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Novas Humanidades: a teoria universal da impossibilidade de teoria

PARTE I. O Argumento: Para não esquecer o indizível

1. Crise versus fim da teoria

1.4. Novas Humanidades: a teoria universal da impossibilidade de teoria

O problema epistemológico (de determinar o objeto e as regras para obtenção de conhecimento válido) e, por derivação, metodológico (da complexificação interna das regras) então podem ser pensados em sua relação com a própria prática da teoria, em amplo sentido os pressupostos discursivos que a ancoram em “necessidades sociais reais.” Uma visão tradicional da literatura como Aguiar e Silva já propôs (1990), por exemplo, conceberia o texto como uma entidade translinguística referente ao plano “êmico,” enquanto por discurso ter-se-ia uma entidade pertinente ao plano “ético”; a rigor, a distinção entre o texto como instanciação material e o discurso como virtualidade. Em contrapartida, um teórico como Roland Barthes, no seu célebre (e programático) “Da Obra ao Texto” (1989), já recuperara, junto à glossemática de Louis Hjelmslev (1899—1965), a etimologia de “texto” (trama, tecido) para incluir toda a dimensão discursiva, performativa, descentrada, “rizomática” (se se quiser) e virtual, numa clara recusa ao aprisionamento do “sentido” à paradigmática imanência da “obra” e à intenção do “autor,” delimitações ora a ora “superadas” dos estudos literários.

O programa de Barthes ilustra uma passagem do “texto” empírico e observável ao Texto, algo como uma condição transcendental que, na ausência de uma ancoragem sócio-histórica ou

pragmática, legitimaria diversas formas de prática interpretativa não protocoladas.16 O que estava em causa na formulação barthesiana, claramente minar a autoridade cultural da academia francesa, não poderia ser transplantado juntamente à noção revigorada de texto, e foi nesse interstício epistemocrítico que uma contemporânea versão da textualidade (sem autor ou sem referente, atravessada por inconsistências, híbrida) se instalou e proliferou. Nesse caso, que ilustra o que aconteceu a muitos outros pensadores da época,17 a intenção crítica foi confundida com os postulados discursivos. A generalização do conceito de “texto,” nos anos 80 e 90, reconciliava a oposição entre a abordagem da chamada “Teoria” (da desconstrução, mais tipicamente) e dos “studies” (normalmente politizados). As duas orientações mantinham um compromisso com relação aos estatutos ontológico e epistemológico dos objetos sobre os quais se debruçavam, a saber, a compreensão do texto como algo desprovido de substância própria e cujas fraturas devem ser expostas. Desconstrução e cultural studies, como fundamentalmente todo pensamento que se bate no plano da linguagem, são formas de construtivismo.

Um efeito colateral dessa partida antiautoral/autoritária é, pelo apagamento das marcas específicas da obra, a fácil reversão do estatuto transcendental do texte em mera “exterioridade discursiva.”18 O texto concebido como “prática” social (ou processo, “evento”) ubíqua cujos contornos não podem ser delimitados, e já não um objeto estruturalmente “domesticado” e empiricamente verificável, propicia a intensificação do diálogo entre a academia e a sociedade. Um processo, um “evento,” e já não uma entidade, a figura do texto poderia reconciliar a

16 Em que medida esse conceito de texto não é um “fantasma” que assombra o fim dos grands récits? O substituto

da velha marcha histórica em direção ao “futuro,” concebido como uma estrutura transcendental que engendra as micronarrativas destemporalizadas? Noutro sentido, poder-se-ia dizer que é precisamente por isso que o pós- estruturalismo é uma denominação inadequada para Barthes: o que ele faz não é tirar a obra do domínio da parole a que pertencia por “tradição” e voltar-se a uma estrutura, uma langue, ainda que não regida pelas velhas dicotomias de Saussure? Isso não é mais que estruturalismo puro e simples (TAGLIAFERRI, 1978). Importa salientar que essa “legitimação” se dá somente nas condições de haver uma relativização radical dos pressupostos adotados; isso dificilmente aconteceria no caso dos primeiros teóricos, já que a elaboração do conceito (ou de seus congêneres) dependia de uma reivindicação por “algo” e não por “qualquer coisa.”

