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1.4 A Organização das Nações Unidas

1.4.1 A estrutura das Nações Unidas no campo dos direitos humanos

1.4.1.3 UNHCR/Acnur

Malgrado a Segunda Guerra Mundial não tenha sido o primeiro conflito a criar multidões de refugiados, somente após seu término é que essa temática dos direitos humanos passou a receber a devida atenção.

Aprovado pela Assembleia Geral através da Resolução 319 A (IV), de 3 de dezembro de 1949, o estatuto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados64 tem um mandato humanitário e social, sem natureza política.

Estudos realizados pelo Alto Comissariado apontam que, em 2013, chegou ao marco de 51,2 milhões o número de pessoas consideradas refugiadas, demandantes de refúgio, asiladas, demandantes de asilo e deslocadas internas em seus próprios países65. Conforme o Haute Comissariat pour les Réfugiés (HCR), os países que mais acolhem refugiados no mundo são o Paquistão, a República Islâmica do Irã, o Líbano, a Jordânia, e a Turquia.

Com todos os esforços do HCR, o refugiado – utilizando, aqui, o significado extendido da expressão – muitas vezes é o próprio responsável pela construção de seu abrigo e, quando criança ou adolescente, nem sequer sabe quando poderá retornar à escola66.

64 Nations Unies. Résolution adoptée par l’Assemblée Générale. Status du Haut Commissariat des Nations Unies

pour les réfugiées. Disponível em:

<http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/428(V)&Lang=F>. Acesso em: 16 fev. 2015.

65 UNHCR. Le coût humain de la guerre. Disponível em: <http://www.unhcr.fr/53edc9a39.html>. Acesso em: 16

fev. 2015, p. 2.

66 Ibid., p. 4: “Un réfugié de 19 ans originaire du Sudan du Sud vivant dans l’installation de Nyumanzi, en

Embora no âmbito das Nações Unidas refugiada seja apenas a pessoa que tem fundado temor de perseguição em razão de sua raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um grupo social ou opiniões políticas67, a pobreza afeta duramente as pessoas que se deslocam forçadamente, seja em seus países de origem – sendo os três primeiros no ranking mundial Afeganistão, República Árabe da Síria e Somália, todos considerados países pobres pelo Banco Mundial – seja em seus países de acolhida. Depois da guerra dos Bálcãs, os países em desenvolvimento começaram a receber mais refugiados do que os países desenvolvidos. Em 2013, os países em desenvolvimento eram responsáveis por acolher 86% dos refugiados propriamente ditos em todo o mundo68.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados registra a dramática proporção de 512 refugiados para cada 1 dólar americano do PIB por habitante no Paquistão69.

A condição precária de vida que acomete inúmeros refugiados em todo o mundo pode ser constatada pelo percentual estimado de refugiados que moram em campos coletivos na África subsaariana (abaixo da linha do Saara), que é de 64% – segundo dados de 2013. Entre o fim de 2012 e o fim de 2013, cerca de 3.274.300 refugiados habitavam em campos coletivos70. Não bastassem essas informações, o UNHCR estima que, a cada quatro segundos,

uma pessoa, no mundo, seja forçada a fugir, e que esses refugiados perdem tudo o que deixam para trás71.

terminer l’école secondaire à cause de l’instabilité au Soudan du Sud et il s’inquiète de savoir s’il pourra finir ses études”.

67 ACNUR. Manual de procedimentos e critérios para a determinação da condição de refugiado - De acordo com

a Convenção de 1951 e o Protocolo de 1967 relativos ao Estatuto dos Refugiados. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/fileadmin/scripts/doc.php?file=t3/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2013/ Manual_de_procedimentos_e_criterios_para_a_determinacao_da_condicao_de_refugiado>. Acesso em: 16 fev. 2015.

68 UNHCR. Le coût humain de la guerre. Disponível em: <http://www.unhcr.fr/53edc9a39.html>. Acesso em: 16

fev. 2015, p. 17.

