• Nenhum resultado encontrado

3.1 – A DINÂMICA ESCOLAR

3.1.2.2 – O M ANUAL DO E DUCADOR

No início de 2004, a Equipe de Gestão Colegiada (EGC) e a Presidente da Associação, considerando uma série de fatos que vinham ocorrendo, em termos do comportamento dos educadores, acreditaram oportuno deixar ainda mais claros os procedimentos adequados em relação ao cotidiano escolar (regras). Tal atitude

mostrou-se adequada na medida em que, por várias vezes, apesar de terem sido advertidos anteriormente, membros da equipe justificavam a inobservância de determinados procedimentos por desconhecê-los. Assim, optou-se por redigir a minuta do Manual do Professor (Anexo 8), que contemplasse, na medida do possível, as ações do educador que seriam consideradas adequadas em relação a determinadas situações. Para tanto, no início do mês de abril de 2004, realizou-se uma reunião que contou com a presença da maioria dos membros da equipe pedagógica, bem como de parte da equipe administrativa. Tal reunião visava ensejar uma ampla discussão acerca do conteúdo da minuta proposta, redigida pela EGC. O documento contemplava parâmetros comportamentais específicos (expressos nos combinados) e pautas comportamentais de caráter mais genérico, que diziam respeito aos comportamentos de todos, por exemplo: práticas de respeito mútuo, de escuta, de solidariedade, de cuidado, etc. Tal prática fundamentou-se no entendimento de que, conforme o que propõe Aquino (1999), um contrato bem estabelecido fornece possibilidades e limites de ação favoráveis à instalação de um clima de confiança.

Constatou-se, ao se instalar a discussão, que apenas uma pessoa, dentre os presentes, deixou de ler o documento que fora enviado para leitura prévia. Diante deste fato, deliberou-se, com a concordância dos presentes, que faríamos uma discussão de cada item que, mediante a avaliação do grupo, seria ou não aprovado, ou alterado para aprovação. Durante o processo de discussão a Diretora da Escola (que coordenava a discussão) destacou a necessidade de que todos se sentissem à vontade para emitir suas opiniões e para fazer intervenções propositivas, ou seja, que busquem trazer sugestões para qualificar o documento. Já no segundo item registrou-se um amplo debate, em termos do seu conteúdo, tendo como critério a sua exeqüibilidade prática. O item apresentava a seguinte redação:

Precisando sair da sala peça à professora auxiliar para avisar a Mara, que se encarregará de ajudá-la. Sendo professora do Ensino Fundamental, solicite a um aluno que chame Ceci, Mara ou Leda para lhe dar o devido suporte.

Imediatamente uma das professoras do Ensino Fundamental (Beti) sinalizou para inviabilidade prática dessa proposição, caso fosse aplicada a todas as saídas de classe. Lembrou que seu armário ficava localizado fora de sala e isso a obrigava a sair, algumas vezes, para pegar material. Outrossim, acrescentou que,

em algumas situações, precisava fazer um contato rápido com as professoras das salas vizinhas, o que seria inviabilizado pela proposição que estava em discussão (referindo-se ao segundo item do manual). Beti então perguntou: que “sair” é esse? A partir das contribuições dos presentes, logo foi possível constatar que esse “sair” precisaria ser circunstanciado, principalmente porque existiam muitas variáveis intervenientes: tempo gasto, distância da sala, perfil da turma (idade, maturidade, estado de agitação do grupo no momento da saída, etc.), dentre outros aspectos. Além disso, discutiu-se que, em algumas situações o fato de a professora estar na sala de aula não era garantia de que algo indesejado não iria ocorrer. As professoras passaram a relatar situações onde, mesmo com a presença do docente, comportamentos discentes inadequados eram registrados. Concluímos as discussões, deliberando que seria necessária uma nova redação para o item, com o cuidado de circunstanciar esse “sair”.