17 Há três ou quatro versões de pós-modernismo/-idade, como o consideramos: a primeira refere-se ao quadro geral

de discurso filosófico crítico do projeto da Modernidade; a seguir, a reflexão desse discurso nas práticas artísticas contemporâneas; por fim, tratamos pós-modernismo como adesão irrefletida a esses postulados, ou seja, como nova forma de dogma: qualquer postulado de algo que não se pode relativizar é relativizado. O pós-modernismo como crítica tende a ser instanciado ou por um ceticismo à Derrida, como mensura de (im)possibilidades, ou como mensura de necessidades, à maneira de Jameson, um binômio que tende a ser repetido na oposição entre Desconstrução e Estudos Culturais. Essa simplificação grosseira do atual quadro serve a nossa invectiva à adesão irrefletida, e nunca ao discurso crítico como tal, cuja preocupação compartilhamos. Não nos referimos aqui, tampouco, à pós-modernidade como quadro sociopolítico e econômico. N. Luhmann introduziria ainda outra distinção, que elaboramos aqui da seguinte maneira: há uma forma de olhar para o pós-modernismo como esforço de descrever um estado de coisas, e há a possibilidade, como a por ele proposta, de pensar o pós-moderno como autorreferência que assinala e ao mesmo tempo reduz a instabilidade da auto-observação (LUHMANN, 1995c).

18 Aqui, acompanhamos a distinção feita por Gumbrecht entre exterioridade material e discursiva; aquela concerne

atividade investigava que parecia epistemológica e institucionalmente fragilizada e expectativas sociais difusas. O resultado dessa troca de preconceitos e privilégios pode ser acompanhado num dos textos (paradoxalmente) canônicos do boom teórico dos anos 80, “The Resistance to

Theory” (DE MAN, 1986, p. 3–20). Uma incidência sobre o ensaio de De Man pode, a

propósito, recuperar dois argumentos para ilustrá-lo; para De Man: 1) todo discurso contra a teoria compartilha da natureza da teoria, sendo essas as condições irrevogáveis de qualquer disputa; 2) a resistência à teoria é antes de tudo uma reação a seu caráter eminentemente crítico e ao poder de sua negatividade em relação à ideologia que se reproduz obliquamente nos paradigmas vigentes. Dessa forma resultam, respectivamente, a reversal discursiva de que “nada pode sobrepujar a resistência à teoria já que a teoria é ela mesma essa resistência” (DE MAN, 1986, p. 19) e o surgimento da teoria como a própria “teoria universal de sua impossibilidade,” ressoando as últimas linhas do texto de Barthes (1989, p. 64) sobre a impossibilidade de uma metalinguagem porque o texte tudo abarca. Noutras palavras, é o próprio sistema que totaliza a multiplicidade pela sua redução à mínima diferença comum: a oposição em si.

Uma elaboração importante da dependência da categoria da exterioridade está na reiterada acusação demaniana ao lugar discursivo que a disciplina da Estética ocupa enquanto mediador secundário ou artifício estabilizador de sistemas filosóficos,19 seja, como empregado ideológico da Lógica.

