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A ESCOLA DIGITAL DO SIGEDUC COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO

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4.2. NOVAS FERRAMENTAS DIGITAIS PARA POTENCIALIZAR A ESCOLA DIGITAL

Vejamos as ferramentas digitais que foram inseridas no ambiente virtual de aprendizagem, que será denominado de Escola Digital:

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4.2.1. Observatório do Estudante

Os livros de didática, metodologia do ensino e estágio, independente dos paradigmas teóricos perseguidos, deixam claro que uma das atribuições do professor é o planejamento das ações que irá desenvolver. Nestes mesmos livros, encontramos todo planejamento que deve ser precedido do diagnóstico da realidade dos alunos e de que toda ação educativa só produzirá melhores resultados se for desenvolvida com base no conhecimento da realidade do aluno. Esta ideia está convencionada entre os professores, seja em conversas informais, onde os professores expressam que devem conhecer os seus alunos. Portanto, o ato educativo deve ser precedido do diagnóstico da realidade deste aluno.

O termo diagnóstico é utilizado por profissionais das mais diversas áreas, sempre se referindo ao conhecimento prévio necessário para a tomada de decisão. Para Ferreira (2004), diagnóstico refere-se a um conjunto de dados em que se baseia uma determinação. De modo geral, diagnosticar é obter um conjunto de elementos que orientam uma tomada de decisão.

Mattos (1973) sugere, sob dados de 1957, da 1ª edição da obra Sumário de Didática Geral, que embora de forma superficial já se abordava o assunto. Para ele, o “plano de curso deve ser elaborado pelo professor antes de iniciar suas aulas, mas depois de feita a sondagem preliminar sobre o tipo de alunos que terá sob sua responsabilidade.” (MATTOS,1973, p. 146).

Lopes (1988), de igual modo, ao se referir ao planejamento de ensino, reporta-se a Snyders (1974) e destaca que os alunos possuem uma experiência das situações de vida, das relações pessoais e uma multiplicidade de informações e conhecimentos que mesmo que sejam apresentadas de forma fragmentadas não poderão ser desconsideradas pela escola.

Considera, nesse caso, que a identificação de problemas, ou temas relevantes para os alunos, é fator importante na definição do material a ser estudado no decorrer do processo de ensino. Reforçamos a ideia da importância do planejamento e do diagnóstico, como sugere a autora (1988, p. 47): “o resultado desse primeiro momento do planejamento seria um diagnóstico sincero

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da realidade concreta do aluno, elaborado de forma consciente e comprometida com seus interesses e necessidades.”

Libâneo (1994, p. 229), ao tecer considerações sobre o planejamento principalmente em relação aos alunos da escola pública, salienta que a “verificação das condições potenciais de rendimento escolar depende de um razoável conhecimento dos condicionantes socioculturais e materiais: ambiente social em que vivem, a linguagem usada nesse meio, as condições de vida e de trabalho”.

Para o autor (1994), o conhecimento dos condicionantes sociais constitui- se em ponto de apoio pedagógico para a ação docente. O professor precisa estar disponível para aprender com a realidade, extrair dos alunos informações sobre a vida cotidiana de forma que confrontem os seus próprios conhecimentos com os conteúdos escolares.

Ao mencionar que o aluno deve confrontar o seu próprio conhecimento com os escolares, deixa claro que o professor, na condição de orientador do processo de ensino, deve ter clareza dos conhecimentos que o aluno possui, embora não faça referência ao tipo de conhecimento que deve ser trabalhado, o que supõe que envolve todos os conhecimentos do aluno (LOPES, 1988).

Atualmente, não se compreende mais o aluno como mero receptáculo de informação. Ele deve ser além dessa percepção para a capacidade de reflexão sobre seu próprio desempenho cognitivo, devendo saber a seleção daquilo que é foco de interesse, autônomo, autodidata mas, de igual modo, ser cooperativo e participativo em parcerias de aprendizagens, seja por meios eletrônicos, seja por meio físico, aproveitando-se do que a informação possa subsidiar por meio tradicional, ou por ambientes de aprendizagem on-line (NORTE, 2005).

Nesse caso, a primeira grande mudança neste módulo foi a inclusão da funcionalidade “Observatório do Estudante,” no qual o professor poderá visualizar através de gráficos, todo o diagnóstico dos alunos dentro da turma na qual leciona. Possui informações sobre reprovações, aprovações e abandonos em anos anteriores, especificando as disciplinas, séries e o ano cursado. Também apresentará informações socioeconômicas de cada aluno, como de toda a turma: religião predominante, escolaridade dos pais, necessidade educativa especiais, etnia, classe social, quais os alunos daquela turma possuem Bolsa Família e quais utilizam transporte escolar.

