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O debate sobre os transgênicos enquanto uma controvérsia

2 CONTROVÉRSIA E DECISÃO NA TECNOCIÊNCIA: O CASO DOS

2.1 O DEBATE SOBRE OS TRANSGÊNICOS É UMA CONTROVÉRSIA?

2.1.2 O debate sobre os transgênicos enquanto uma controvérsia

O debate sobre os transgênicos no período de aprovação e regulamentação da lei de biossegurança apresentou características que permitem defini-lo como uma controvérsia. O debate demonstrou a existência de um antagonismo entre dois grupos, os defensores da imediata liberação comercial de OGMs e os contrários à medida. É importante destacar que a participação dos atores no debate não se deu da mesma forma, alguns tiveram maior exposição do que outros. A Monsanto atuou por intermédio dos defensores da liberação comercial, como Anbio e Farsul, por exemplo. No lado oposto, os atores mais visíveis eram o Ministério do Meio Ambiente, o Greenpeace e o Idec. A comunidade científica estava dividida entre os dois lados, contrastando com a homogeneidade de posicionamento dos outros atores. Pode-se afirmar que em nenhum momento os cientistas foram os protagonistas no roteiro da controvérsia, mas coadjuvantes. A agenda do debate não estava sob controle dos peritos e o recurso à eles visava legitimar posicionamentos em confronto no contexto da luta política entre os atores durante a controvérsia.

A questão da exigência ou não de estudo de impacto ambiental pode ser considerada, se não o exato ponto de partida da controvérsia sobre os transgênicos no Brasil, mas um fato decisivo para seu desencadeamento. A observação das manifestações dos atores no período analisado mostra que o debate se estendeu para outras áreas, como a integridade da ciência brasileira, a balança comercial, o direito de escolha do consumidor, o desenvolvimento do agronegócio, as concepções de ciência, enfim, uma variedade de outros temas, além do fator desencadeador da controvérsia.

Fato marcante da controvérsia foi a tentativa constante dos atores de tentar acumular argumentos a fim de tornar mais robustas suas posições diante das objeções dos adversários. Diferentemente da discussão, em que os atores, em comum acordo, reconhecem a existência de um equivoco relacionado a algum conceito ou procedimento importante num campo bem definido como sendo a raiz do problema, permitindo assim chegar a soluções pela correção do erro graças à aplicação de procedimentos aceitos no campo, sejam eles provas, cálculos, repetições de experimentos, dentre outros, o que se observou no debate sobre os

transgênicos foi a tentativa de um grupo de impor sobre o outro a sua concepção sobre OGMs. O objetivo era reunir um número suficiente de apoios, seja de grupos sociais, dados científicos, ervas daninhas super-resistentes ao glifosato, vitaminas em plantas geneticamente modificadas, enfim, uma gama de atores que fizessem com que a “balança da razão” pesasse a favor de um dos contendores.

Na tentativa de reunir aliados, como resultados de pesquisas científicas, os dois lados do conflito procuraram contestar os dados apresentados pelos oponentes. Ambos os atores apresentavam estudos científicos que comprovavam a existência ou não de riscos à saúde humana e ao meio ambiente, devido à utilização de produtos geneticamente modificados, como o objetivo de produzir uma contestação dos dados apresentados pelos adversários. A contestação se estendia aos pressupostos metodológicos, quando, por exemplo, um representante do Ministério do Meio Ambiente propunha como modelo adequado para tratar dos OGMs uma “ciência precaucionária”, diferente do modelo padrão utilizado pelos defensores da liberação imediata de transgênicos.

A dimensão hermenêutica também esteve presente na controvérsia e pôde ser observada nas acusações mútuas quanto à má interpretação, por exemplo, do “princípio de precaução”.87 Os dois lados se posicionavam favoravelmente ao princípio, mas afirmando que seus opositores não o interpretavam corretamente. Os defensores da liberação afirmavam que seus oponentes, da forma como faziam a interpretação, impediam o progresso da ciência, pois, em suas alegações para que a liberação de OGMs fosse obstaculizada, afirmavam que esses produtos acarretavam riscos e, nesse caso, o “princípio de precaução” orientava que a decisão a ser tomada deveria ser contrária à liberação.

