• Nenhum resultado encontrado

O Papel do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUMAPS)

No documento Dissertação de Tânia Mara dos Santos Bassi (páginas 111-116)

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO – PEI – HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO

3.6 O Papel do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUMAPS)

Para a organização da Educação Especial no município e a efetivação da educação na perspectiva inclusiva, a Resolução CNE/CEB Nº 02/2001, em seu Art 3°, Parágrafo único, institui que: “Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor responsável pela Educação Especial, dotado de recursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem e deem sustentação ao processo de construção da educação inclusiva.” (BRASIL, 2001).

No que tange a municipalização da Educação Especial, o documento orientador Educação Inclusiva: direito à diversidade (BRASIL, 2005) define que compete ao Município,

Implementar a política da educação inclusiva; Divulgar amplamente o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade nos municípios da sua área da abrangência, sensibilizando gestores, educadores e agentes municipais, com vistas a assegurar a inclusão educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais. (BRASIL, 2005, p.11).

Em Campo Grande já existia na REME em 1989, uma equipe multiprofissional que deu início a um trabalho de identificação dos alunos com o apoio das escolas, sendo posteriormente diagnosticado no conhecido Centrinho (Centro de Saúde Municipal), onde recebiam atendimentos de fonoaudiologia, psicologia, oftalmologia e atendimento pedagógico àqueles que apresentavam dificuldade na aprendizagem. No entanto, “[...] nas escolas da

REME, os apoios específicos ao alunado não existiam principalmente aos portadores de deficiência.” (CORRÊA, 2005, p. 81).

Neres (2010) acrescenta que a equipe multiprofissional era responsável pelo atendimento das crianças que demonstravam “aprendizagem lenta.” As crianças com deficiências continuavam a ser encaminhadas para os serviços de educação do estado e para as instituições especializadas. (CORRÊA, 2005, p.79).

Em 1991, houve um fortalecimento dessa equipe multiprofissionais sendo os serviços restritos ao diagnóstico e orientação às escolas, mas não ofertando os serviços especializados que atendessem de fato a demanda desse alunado. Assim, havia a dependência dos serviços prestados pela rede estadual, instituições especializadas e alguns no próprio centrinho.

Posteriormente, a equipe compôs o então Núcleo de Educação Especial que em 1994 passou a se chamar “Núcleo de Apoio ao Ensino dos Portadores de Necessidades Especiais”. Em 1995, implantaram as primeiras salas de recursos, voltadas para a deficiência auditiva. Depois, em 1996, para Deficiência Intelectual. Em 1997, o serviço da Educação Especial passou a compor a Divisão de Apoio Pedagógico. Em 1998, iniciou efetivamente a política de Educação Especial na REME, na qual se materializam os serviços de apoio pedagógico da Educação Especial em algumas escolas.

De acordo com Corrêa (2005),até o ano 2000 esses serviços se ampliaram e passaram a constar na legislação municipal, como a Resolução n° 31, de 03/05/2000, que dispunha sobre as normas e funcionamento da Educação Especial na REME ,sendo amparada nos documentos: LDBN 9394/96, no documento Adaptações curriculares (1999) e na Deliberação CEE 4.827/1997. Em 2002, com o Decreto 8.510/2002, registrou-se a Divisão de Políticas e Programas da Educação Especial da REME. Em 2003, a Resolução SEMED n° 56, de 4/4/2003 assegurou mais propriamente o funcionamento da Educação Especial na REME. No mesmo ano, o Decreto 4.067 criou o Centro Municipal de Educação Especial Amilton Garai da Silva, atualmente extinto.

No âmbito municipal, documento relevante é a Resolução SEMED N° 56/2003 que dispõe sobre o encaminhamento do aluno para avaliação pedagógica, com base nas observações do professor regente. Ressalta que o aluno com necessidade de apoio educacional específico deve ser submetido a avaliação psicopedagógica e fonoaudiológica realizada por equipe da Educação Especial da REME (Cap.5, artigo 16). Essa mesma Resolução N° 56, em seu capítulo 11, prevê adaptações curriculares em que menciona que “[...] as Adaptações têm o currículo regular como referência básica, adotando formas progressivas de adotá-lo, norteando a organização do trabalho, consoante às necessidades do aluno. “Dessa maneira,

infere-se que a implantação de adequações se dão processualmente frente as necessidades apresentadas.

