Maria ElisabEtE salvador rita Maria lino tarcia daniEl alMEida GonçalvEs Morris PiMEnta E souza MarlEnE sakuMoto akiyaMa Marco antonio ManfrEdini silvio carlos coElho dE abrEu fEliPE viEira PachEco
daniEl lico dos anjos afonso douGlas rodriGuEs
ana lucia PErEira Paulo bandiEra Paiva jorGE harada
Introdução
As metodologias de criação de cursos representam a pedra angular dos sistemas de treinamento contínuo da modalidade a distância. Assim como a escolha cuidadosa da plataforma para o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), esse cenário requer estudos e análises complexos, essenciais para o desempenho eficaz do processo de ensino-aprendizagem. (LEEUW, 2019; WALSH, 2018) Devem atender aos padrões e normas dos dispositivos de educação a distância, análise técnica – linguagem de computador, roteiro e metadados –, extensão pedagógica e o desenvolvimento das habilidades dos estudantes. (ABDELHADI; ALTALAFHA, 2018)
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São orientações que norteiam discussões da comunidade científica há pelo menos duas décadas em que a metodologia de trabalho é orientada por duas abordagens dis- tintas – tecnológica e a pedagógica. (MAHMOOD, 2018; TOKUDA et al., 2018) Planejar e desenvolver sob a perspectiva desses elementos que se inter-relacionam constan- temente em contextos virtuais é um grande desafio, considerando-se os princípios pedagógicos da Educação a Distância (EaD). (BUENDÍA, GAYOSO-CABADA; SIERRA, 2018) Para tanto, o sistema educacional deve ser projetado com objetivo de permitir a inclusão de componentes e abordagens que apoiem as teorias educacionais. (KAMEL- ELSAYED; LOFTUS, 2018)
As teorias educacionais na EaD têm gerado grandes expectativas e revolucionaram as práticas pedagógicas ao se apropriar de recursos tecnológicos, originando fenô- menos e estratégias coerentes de navegabilidade através da adoção de modelos de aprendizagem que emergiram desse campo. (BADYAL; SINGH, 2017; KAMEL-EL SAYED; LOFTUS, 2018) Educadores e designers assumiram papel vital nessa construção, fa- vorecendo formas dinâmicas de estudo e ganho de competências. (BREUER et al., 2017) Assim, sem os atuais avanços dos cenários educacional e tecnológico, não se- ria possível considerar a extensão de uma rede de conhecimento profissional através da qual os participantes aprendem, compartilham experiências e compreendem em escala, tempo, escopo e flexibilidade somente possível na modalidade a distância. (BAJPAI et al., 2019)
Segundo boletim publicado pela Sociedade da Informação e Conhecimento do Centro Internacional de Tecnologias Avançadas, Universidade de Salamanca, Espanha, os modelos pedagógicos da era da conectividade suportam essa teoria em que:
o conhecimento pessoal é criado a partir de uma rede que fornece informações aos membros, e estes, oferecem conhecimento adicional; vindo de diferentes nós, transforma e altera a base de saberes, gerando novos aprendizados. (ALEMÁN DE LA GARZA; SANCHO-VINUESA; GÓMEZ ZERMEÑO, 2015, p. 105)
A partir dessa e de outras teorias, o desenho pedagógico de cursos EaD deve estar alinhado às expectativas de aprendizagem dos estudantes, em que esquemas instru- cionais possam favorecer autonomia de estudo e superar perfis dissimilares, porém,
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considerar como, onde e quando os participantes aprendem são aspectos que devem ser analisados. (ALEMÁN DE LA GARZA; SANCHO-VINUESA; GÓMEZ ZERMEÑO, 2015; KHEIRALLA, 2018)
As teorias de aprendizagem representam a base dos processos educacionais para criação de ambientes instrucionais na modalidade EaD e, quando se relacionam aos recursos tecnológicos, necessariamente devem ser revistas à medida que a condição de aprendizagem muda. (ALEMÁN DE LA GARZA; SANCHO-VINUESA; GÓMEZ ZERMEÑO, 2015; KHEIRALLA, 2018) São necessárias mudanças conceituais no processo de ensino -aprendizagem na perspectiva professores/tutores e estudantes. É evidente, portanto, que tal consideração reside no potencial de mudar a relação entre tais intervenientes ao promover espaço colaborativo e diversificado, no qual os participantes são imer- sos em ambientes para ler, ver e ouvir, mas, sobretudo, colaborar, trocar e mudar. Hoje, contudo, há evidências científicas que demonstram a necessidade de estabe- lecer critérios a fim de criar oportunidades reais de aprendizado ativo em contextos educacionais na esfera virtual. (BADYAL; BREUER, 2017; BUENDÍA; GAYOSO-CABADA; SIERRA, 2019) Atender às premissas de credenciamento e construir metodologias de qualidade para cursos EaD também são exigências que devem estar próximas às evi- dências das melhores práticas e adoção de padrões de excelência.
