1.8.9 A Crítica Literária e a Literatura Principal
II.9 O DESIGN COMO ESTRATÉGIA ECONÓMICA: o valor do conhecimento
Os designers sabem percepcionar as mudanças que se estão a operar na economia baseadas em novos conceitos, como a economia baseada em soluções, o que implica saber estabelecer novos sistemas de relações e, especialmente, concretizar associações originais e imprevistas, (Manzini, 2003).
O comportamento do mercado de consumo revela cada vez mais apetência comercial por bens e serviços originários de modelos de desenvolvimento mais evoluídos, onde o design se assume como uma atividade abrangente quando não, o próprio modelo de negócio, sendo a interpretação do valor do design uma vantagem acrescida, (Maia, 2005).
São as atuais mudanças que destacam incrivelmente o valor económico do conhecimento, em que os lucros passam a basear-‐se na singularidade.
“Os novos vencedores competem na inovação racional e emocional, explorando as imperfeições do mercado e as imperfeições do ser humano”. (Riddersträle e Nordström,2006:p.201)
Conforme o abordado anteriormente, o desafio está em mudar o peso preponderante da produção dos fatores básicos, os materiais, para os fatores mais avançados da competitividade, os imateriais. (Mateus, 2005), entendendo como fatores básicos o know-‐how produtivo e de distribuição, onde embora se detete elementos de design, mas não há o domínio do processo de design como uma peça de inovação e diferenciação ou, de criação de valor.
Confirmando o design como uma poderosa vantagem, o editor da “Design Management Review”, Thomas Walton, coloca o design como ferramenta que, não só serve os objetivos empresariais, desde a comunicação e marketing até à inovação e
desenvolvimento de produto, como pode ser explorado além desse limite de abordagem, como poderoso aspecto económico. O design na comunidade como ferramenta para o desenvolvimento económico regional e nacional e, os seus contributos para a competição no mercado global. No desenvolvimento de produto, o design deve acrescentar valor através do aumento da funcionalidade, da segurança, sustentabilidade, entre muitos outros fatores. No que diz respeito ao desenvolvimento económico, o design eficaz pode melhorar a viabilidade de uma empresa. Do ponto de vista nacional, mais empresas viáveis, desenvolvem a exportação de um país e geram empregos, melhorando o nível de vida das nações,(Walton, 2004).
Faz então sentido afirmar que o design produz uma contribuição significativa para o desenvolvimento económico quando o seu impacto penetra em todos os aspetos de uma sociedade. Isto parece similar à ideia de que se classifica de “bom design”, quando todos os detalhes de um produto ou serviço estão bem pensados, são essenciais (Powell, 2004).
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CAPÍTULO III
III.1 INOVAÇÃO
"(...) Having everyone understand what innovation is, and what it is not, is critical for culture change. (...)"
(Anthony Scott, 2012)
INTRODUÇÃO
Em economia, a preparação para o futuro significa a tomada de atitudes para a atempada mudança das organizações, traduzindo-‐se por acréscimo de produtividade, ao se produzir e se acrescentar valor. A inovação destina-‐se a fazer algo melhor. O ciclo de sucessão de muitas inovações faz crescer a economia.Ao nível da indústria transformadora nacional, a promoção de uma cultura empreendedora e da capacidade de inovar no seio desse tecido industrial funcionam, neste contexto, como catalisadores de mudança, de competitividade e prosperidade económica.
(Drucker, 1985) reconhece a necessidade de separar a inovação do empreendedorismo. Este reconheceu que a inovação é um pré-‐requisito do comportamento empreendedor de sucesso, funcionando como o instrumento específico da capacidade empreender, essencial para poder capitalizar a inovação, ou seja, conferir recursos a uma nova oportunidade de criar riqueza.
O atual contexto económico e social caracteriza-‐se também pela globalização da intensificação dos imperativos da competitividade e da rentabilidade a curto prazo, o que implica o envolvimento do próprio espaço mental das empresas, (Lipovestsky, 2007).
Os designers podem ter então um papel a determinante a desempenhar, dependendo das oportunidades que vierem a ser criadas, para que, como agentes dessa dinâmica, através das capacidades desenvolvidas pela sua formação, (Ferreira, 2010), acelerem a criação, a disseminação e a aplicação de ideias inovadoras.
A presente investigação em design, pretende ser um contributo para acelerar o ritmo a que a inovação acontece, bem como, para o melhorar das propriedades qualitativas
dessa inovação. Para um grau mais ambicioso, o da inovação radical, o que para nós implica, e está relacionado com a subida na escada classificativa do uso do design, para o último patamar, o do nível do design estratégico, conforme o exposto no capítulo anterior.
Neste trabalho investigativo não é nossa ambição o estudo do valor da inovação, partimos do pressuposto que é inequívoco que a competitividade de Portugal, logo que o seu desenvolvimento económico, depende do incremento da exportação de bens que incorporem diferentes graus e dimensões da inovação.
Até aqui a cultura empresarial na indústria transformadora nacional, através das rotinas próprias da inovação de grau incremental, privilegia a análise em relação à intuição, que por sua vez, domina a originalidade. Como consequência obtêm-‐se produtos demasiado previsíveis, pouco diferenciados, que em nada surpreendem os mercados, pelo que não são competitivos, (Melo, 2008).