69 Ibid., p. 17. 70 Ibid., p. 17. 71 Ibid., p. 52.

1.4.1.4 Unicef

A Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução 57 (I), de 11 de dezembro de 1946, criou o Fundo Internacional de Socorro à Infância72, cujo nome em inglês – United Nations International Children’s Emergency Fund – corresponde à sigla mundialmente conhecida Unicef73.

Embora tenha sido criado em 1946, apenas em 1953 o Fundo tornou-se permanentemente integrante das Nações Unidas74. Isso porque, normalizado o socorro emergencial às crianças dos países desenvolvidos, os países mais pobres precisaram argumentar nas Nações Unidas que suas crianças ainda eram vitimadas pela fome e outros problemas75.

As estatísticas do Fundo apontam que, em 2010, enquanto a taxa de mortalidade infantil dos menores de cinco anos, para cada 1.000 nascidos vivos, era de seis crianças nos países industrializados, no mesmo período registrou-se a taxa de 143 mortes no oeste e centro da África e 121 mortes de crianças na África subsaariana76.

O trabalho da Unicef se estende às crianças refugiadas, tendo ajudado mais de 500 mil nessa situação na Palestina, em 1948. Desde a década de 50, o Fundo passou a atuar em todos os países em desenvolvimento do globo, chegando a investir, em 1965, metade do seu orçamento em educação, na África77.

Segundo dados do Fundo, sua atuação na América do Sul e no Caribe é indispensável, dado que 40% da população tem menos de 18 anos de idade78. Desse grupo, a Unicef destaca

72 Nations Unies. Résolution adoptée par l’Assemblée Générale. Creation d’un Fonds international de secours à

l’enfance. Disponível em:

<http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/57(I)&Lang=F>. Acesso em: 16 fev. 2015.

73 UNICEF. À propos de l’UNICEF: Qui sommes nous? Questions fréquents. Disponível em:

<http://www.unicef.org/french/about/who/index_faq.html>. Acesso em: 16 fev. 2015.

74 UNICEF. À propos de l’UNICEF: Qui sommes nous? Notre histoire. Disponível em:

http://www.unicef.org/french/about/who/index_history.html>. Acesso em: 16 fev. 2015.

75 UNICEF Brasil. UNICEF no mundo. Disponível em: <http://www.unicef.org.br>. Acesso em: 16 fev. 2015. 76 UNICEF. Tableaux statistiques. Disponível em:< http://www.unicef.org/french/sowc2012/pdfs/SOWC-2012-

Tous-les-tableaux-avec-les-notes-gnrales-sur-les-donnes.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2015, p. 83.

77 UNICEF Brasil. Quem somos. Histórico. Disponível em: <http://www.unicef.org.br>. Acesso em: 16 fev.

2015.

78 UNICEF Brasil. Quem somos. Atuação do UNICEF na América Latina e Caribe. Disponível em:

que 60% das crianças e 50% dos adolescentes são pobres, fato ligado a problemas como a exclusão de grupos minoritários – notadamente indígenas, afrodescendentes, portadores de deficiência –, desnutrição, violência doméstica, infecção pelo HIV/Aids, e também pela ocorrência de desastres naturais79.

1.4.1.5 Pnud

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento foi criado pela Resolução 2093, de 20 de dezembro de 1965, da Assembleia Geral80. Na verdade, o Pnud é resultado da

fusão de dois programas anteriores: o Programa Aumentado de Assistência Técnica das Nações Unidas, criado em 1949; e o Fundo Especial das Nações Unidas, criado em 195881.

Na resolução mencionada, um de seus “considerandos” aponta que “no meio caminho do Decênio das Nações Unidas para o desenvolvimento a taxa de progresso econômico e social nos países em via de desenvolvimento está longe de ser satisfatória”82. Atualmente, o Fundo é considerado o organismo central das Nações Unidas no combate à pobreza83 e tem

como missão principal ajudar os países em relação a: redução da pobreza; governança democrática; prevenção de crises; meio ambiente e energia; e HIV/Aids84.