One sees again how the third Critique corresponds to the necessity of establishing the causal link between critical philosophy and ideology, between a purely conceptual and an empirically determined discourse. Hence the need for a phenomenalized, empirically manifest principle of cognition on whose existence the possibility of such an articulation depends. This phenomenalized principle is what Kant calls the aesthetic. (DE MAN, 1997, p. 73)

Nesse ínterim, o que se poderia compreender como textualização, o recurso a uma terminologia linguística (que De Man toma por método próprio da Teoria da Literatura [1986]), consiste

19 É importante notar que o caráter instável da Estética, compensando ou acimentando sistemas filosóficos,

confere-lhe uma posição performativa antes de qualquer saldo epistemológico de caráter constatativo. Se a resistência de De Man à estética é a conexão perniciosa desta com a Lógica, inversamente, uma estética que não se limitasse a existir apenas para ocupar o sempre necessário vazio da teoria, o que Derrida nomeou “suplemento,” seria o melhor meio de detectar suas insuficiências. Não se trataria já de explicar fenômenos estéticos (a materialidade) por meio da racionalidade, de constatá-los em conformidade com um programa anterior, mas de intensificar seu efeito performativo ao tomá-los como horizonte regulativo e não como prius para operações conceituais.

precisamente na recusa do “fenomenalismo” (na “morte do referente”20) e no deslocamento do problema da intuição e da experiência, usualmente mobilizados sob o signo do “estético,” para dentro do sistema de referências da semiótica, estabelecendo, a partir da própria conceitualidade, os lugares a serem ocupados. Porque o signo não tem referente, algo que o determine desde fora, tudo se passa como remissão textual infinita, semiose ilimitada; assim, a estética como disciplina, sendo seu lugar enfático idêntico à sua labilidade, é precisamente o que a teoria deve desmistificar através da crítica linguística (DE MAN, 1997, p. 91–104). É sob esse prisma que interessa a reorientação estética.

Então, o que significariam as novas resistências à teoria, que esboçamos com Gumbrecht e Perloff, e sua ênfase ao estético? Por um lado, o reconhecimento e a recusa de uma noção hipertrofiada de método que subjaz à ideia de theory – e o construtivismo radical que ela endossa. Mesmo programaticamente crítica, a disponibilidade da teoria à instrumentalização poria em risco – de “desvalorização simbólica” (PERLOFF, 2004) ou de “tédio” (GUMBRECHT, 2004a) – os estudos literários. Por outro, não devemos dar ouvidos a De Man em sua suspeita do estético como recurso ideológico diante de fragilidades conceituais? Afinal, o envolvimento de Gumbrecht com a disciplina, como mais adiante mostraremos, desenvolve-se num afastamento do próprio paradigma das “materialidades da comunicação” enquanto programa hard science em meio às Letras, seja em razão de suas insuficiências seja em função de seu prolongamento; da mesma forma, o recurso ao instinto21 estético em Perloff surge contra o esquecimento, em meio à multiplicidade esvaziada de teorias e lugares-comuns das humanidades, de uma função irredutível à conceitualidade. Mas admitir que “nem todos são capazes de ler ativamente” (PERLOFF, 2004) não parece tanto revelar uma fragilidade própria quanto impor um óbice à euforia interpretativa em que se degenerou o programa do texte, ecoando a posição de Gumbrecht no JLT. Assim, será o caso de, como na acusação de De Man, estética estar aí para legitimar o sistema? Mesmo assim, seria o caso de investigar a necessidade que perpassa essa ideologização da estética, e de modo algum descartá-la. Que a literatura, a cultura e a arte legitimem discursos espúrios talvez seja mesmo um momento de sua verdade.

Mas se voltarmos a pensar na crise como concernente à ressonância social, então se deve

20 A “morte do referente,” como Gumbrecht (1998a, p. 100) sustenta, tem sua contraparte “melancólica” na

autorreferencialidade da teoria é uma inversão do problema: não é precisamente a hipertrofia cartesiana do cogito que liquida o referente exterior em nome da certeza de si? (Omnia animal post coitum...)

