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PGRCC – “GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – A EXPERIÊNCIA DO SINDUSCON DE SÃO PAULO” (Pinto, T de P., 2005)

outros) 754 5.4.3.1.5 Classe D (perigosos)

Artº 24 – Estabelece que o PGRS (ou PGRCC) seja parte integrante do processo de licenciamento ambiental aos empreendimentos que se enquadram nesse tipo de

3.1.1.3 O PGRCC – INSTRUMENTO LEGAL PRINCIPAL DE GERENCIAMENTO DE RCC/RCD PARA AS CONSTRUTORAS (GRANDES GERADORES)

3.1.1.3.4 PGRCC – “GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – A EXPERIÊNCIA DO SINDUSCON DE SÃO PAULO” (Pinto, T de P., 2005)

Este trabalho não apresenta um roteiro básico para elaboração, implementação e monitoramento de um PGRCC, ao contrário quer da “Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a Construção Civil” (Cunha Junior N.B., 2005), quer do “Manual de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos na Construção Civil” (Novaes, M. de V.; Mourão, C.A.M. do A. 2008).

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A parte que mais interessa à elaboração, implantação e monitoramento de um PGRCC é a que corresponde no trabalho ao ítem/capítulo 4, com o título “Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil”, e que depois se subdivide nos seguintes itens: 4.1 Sequência de atividades; 4.2 Qualificação dos agentes; 4.3 Gestão no canteiro de obras; 4.4 Remoção dos resíduos do canteiro; 4.5 Destinação dos resíduos; 4.6 Especificações técnicas dos dispositivos e acessórios; 4.7 Avaliação de resultados; 4.8 Preparação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos.

No que tange ao seu ponto 4.1 (sequência de atividades), o trabalho de Pinto, T de P. (2005) começa por propor um cronograma de atividades que é o que se apresenta na figura 11.

Figura 11 – Cronograma de atividades para estabelecimento de método de gestão de resíduos para a construção civil (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Quanto à reunião inaugural, Pinto, T. de P. (2005), começa por referir quem deve estar presente, quais os objetivos dessa reunião, quais as implicações das novas leis no estabelecimento de um novo processo de gerenciamento de RCC e seus impactos no setor da C.C., e quais os impactos no dia a dia das obras desse novo processo de gerenciamento. Tem semelhanças com alguns dos passos da fase de treinamento estabelecidos por Novaes, M. de V. e Mourão, C.A.M. do A., (2008) e que se encontram na figura 5.

No que diz respeito ao planejamento, o autor afirma que deve ser realizado a partir dos canteiros de obra, e serve para coletar uma série de informações quer em relação aos recursos humanos e de equipamentos disponíveis na mesma, quer em relação à obra propriamente dita, quer em relação ao arranjo físico dos espaços no canteiro, fluxos de resíduos e materiais, empresas transportadoras contratadas, locais de destinação dos resíduos, proposta de aquisição e distribuição de dispositivos de coleta e sinalização, definição dos responsáveis pelas coletas internas, acondicionamento e armazenamento, elaboração de rotinas para registro da destinação dos resíduos, possibilidades de reciclagem de materiais (sobretudo de classe A), prévia caracterização dos resíduos que poderão ser gerados em obra. No que se refere a essa caracterização, Pinto, T. de P. (2005) é o primeiro que diz expressamente coom essa caracterização pode ser feita: com base em memoriais descritivos, orçamentos e projetos.

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Já no que refere à implantação, o autor refere que esta começa imediatamente após a aquisição dos dispositivos de coleta e respetivos acessórios, com ações de treinamento quer para operários (com ênfase numa adequada segregação e manejo dos resíduos), quer para os envolvidos no controle da destinação dos resíduos.

O monitoramento implica na avaliação do desempenho da obra por check-lists e relatórios periódicos (limpeza, triagem, destinação). O autor afirma que devem ser feitos novos treinamentos sempre que houver a entrada de novos empreiteiros ou operários, ou diante de insuficiências detetadas nas avaliações.

No que tange ao ponto 4.2 (qualificação dos agentes), Pinto, T de P. (2005) afirma que os agentes envolvidos na gestão dos resíduos devem ser previamente identificados e qualificados, para garantir a segurança dos processos posteriores à geração. Isso envolve fornecedores de dispositivos e acessórios, empresas transportadoras, e destinatários dos resíduos.