Antes que a coordenadora dos trabalhos passasse ao item seguinte, uma das professoras auxiliares (Ilka) introduziu a discussão, com a seguinte fala: ”- O terceiro item dá idéia de que a professora auxiliar (PA) nunca fica doente”. A Diretora destaca que tal conteúdo relaciona-se ao fato de que no ano anterior, várias vezes, ocorreram situações onde a professora regente (PR) faltava e a PA não estava devidamente informada acerca do que havia sido planejado para aquele dia. Precisamos evitar que isso volte a ocorrer. Na verdade ao mencionar o fato de a professora auxiliar também ficar doente, a docente pretendia colocar em cheque o discurso institucional de igualdade de tratamento entre as professoras regentes e auxiliares. Essa hipótese foi, por nós, confirmada, por meio do acolhimento docente à seguinte fala:

Nossos procedimentos não são homogêneos e esse nível de entrosamento não é observado em todas as salas. Isso que você fala, em relação à pró auxiliar (quando a professora menciona o fato de que a PA, também ficar doente) deriva da nossa compreensão sobre os papeis dos professores regentes e auxiliares, que ainda transita entre um modelo e outro (aquele que percebe as professoras, regente e auxiliar, com papeis muito diferentes e o que busca entendê-las com responsabilidades semelhantes e, por vezes, complementares). Concorda? (Natália)

O processo de reeducação que ensejará a mudança só pode se constituir numa ambiência compatível com o estado que se deseja alcançar, em outras palavras, não geraremos comportamentos cooperativos com procedimentos educativos pautados na coerção. Nessa direção, mostra-se incoerente, numa

Escola, que esposa os pressupostos construtivistas, a adoção de ações, na formação das crianças, diferentes daquelas empreendidas na formação continuada de seus profissionais ou ainda, promover uma ambiência em sala de aula, diferente da que se estabelece entre todos os membros da comunidade escolar. Tal discrepância relacional entre o macro-território e o micro gera uma dissonância, muitas vezes oculta, porém não menos perniciosa à formação do ethos escolar.

Sem dúvida o item cinco do manual foi o que provocou uma discussão mais demorada e envolveu uma maior participação dos presentes. O referido item trouxe para o foco da discussão a responsabilidade docente, mediante o seguinte conteúdo:

Esteja atenta às suas crianças. Verifique, com freqüência, se todos estão em sala de aula, conte-as de vez em quando. No caso da educação Infantil uma das professoras pode se colocar, na medida do possível, próxima à porta, evitando a saída desautorizada. É considerada falta grave, criança da Educação Infantil, desacompanhada por um adulto, fora de sala de aula e crianças do Ensino Fundamental fora da sala de aula, sem um aviso prévio à coordenação.

Além das mudanças propostas, em termos da redação do item, o debate girou em função da necessidade de maiores esclarecimentos sobre a sua abrangência e sobre a aplicabilidade do que estava sendo proposto. Alguns docentes questionavam sobre a que “saída” o item se referia. Entretanto, o texto estava claro ao referir-se “às saídas discentes desautorizadas pelo docente”. Constatada a resistência por parte das docentes, a Diretora relatou uma situação ocorrida no ano anterior onde, por falta de controle das docentes, duas crianças da EI, permaneceram, durante aproximadamente duas horas, fora de sala de aula, sem que as mesmas se dessem conta do ocorrido. Acrescenta: “- Devemos lembrar que o que acontece com a criança no espaço da Escola, é de nossa responsabilidade. Cada um conforme sua função”.

Uma das professoras (Beti), a que discutia com mais afinco o item, denunciou, por meio do seu discurso, o foco de suas preocupações, ao dizer: “- Repare, é considerada falta grave”. A docente acrescentou que, enquanto professora, tem que dar conta do conteúdo, de registrar as falas discentes, de ordenar suas ações; de considerar o argumento do educando e muitas outras coisas. Desta forma, fica difícil dar conta de tudo. Ao que imediatamente a Diretora disse: “- Então peça ajuda, o que não dá para admitir é que uma criança fique fora da sala sem que o professor se responsabilize por isso”.