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Vejamos como estruturamos o diagnóstico dos alunos no módulo Escola Digital, apresentado por meio de gráficos e relatórios:

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Gráfico 02: Observatório dos Estudantes: Etnia/Religião

Gráfico 03: Observatório dos Estudantes: Classe Social/Transporte Escolar

Gráfico 04: Observatório dos Estudantes: Bolsa família/Necessidades Educativas Especiais

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4.2.2 Correlação entre o conteúdo do professor e a Base Nacional Comum Curricular

Segundo o próprio texto da BNCC, ela é “um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica” (BRASIL, 2017, p. 7). Tratam-se de orientações sobre o que seria indispensável na educação de toda criança/adolescente brasileira e uma forma de nortear as propostas curriculares de escolas públicas e privadas.

A proposta de uma base curricular não é recente. Seu marco legal encontra-se na Constituição Federal Brasileira, no artigo 210 (BRASIL, 1988), retomado pela LDB em seu artigo 26 (BRASIL, 1996). Em 2009, o Programa Currículo em Movimento (BRASIL, 2009) reativou a iniciativa de defesa por um currículo comum. No entanto, o debate em torno dessa implementação ganhou expressividade a partir de 2014 com a promulgação do Plano Nacional de Educação (PNE) que estabeleceu vinte metas para melhoria da Educação Básica, sendo quatro relacionadas à BNCC (BRASIL, 2014). Em julho de 2015, a primeira versão da Base começou a ser produzida a partir da convocação de especialistas, professores e assessores. Entre outubro, do mesmo ano, e março de 2016 houve uma consulta pública dessa versão no site do MEC.

Após o parecer final do CNE, de acordo com o site oficial da BNCC, começaria o processo de formação dos professores e a “elaboração e adequação dos currículos escolares” nos sistemas de Educação estaduais e municipais. Somente em 20 de dezembro de 2017, a BNCC é homologada e passa a ser o documento-base que guia os currículos de todas as escolas públicas e privadas, sendo diretriz oficial para o ensino do Brasil.

Segundo Vasconcelos (2012), as capacitações docentes, muitas vezes, não equivalem ao real interesse ou necessidade pedagógica, tornando-se incipiente no sentido de que deveria ser mais edificante e efetivo. Isso é um agravante nas redes de ensino centralizadas, por estas não terem o hábito de focar em suas unidades de ensino as questões prioritárias.

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Nas formações continuadas, para o corpo docente, a atenção esmerada deve ser pela interação entre os sujeitos e seus programas e ter por primazia a capacitação pela troca de experiências, criando uma rede de contatos com seus pares, de modo interdisciplinar, efetivando novas possiblidades de fazer pedagógico.

Ao refletirmos a respeito do contexto de implantação da BNCC, a qual exige a formação de professores para seu uso efetivo pelas escolas, reportamo-nos a Nevada; Carvalho e Menezes (2009, p. 92) ao afirmarem que “Novas fontes impõem novos modos de conhecer e novas formas de pensar: pensamento em rede. Novos espaços e tempos em que há continuidade da ação, mesmo com duração descontínua.

Nesse cenário em que os professores precisam conhecer a BNCC para planejar seu uso na prática, a formação de professores exige pensar a prática considerando a tecnologia como aliada no processo ensino-aprendizagem, sem contudo, considerá-la mais importante que o aluno.

Para Noronha e Vieira (2005), a percepção de que o ensino pela internet obtenha resultados significativos só acontecerá quando integrado em um contexto estruturante de mudanças nos paradigmas do ensino e aprendizagem, em que aluno e professor necessitam vivenciar um processo comunicativo de modo aberto, interpessoal e efetivo. Contrariamente, a tecnologia nada mais é do que um aparato inócuo, sendo mais um hardware com desserviço ao processo atual, pois se tornará uma forma tradicional fechada de ensino.

Dentro desse cenário, implementamos outra funcionalidade na Escola Digital que foi a correlação entre o conteúdo ministrado pelo professor e a BNCC, sendo esta composta por unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.

Não é trivial para o professor reconhecer se seu conteúdo está de acordo com a BNCC ou mais, verificar o percentual do objeto de conhecimento abordado em sala de aula. Neste sentido, foi desenvolvida mais uma funcionalidade para auxiliar o professor nesta temática, na qual se avalia as aulas cadastradas pelo professor e correlacionamos com a BNCC para o ano/série do aluno e ainda indicar o percentual de cumprimento por parte do professor.

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4.2.3. Ferramenta Predição

Com a taxa de 24,3%, o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), só atrás da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%) (UNESCO, 2019).