No ítem 4.3 (gestão no canteiro de obras), o autor refere aspectos que dizem respeito à organização do canteiro, e aos dispositivos e acessórios indicados para viabilizar a coleta diferenciada e a limpeza da obra. Quanto aos fluxos dos resíduos dentro da obra, descreve condições para o acondicionamento inicial, o transporte interno e o acondicionamento final. Faz considerações gerais sobre a possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos dentro dos próprios canteiros. E sugere condições contratuais específicas para que empreiteiros e fornecedores formalizem o compromisso de cumprimento dos procedimentos propostos.

Pinto, T. de P. (2005) estabelece portanto subdivisões nas atividades de acondicionamento, transporte e destinação.

Assim, para o autor, o acondicionamento deve ser realizado segundo dois instantes. Primeiro ocorre o acondicionamento inicial, armazenando os resíduos o mais próximo dos locais de geração, de forma compatível com o seu volume e preservando a boa organização do espaço ao longo da obra. E posterior, o acondicionamento final, quando os resíduos são armazenados em recipientes próprios para serem removidos do canteiro.

Para a atividade de transporte também há subdivisões, em transporte interno e externo. O transporte interno pode ocorrer na horizontal (carrinhos, giricas, transporte manual), ou na vertical (elevador de carga, grua ou condutor de entulho). No transporte externo, a construtora deve atentar para alguns fatores na escolha das empresas coletoras, como a compatibilização com a forma de acondicionamento final dos resíduos, minimização do custo de coleta e remoção, possibilidade de valorização dos resíduos e adequação dos equipamentos utilizados para remoção aos padrões definidos por legislação.

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Quanto a organização do canteiro, o autor sublinha a importância da correta estocagem dos materiais, obedecendo a critérios de: I - classificação; II - freqüência de utilização; III - empilhamento máximo; IV - distanciamento entre as fileiras; V - alinhamento das pilhas; VI - distanciamento do solo; VII - separação, isolamento ou envolvimento por ripas, papelão, isopor, etc. (no caso de louças, vidros e outros materiais delicados, passíveis de riscos, trincas e quebras pela simples fricção); VIII - preservação da limpeza.

O autor refere ainda a necessidade de planejar a disposição dos resíduos. Assim, na elaboração dos projetos de canteiro, deve ser equacionada a disposição dos resíduos, considerando os aspectos relativos ao acondicionamento diferenciado e a definição de fluxos eficientes.

Quanto à limpeza da obra, o autor refere: a limpeza preferencialmente deve ser executada pelo próprio operário que gerar o resíduo. É necessário dispor com agilidade os resíduos nos locais indicados para acondicionamento, evitando comprometimento da limpeza e da organização da obra, decorrentes da dispersão dos resíduos. Quanto maior for a freqüência e menor a área-objeto da limpeza, melhor será o resultado final, com redução do desperdício de materiais e ferramentas de trabalho, melhoria da segurança na obra e aumento da produtividade dos operários. Exemplo: É melhor fazer a limpeza “por ambiente” do que por pavimento.

No que diz respeito ao fluxo dos resíduos Pinto, T. de P. (2005) lista uma série de condições específicas para o acondicionamento inicial, transporte interno e acondicionamento final de cada resíduo identificado e coletado. Assim, o acondicionamento inicial, em função do tipo de resíduo, deve ser realizado de acordo com o que consta na figuras 12 e 13.

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Figura 12 – Acondicionamentos iniciais adequados a cada tipo de resíduo da construção (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Figura 13 – Acondicionamentos iniciais adequados a resíduos não oriundos da atividade construtiva, em canteiro (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Quanto ao transporte interno de resíduos, o autor lista também quais as condições ideais para cada tipo de resíduo, de acordo com a figura 14, da qual foram excluídos alguns resíduos que precisam de acondicionamento final imediatamente após a coleta.

Figura 14 – Transporte interno ideal para cada tipo de resíduo (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

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A propósito do acondicionamento final de resíduos, o autor afirma que para a definição do tamanho, quantidade, localização e do tipo de dispositivo a ser utilizado devem ser considerados os seguintes fatores: volume e características físicas dos resíduos, facilitação para a coleta, controle da utilização dos dispositivos (especialmente quando dispostos fora do canteiro), segurança para os usuários e preservação da qualidade dos resíduos nas condições necessárias para a destinação. E faz também uma listagem dos tipos ideais de dispositivos para aconcionamento final de cada tipo de resíduos, de acordo com as figuras 15 e 16.