Na opinião dos defensores da liberação, isso equivaleria a, por exemplo, recomendar que “alguém não atravessasse a rua, pois haveria riscos de atropelamento”. Os contrários à liberação, por sua vez, afirmavam que se tratava de uma compreensão equívoca, uma vez que o princípio recomendava que não se devesse autorizar o consumo de um produto, mesmo diante da ausência de informação conclusiva sobre a possibilidade de ele causar riscos. Em certa medida essa forma de analisar as posições dos oponentes representava

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O princípio de precaução foi consagrado com a adoção da Declaração do Rio, especificamente em seu princípio 15, com a seguinte redação: “para que o ambiente seja protegido, serão aplicadas pelos Estados, de acordo com a suas capacidades, medidas preventivas. Onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não será utilizada a falta de certeza científica total como razão para o adiamento de medidas eficazes em termos de custo para evitar a degradação ambiental.” (Declaração do Rio Apud. Comunicação da Comissão Relativa ao Princípio da Precaução, 2000, p.11)

uma tentativa de distorção do seu posicionamento, pois consistia numa tentativa permanente de transformar a compreensão do outro uma forma equivocada de ver o mesmo tema.

A persistência do debate sobre o mesmo tema, com argumentos sempre renovados, desde o início da tramitação do PL 2401/03, demonstra o caráter dinâmico do debate e a sua abertura. Era muito difícil prever, desde seu início, os desdobramentos do conflito, o que pode ser atestado pela surpresa do MMA com a alteração do substitutivo Calheiros pelo Senado, ou, no caso dos defensores da imediata liberação, com o veto do artigo referente ao quorum da CTNBio para aprovação comercial. O mesmo pode ser observado na inesperada aliança entre os defensores da liberação de transgênicos e os grupos que defendiam a autorização da pesquisa com células-tronco. Esses dois grupos passaram a utilizar o mesmo argumento, segundo o qual não aprovar o PLC 09/04 seria o mesmo que ir contra a ciência, defender o obscurantismo e ser contra o progresso. A referida aliança foi um dos movimentos mais inesperados durante o debate, imprevisível no início da tramitação do PL 2401/03, pois eram assuntos diversos, cuja presença na mesma lei é inconstitucional.

A aprovação e regulamentação da Lei 11.105/05 não significaram o encerramento da controvérsia sobre os transgênicos, e seu tratamento numa legislação de biossegurança no Brasil é provável que dure por mais tempo. Apesar disso, em vários momentos houve um processo de negociação entre os diferentes atores, não por sua disposição em ceder em vista de um erro que tenha percebido em seus posicionamentos, mas por causa da pressão exercida pelos adversários, diante do que, não ceder poderia significar prejuízo maior. O resultado é a permanência dos conflitos, mantendo em aberto a controvérsia, distante ainda de seu encerramento, pois a qualquer momento um dos contendores poderá alterar a correlação de forças e desejar reconquistar o que cedeu.

Na tentativa de transformar sua interpretação dos transgênicos de uma controvérsia em uma caixa-preta, os atores de ambos os lados procuraram alistar o maior número possível de aliados, humanos ou não-humanos, a fim de tornar sua concepção dos OGMs um ponto de passagem obrigatória. Considerando que os dois grupos traziam para o debate dados considerados científicos, ficou claro desde o início que, para fazer prevalecer os pontos de vista, a esfera científica seria apenas uma dentre outras em que o conflito seria travado. Restava aos oponentes arregimentar aliados em todos os grupos sociais, como ONGs, empresas e políticos, formando uma rede suficientemente robusta para se impor sobre os oponentes. Não significa que os cientistas fossem apenas mais um dos aliados. Pelo contrário, eles eram os aliados preferenciais, dada a percepção pública de que eles eram os portadores de

uma autoridade que lhes conferia a legitimidade de “árbitros da verdade”. A posição privilegiada, entretanto, não significou que os peritos lideraram, no caso dos transgênicos, o protagonismo dos eventos durante a controvérsia. Ao contrário, foram coadjuvantes.

