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outros) 754 5.4.3.1.5 Classe D (perigosos)

Artº 24 – Estabelece que o PGRS (ou PGRCC) seja parte integrante do processo de licenciamento ambiental aos empreendimentos que se enquadram nesse tipo de

3.1.2 NORMAS NACIONAIS SOBRE RCC/RCD

As normas nacionais que versam sobre RCC/RCD são cinco, a saber: NBR 15112:2004, NBR 15.113:2004, NBR 15.114:2004, NBR 15115:2004 e NBR 15116:2004

Marques Neto (2009), subdividiu esse conjunto de normas técnicas em dois grupos, conforme os seus objetivos, a saber:

- Normas técnicas Brasileiras para Disposição Correta de RCD que engloba as NBR 15112:2004, NBR 15113:2004 e NBR 15114:2004

Estas três normas, segundo o autor, foram criadas na tentativa de reduzir os impactos causados pelas deposições irregulares dos resíduos.

- Normas técnicas Brasileiras para uso de agregados reciclados (provenientes de RCC/RCD classe A), que engloba a NBR 15115:2004 e a NBR 15116:2004

Segundo Marques Neto (2009), as NBR para disposição correta de RCC/RCD são importantes instrumentos para viabilizar empreendimentos com esta finalidade. E de posse destas normas, os gestores públicos responsáveis pelos resíduos das cidades podem desenvolver seus projetos, disciplinando as atividades de reservação e reciclagem da fração inerte do entulho e a correta disposição do mesmo.

Os escopos das NBR 15112:2004 , NBR 15113:2004 e 15:114:2004 são os seguintes:

✓ NBR 15112:2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

✓ NBR 15113:2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

✓ NBR 15114:2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de Reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

✓ Já os escopos das normas para uso de agregados reciclados, as NBR 15115:2004 e NBR 15116:2004 são:

✓ NBR 15115:2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos.

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✓ NBR 15116:2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da

construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função

estrutural. Requisitos.

Brum, F.M. (2013), e com base em Miranda, Angulo e Careli (2009), apresenta um quadro síntese do principal conteúdo das cinco normas anteriormente referidas relativas a RCC/RCD, que é o da figura 24.

Figura 24 - Normas Técnicas Brasileiras de 2004 relacionadas aos RCC/RCD (Fonte: Brum, F.M. (2013) adaptando a partir de Miranda, Angulo e Careli (2009))

Em seguida detalharemos um pouco mais o conteudos das normas NBR 15112:2004, NBR 15113:2004 e NBR 15114:2004, que tal como Marques Neto afirmou são as três normas fundamentais para disposição correta de RCC/RCD, e importantes instrumentos para viabilizar empreendimentos com essa finalidade. As outras duas (NBR 15115:2004 e NBR 15116:2004) são normas de caráter mais tecnológico sobre a aplicação de agregados reciclados.

3.1.2.1 NBR 15112:2004

Detalhando um pouco mais o conteúdo sintetizado por Brum na figura anterior e a respeito da NBR 15112:2004 (Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação), pode-se afirmar que:

A norma começa por estabelecer uma série de definições e conceitos como seja: o que são resíduos da construção civil, resíduos volumosos, o que é uma área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, o que é um ponto de entrega de pequenos volumes, o que é um aterro de resíduos da construção civil e

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de resíduos inertes, o que é o processo de reutilização de resíduos, reciclagem de resíduos, reservação de resíduos, o que são geradores de resíduos, transportadores, o que é o CTR (controle de transporte de resíduos).

Discrimina também quais são (suas características e exemplos dos mesmos) os resíduos das várias classes (classe A, classe B, classe C e classe D).

Estabelece as condições de implantação das Áreas de Transbordo e Triagem, a nível de: condições de isolamento, identificação, equipamentos de segurança e sistemas de proteção ambiental, e quais dessas condições também são válidas para os pontos de entrega de pequenos volumes.

A seguir a norma estabelece as condições gerais de projeto para as áreas de

transbordo e triagem a nível de: 1 – Informações cadastrais; 2 – Memorial descritivo; 3 –

Croqui do empreendimento; 4 – Relatório Fotográfico da área; 5 – Plano de Controle de Recebimento de resíduos; 6 – Responsabilidade e autoria do projeto; 7 – Eventuais anexos. Depois, a norma estabelece as condições de operação de áreas de transbordo e

triagem a nível de : 1 – Controle de recebimento de resíduos; 2 – Controle quantitativo e

qualitativo de resíduos.