Figura 15 – Acondicionamento final ideal para cada tipo de resíduo da construção (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Figura 16 – Acondicionamento final ideal para resíduos não oriundos da atividade construtiva, em canteiro (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

No que respeita a reutilização e reciclagem de resíduos, o autor começa por afirmar que deve haver atenção especial sobre a possibilidade da reutilização de materiais ou mesmo sobre a viabilidade econômica da reciclagem dos resíduos no canteiro, evitando sua remoção e destinação. Afirma ainda que a reutilização e reciclagem geram economia por dispensarem a compra de novos materiais e por evitarem a sua identificação como resíduo gerando dessa forma custo de remoção. No entanto, a reutilização e reciclagem exigem o correto manejo dos resíduos no interior do canteiro. Logo de seguida o autor faz uma listagem de materiais passíveis de reutilização, bem como os cuidados requeridos para

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esse efeito, mas não refere que reutilizações específicas esses materiais poderiam ter na obra. A lista de materiais reutilizáveis é a que consta da figura 17.

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Figura 17 – Tipos de materiais reutilizáveis, e correspondentes cuidados requeridos e procedimentos para esse efeito (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Em relação à reciclagem em canteiro dos resíduos de alvenaria, concreto e cerâmicos, o autor refere uma série de aspetos que deverão ser tidos em conta, para só depois se fazer uma análise da viabilidade econômica e financeira dessa reciclagem, os quais são: i) volume e fluxo estimado de geração; ii) investimento e custos para a reciclagem (equipamento, mão-de-obra, consumo de energia etc.); iii) tipos de equipamentos disponíveis no mercado e especificações;

iv) alocação de espaços para a reciclagem e formação de estoque de agregados; v) possíveis aplicações para os agregados reciclados na obra; vi) controle tecnológico sobre os agregados produzidos; vii) custo dos agregados naturais; viii) custo da remoção dos resíduos.

Quanto à gestão de resíduos da construção civil, Pinto, T. de P. (2005), chama a atenção para o fato de que os resultados desta carecem de um comprometimento de toda a cadeia produtiva, desde a Alta Administração até os quadros intermediários como engenheiros gerentes de obra, encarregados e administrativos, e envolvendo até os fornecedores de insumos.

Nesse sentido, e sobretudo no que refere a estes últimos e ao pessoal de obra, para além de ações de treinamento e capacitação, há também a estrita necessidade de formalização/contratualização de alguns aspetos como sejam: 1 - evidenciar a necessidade do zelo com a limpeza e a organização permanentes da obra; 2 - responsabilizar empreiteiros pela má utilização dos insumos, materiais e dispositivos de uso comum; 3 - obrigar a observância das condições estabelecidas para a triagem dos resíduos; 4 - compartilhar com o contratado, em casos específicos, a responsabilidade pela destinação dos resíduos, examinando e aprovando solução para destinação e exigindo a apresentação da documentação pertinente; 5 - avaliar os empreiteiros em relação à limpeza

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da obra, triagem dos resíduos nos locais de geração, acondicionamento final e destinação (quando for aplicável), atribuindo notas e penalizando os responsáveis por irregularidades.

No que se refere à remoção dos resíduos do canteiro, Pinto, T. de P. (2005) afirma que a coleta e remoção dos resíduos do canteiro devem conciliar os seguintes fatores: I - compatibilização com a forma de acondicionamento final dos resíduos na obra; II - minimização dos custos de coleta e remoção; III - possibilidade de valorização dos resíduos; IV - adequação dos equipamentos utilizados para coleta e remoção aos padrões definidos em legislação.

E respeitante a este fluxo, em seguida, o autor define as formas adequadas de coleta e remoção dos resíduos do canteiro, em função de cada tipo, de acordo com as figuras 18 e 19.

Figura 18 – Forma adequada de coleta e remoção de cada tipo de resíduo da construção (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Figura 19 – Forma adequada de coleta e remoção de resíduos provenientes de atividades não construtivas, em canteiro (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

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De novo o autor chama a atenção para os aspectos que devem ser considerados nos contratos para prestação de serviços de coleta e remoção e que são os seguintes: 1 - Quando da utilização de caçambas estacionárias, obediência às especificações da legislação municipal, notadamente nos aspectos relativos à segurança; 2 - Disponibilizar equipamentos em bom estado de conservação e limpos para uso; 3 - Observância das condições de qualificação do transportador (regularidade do cadastro junto ao órgão municipal competente; 4 - Estabelecer a obrigatoriedade do registro da destinação dos resíduos nas áreas previamente qualificadas e cadastradas pelo próprio gerador dos resíduos (observadas as condições de licenciamento quando se tratar de Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas de Reciclagem, Áreas de Aterro para Resíduos da Construção Civil ou Aterros de Resíduos Perigosos); 5 - Condicionar o pagamento pelo transporte à comprovação da destinação dos resíduos.