O desafio persiste em integrar tecnologias no processo educacional e requer o es- tabelecimento de fundamentos teóricos a fim de influenciar positivamente o aprendi- zado. Nessa perspectiva, a experiência de interação com simulações, estudos de caso e metodologias de problematização, emergem como base para a aprendizagem, parti- cularmente, on-line. (GONZALO, CHANG; WOLPAW, 2019; WHITWORTH; LEUPEN; RAKES, 2018) Assim, métodos instrucionais são utilizados para potencializar o ambiente on
-line. Tomando como exemplo a teoria de aprendizagem experiencial para tomadas de
decisão, é possível ilustrar o processo ativo de ganho cognitivo e raciocínio crítico a partir de um ciclo de aprendizagem que inicia em um problema ou desafio. (ALEMÁN DE LA GARZA; SANCHO-VINUESA; GÓMEZ ZERMEÑO, 2015) O estudante passa por re- flexões críticas e finaliza com a troca de experiências pessoais entre os participantes. De fato, essa teoria está intimamente relacionada ao uso de tecnologias interativas em que atividades convergentes promovem, de forma simultânea, exercícios síncronos
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de interação entre conteúdos e estudantes. (WHITWORTH; LEUPEN; RAKES, 2018) Ao encontrar significado nas relações entre professor/tutor-estudante e, sobretudo, con- teúdos-estudante, a percepção dos participantes se alinha às estratégias de favorecer conexão com o ambiente virtual. Estudos demonstram e confirmam o forte impacto das metodologias supracitadas nos resultados positivos da EaD, considerando-se o compartilhamento de experiências que, geralmente, respondem às necessidades dos estudantes. (BADYAL; SINGH, 2017; KHEIRALLA, 2018; BAJPAI et al., 2019)
Por outro lado, os mecanismos de avaliação e indicadores de qualidade para cursos dessa modalidade são de grande valia aos pesquisadores, a fim de analisar a relação entre a aplicação de estratégias educacionais e a percepção dos elementos mais im- portantes para o sucesso dos cursos. (LEEUW; WESTERMAN; SCHEELE, 2017) Em uma revisão integrativa, os autores afirmaram a necessidade de avaliar programas on-line, especialmente no nível de pós-graduação. (VALAI; SCHMIDT-CRAWFORD; MOORE, 2019) Outro estudo explorou a percepção de tutores e estudantes ao verificar a correlação entre as práticas educacionais e os aspectos tecnológicos para garantir aprendizado significativo. (KYAW et al., 2019)
Neste cenário, a equipe de coordenadores do Programa Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vem estudando e avaliando aspectos pedagógicos e tecnológicos, considerando-se desempenho, satisfação e necessidades dos estudantes e tutores, em dez anos de experiências com cursos lato sensu. Após esse período expressivo de investigação, o presente estudo tem por finalidade apresentar a elaboração de uma nova estrutura metodológica para capacitação em saúde frente às inovações avaliadas ao longo de 15 ofertas, bem como analisar o perfil dos estudantes do 16º curso da Especialização em Saúde da Família UNA-SUS (ESF UNA-SUS Unifesp).
desenvolvImento
Trata-se de um relato de experiência descritivo, exploratório de abordagem quantita- tiva e tecnológica, realizado com a 16ª oferta do curso de Especialização em Saúde da Família UNA-SUS Unifesp, em São Paulo, iniciado em maio de 2019. Disponível
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na modalidade EaD, por meio do AVA Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle), o curso contou com 1.179 alunos matriculados, médicos que atuam na Atenção Básica (AB) do território nacional. O presente estudo foi aceito no Comitê de Ética e Pesquisa da instituição sob o parecer de número 0619.