Tornar-se-á caixa-preta a idéia alicerçada nos fatores mais bem articulados e suficientemente fortes para se impor sobre as alternativas. A todo o momento cada um dos lados procurava transladar o maior número possível de aliados, sejam organizações sociais, genes, produtos geneticamente modificados que aumentam a nutrição, borboletas que comeram OGMs e morreram ou ratos com problemas metabólicos após comerem milho geneticamente modificado. O objetivo é fazer com que todas as pessoas não encontrem um caminho alternativo para realizar seus objetivos, em especial os consumidores de transgênicos, que não seja passando pelos OGMS como definidos por um dos lados do conflito.

Alguns fatores conferem às controvérsias uma natureza política. Vejamos: (i) As decisões sobre políticas estão baseadas em expertise científica e técnica; (ii) Ambivalência na relação entre a ciência e a sociedade;

(iii) Há um crescente enfraquecimento da crença na ciência e na técnica como árbitros da verdade;

(iv) Surgiram formas que permitem aos cidadãos participar do processo de tomada de decisão técnica;

(v) Os grupos sociais se organizam para procurar influenciar esse processo.

O que nos interessa é saber em que o debate sobre os transgênicos no período analisado está relacionado às questões levantadas por Nelkin (1995) acima.

É preciso destacar que a controvérsia em torno do tratamento a ser dados aos transgênicos na lei 11.105/05 relaciona-se diretamente a eventos ocorridos em vários países e que levaram a um questionamento da associação direta entre aplicação de conhecimento científico e tecnológico e efeitos benéficos sobre a sociedade e a natureza. O rápido aumento do bem-estar humano, como analisamos em capítulo anterior, esteve associado ao emprego maciço de conhecimento científico e tecnologia, conferindo a essas duas esferas e seus representantes uma posição privilegiada na hierarquia social. A contestação da ciência e da técnica era percebida como um posicionamento contrário ao progresso e que poderia ser repudiado socialmente.

Eventos como o acidente de Chernobyl e o mal da vaca louca levaram a sociedade a perceber que, simultaneamente ao aumento do bem-estar, eram gerados riscos à saúde

humana e ao meio ambiente, tornando a ciência e a técnica arenas de debate público. Nesse contexto, inovações na biotecnologia como os transgênicos não passaram imunes ao escrutínio de grupos sociais, como organizações de defesa do consumidor e do meio ambiente. As organizações, se propondo a falar em nome da sociedade, trouxeram para o debate uma série de questionamentos a respeito dos possíveis riscos que a liberação da produção e consumo de OGMs poderia causar. O resultado foi a reivindicação do direito à participação no processo decisório, gerando um conflito de organizações sociais com indivíduos e grupos que defendem a prerrogativa dos peritos, em vista de sua expertise, para decidir a respeito de temas entendidos por esses últimos como sendo científicos e técnicos. O debate que se arrasta no Brasil a respeito da composição e competências da CTNBio, no contexto da controvérsia sobre os transgênicos, pode ser entendido como uma derivação desse conflito.

As iniciativas do Idec de entrar na justiça a fim de bloquear a liberação comercial de transgênicos, seja em 1999 ou 2005, além de questionar os riscos OGMs, tinha como objetivo fazer com que as organizações sociais fossem ouvidas e seus posicionamentos levados em conta no processo decisório. Não se tratava apenas de uma questão de ciência ou técnica, mas de exigir o respeito àquilo que era entendido pelas ONGs como um direito da sociedade de decidir sobre a utilização de um conhecimento que poderia acarretar riscos.

