1.8.4 – A Pesquisa Documental e Estatística
A pesquisa documental e estatística foi efetuada com base na análise a relatórios e estudos de diagnóstico dos sectores e subsectores, assim como a artigos sobre as problemáticas consideradas. Foram ainda desenvolvidos contatos com organizações de enquadramento como o Centro Português de Design -‐ CPD, como a RECET e com o investigador da universidade interveniente no estudo de caso.
Com base no acesso a informação da investigação De.:SID, nomeadamente bibliografia, análise estatística de dados e respectivos casos de estudo.
Através da observação direta, procedeu-‐se ao levantamento fotográfico, de som e de imagem.
1.8.5 – Os Modelos de Exploração e Expressão dos Resultados
Explorando a capacidade de processamento da informação visual que o ser humano possui, empregámos estratégias visuais para a sua representação e comunicação, através da expressão gráfica de dados, utilizando os princípios de design facilitadores da compreensão cognitiva básica, como uma maneira de representar, organizar e comunicar informação. Numa modesta aproximação à prática de Data Visualization, que tem vindo a ganhar importância ao ser empregue desde a visualização científica até infografias pop, como uma parte da vida moderna, a análise de dados vem alargando o seu âmbito ao do domínio da arte. Impulsiona experiências visuais nos observadores que assim são desafiados a encontrar um significado pessoal dentro de uma imensidão de informações, uma tarefa que está cada vez mais presente em cada aspecto do quotidiano, da informação assim infundida, em 2013 na conferência The Art of Data Visualization. De acordo com (Lima, 2009), para quem existe uma nova forma de
literacia que corresponde a saber representar e apresentar dados, assim como, descodificar e interagir com essa informação, potenciando a aplicabilidade de dados estatísticos, designados por Sistemas Adaptativos Complexos (Complex Adaptative Systems -‐ CAS). Tendo sido originalmente desenvolvidos pelas ciências naturais, área do conhecimento em que os recursos visuais têm sido intensamente exploradas na forma de software e modelagem por computador mas que, recentemente, se tem expandido para a área das ciências sociais, particularmente na compreensão e organização das redes.
Segundo (Meyer, 1991), o design pode ser usado para esclarecer, inspirar e reforçar os dados, ao combinar metáforas visuais e intenções na representação de dados.
Assim, independentemente do grau de complexidade dos dados obtidos, recorremos numerosas vezes a sistemas de linguagem visual, quer por o nosso campo de investigação ser o design, quer como forma funcional de visualizar e expressar os dados obtidos, para que se traduzam em informação que, por sua vez, possa ser adquirida de maneira a gerar conhecimento, a fim de se transformar em conhecimento útil para a sociedade.
Dados Informação Conhecimento Sociedade
Por sermos designers, estamos acometidos com a tarefa da incorporação das mais recentes estratégias de comunicação de forma a enriquecer a experiência desta leitura. Recorremos, por isso, à representação visual da informação gerada que é por nós utilizada como reforço da metodologia qualitativa através de gráficos, diagramas, tabelas construídas ou adaptadas, que ilustram e materializam dados. Não só para proporcionar acesso e discernimento na revelação padrões de significado ocultos, como também, para potenciar a ulterior utilização criativa do leitor.
1.8.6 – Histórias de Vida
Com o objetivo de identificar e indicar pistas de reflexão e de ação, sobre a relação de dependência da inovação do design e o intuito de produzir e recolher informação sobre a importância da atividade de design de nível estratégico que, em Portugal, atue como fator integrador de conhecimento e impulsionador da inovação quando integrada em equipas ou grupos nas instituições em análise, levou-‐nos a enquadrar o registo dos depoimentos considerados através de entrevistas, no método que a seguir detalhamos. Tendo como objetivo a auscultação de cada interlocutor, acerca do seu entendimento e percepção, em torno do objeto de investigação e do domínio abordado, para aprofundar o que essas experiências significaram para os intervenientes, recorremos à técnica de histórias de vida16, por consideramos ser o recurso que mais se adequava às características diversas dos três estudos de caso selecionados, já que o intuito foi o de identificar pontos de ação e não de obter uma representatividade estatística.
Através da entrevista semiestruturada, o relato enquadrado dentro de uma perspetiva sociocultural (Colás, 1998), acerca da realidade vivida pelos entrevistados e seu comportamento nas instituições estudo de caso em análise, enquanto testemunhos da cultura do grupo humano a que pertenceram ou que ainda integram, permitiu explorar a informação assim recolhida e lhe atribuir um sentido sociológico, (Aires, 2011).
Para a construção da matéria específica a cada entrevista, foi elaborado o guião de questões a formular, documentado por artigos publicados, material cuja informação se pretendeu confirmar, conduzindo através do relato, ao fornecimento de novos e relevantes detalhes.
A partir do guião das entrevistas, as questões foram sendo colocadas aos entrevistados de maneira a respeitar a sequencia estabelecida, e gravadas com o consentimento
16 Começou por ser utilizada nos anos 20 e consiste na narração da experiência de vida de um indivíduo,
grupo humano ou instituições.
prévio do entrevistado. Posteriormente os elementos sonoros desta forma registados foram transcritos e enviados para validação, via e-‐mail ao locutor. Cada entrevista em forma escrita consta assim em documento impresso e assinado pelo entrevistado nos anexos.
Cada entrevista decorreu em sessão única com uma duração prevista de modo a não ultrapassar uma hora, mas na sua maior parte, por terem gradualmente adquirido um tom de informalidade, o tempo estipulado foi ultrapassado, assim como, se extrapolaram entusiasticamente os temas abordados.
Depois de produzidos e registados, os cinco relatos foram transcritos e analisados. Após a leitura do documento resultante, corrigimos e completamos a narrativa que foi proposta a cada testemunho para autocrítica e comparação com o documento original. Embora as categorias tivessem sido determinas à priori através do guião da entrevista que formulava as questões a serem colocadas aos testemunhos, sem perder de vista o sentido global, face as temáticas imprevistas do discurso produzido, sentimos a necessidade de elaborar outras categorias abertas descritivas, não predeterminadas, que analisam as temáticas imprevistas do discurso produzido.
Assim, através das histórias de vida, integradas no respetivo Estudo de Caso, descrevem-‐ se os fatores inibidores e os fatores facilitadores dos projetos que condicionam a dinâmica de desenvolvimento de produtos inovadores, assim como, as suas características e consequências.
1.8.7 - O Caso de Estudo do País de Referência
A fim de nos permitir a compreensão global das características significativas de contextos da vida real, como o dos processos organizacionais em determinados contextos internacionais, selecionámos como Caso de Estudo de país de referência, a República da Coreia do Sul. Determinado a partir da identificação de um conjunto de critérios que consideramos adequados ao objetivo do estudo.