Se é evidente que a inovação serve os objetivos de desenvolvimento empresarial, dos vários sectores e subsectores da indústria transformadora nacional, e é um dos principais determinantes da competitividade de uma região e país. Já o papel que o design poderá desempenhar como fator impulsionador da inovação, não é tão óbvio, pois o design em Portugal ainda não é usado como ferramenta estratégica55.
Conceptualmente, ser inovador é, através de um confronto entre os quadros de referência adquiridos, um estado de espírito cuja energia mental pressupõe uma organização de racicínio que conduzirá a um novo foco de interesse. Podendo ser alcançado, promovido, replicado, desde que para isso, se tenha desenvolvido uma mente sedenta de aprendizagem ou mente inquisitiva. Que inquire determinada problemática e percebe a resposta para a solucionar, como acontece com a dos designers.
Como vimos anteriormente, no atual mundo globalizado, os designers, tal como os artistas e os investigadores, influem como antenas da sociedade, captando ideias e os primeiros sinais de mudança, traçando novos territórios, convidando ao risco, sendo simultaneamente inspirados e inspiradores de outros artistas e criadores. Por suas vozes serem periféricas e marginais, arautos das coisas que virão, é neles que reside a responsabilidade de atingirem a sensibilidade da sociedade, sobretudo como resposta inovadora à atual a crise económica. Detém o potencial para protagonizarem a criação de uma nova ordem mundial que seja economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável dos recursos do planeta. O espaço de tempo é favorável para que os processos do design-‐thinking, sejam aplicados ao redesign do sistema produtivo, incluindo os modos de produção, do sistema financeiro e das dinâmicas políticas. Logo, da cultura material, dos comportamentos e intensidade de consumo, até da forma como se apreende o conhecimento.
Segundo os conceitos estabelecidos no Manual de Oslo e utilizados pela OCDE e Eurostat, as atividades de inovação são tanto a aquisição de máquinas, de equipamentos, de software e de licenças como, trabalhos de engenharia e de desenvolvimento, de formação, de marketing e de I&D. Sempre que sejam empreendidas especificamente para implementar uma inovação de produto ou de processo. Já o conceito de Inovação de marketing, segundo a mesma fonte, consiste na implementação de Há oportunidade para que a abordagem do design extravase a sua ação como arma estratégica de competitividade e, se expanda mais como oportunidade de maior colaboração internacional da indústria transformadora, através de parcerias para a inovação, locais e globais. Identificando causas e apontando novos caminhos para a construção do futuro, pelo que é imperioso motivar o desenvolvimento consciente da capacidade de percepção do designer, face a acontecimentos da vida humana, através da criação de bons produtos, adequados às necessidades da sociedade contemporânea, levando em consideração a sua dinâmica atual.
Segundo a classificação do diagnóstico De.:SID, em Portugal o design ao ser considerado nos produtos fabricados pela indústria transformadora nacional como uma mera ferramenta de estilo ao se situar no segundo patamar da Escada do Design, o que corresponde a um grau imaturo do uso do design, condiciona que a inovação seja apenas de grau incremental, (Romão, 2011).
um novo conceito ou de uma estratégia de marketing, que difiram significativamente dos métodos de marketing existentes na empresa e, que não tenham sido usados anteriormente. São consideradas alterações significativas as que se verificam no design ou na embalagem do produto, na distribuição de produtos, na promoção de produtos ou na política de preços, excluindo as alterações sazonais, regulares ou outras rotinas nos métodos de marketing.
Ou seja, a atividade de design está incluída como um atividade gerida e incluída no Marketing e remetida para o segundo patamar da escada do design, em que está remetido para um papel de aumentar a oferta.
O Manual de Frascati, em 1993, define como atividade relacionada coma a inovação, o conceito de I&D, como todo o trabalho criativo prosseguido de forma sistemática, com vista a ampliar o conjunto dos conhecimentos, incluindo o conhecimento do homem, da cultura, da sociedade, bem como a utilização desse conjunto de conhecimentos em novas aplicações. Neste caso, o conceito aplica-‐se tanto à investigação em design como ao processo de qualquer atividade de design.
III.2 A INOVAÇÃO EM PORTUGAL
“ (…) A capacidade inovadora nacional é o potencial que um país tem, tanto como entidade política como enquanto entidade económica, para produzir uma série de inovações comercialmente relevantes. Não se trata simplesmente do nível de inovação alcançado, mas também do reflexo das condições fundamentais, dos investimentos e das operações políticas que criam o ambiente para a inovação num determinado local. (…)”
(Michael E. Porter, 1998: p.9)
Com as dinâmicas mundiais atuais dos mercados, da evolução tecnológica, das tendências de consumo, da evolução dos equipamentos de produção, dos canais de distribuição, tais como a ameaça das importações asiáticas, entre outros, assistimos à perda de competitividade pela ineficácia do tecido industrial nacional.
A informação estatística oficial sobre Inovação em Portugal é recolhida através do Inquérito Comunitário à inovação (Community Innovation Survey – CIS), e