21 Naturalizar tal coisa como “instinto” estético soa tão ingênuo quanto, em meio ao que está em causa, sagaz: é

preciso postular algo em vez de nada. A falsidade consiste em assumi-lo como “dado”; de qualquer modo, persiste o problema do interesse como pressuposto irredutível da produção de conhecimento.

notar que a ressurreição do discurso de orientação estética nos estudos literários não diz respeito tão só ao problema lógico-epistemológico contra o qual De Man ergue o furor da Teoria. Ao contrário, a intenção atual em relação à Estética parece suspender e re/mediar aquilo que Fredric Jameson (2009, p. 20–76 [1975]) chamara “ideologia do texto” – antes de tudo a apologética que acompanha o seu desenvolvimento. Para Jameson, a textualização das práticas sociais concorre para uma reduplicação paradoxal da categoria do texto. A pergunta feita por Jameson, sobre o que é que muda nos estudos literários ao recordarem do que deveriam saber desde sempre, i.e., de que os seus objetos não são senão textos, seria hoje substituída por outra: o que foi que se esqueceu quando o conceito se reificou? Como não esquecer aquilo que não foi “dito,” porquanto não assimilável à textualidade? O retorno à reflexão estética e à preocupação histórica são a crítica à figura autotélica do texte, de sua recusa aos fenômenos que lhe fogem ao caráter necessariamente abstrato, enquanto ventriloquismo e obstrução, enquanto fator de inércia para a investigação e de demérito para o campo humanístico. A lição é simples: não se deveriam produzir representações secundárias – porque nossos objetos não são tout court objetos reais mas sempre-já “textos” – e sim potencializar efeitos concretos por meio dos artefatos culturais com que lidamos. Um poema é para ser usado, não contemplado.

Num outro sentido, o que significaria, recusando a concepção de texto que encontramos tipificada em Barthes, ir “do texto à obra”? A injunção de Durão (2011b), num artigo a propósito do problema, ecoa a intenção de que se passe da condição de “naturalidade” e atemporalidade do texto para uma modalidade histórica de leitura.22 Em lugar da negatividade abstrata com que Barthes secundarizou a “obra,” Durão propõe que o seu conceito seja reelaborado: a obra deve ser pensada como:

1) uma ruptura com a dinâmica social (o fluxo) 2) que possibilita o surgimento da diferença, 3) propiciando assim uma distância

4) que é favorável a uma nova configuração da relação entre sujeito e objeto, 5) o que reequaciona também o conceito de material estético,

6) gerando nova relação com a história,

7) a qual é, por seu turno, irredutível à posição teórica abstrata

22 Não nos deteremos aqui no argumento de Durão, mas importa salientar o paralelo que ele indica entre o texto e

a cultura contemporânea do fluxo (2011a, p. 74–78), expondo seu lugar ideológico. Devemos chamar essa abordagem de histórica porque ela em si recusa a “naturalidade” e “atemporalidade,” não sendo o caso de dizê-la “historicista” (ou, menos ainda, “historicizada”) porque não convoca a história como mero elemento a mais, como se pudesse deixar seu próprio método intocado.

8) porque sua singularidade existe no e acolhe o tempo e o espaço de sua exterioridade. Dos precedentes resultaria (9) um programa interpretativo que não assume compromissos apriorísticos, mas que interrompe o fluxo para produzir “a obra/interpretação bem sucedida ou o nada” (DURÃO, 2011a, p. 78–80). Se por “bem sucedida” entendermos aquela efetividade concreta, mundana, e não uma leitura tão só “convincente,” uma solução acadêmica, podemos aproximar essa intenção de um materialismo da obra a um motivo recorrente na obra de Jerome McGann (1985, 1991). Mas em que sentido essa historicidade não é idêntica à dos studies, que Perloff acusa de obstruir o teor estético? O primeiro fator a notar é a natureza colateral do tempo em relação ao fato primário do encontro do sujeito com a obra, seu lugar sócio-histórico sendo imanente a essa relação e não uma determinação exterior. O segundo diz respeito à primazia do estético sobre o aspecto teórico da recepção, a obra não servindo jamais de “exemplo.” O modelo de Durão, cumpre notar, não promove uma “teoria da obra” em detrimento de outra, mas procura mobilizar a teoria para uma nova prática acadêmica.23 (Esse esforço é, com efeito, mais interessante do que a proposição do ultimatum hermenêutico.)