Quanto à destinação, o autor refere os fatores determinantes na designação de soluções para a destinação dos resíduos: I - possível reutilização ou reciclagem nos próprios canteiros; II - proximidade dos destinatários para minimizar custos de deslocamento; III - conveniência do uso de áreas especializadas para a concentração de pequenos volumes de resíduos mais problemáticos, visando à maior eficiência na destinação. Apresenta uma proposta de soluções possíveis para destinação dos vários tipos de resíduos, que é a das figuras 20 e 21.

Figura 20 – Forma adequada de coleta e remoção de resíduos provenientes de atividades não construtivas, em canteiro – Parte I (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

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Figura 21 – Forma adequada de coleta e remoção de resíduos provenientes de atividades não construtivas, em canteiro – Parte II (Fonte: Pinto, T. de P., 2005)

Também aqui existe a necessidade de formalização dos procedimentos. A formalização da destinação dos resíduos deve ser iniciada por meio da identificação e do cadastramento dos destinatários. Algumas informações relevantes que devem fazer parte deste cadastro são: 1 - Data do cadastramento; 2 - Razão Social do destinatário; 3 - CNPJ; 4 - Nome do responsável pela empresa; 5 – Telefone.

Um exemplo de modelo de ficha cadastral para melhor organização das informações relativas aos destinatários de resíduos é a da figura 22 (esquerda).

Figura 22 (esquerda) – Modelo de ficha cadastral para destinatários de resíduos da construção; (direita) – Modelo de CTR que atende as NBR 15112:2004 a 15114:2004

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Depois de cadastrado o destinatário, cada coleta deverá implicar emissão do documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos), que registrará a destinação dos resíduos coletados. Neste documento deverão constar as seguintes informações: 1 - Dados do gerador (Razão social /nome, CNPJ / CPF, endereço para retirada e identificação da obra); 2 - Resíduos destinados, com volume ou peso e unidades correspondentes; 3 - Dados do transportador (Razão social / nome, CNPJ / CPF, inscrição municipal, tipo de veículo e placa); 4 - Termo de responsabilidade para devolução de bags da obra: quantidade, nome e assinatura do responsável; 5 - Dados do destinatário (Razão social / nome, CNPJ / CPF, endereço da destinação); 6 - Assinaturas e carimbos (gerador, transportador e destinatário).

Em seguida Pinto, T. de P. (2005) apresenta um modelo de CTR que atende às

NBR 15112:2004 a 15114:2004 e que deve ser emitido em três vias (1ª via – para gerador;

2ª via – para transportador; 3ª via – para destinatário) e que é o da figura 22 (direita), acima. Para fazer a avaliação dos resultados obtidos com a implementação dos procedimentos contemplados no PGRCC, Pinto, T. de P. (2005) propõe algumas fichas de avaliação/verificação para determinados fluxos do processo, como sejam fichas de avaliação/verificação para as etapas de limpeza e segregação na fonte, e acondicionamento final. No caso das fichas apresentadas pelo autor, foi usada uma pontuação de 1 até 10 para cada aspecto analisado, com os significados seguintes:

Péssimo = 1,0 a 2,9; Fraco = 3,0 a 4,9; Regular = 5,0 a 6,9; Bom = 7,0 a 8,9 e Ótimo= 9,0 a 10). Essas fichas podem também incluir uma listagem dos problemas mais frequentes verificados em cada uma dessas etapas/fluxos do processo (caracterização, segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento e destinação).

Essa fase de avaliação dos resultados obtidos com a implementação do PGRCC deve ainda ser complementada com um relatório. O relatório, além de expressar de forma sintética os resultados obtidos através das fichas de avaliação/verificaçãoo, também avalia e dá ênfase ao registro da destinação compromissada dos resíduos. São consideradas, num intervalo de tempo, as destinações adotadas, as quantidades de resíduos gerados, os custos ou as remunerações atual e anterior para efeito de comparação e nota da avaliação.

