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De acordo com dados do IBGE, em 2010 a população do município de Niterói era de 487.562 habitantes. O PIB de Niterói, em 2010, era de R$ 12.537.081 mil; o PIB per capita era de R$ 25.726, ainda segundo dados do IBGE. A população estimada em 2016 é de 497.883 habitantes A área do município é de 133.919 km². A densidade demográfica em 2010 era de 3.640,80 hab./km2.

A cidade de Niterói tem o sétimo maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país e é a primeira colocada entre os municípios do Estado do Rio de Janeiro. Segundo os dados de 2010, Niterói alcançou a pontuação geral de 0,837; está entre os 44 municípios do país que têm índice de desenvolvimento considerado muito alto; é a única cidade fluminense a atingir esse patamar. O município do Rio de Janeiro, capital do Estado, apresenta IDHM de 0,799. Ainda de acordo com os dados de 2010, a cidade tem a segunda maior renda do país9.

Niterói, de acordo com o Censo Escolar de 2016, contava com 16.439 crianças matriculadas na Educação Infantil. Delas, 6.340 estavam matriculadas na creche e 10.099 na pré-escola. O número de crianças matriculadas em creches municipais no ano da análise era de 2.298; o de crianças na pré-escola municipal era de 4.001.

O Censo Escolar de 2013, ano do início do Programa Mais Infância, demonstra que no ano anterior havia 1.525 crianças matriculadas em creches públicas municipais e 3.545

9 Em Niterói, 30,7% das pessoas são consideradas pertencentes à classe A e 12,2% pertencentes à classe B

(totalizando 42,9% da população). Fonte: CPS/FGV – 2010. Classe A = renda familiar superior a R$ 6.745 (em 2010); Classe B = renda familiar entre R$ 5.174 e R$ 6.745 (em 2010).

crianças em pré-escolas públicas municipais. Podemos perceber, apesar de necessitar de análise mais detalhada, que houve aumento no número de matrículas na Educação Infantil do município.

Rever a trajetória de parte significativa da história da Educação Infantil de Niterói permite compreender as marcas presentes nas políticas e práticas destinadas às crianças de até 5 anos de idade. Na década de 1970, iniciou-se a constituição da Educação Infantil na Rede Municipal de Educação de Niterói. Em 1975 foi inaugurada a primeira Unidade de Educação Infantil, o Jardim de Infância Rosalina de Araújo Costa. No mesmo período, foi implantado o primeiro programa de creches do município, associado à Coordenadoria de Promoção Social. No entanto, foi no final da década seguinte que houve significativo progresso no que diz respeito ao atendimento das crianças pequenas no município, que ocorreu a partir da elaboração de um novo projeto de creche, realizada por uma ação da Coordenação de Bem- Estar Social; esse projeto aumentou o atendimento em alguns bairros, como Santa Rosa, Ilha da Conceição, Itaipu e Santa Bárbara.

A obrigação do poder público municipal quanto à primeira infância foi ressaltada pela Lei Orgânica de 1990, que determina em seu Art. 220, “o atendimento educacional de 0 a 4 anos em creches e de 4 a 6 anos em pré-escolas, com o objetivo de promover o desenvolvimento físico, emocional e intelectual das crianças dessas faixas etárias”. A partir de 1992, a Fundação Municipal de Educação (FME) passou a ser responsável pelas creches.

A discussão acerca da educação da infância tem início no município de Niterói na década de 1990, ocasião em que começa o processo que responsabiliza e transfere para a Secretaria de Educação o trabalho realizado nas creches e pré-escolas, anteriormente administrado pela Secretaria de Bem-Estar Social. Quem realizava o atendimento às crianças em Niterói eram as instituições filantrópicas, comunitárias, as casas da criança e jardins de infância com vínculo com a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro.

Nesse período, foi inaugurada a Creche Dr. Paulo Cesar Pimentel, no Engenho do Mato, em Itaipu. Em 1994 foi elaborado o Programa Criança na Creche. Em 2006, o prefeito fixou as normas e diretrizes para o Programa Criança na Creche, pelo Decreto nº 9.848/06. Esse Programa foi criado com o objetivo de intermediar o poder público e as creches comunitárias, mediante convênio firmado com as instituições filantrópicas, associações de moradores e demais entidades.

