte. É o espírito que é a raiz da personalidade.

A noção de personalidade está encerrada assim a de totalidade e de independência; por mais indigente e esmagada que seja, uma pessoa é como tal um todo, e como pessoa ela subsiste de maneira independente. Asseverar que o homem é uma pessoa, quer dizer que no fundo de seu ser ele é um todo mais que uma parte, e mais independente que servo. É esse mistério de nossa natureza que o pensamento religioso designa, afirmando que a pessoa humana é a imagem de Deus. O valor da pessoa, sua liberdade, seus direitos, pertencem à ordem das coisas naturalmente sagradas, marcadas pelo sinete do Pai dos seres, e que têm nele o termo de seu movimento. A pessoa tem uma dignidade absoluta porquanto está em uma relação direta com o absoluto, no qual somente ela pode encontrar sua plena realização; sua pátria espiritual é todo o universo dos bens que têm um valor absoluto, que refletem de algum modo um Absoluto superior ao mundo e que são atraídos por ele”.

249 SARLET, Ingo Wolfgang. “As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma compreensão

jurídico-constitucional necessária e possível” In SARLET, Ingo Wolfgang (Org.) Dimensões da dignidade -

ensaios de filosofia do direito e direito constitucional. 2ª edição, revista e ampliada. 2ª tiragem. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013, p. 18.

250 Ibid., p. 18. 251 Ibid., p. 23. 252 Ibid., p. 27.

dimensões natural e cultural da dignidade da pessoa se complementam e interagem mutuamente”253.

O Professor gaúcho destaca, ainda, que é possível distinguirmos a dignidade humana – que pertence a todos os seres humanos indistintamente – da dignidade da pessoa humana “concretamente considerada, no contexto de seu desenvolvimento social e moral”254, apontando que “em caráter ilustrativo, é possível referir aqui uma série de situações que, para determinada pessoa (independentemente aqui de uma vinculação a certo grupo cultural específico), não são consideradas como ofensivas à sua dignidade, ao passo que, para outros, se trata de violação intensa inclusive do núcleo essencial da dignidade da pessoa”255. Para ele, essa dimensão cultural expõe uma faceta da dignidade “prestacional” que é “condição conquistada pela ação concreta de cada indivíduo”, o que permite afirmar não ser tarefa do direito assegurar a dignidade, mas sim tornar possíveis as condições necessárias para sua realização256.

Sarlet chama atenção para a dimensão dúplice da dignidade, que ora se expressa na “autonomia da pessoa humana” ora se caracteriza como uma necessidade de “proteção (assistência) por parte da comunidade e do Estado, especialmente quando fragilizada ou até mesmo – e principalmente – quando ausente a capacidade de autodeterminação”257. Assim, a

dignidade é, a um só tempo, “limite e tarefa” não apenas dos poderes estatais, mas também da comunidade em geral258. Se a dignidade como limitação visa ao impedimento de atos que a violem, a dignidade como tarefa impõe o dever de criar medidas positivas, prestações, para que a dignidade seja respeitada e promovida259.

253 SARLET, Ingo Wolfgang. “As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma compreensão

jurídico-constitucional necessária e possível” In SARLET, Ingo Wolfgang (Org.) Dimensões da dignidade -

ensaios de filosofia do direito e direito constitucional. 2ª edição, revista e ampliada. 2ª tiragem. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013, p. 28. 254 Id. 255 Id. 256 Ibid., p. 29. 257 Ibid., p. 30. 258 Id. Ibid., p. 32. 259 Id.

Ao definir a dignidade da pessoa humana como:

A qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano e o que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos,

O Professor Sarlet condena a impropriedade de tomar-se a dignidade por um significado vazio, conduta equivalente a permitir, juridicamente, que a pessoa humana esteja vulnerável a toda sorte de abusos260.

Podemos encerrar essas reflexões com a lição do Professor Wagner Balera, que, na obra “Lições preliminares de Direito Previdenciário”, explica que os valores ligados à questão social que o direito deve assegurar estão elencados na Constituição261, e que, embora estejam na esfera axiológica, podemos aferir certa hierarquização a depender de sua maior duração, menor divisibilidade e da mais profunda satisfação que esses valores produzam262.

Assim, na escala axiológica, “o primeiro desses valores é quase que o pressuposto de toda e qualquer reflexão jurídica”263: a dignidade humana, que não por acaso situa-se no inciso III, do Artigo 1º, da Constituição de 1988, como um dos fundamentos da República264.

260 SARLET, Ingo Wolfgang. “As dimensões da dignidade da pessoa humana: construindo uma compreensão

jurídico-constitucional necessária e possível” In SARLET, Ingo Wolfgang (Org.) Dimensões da dignidade -

ensaios de filosofia do direito e direito constitucional. 2ª edição, revista e ampliada. 2ª tiragem. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013, p. 39.

261 BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário. 2ª edição revista e ampliada. São Paulo:

Qcuartier Latin, 2010, p. 11.

262 Ibid., p. 12. 263 Ibid., p. 13.

264 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm>, conforme consulta em 24 de fevereiro de 2015: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: […]

Segundo as lições do Professor Wagner Balera, podemos inferir que a outra chave para a questão social, também colocada na Constituição de 1988, consiste no valor social do trabalho265, tema abordado desde o início da Doutrina Social da Igreja e que, para ser bem compreendido, carece do exame de alguns pressupostos, tais como: a noção de bem comum, a ideia de justiça e de justiça social.