No ítem 4.8 (preparação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos) o autor sintetiza quais as partes que devem constituir o PGRCC, e explica que elas correspondem aos itens já anteriormente discriminados de forma mais detalhada, ao longo de seu trabalho.

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3.1.1.3.5 PGRCC – “GUIA PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE GERENCIAMENTO

DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL” (Lima, R.S. e Lima, R.R.R. 2012)

De acordo com Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. (2012), o guia de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012) também contém um roteiro básico para elaboração do PGRCC muito semelhante com o roteiro apresentado no trabalho “Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a Construção Civil”, de Cunha Junior, N.B. (2005).

A distinção entre os dois trabalhos se faz na apresentação de uma etapa a menos, sendo agora, no de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012) as etapas as seguintes: informações gerais, elementos do PGRCC, comunicação e educação ambiental, e cronograma de implantação do PGRCC.

Ainda segundo Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. (2012), no guia de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012), a etapa de demolição faz parte de um dos itens referentes às informações gerais, e a atividade de transporte é fracionada em transporte interno e externo, tal como acontecia com o trabalho de Pinto, T. de P. (2005). No transporte interno, os resíduos devem ser encaminhados desde os locais de acondicionamento inicial até os locais de acondicionamento final/armazenamento, ainda dentro do canteiro. Esse transporte interno é geralmente realizado por guinchos, gruas, elevadores de cargas e carrinhos de mão ou gericas.

Quanto ao transporte externo, além das informações mencionadas no trabalho de Cunha Junior, N.B. (2005), os autores destacam que o mesmo deve ser realizado por empresas licenciadas, as quais geralmente utilizam caminhões com equipamento poliguindaste ou caminhões com caçamba basculante, devendo ser cobertos com lonas para evitar derramamento em vias públicas.

Os autores, à semelhança de Pinto, T. de P. (2005) acrescentam que a obra deve ter o controle do transporte externo através da ficha CTR (Controle de Transporte de Resíduos), a qual contém dados do gerador, quantidade e tipo de resíduo, dados do transportador e local de destino final dos resíduos. Referem ainda que este controle é importante para a sistematização das informações da geração de resíduos da obra.

De acordo com Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. (2012), o roteiro proposto por Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012) apresenta o acréscimo de mais uma atividade que deve compor o PGRCC, denominada Reutilização e Reciclagem. Nesta etapa, devem ser descritos todos os procedimentos que serão adotados para proceder à reutilização e reciclagem dos resíduos gerados no canteiro.

O guia de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012) também traz recomendações para que haja uma fase de Planejamento Inicial, na qual se devem avaliar os projetos de construção

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do edifício e buscar meios para reduzir ao máximo a geração de resíduos. Nesse momento momento é importante que a concepção do projeto arquitetônico tenha preocupações com o sistema construtivo a ser adotado, tipos de materiais empregados, modulações e integração com os projetos complementares. O levantamento orçamentário também deve ser bem elaborado para evitar perdas com excesso de aquisição de materiais.

Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. (2012) concluem que se pode observar de que não existe um padrão totalmente definido, único, fixo, sobre a estrutura do PGRCC nos trabalhos analisados, embora todos sigam as recomendações mínimas da Resolução CONAMA 307/02, contemplando as atividades de Caracterização, Triagem, Transporte, Acondicionamento e Destinação. Porém, alguns trabalhos vão mais além, recomendando outras atividades que tornam o PGRCC mais completo: Minimização, Transbordo, Reutilização e Reciclagem dos resíduos.

Nos cinco trabalhos analisados também existem recomendações no sentido de que haja preocupações quanto à organização do canteiro, treinamento da equipe de obra, monitoramento das ações desenvolvidas no PGRCC e haver uma fase de planejamento inicial, analisando os projetos do empreendimento e os processos construtivos adotados.

Na opinião de Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. (2012), corroborada pela figura 23, e dentre todos os trabalhos analisados, o que se apresentou mais completo em relação à diversidade de informações que deve conter o PGRCC foi o “Guia para Elaboração de Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil”, de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012).

Figura 23 – Análise comparativa entre a estrutura proposta para o PGRCC nos cinco trabalhos anteriormente analisados (Fonte: Brum, F.M. e Hippert, M.A.S. 2012)

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O trabalho de Lima, R.S. e Lima, R.R.R. (2012) será aliás usado ao longo do presente texto para ilustrar outros pontos da fundamentação teórica.