79 UNICEF Brasil. Quem somos. UNICEF em ação na América Latina e no Caribe. Disponível em:

<http://www.unicef.org.br>. Acesso em: 16 fev. 2015.

80 Nations Unies. Résolution Adoptée par l’Assemblée Generale. Programme des Nations Unies pour le

Développement. Disponível em:

<http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/48/141&Lang=F>. Acesso em: 16 dez. 2014.

81 PNUD. A propos du PNUD. Foire aux questions. Quand et Comment le PNUD a-t-il été crée? Disponível em:

<http://www.undp.org/content/undp/fr/home/operations/about_us/frequently_askedquestions/#4>. Acesso em: 16 fev. 2015.

82 Nations Unies. Résolution Adoptée par l’Assemblée Generale. Programme des Nations Unies pour le

Développement. Disponível em:

<http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/48/141&Lang=F>. Acesso em: 16 dez. 2014: “Considérant qu’à mi-chemin dans la Décennie des Nations Unies pour le développent le taux de progrès économique et social dans les pays en voie de développement est loin d’être satisfaisant”.

83 PNUD. A propos du PNUD. Foire aux questions. Quels sont les liens entre l’ONU et le PNUD? Disponível

em: <http://www.undp.org/content/undp/fr/home/operations/about_us/frequently_askedquestions/#2>. Acesso em: 16 fev. 2015.

84 PNUD. A propos du PNUD. Foire aux questions. Qu’est-ce que le PNUD? Disponível em:

<http://www.undp.org/content/undp/fr/home/operations/about_us/frequently_askedquestions/#1>. Acesso em: 16 fev. 2015.

É no âmbito do Pnud que estão os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que veremos mais adiante, ao tratar do direito ao desenvolvimento.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento também abriga o estudo do desenvolvimento humano, responsável pela elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e pelo Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH)85, cujo lema oficial é: “as pessoas são as verdadeiras riquezas das nações”86.

O IDH foi criado por Mahbub ul Haq e Amartya Sen para se contrapor à adoção isolada do Produto Interno Bruto (PIB), índice de crescimento dos países e cujo único foco é econômico, desprezando as pessoas. O IDH considera saúde, educação e renda para medir o progresso de um país, mas o próprio Pnud adverte que o índice não é completo, pois não leva em consideração fatores como “democracia, participação, equidade e sustentabilidade”87.

Sabendo que o IDH não é um índice completo, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento também trabalha com outros três indicadores complementares: o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), e o Índice da Pobreza Multidimensional (IPM).

Criado em 2010, o IDHAD é particularmente interessante ao estudo da pobreza, pois retira do IDH um percentual atribuído à desigualdade, mostrando o desenvolvimento humano real88. Vale dizer que o IDHAD leva em consideração a maneira que os bens avaliados pelo IDH são realmente distribuídos na sociedade89.

85 PNUD Brasil. O que é desenvolvimento humano. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DH>. Acesso em: 16 fev. 2015.

86 PNUD Brasil. O que é RDH. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/RDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_RDH>. Acesso em: 16 fev. 2015.

87 PNUD Brasil. O que é o IDH. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/IDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDH>. Acesso em: 16 fev. 2015: “Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma: • Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida; • O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança; • E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência”.

88 Ibid.

89 PNUD Brasil. Material de Apoio. FAQ. Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade

Segundo o Pnud, geralmente, os países mal colocados no ranking do IDH também apresentam alto índice de desigualdade. O Programa aponta que, enquanto a desigualdade na Finlândia é calculada em 5,5%, em Angola chega a 44%90.

Por sua vez, o IDG reflete a desigualdade entre homens e mulheres, tendo como base de dados a saúde reprodutiva, a autonomia e a atividade econômica91.