A taxa de evasão aumenta, a cada ano, no Ensino Médio, em escolas do Brasil, ocasionando uma forte queda nas matrículas. O RN vem sofrendo essa queda, a cada ano, acompanhando um percentual de 7,2% (SIGEDUC, 2018) a menos de um ano para o outro. Esse fator é de grande relevância para educação básica, em que a evasão anualmente aumenta, tornando o abandono escolar um dos maiores desafios da educação pública.

O Censo Escolar relativo ao ano de 2018 mostrou vários dados sobre a evasão. No Brasil, foram 1,3 milhão de matrículas a menos, contabilizando cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola. Dentre estes, a maior taxa é a dos adolescentes de 15 a 17 anos: 915.455 adolescentes – que hoje estão fora dos ambientes escolares. No Ensino Médio, desde 2014, houve uma redução de 7,1% das matrículas. Só de 2017 para 2018, mais de 220 mil jovens a menos. Muitos desses alunos poderão retornar, mas em uma incômoda condição de defasagem idade/série, o que pode causar conflitos e possivelmente nova evasão.

Em função realidade, decidimos incluir, na Escola Digital, a ferramenta Predição, utilizando inteligência artificial, no banco de dados, como forma de prevenir o abandono dos alunos, através das análises dos dados de anos anteriores para empreender ações. Por meio desta funcionalidade, as escolas terão dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e implementar ações que contribuam para a inclusão escolar e para as providências necessárias em relação à matrícula e à permanência do aluno na escola.

Ressaltamos que a Inteligência Artificial, mais especificamente o sub- campo do Aprendizado de Máquina (Machine Learning), evoluiu vertiginosamente nos últimos anos. São inúmeros exemplos que permeiam nosso dia a dia e noticiário, tais como: reconhecimento de imagens, assistente de voz, carros autônomos, dentre vários outros. Essa tecnologia tem como

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conceito e aplicação de um dispositivo computacional, através de um conjunto de várias ciências, como a computação, biologia e matemática e, nesse contexto, vem ocasionando mudanças na tecnologia e na maneira como se utilizam os computadores (RIBEIRO, 2010, p.8).

Segundo Pontes (2011, p.9), os maiores benefícios de se utilizar a inteligência artificial nas tecnologias são para a solução de problemas, a repetição de informação, a inovação tecnológica, exaustivas horas de trabalho sem a necessidade de pausas, precisão e acerto, fácil locomoção a lugares limitados aos seres humanos, rápida comunicação e assertividade, otimização de retrabalho e modernização.

Para que uma aprendizagem seja de fato efetiva, a abordagem deve desembocar para um processo reflexivo no corpo discente, ao vivenciar etnograficamente diversas experiências que sejam significativas e reais. Interação, interesse, necessidade, etc., quando atuais e significativas, dentro da área de projetos de vida desses sujeitos que reverberam em aprendizagens motivantes.

É papel da docência, nesse caso, proporcionar um ambiente adequado para que o aluno construa seus próprios conhecimentos. Ensinar e aprender são atividades conjuntas entre os envolvidos - professores, alunos, conteúdo e tecnologia – mediadas por essa nova tecnologia. (NORTE, 2005).

Para utilizar esta ferramenta extremamente poderosa foi desenvolvido no SIGEDUC um algoritmo de Predição de abandono escolar. Este algoritmo identifica para um determinado aluno qual sua chance de abandonar em um percentual que varia entre 0 a 100%. A partir disso, classifica-se todos os alunos ativos no sistema e possibilita que os gestores da Secretaria da Educação do RN, diretores de escola e de DIREC e os professores, dentro da Escola Digital, visualizem o relatório de Risco de Evasão, mostrado abaixo (FIGURA 32). Consideramos ser importante o desenvolvimento de ferramentas que permitam auxiliar na identificação de alunos que apresentam tendências a abandonar os estudos, possibilitando ao professor e a gestão escolar tomarem as devidas providências para reduzir a evasão desses alunos.

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Figura 26: Relatório de previsão de evasão escolar Fonte: SIGEDUC

Nesse contexto, entende-se ser importante o desenvolvimento de ferramentas que permitam auxiliar na identificação de alunos que apresentam tendências a abandonar os estudos, possibilitando ao professor e a gestão escolar tomarem as devidas providências para reduzir a evasão desses alunos.

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Ressaltamos que todas essas implementações geraram um novo módulo no SIGEDUC com o viés pedagógico e mecanismo de melhoria da aprendizagem. A importância de utilizá-lo não se resume apenas unicamente como repositório de materiais, e sim na construção de laços entre os usuários (professores e alunos) do ambiente virtual.