O foco na impossibilidade de evitar que o educando saia de sala sem autorização, na verdade desviava a discussão de uma questão central, porém não explicitada em nenhuma das falas: o que acontece com aquele que comete uma falta grave e a dificuldade dos docentes em assumir suas responsabilidades, quando vislumbram a possibilidade de sanção. Por analogia, a Diretora destacou a situação onde um motorista se vê, involuntariamente, envolvido num acidente de automóvel. Entretanto, por ser considerada uma falta grave (em função das conseqüências que dela podem advir), o responsável pode vir a perder pontos na carteira, a perdê-la temporariamente ou até permanentemente. Assim, a existência da lei ou norma, não evita a ocorrência do evento, mas pode levar os sujeitos a serem mais cuidadosos, no sentido de evitar as condições para que a situação indesejada ocorra (neste caso, poderíamos exemplificar: dirigir alcoolizado; conduzir um veículo sem as condições mecânicas adequadas; deixar de observar as leis de trânsito, etc.). Acrescentou que o mesmo poderia ocorrer em relação à situação que estava sendo discutida.

Constatada a resistência de uma das docentes (Beti) em compreender os argumentos apresentados por diversos dos presentes, fomos bastante diretas ao perguntar: “- o que a está incomodando, especificamente, é o termo falta grave? Ou a possibilidade de que essa falta grave venha a ser-lhe atribuída? Numa postura hesitante, a docente diz que não. Diante do que Ceci destacou: “- É sim, como não? “- Através desta reação, você denunciou dificuldade em assumir a responsabilidade”. Nesse momento, a professora Beti diz:

- Isso eu trago. Sinto que, por mais cuidado que eu tenha, isso pode acontecer. Eu não posso aceitar que isso seja considerado falta grave. Existe um movimento que é meu, existe um movimento que é do outro. Eu não tenho como controlar o comportamento do outro. No caso da sala de aula a responsabilidade se concentra só em mim, independente do que o meu aluno faça.

Verificando que a discussão estava se prendendo a um grupo restrito de pessoas, intervimos solicitando que os demais participassem, emitindo suas opiniões. Diante de tal solicitação, a docente Nati, que atua no mesmo nível de ensino daquela docente que acabara de se pronunciar, pontuou, em tom reflexivo:

- Tem coisas que nós precisamos colocar numa balança e equilibrar. Por exemplo, eu preciso ter controle do meu aluno e tenho que acatar toda essa responsabilidade. Eu sei, na minha sala, quem faz essas artimanhas. Então, quando eles saem, eu já fico com a minha antena ligada. Têm outros que eu sei que podem sair. Pode ser que um dia, por um acaso da vida, ele venha a fazer alguma coisa, mas é muito difícil, pela natureza dele. Uma estratégia

que eu adoto para essa coisa das crianças saírem, e eu não perceber, é só ter o número de carteiras igual ao número de alunos. A minha turma é muito disciplinada (eu já recebi assim) eles pedem para sair e não dão problema. Uma coisa que nós temos claro é que esse Manual não vai resolver todos esses problemas da gente. Funciona como um suporte.

Levando em consideração a dinâmica que vinha sendo impressa às discussões considerei oportuno mencionar o fato de que não havíamos lido a apresentação, que precede o documento, e que, talvez, a sua leitura poderia ser útil à compreensão da intencionalidade, subjacente ao documento:

Este manual contêm os procedimentos a serem adotados, por todos os professores, dentro da dinâmica da Escola Mandala de Ilhéus.

É importante que sejam cumpridos, e, quando necessário, revistos para que se ajustem à realidade.

Acreditamos ser de suma importância a clareza das regras, para a preservação das relações humanas e efetividade dos resultados.

O nosso olhar é de cuidado para com as nossas crianças e toda a comunidade escolar. Esse instrumento não está pronto e acabado.

Acrescentei que, a princípio, quando a Diretora me falou sobre o Manual, logo perguntei sobre o porquê de fazê-lo. Na oportunidade refletimos sobre isso e concluímos que o motivo principal fundava-se na necessidade de colocar no papel (institucionalizar) aquilo que vínhamos discutindo (na comunidade escolar) e dizendo ao longo do último ano. Isto, para evitar situações (recorrentes) que culminavam com falas do tipo: “eu não sabia disso!”. Discutimos, ainda, que, para alinhar o discurso à prática, deveríamos submeter o Manual à apreciação dos membros da equipe, dando efetividade ao princípio de ampla participação dos envolvidos. Outrossim, sabemos que as regras comportamentais são mais facilmente internalizadas e incorporadas, ao conjunto das práticas escolares, quando envolvem a aquiescência por parte dos envolvidos. É, por conseguinte, um documento que reúne, em linhas gerais, aspectos do fazer educativo em relação aos quais precisamos estar atentos e que exigem unicidade procedimental. Portanto, entendê-lo como é um “manual- cartilha” representa um equívoco interpretativo.