Por fim, o IPM complementa o limiar da pobreza utilizado pelo Banco Mundial, introduzindo valores além da renda para medir a pobreza nos domicílios. Esse índice complementar foi inserido nas pesquisas de desenvolvimento humano em 2010 e oferece um diagnóstico para avaliar se a família é ou não multidimensionalmente pobre e, caso não o seja, se corre o risco de tornar-se92.

Ser multidimensionalmente pobre, ao senso do IPM, significa ter sobreposição de privações no domicílio em determinada medida de tempo. No ano de 2014, por exemplo, o Relatório de Desenvolvimento Humano levantou dados de 91 países. Em 29% dos casos, de um universo que representa 75% da população mundial, houve sobreposição de privações entre os anos 2005 e 201193.

Ao lado do IDH, também é relatado o IDHM, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Com parâmetros semelhantes ao IDH, o IDHM é apontado como descritor mais fiel à realidade dos municípios brasileiros, considerando as desigualdades regionais de nosso país. Basicamente, o índice leva em consideração a vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento, e o padrão de vida da população94.

90 PNUD Brasil. Material de Apoio. FAQ. Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade

(IDHAD). Disponível em: <http://www.pnud.org.br/arquivos/FAQ%20IDHAD.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2015.

91 PNUD Brasil. O que é o IDH. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/IDH.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDH>. Acesso em: 16 fev. 2015.

92Id.: “Os indicadores são ponderados e os níveis de privação são computados para cada domicílio na pesquisa.

Um corte de 33,3%, que equivale a um terço dos indicadores ponderados, é usado para distinguir entre os pobres e os não pobres. Se o nível de privação domiciliar for 33,3% ou maior, esse domicílio (e todos nele) é multidimensionalmente pobre. Os domicílios com um nível de privação maior que ou igual a 20%, mas menor que 33,3%, são vulneráveis ou estão em risco de se tornarem multidimensionalmente pobres”.

93 PNUD Brasil. Material de Apoio. FAQ. Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/arquivos/FAQ%20IPM.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2015.

94 PNUD Brasil. O que é IDHM. Disponível em:

<http://www.pnud.org.br/IDH/IDHM.aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDHM>. Acesso em: 16 fev. 2015: “Como é calculado o IDHM? O IDHM é um índice composto que agrega 3 das mais importantes dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável, de ter acesso ao conhecimento e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas, representadas pela saúde, educação e renda. Vida longa e saúdável é medida pela expectativa de vida ao nascer, calculada por método indireto a partir dos dados os Censos Demográficos do IBGE. Esse indicador mostra o número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, mantidos os mesmos padrões de mortalidade observados no ano de referência.

1.4.1.6 ONU-Habitat

A ONU-Habitat é o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos. Criado na década de 70, tem como principais instrumentos constitutivos a Resolução 32/16295, de 19 de dezembro de 1977, e a Resolução 56/20696, de 26 de fevereiro de 2002, ambas da Assembleia Geral.

O organismo é voltado aos países em desenvolvimento com grande concentração populacional nas cidades, em outras palavras, seu foco está na crescente urbanização. Seus objetivos são o alcance do alojamento adequado para todos e a criação de assentamentos humanos ambientalmente e socialmente sustentáveis97.

Acesso a conhecimento é medido pela composição de indicadores de escolaridade da população adulta e do fluxo escolar da população jovem. A escolaridade da população adulta é medida pelo percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com fundamental completo; e tem peso 1. O fluxo escolar da população jovem é medido pela média aritmética do percentual de crianças entre 5 e 6 anos frequentando a escola, do percentual de jovens entre 11 e 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental (6º a 9º ano), do percentual de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo e do percentual de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo; e tem peso 2. A medida acompanha a população em idade escolar em quatro momentos importantes da sua formação. A média geométrica desses dois componentes resulta no IDHM Educação. Os dados são do Censo Demográfico do IBGE.