Trata-se de uma questão relevante, pois nos remete às relações de poder no processo decisório, visto que participar dele e ter os posicionamentos levados em conta no momento da decisão significa capacidade de influir em sua orientação. Da forma como ocorreu o desenrolar da controvérsia, ela foi permeada a todo instante pela busca, da parte de cada um dos grupos, por mais poder, a fim de impor seu ponto de vista sobre as interpretações alternativas. Em vista disso, o conflito entre os atores não pode ser tomado apenas como uma questão científica e técnica, mas como um processo de natureza política, igualmente.

Além disso, a iniciativa de tentar transformar o Poder Judiciário num aliado, que incluiu a participação do Greenpeace e do Partido Verde, se inseria na lógica da controvérsia segundo a qual um grupo tenta impor seu ponto de vista sobre os demais durante o conflito, apesar dos argumentos em contrário, mesmo cientificamente fundamentados, trazidos pelos adversários.88 Diante de tais dados, os grupos procuraram apresentar informações que

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A consulta ao site oficial da Monsanto (www.monsanto.com.br) permite identificar vários estudos afirmando que os transgênicos não acarretam riscos à saúde humana e ao meio ambiente, ou então que os possíveis riscos são controláveis se o conhecimento científico e tecnológico forem adequadamente utilizados.

levariam a uma conclusão oposta e em conformidade com os valores assumidos por eles na controvérsia, deixando de lado a iniciativa de chegar a um consenso a partir do reconhecimento de que há um erro subjacente às interpretações dos atores, sejam eles favoráveis ou contrários à imediata liberação comercial de OGMs. Pode-se afirmar que as duas ONGs foram bem sucedidas em suas ações, visto que a decisão judicial foi seguida até 2003, quando uma outra decisão da justiça e uma medida provisória autorizaram o plantio de transgênicos.

Na tipologia das disputas elaborada por Nelkin (1995), a controvérsia sobre os transgênicos pode ser enquadrada, mais especificamente, nos tipos três e cinco, embora apresente elementos dos outros tipos. Nas manifestações dos atores contrários à imediata liberação, que são alvo das críticas de seus adversários, o tema dos riscos à saúde humana derivados da utilização de um produto industrializado, como são os OGMs, é um dos principais motivos da controvérsia. A existência de divergências entre os peritos sobre o assunto agrava a percepção de que as ameaças existem e que um dos lados pode estar defendendo os interesses econômicos das empresas. As manifestações de ONGs, como o Greenpeace, reiteradamente fazem alusão ao estabelecimento de uma hierarquia de prioridades entre lucro, saúde humana e preservação do meio ambiente, na qual a lucratividade das empresas seria a prioridade quando está em discussão a autorização para a comercialização de transgênicos.

Em vista disso, temas como ética e moral foram introduzidos no debate, pois a integridade da vida humana e do ambiente natural estaria em jogo, fazendo com que a resolução do conflito seja mais difícil e se torne algo distante, conforme Nelkin (1995). Reforça, igualmente, a afirmação de Dascal (1994) de que o desenrolar de uma controvérsia estende o debate para além do tema que deu início a ela, caracterizando-a como um discurso polêmico aberto. A introdução de temas éticos e morais num debate que envolve a relação entre as empresas e os cidadãos permite afirmar que as temáticas características de cada um dos cinco tipos de disputas estão combinadas na prática das controvérsias.

Outro elemento presente no debate sobre os transgênicos diz respeito ao papel dos cidadãos nas decisões técnicas, em vista das implicações das decisões relativas à tecnologia, apontado pela autora no segundo tipo de disputa. Trata-se de um tema recorrente em todas as manifestações dos grupos favoráveis e contrários à imediata liberação de OGMs, como indicamos nos capítulos anteriores.