Na apresentação do Manual, uma das docentes (Jane) identificou um aspecto, segundo ela, preocupante: “Quando necessário será revisto”. E justificou sua inquietação, afirmando:

-Tudo bem vocês têm essa predisposição às práticas democráticas. Porém, essa Escola já passou por várias direções e coordenações, nem sempre com essa concepção. Daí, fico pensando sobre como as pessoas, que virão, depois de vocês, entenderão e utilizarão esse documento? Quem garante que as coisas serão democráticas, e nós participaremos dessa revisão?

Após algumas considerações, o grupo julgou conveniente alterar a redação da apresentação, expressando, explicitamente, a forma como deverá ocorrer o processo de revisão. Acreditou-se que as alterações propostas deixariam claras as intenções daqueles que criaram o documento normativo.

A docente Juli, fazendo analogia ao que acontece no Ensino Público Municipal, destacou que a cada mudança no grupo gestor segue-se uma nova interpretação do regimento (unificado). Imagine o que poderia acontecer com um instrumento aberto, como parece ser o caso desse Manual. Diante dessa proposição, Nati acrescentou:

- Nós não estamos nos referindo ao Regimento Escolar, estamos falando e discutindo sobre um documento que, abaixo do regimento, especifica e detalha procedimentos considerados adequados no enfrentamento de questões do nosso cotidiano. Além disso, estamos contando com a participação de todos os envolvidos, na sua elaboração. Isso é bem diferente de tratar de um Regimento Unificado, do qual os sujeitos não tiveram qualquer interferência, que dirá puderam fazer proposições de forma participativa e democrática.

Com o avançar das discussões, percebemos que as dúvidas e as restrições, em relação ao uso do termo “falta grave” voltava ao cenário do debate. Momento em que perguntei: “- Em se tratando de uma redação coletiva, o termo ‘falta grave’ precisa ser tirado?”. A professora (Beti) que demonstrava ostensivamente sua preocupação com o termo, respondeu: “- Primeiro precisamos definir o que é ‘falta grave’ e quais as suas conseqüências, só depois de saber essas duas coisas poderemos avaliar se o termo fica ou não. A Diretora respondeu: “- As conseqüências são regimentais”. Neste momento, os semblantes se fecharam. Em seguida, sugeri que o termo “falta grave” fosse substituído por “algo grave” ou ”fato grave”, entendido como sendo alguma coisa em relação a qual deveríamos nos deter, para um exame especial (para inclusive apurar responsabilidades). Constatou- se que o uso do termo “falta grave” podia estar introduzindo a idéia de um culpado (no caso, o educador) a priori, sem a devida avaliação do ocorrido. A Coordenadora (Ceci) acrescentou: ”- Como o nosso foco educativo está no exercício das escolhas e na assunção de responsabilidade, precisamos evitar as terminologias que introduzam a idéia de culpa“. Nessa hora, vários professores se manifestaram, denunciando que o comportamento insistente de uma das docentes (Beti) era um emergente grupal, ou seja, representava o desejo da maioria do grupo.

Concluímos que a utilização do termo “fato grave” excluía, a priori, a idéia de um culpado, mas levava à questão: um fato é considerado grave, por quê? No nosso caso, porque implicava numa série de conseqüências indesejáveis para os envolvidos. Assim, nesta nova redação desaparecia a figura de um culpado e surgia um fato que deveria ser adequadamente apurado. Tal processo, entretanto, não excluiu a necessidade de apurar responsabilidades e de aplicar sanções, conforme o que previa o Regimento Escolar. No âmbito dessas discussões, uma das professoras (Tati) introduziu uma relação análoga entre o jogo de futebol e o processo que estava sendo discutido, onde diante de uma “falta grave” o jogador pode vir a receber o cartão vermelho. Neste momento, a coordenadora dos trabalhos solicitou que avançássemos no debate. Acredito, porém, que essa analogia sintetizava o foco das preocupações docentes - o medo de serem demitidos (as). Digo isso ao constatar que, no ano anterior, uma docente foi demitida por negligência no trato com seus educandos. Finalizando as considerações sobre o item cinco, uma docente da EI (Ilka), que parecia compartilhar das mesmas preocupações das docentes anteriores, falou:

- Eu acho importante esse resgate - colocar essas normas, porque é necessário haver lei. Não pode ser só amor. Claro que nós temos que compreender a criança, o pai e o professor. Mas agente, também, precisa da lei com amor”.