Jerome McGann (1985, p. 1–13) afastaria o problema do sentido do domínio da semiótica e o aproximaria ao processo de produção e reprodução das obras,24 invertendo, aliás, o problema da distinção entre um modelo cognitivo (“constatativo”) e um performativo de linguagem como o põe De Man (1986, p. 19). O sentido da obra são as constelações específicas de que ela participa através da história, sua variação posicional, e de modo algum seu aporte semântico ou coerência referencial. Somente um apego a certo idealismo (ou gnosticismo) textual poderia recusar essa condição (de possibilidade) material do texto e todo o nexo sócio- histórico a ela atrelado.25 Nos dois casos de idealismo, seja por meio da abstração da história imanente da obra em nome da materialidade bruta da recepção seja pela abstração de sua materialidade medial em nome do sentido mediado, a obra sucumbe sob o fechamento. Para McGann (1985, p. 90–110) a teoria seria eficiente na medida em que fosse capaz de elucidar a rede sócio-histórica do poema desde dentro, viz., de mostrar o ato de escrita a partir da mediação estética do escrito, reconstituindo seus momentos particulares e, sobretudo, reintroduzindo a

23 Talvez o “histórico” só surja contra o “estético” pela hipóstase de uma das oposições fundacionais da Teoria da

Literatura, que distingue a abordagem extrínseca da (presumidamente superior) intrínseca (WARREN; WELLEK, 2003, p. 83 ss. [1948]).

24 Em certa medida, o conceito de obra teria ele mesmo de ser reelaborado em seu antagonismo ao texte. Veja-se,

e.g., a ideia de “documento condicional” (cf. infra II.2.3).

25 Não se retorna a nenhum tipo de historicismo; a redução de toda experiência a uma espécie de conhecimento

pré-formado por categorias (digamos, reduzir um autor ao “código poético-genológico” de determinado período), ou baseado em “dados” (que correspondem às categorias), seria tão só obtuso.

consciência da atualidade na própria crítica. Estética, nesse caso, não está para a recepção do texto literário tanto quanto para a orientação do sujeito em direção ao objeto, como um modo de relacionar-se à literatura sem reduzi-la a veículo informativo – se o poema deve ser usado, seu uso não é consumo mas, como o texte de Barthes antes de sua “academização,” um veto aos “poderes da teoria.”26 É essa, no fundo, a linha mestra dos trabalhos desenvolvidos por McGann e por Johanna Drucker, tanto como ferramentas pedagógicas como críticas, no

SPECLAB27 e no ARP28 na Universidade da Virgínia. Aqui, o conceito de obra qua material, coisa sócio-historicamente marcada e subjetivamente infletida, não se limita a uma “interpretação bem-sucedida” como produto derivado do interpretado, mas entretece-se de uma maneira muito mais específica com as questões performativas concernentes à conservação e à transmissão de saber, ao ensino e à crítica literária – à exterioridade mundana.

Considerando esse retorno da estética e da história, talvez seja o caso de entendermos a “impossibilidade da teoria” ao inverso do que De Man pretendia: não a confissão da insuficiência das Letras transformada no próprio triunfo da theory, mas como consciência de uma nova prática humanista que compreende que qualquer pretensão de universalidade, mesmo

ex negativo, ser já sintoma de uma insuficiência em relação à história e às inflexões particulares

dos materiais. A “teoria universal de sua impossibilidade” então deve ser lida literalmente como a “teoria da sua própria impossibilidade universal,” e essa resistência ao discurso teórico entender-se-ia – não conforme o ideal humanista já tão traído, criticado e humilhado – como lugar de uma atenção à diferencialidade específica, concreta e substancial, dos objetos.