Estabelece um conjunto de diretrizes (regras) para operação da área de transbordo e triagem.

Em anexo a norma apresenta um modelo com o conteúdo mínimo que deve constar de uma ficha CTR (controle de transporte de resíduos), estabelecendo que esse conteúdo mínimo deve ser reproduzido em três vias: uma para ficar em posse do gerador dos resíduos, outra em posse do transportador de resíduos e outra em posse do destinatário dos resíduos.

3.1.2.2 NBR 15113:2004

Detalhando um pouco mais o conteúdo sintetizado por Brum na figura 5 agora para a NBR 15113:2004 (Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Áterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação) , pode-se afirmar que:

A norma começa por referir quais os seus próprios objetivos, que são os três seguintes:

1 – Fixar os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de RCC classe A e de resíduos inertes;

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2 – Visar a reservação segregada dos materiais, para sua futura utilização, ou a disposição dos mesmos, para futura utilização da área.

3- Visar a proteção das coleções hídricas superficiais ou subterrâneas próximas, das condições de trabalho dos operadores dos aterros, e da qualidade de vida das populações vizinhas aos aterros.

Em seguida faz um conjunto de referências normativas: Resolução CONAMA nº 20, de 18/06/1986 (classificação de águas doces, salobras e salinas do território nacional); Resolução CONAMA n° 307, de 05/06/2002 (gestão de RCC); Portaria n° 1469/GM do Ministério da Saúde, de 29/12/2000 (norma de qualidade de água para consumo humano); NBR 6484:2001 (solo – sondagem de simples reconhecimento com ensaio SPT); NBR 10006:1987 (solubilizado de resíduos – procedimento); NBR 10007:1987 (amostragem de resíduos – procedimento); NBR 13895:1997 (construção de poços de monitoramento e amostragem – procedimento; NBR 15112:2004 (RCC e volumosos – ATT – diretrizes para projeto, implantação e operação)

Depois, estabelece uma série de definições e conceitos como seja: o que são RCC/RCD (ver NBR 15112:2004), o que são Resíduos Classe III – inertes (aqueles que, quando amostrados de forma representativa, segundo a NBR 10007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ensaio de solubilidade segundo a NBR 10000, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme a portaria 1469 do Ministério da Saúde e Resolução CONAMA n° 20, exceptuando os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor), o que é um aterro de RCC/RCD e de resíduos inertes (ver NBR 15112:2004), o que é uma ATT de RCC/RCD e resíduos volumosos (ver 15112:2004), reservação de resíduos (ver 15112:2004), o que é um Sistema de Monitoramento de Águas Subterrâneas (rede de poços implantada para permitir a avaliação de possíveis influências do líquido percolado do aterro na qualidade das águas subterrâneas, conforme a NBR 13895), o que é uma ficcha CTR (controle de transporte de resíduos, ver NBR 15112:2004)

No seguimento, estabelece de novo as quatro classes de RCC/RCD (classe A, classe B, classe C e classe D).

Discrimina as condições de implantação dos aterros, a nível de: 1 – Critérios para localização; 2 – Acessos, isolamento e sinalização; 3 – Iluminação e energia; 4 – Comunicação; 5 – Análise de resíduos; 6 – Treinamento; 7 – Proteção das Águas Superficiais e Subterrâneas;

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Discrimina também as condições gerais para projeto, começando por algumas generalidades e passando depois para: 1 – Responsabilidade e autoria do projeto; 2 – Partes constituintes do projeto e sua forma de apresentação (memorial descritivo, memorial técnico, cronograma, desenhos, eventuais anexos)

Detalha em seguida quais as partes constituintes do memorial descritivo (informações cadastrais, informações sobre os resíduos a serem reservados ou dispostos no aterro, informações sobre o local destinado ao aterro, informações sobre o local destinado ao armazenamento temporário dos resíduos de classe D, concepção e justificativa do projeto, descrição e especificações de projeto, e o método de operação do aterro).

Dentro das informações sobre os resíduos a serem reservados ou dispostos no aterro tem-se: 1 – estimativa da quantidade mensal de resíduos a ser recebida; 2 – horário de recebimento dos resíduos e de funcionamento do aterro; 3 – estimativa da massa específica dos resíduos.

Dentro das informações sobre o local destinado ao aterro distinguem-se: 1 – localização; 2 – caracterização topográfica; 3 – caracterização geológica e geotécnica; 4 – caracterização da área e da circunvizinhança.