Assim teve início o processo de incorporação das creches conveniadas nas reflexões, produções e ações junto à Rede Municipal de Niterói. Foi nesse contexto que ocorreu o

primeiro concurso público para auxiliar de creche. De acordo com Picanço (2003), nesse período, segundo estatísticas da época, o município atendia 3.500 crianças, mas ainda com carência de 30.000 vagas.

A partir de diversos acontecimentos importantes para a construção da Educação Infantil de Niterói, teve início a discussão sobre a proposta de implementação do sistema de ciclos para o Ensino Fundamental; na sequência houve o lançamento da proposta pedagógica Construindo a Escola de Nosso Tempo. Nessa proposta está inserido um capítulo especifico para a Educação Infantil, tendo como base as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. O ciclo único que atende crianças de 4 meses a 5 anos e 11 meses foi então estabelecido na Educação Infantil da Rede Municipal.

Em 2003, aconteceu o I Encontro Municipal de Educação Infantil, tendo como título Niterói Pensando a Educação dos Pequenos. Esse encontro teve origem na necessidade da construção de um plano municipal de educação (PME), dever determinado nacionalmente para os municípios. Os principais objetivos do encontro foram: estabelecer relações entre os profissionais responsáveis pelos diversos espaços de atendimento à pequena infância em Niterói, para que fizessem juntos uma avaliação sobre o trabalho realizado, e planejar novos rumos para a Educação Infantil do município.

Nesse mesmo ano também foi lançado pela FME o caderno Niterói pensando a

educação dos pequenos: subsídios para o Plano Municipal de Educação de Niterói, um

resumo de discussões e reivindicações dos educadores da Rede Municipal. Essas discussões relativas ao PME estiveram presentes nas conferências municipais, com a participação de representantes da sociedade civil.

Com a finalidade de dar seguimento às discussões para favorecer a construção coletiva da proposta pedagógica para a Rede Municipal de Ensino de Niterói, foram sugeridas reuniões mensais com as pessoas envolvidas e com as instituições que também atendiam a Educação Infantil. O objetivo dessas reuniões era promover, por uma dinâmica de diálogo, o compartilhamento das ideias e experiências para a elaboração da proposta.

Sendo assim, houve a implementação da proposta na Rede, por meio de adesão, para que fosse experimentada e avaliada. Inicialmente, quatorze unidades de ensino adotaram a proposta de trabalho, sendo nove UMEIs – unidades somente de Educação Infantil – e cinco escolas de Ensino Fundamental com Educação Infantil. Em 2008, a Rede publicou as Diretrizes Curriculares para o município. A necessidade de elaborar um Referencial Curricular foi mencionada nessas Diretrizes (NITERÓI, 2013).

Segundo o entendimento da FME, a concepção de construção de uma proposta político-pedagógica deve ser fundamentada por meio do relato das experiências das pessoas envolvidas, e suas práticas devem conduzir a uma reflexão sobre a Educação Infantil. É preciso implantar uma dinâmica que possa garantir a participação efetiva dos docentes e das crianças nessa construção. A necessidade da organização de estudos sobre a pequena infância foi percebida ao longo dos últimos anos; como proposta, a Coordenação de Educação Infantil tem a função de incentivar os profissionais da educação – seja de UMEIs, escolas municipais ou das creches comunitárias – a desenvolver estudos em espaços de formação profissional, podendo ser em suas próprias unidades de trabalho ou fora delas, por meio de discussões e reflexões, num movimento que faça parte da história da educação do município.

A definição das políticas públicas para a Educação Infantil não pode desconsiderar os aspectos que compõem o cotidiano das relações entre crianças e crianças e crianças e adultos; para torná-las democráticas, é preciso investir na formação dos professores e na melhoria das condições objetivas de trabalho. Entendemos que se tornar professor é um processo de longa duração, de novas aprendizagens e sem um fim determinado (NÓVOA, 1999). Nessa perspectiva, a formação continuada, entendida como parte do desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional que acontece ao longo da atuação docente, pode possibilitar um novo sentido à prática pedagógica, contextualizar novas circunstâncias e ressignificar a atuação do professor.

Os programas de formação são direito dos(as) professores(as) previsto no Art. 67, inciso II, da LDB nº 9.394/96. Eles devem promover a construção da identidade profissional e o aprimoramento da prática pedagógica, possibilitando a reflexão sobre os aspectos pedagógicos, éticos e políticos da prática docente cotidiana.