Por meio dessa fala a docente (Ilka) parece solicitar que as regras, embora necessárias, sejam aplicadas com o concurso, não só da razão, mas também da emoção. Outrossim, parece temer que, em se tratando da apuração de um fato grave, uma maior “compreensão” (no sentido de cuidado) seja atribuída à criança e aos seus pais em detrimento do docente.

Passou-se à discussão do próximo item:

Quando forem abordadas na porta da sala de aula por algum pai ou mãe, peça que marquem um horário para conversar, junto à Coordenação. Explique que, desta forma, terão um local mais reservado, e poderão dar- lhes mais atenção, evitando que as outras crianças fiquem sem a sua atenção.

A totalidade dos educadores concordou com a proposição apresentada, houve, inclusive, quem (Beti) sugerisse a extensão dessa interdição às tentativas de contato dos pais fora da Escola. Porém, a coordenadora dos trabalhos destacou que o documento em foco não poderia abranger comportamentos externos à Instituição. Desta forma, cada docente deveria fazer a sua escolha. Destacou que ela, na condição de Diretora da Escola, por várias vezes, teve que fazer essa interdição.

Acolhida a proposta, uma das docentes (Beti) sugeriu que se coloque um aviso, nos murais da Escola, explicitando o procedimento aos pais.

O procedimento debatido, na seqüência, referiu-se, preponderantemente, a um tipo de intervenção bastante comum nas escolas, que abraçam os princípios educacionais construtivistas, a saber:

Ajude sempre o educando a refletir sobre as situações emergentes. Quando o mesmo lhe fizer uma pergunta, devolva-a perguntando o que ele acha. Solicite a ajuda da classe na resposta e complemente com a sua opinião.

Assim, embora esse conteúdo tivesse parecido óbvio, para alguns docentes, exigiu discussão e um registro formal, na medida em que o procedimento não é estendido a todas as intervenções docentes, nem entre todos os docentes. A prática de ajudar o educando a refletir sobre situações do cotidiano, é mais freqüente quando se referem aos conteúdos escolarizados. Outrossim, por vezes, os termos da proposição são invertidos: o educador emite sua opinião antes de solicitar a ajuda do grupo; dentre outras variações possíveis.

Quando se tratou dos procedimentos de guarda e manutenção dos materiais escolares sob responsabilidade docente, Tati declarou que:

Os materiais do “Kit”, eu acho que têm de ser de responsabilidade do professor, mas lápis e borracha são coisas que você não tem como controlar. Você dá, você dá a toda hora. Minha caixa de materiais ainda está cheia, porque eu controlo, não dou toda hora e ainda peço assim: “- me devolvam no final da atividade” mas, às vezes, você acha três ou quatro lápis pela sala e sai perguntando de quem é? De quem é? De quem é? Isso me preocupa. É nesse item que vamos falar das chaves dos armários?

Diante da fala docente, a coordenadora dos trabalhos lembra que esses materiais são de uso coletivo e como tais devem ser tratados. Para isso, o educador precisa solicitar que o educando o ajude e se co-responsabilize pelos mesmos. Outra professora lembra que, assim como a docente sugere, esse controle só será possível se todos os educadores tiverem um armário com chaves, para guardar os materiais que estão sob sua responsabilidade, caso contrário não acha justo que isso lhe seja cobrado. Diante das colocações feitas, acordamos que seriam providenciadas as condições necessárias para uma maior segurança dos materiais e, em contrapartida, os educadores iriam exercer um controle mais cuidadoso sobre os materiais disponibilizados e, ainda, no caso do “Kit-pessoal” (pistola de cola quente, grampeador, furador, tesoura), cada docente deveria repor os objetos desaparecidos e aqueles que forem danificados, pelo tempo de uso ou por quebra