Padrão de vida é medido pela renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente de determinado município. É a soma da renda de todos os residentes, dividida pelo número de pessoas que moram no município - inclusive crianças e pessoas sem registro de renda. Os dados são do Censo Demográfico do IBGE”.

95 Nations Unies. Résolution adoptée par l’Assemblée Générale. Arragements institutionnels pour la coopération

internationale dans le domaine des établissements humains. Disponível em: <http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/32/162&Lang=F>. Acesso em: 16 dez. 2014.

96 Nations Unies. Résolution adoptée par l’Assemblée Générale. Renforcement du mandat et du statut de la

Commission des établissements humains ainsi que du statut, du rôle et des attributions du Centre des Nations

Unies pour les établissements humains (Habitat). Disponível em:

<http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/56/206&Lang=F>. Acesso em: 16 dez. 2014.

97 UN HABITAT. History, mandate & role in the UN system. Disponível em: <http://unhabitat.org/about-

1.4.1.7 PAM

O Programa Alimentar Mundial é internacionalmente conhecido pela sigla WFP, que corresponde, na língua inglesa, a “World Food Programme”. Trata-se de um centro mundial de combate à fome98. Criado pela Resolução 1714 (XVI), de 19 de dezembro de 1961, da Assembleia Geral99, o programa tem como principal empreendedor o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e seu grande objetivo é que toda pessoa tenha acesso a alimentação suficiente para levar uma vida saudável e ativa100.

Dentre seus objetivos, destaca-se a redução da malnutrição ou subalimentação crônica. O Programa declara alimentar mais de 80 milhões de pessoas em 75 países, a cada ano101.

Em fevereiro de 2015, o Programa Alimentar Mundial estimava haver mais de 805 milhões de pessoas vítimas de fome crônica em todo o mundo. O PAM afirma que o problema não está na produção insuficiente de alimentos, mas sim na falta de vontade política e de expertise para distribuí-los para todos102.

O Programa classifica três tipos de fome: a subalimentação, a malnutrição, e o definhamento. A primeira delas, subalimentação, ocorre quando a pessoa não consome o mínimo de calorias necessárias para desempenhar suas atividades. A maioria dos casos é observada nos países em desenvolvimento. Ao seu turno, a malnutrição está ligada à falta de nutrientes necessários à pessoa considerando seu peso, idade e altura. Já o definhamento é considerado a malnutrição em estado severo103.

98 WFP. Programme Alimentaire Mondial. A propos - Vue d’ensemble - Lutter contre la faim dans le monde.

Disponível em: <http://fr.wfp.org/propos>. Acesso em: 16 fev. 2015.

99 Nations Unies. Résolution adoptée par l’Assemblée Générale. Programme Alimentaire Mondial. Disponível

em: <http://www.un.org/french/documents/view_doc.asp?symbol=A/RES/1714(XVI)&Lang=F>. Acesso em: 16 fev. 2015.

100 WFP. Programme Alimentaire Mondial. A propos - Vue d’ensemble - Lutter contre la faim dans le monde.

Disponível em: <http://fr.wfp.org/propos>. Acesso em: 16 fev. 2015.

101 Id.

102 WFP. Programme Alimentaire Mondial. A propos - Vue d’ensemble - La faim. Disponível em:

<http://fr.wfp.org/faim>. Acesso em: 16 fev. 2015.

103 WFP. Programme Alimentaire Mondial. A propos - Vue d’ensemble - La faim. FAQ. Disponível em:

Segundo o Programa Alimentar Mundial, 3/4 dos famintos do mundo vivem em zonas rurais de países em desenvolvimento, classificados como de rendimento baixo. Seu banco de dados registra que, aproximadamente, 526 milhões de pessoas sofrem de fome na Ásia, 227 milhões na África, 37 milhões na América Latina e Caribe, e 15 milhões nos países desenvolvidos.

Levantamentos de 2015 demonstram que, em cada 9 pessoas em todo o mundo, 1 é