4.2.4. Formação de professores para a utilização da Escola Digital

Para ser capaz de implantar na rede estadual práticas pedagógicas transformadoras, que engajem os estudantes e modifiquem o processo de aprendizagem, o professor tem necessidade de passar por um processo de formação continuada igualmente inovador.

Para Freire (2010, p. 38), a prática docente exige criticidade, que não pode ser dispensada, em momento algum, da docência:

A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. [...]. Por isso é fundamental que, na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.

Além disso, nas atividades de formação continuada é fundamental abordarmos sempre a parceria que deve existir entre professor e alunos. Para Belloni (2001), é possível encontrar um novo papel do professor, constituído em um parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica.

Lévy (1993) faz uma crítica a essa realidade, apontando que as tecnologias digitais reduziram a importância da proximidade física e geográfica nas interlocuções entre os indivíduos. As fronteiras e os limites para a produção do conhecimento estão cada vez menores em decorrência das sofisticadas formas de comunicação, as quais são determinadas pelas tecnologias digitais. A disponibilidade de novos recursos sugere mudanças no processo-ensino aprendizagem.

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Para Carpim (2014), o importante de uma prática educativa é que os professores percebam as novas mudanças e desafios propostos, refletindo sua pedagogia, haja vista que ações dinâmicas e colaborativas pressupõe um educador atuante e igualmente pesquisador, entendendo-se em um prática holística das coisas, como também deve levar em conta a diversidade cultural e social heterogênea de seu corpo de alunos, contributo para uma educação transformadora. Isso porque, há horizontes ampliados ante a uma práxis fragmentada, uma vez que as práticas docentes partilhadas permitem uma construção de novos mundos, novos horizontes e de novo significado que passa a ser entendido como saber democrático e cidadão.

Dentre as instituições sociais que têm sentido as transformações decorrentes do advento das tecnologias digitais, conforme assinala Gadotti (2000), destaca-se uma em especial, por ser responsável pela formação dos indivíduos em sua plenitude: a escola. Diante disso, podemos dizer que o uso das tecnologias digitais, no contexto escolar, passa a ser uma possibilidade de integrar, de contextualizar os conteúdos escolares, de modo que o aluno perceba as ligações, as relações, as conexões existentes entre um conteúdo e outro, incidindo na produção do conhecimento.

Considerando que as tecnologias digitais provocam mudanças na sociedade de modo geral, há que se considerar que a escola precisa ser redimensionada para atender as demandas atuais. Esse redimensionamento passa pela reavaliação do papel do professor e, consequentemente, pela formação inicial dos futuros professores. De modo singular, apontamos os cursos superiores de licenciatura precisam preparar os futuros docentes para o bom uso da tecnologia para se concretizar no processo ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, Nóvoa (1992) sugere que é necessário existir um ritmo célere das transformações, econômicas, sociais, culturais e políticas, das sociedades atuais, evidenciando um formato escolar por sua complexidade latente em que as funções, atribuídas aos agentes envolvidos, são de praticidade e dinamismo. Assim, é imputado ao professor a sapiência de dar vida à escola, transformando-a em um centro cultural aberto; formando seu aluno de modo que sejam capazes de aplicar o que sabem, para daí produzirem e modificarem o seu habitat, participar da vida coletiva de seu grupo, criando, ou rompendo barreiras que saiam da rotina, mas evitem constrangimentos eventuais.

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O autor (2002) ainda destaca que a formação continuada se alicerça na dinamização de projetos de investigação nas escolas, passa pela consolidação de redes de trabalho coletivo e de partilha entre os diversos atores educativos, investindo nas escolas como lugares de formação.

Formar professores para a utilização da tecnologia educacional segundo Valente e Almeida (1997) requer

Condições para que ele construa conhecimento sobre as técnicas computacionais, entenda por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica”.

Porém, para Libâneo (2001, p. 10), é preciso uma formação “que o auxilie a ajustar sua didática às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, dos diversos universos culturais”.

É importante enunciar que a formação continuada e/ou capacitação em serviço está prevista como um dos fundamentos na formação de professores na Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL/MEC/LDB, 1996):

Art. 61. Parágrafo único. A formação dos profissionais de educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: (incluído pela lei nº 12.014, de 2009)

I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; (Incluído pela lei nº 12.014, de 2009); II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009);

III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009).

Para isso, faz-se necessário que a formação do professor para o uso pedagógico das tecnologias digitais ocorra na ação docente, de forma reflexiva, crítica sobre esta ação. Logo, o professor ao se apropriar didática e conscientemente acerca do uso dessas tecnologias na educação, estará em