Dentro da descrição e especificações de projeto incluem-se informações relativas a: 1 – preparo do local de reservação ou disposição dos resíduos; 2 – área para armazenamento temporário de resíduos classe D; 3 – acessos e isolamento do aterro; 4 – sistema de drenagem superficial; 5 – localização dos poços de monitoramento;

No método de operação do aterro incluem-se: 1 – controle de recebimento dos RCC/RCD e resíduos inertes; 2 – monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e superficiais; 3 – controle operacional; 4 – controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais segregados; 5 – controle da disposição definitiva de resíduos.

Já o memorial técnico inclui: 1 – cálculo dos elementos de projeto; 2 – capacidade de reservação ou vida útil do aterro.

A parte relativa ao cronograma deve incluir uma estimativa dos custos de implantação do aterro (terreno, equipamentos utilizados, mão de obra empregada, materiais utilizados, instalações e serviços de apoio), e o cronograma físico-financeiro para a implantação e operação do aterro.

Quase a terminar, a norma estabelece as condições de operação do aterro, nomeadamente: 1- recebimento dos resíduos no aterro; 2 – triagem dos resíduos recebidos; 3 – disposição segregada dos resíduos; 4 – equipamentos de segurança; 5 – inspeção e manutenção; procedimentos para registro da operação.

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Refere a norma que o registro deve ser mantido em caso de alteração de titularidade da área ou empreendimento e para eventual apresentação de relatórios.

Por último e em anexo reapresenta de novo as partes que deve constituir a ficha CTR (controle de transporte de resíduos).

3.1.2.3 NBR 15114:2004

Detalhando também um pouco o conteúdo sintetizado por Brum na figura 5 e a respeito da NBR 15114:2004 (Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de Reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação), pode-se afirmar que:

A norma começa por referir qual o seu próprio objetivo.

Em seguida faz um conjunto de referências normativas (Resolução Conama nº 307/2002 ; NBR 15112:2004 ; NBR 15113: 2004)

Depois e à semelhança das normas anteriores volta a estabelecer uma série de definições e conceitos, como seja: repete a definição do que são resíduos de construção civil, estabelece a definição do que são agregados reciclados, a definição do que é uma área de reciclagem de resíduos da construção civil, repete a definição do que é uma área de transbordo e triagem de RCC e resíduos volumosos, bem como todo um outro conjunto de conceitos que já haviam sido abordados nas normas anteriores (aterro de RCC/RCD e de resíduos inertes, reutilização, reciclagem, reservação de resíduos, geradores de resíduos, transportadores, e CTR – ficha de controle de transporte de resíduos).

Volta a relembrar as quatro classes de RCC/RCD existentes.

No seguimento estabelece as condições de implantação para áreas de

reciclagem para resíduos sólidos da construção civil, a nível de: 1 – Critérios para

localização; 2 – Isolamento e sinalização; 3 – Acessos; 4 – Iluminação e energia; 5 – Proteção das águas superficiais; 6 – Preparo da área de operação.

Em seguida estabelece quais as condições gerais de projeto para as áreas de

reciclagem de resíduos sólidos da construção civil, a nível de: 1 – Memorial descritivo;

2 – Projeto básico; 3 – Responsabilidade e autoria do projeto.

A seguir estabelece as condições de operação de uma área de reciclagem para

resíduos sólidos da construção civil, a nível de: 1 – Recebimento, triagem e

processamento de resíduos; 2 – Controle de poluição ambiental no processamento de resíduos; 3 – Treinamento aos funcionários e equipamentos de segurança; 4 – Inspeção e manutenção das instalações.

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E antes de voltar a apresentar em anexo o conteúdo mínimo exigível para uma ficha CTR, estabelece uma série de Procedimentos para Controle e Registro da Operação,

através de um Plano de Operação que contemple: 1 – Controle de entrada dos resíduos

recebidos; 2 – Discriminação dos procedimentos de triagem, reciclagem e armazenamento e outras operações realizadas na área; 3 – Descrição e destinação dos resíduos a serem rejeitados; 4 – Descrição e destinação dos resíduos a serem reutilizados; 5 – Descrição e destinação dos resíduos a serem reciclados; 6 – Controle da qualidade dos produtos gerados.

Refere ainda a norma que os operadores devem providenciar o arquivamento dos CTR referentes às cargas recebidas, mantendo registros para eventual apresentação de relatório.