Os diferentes posicionamentos dos cientistas quanto à decisão de liberação imediata ou não dos transgênicos e as críticas da aproximação entre pesquisadores e empresas de biotecnologia, igualmente referidos nos capítulos precedentes, bem como informações referentes à má conduta de cientistas, contribuem para a percepção da necessidade da ciência e da técnica prestarem contas à sociedade sobre os procedimentos de seus representantes. Outro resultado é perda de confiança do público nessas duas instituições sociais, combinado ao declínio da fé na capacidade das duas esferas servirem ao interesse público.

Em tal contexto ganham proeminência e apoio social as iniciativas que visam reivindicar maior participação dos grupos sociais no processo de tomada de decisão técnica, pois ele incide sobre a escolha entre alternativas causadoras de impactos, maiores ou menores, na saúde humana e no meio ambiente. As atitudes de ONGs como o Idec e o Greenpeace indicam uma alteração na percepção pública da ciência e da tecnologia. Não é mais suficiente alegar que os cientistas estão por detrás das decisões ou que a expertise norteia as escolhas inseridas nas políticas, para eximir o processo de tomada de decisão técnica do escrutínio político público. Dentre as causas do novo posicionamento da sociedade, expresso nas ações de algumas organizações, pode-se identificar tanto os eventos associados à explosão do reator nuclear de Chernobyl, como as notícias do envolvimento de cientistas com grandes empresas.

Durante os debates a respeito do tratamento a ser dado aos transgênicos na lei de biossegurança, todos os atores procuraram demonstrar que suas afirmações estavam baseadas no trabalho dos peritos. Embora a percepção pública tenha passado a vincular o trabalho dos cientistas e dos técnicos à geração de riscos,89 o que se observa é uma relação ambivalente entre o público e os experts, os quais ainda são percebidos como indispensáveis para a sociedade fazer frente aos desafios do aumento do bem-estar, da preservação da natureza e da minimização dos efeitos negativos da atividade industrial.

Em vista disso, os protagonistas da controvérsia sobre os transgênicos procuraram se aliar aos cientistas e técnicos. O objetivo era utilizar suas afirmações, reconhecidas publicamente como mais objetivas do que aquelas empregadas pelas organizações em conflito, para legitimar seus posicionamentos. Com isso buscavam-se os dados considerados objetivos, mas igualmente necessários para robustecer os posicionamentos no conflito. Em nenhum momento um dos grupos reconheceu como válidos dados que contrariassem suas escolhas valorativas. Pelo contrário, selecionavam e utilizavam nas manifestações apenas o

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Para uma análise da percepção pública da ciência e da constatação da relação ambivalente a que nos referimos, ver o estudo comparativo entre Brasil, Argentina, Uruguai e Espanha coordenado por Vogt e Polino (2003).

conhecimento cientificamente obtido que fosse congruente com as implicações dos valores adotados. Esse procedimento reforça a idéia de que a controvérsia sobre os transgênicos, embora fundamentada em informação científica e técnica, foi um debate de natureza política, igualmente, sendo o apoio dos peritos uma arma empregada pelos protagonistas do conflito.

Em ambiente de incerteza científica e controvérsia sobre os riscos dos OGMs, o poder dos atores em confronto depende, em boa medida da sua capacidade de manipular o conhecimento e desafiar as evidências apresentadas para apoiar determinadas escolhas. Nesse ambiente de incerteza, os valores passam a ser decisivos nas decisões que implementam políticas, embora dependentes de expertise técnica. Os debates entre os cientistas passarão a expressar as premissas de valor subjacentes às suas escolhas dos dados considerados relevantes, tornando difícil, num ambiente permeado pelas controvérsias entre cientistas e técnicos, distinguir entre fatos científicos e valores políticos. A resolução de conflitos refletirá, necessariamente, portanto, o poder político dos interesses em disputa.

2.2 TECNOCIÊNCIA