Em 2006, com as mudanças ocorridas na SEMED criou-se o Departamento de Educação Especial (DEE). Em 2007, foi alterada a chefia e a equipe do DEE e com a nova gestão se modificou a organização dos serviços existentes. Nesse ano implantou-se NUMAPS. (NERES e CORRÊA 2009).

A Secretaria de Educação de Campo Grande, SEMED, ao primar pela educação inclusiva a fim de contribuir para o desenvolvimento do potencial de todos os alunos, independentemente das limitações que apresentem, vale-se de recursos que contribuem para alcançar tais objetivos. Com a finalidade de intervir no processo de aprendizagem de alunos com deficiência, o então nominado Departamento de Educação Especial DEE/SEMED implantou em 2007, os seis Núcleos de Acompanhamento Psicopedagógico, denominado NUMAPS. Esses núcleos, organizados por polos, têm como incumbência o acompanhamento sistemático às escolas da REME a fim de viabilizar a inclusão escolar de alunos com deficiência, favorecendo-lhes o processo de construção do conhecimento. Complementam Neres e Corrêa (2009) que esses Núcleos foram implantados como estratégia de suporte a partir do acompanhamento especializado a alunos e professores (NERES e CORRÊA, 2009, p.13).

Esse apoio técnico especializado está claro na Resolução CNE/CEB Nº 2/2001, no Art. 6°.Para a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando, para tal, com: I - a experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores, orientadores e supervisores educacionais; II - o setor responsável pela Educação Especial do respectivo sistema; III – a colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde, Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público, quando necessário. Art. 7º O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou modalidade da Educação Básica. (BRASIL, 2001).

No que se refere a inclusão escolar de alunos público alvo da Educação Especial, a DEE- Divisão de Educação Especial se organiza internamente por equipes de serviço que atendem as diferentes especificidades, conta também com serviços de apoio pedagógico especializado, os quais se caracterizam pelos recursos humanos e materiais que dão suporte escolar direto, no processo ensino aprendizagem desse público-alvo, conforme a Resolução nº 154/ 2014 e a atual Resolução nº 184/2018.

Compete a DEE, consonante como que traz a Resolução SEMED Nº 148//2013 promover o acompanhamento e assessoramento ao público alvo da Educação Especial incluído na REME, dando o suporte às escolas e seus professores.

Na atual estrutura organizacional do município, o setor responsável pela Educação Especial, designada Divisão de Educação Especial – DEE, está subordinada à Coordenadoria de Educação Básica, contígua à Superintendência de Políticas Educacionais da Secretaria Municipal de Educação – SEMED, de Campo Grande/MS, segundo dados dispostos na página http://www.campogrande.ms.gov.br/semed/artigos/nucleo-de-educacao-especial/

Na referida página, foram coletadas informações atuais, no que tange a Educação Especial no ordenamento dos serviços de apoio pedagógico, orientação e acompanhamento às 108 escolas e 99 Centros de Educação Infantil (CEINFS) municipais, a fim de promover a inclusão dos alunos – público dessa modalidade de ensino. Onde se tem equipes de serviço, quais sejam: equipe de apoio pedagógico ao aluno com surdez; equipe de tecnologia assistiva e acessibilidade; equipe de apoio aos alunos com deficiência visual; equipe de apoio psicopedagógico (NUMAPS); equipe de apoio aos centros de educação infantil; equipe de apoio ao aluno com transtorno do espectro autista; equipe de apoio pedagógico às salas de recursos multifuncionais (SRM).

Em se tratando da Equipe de Apoio Psicopedagógico, denominada NUMAPS, na organização do trabalho de acompanhamento as unidades escolares, divide-se em 6 polos, conforme se pode observar no quadro:

Tabela 03 Polos do NUMAPS e região de abrangência:

Polos Sede Região de abrangência

Polo I E. M. Elizabel Maria Gomes Sales Imbirussu Polo II E. M. Pe. Heitor Castoldi Anhanduizinho Polo III E. M. Arassuay Gomes de Castro Centro / Bandeira

Polo IV E.M. Profª Oneida Ramos Anhanduizinho/ Bandeira

Polo V E. M. Rafaela Abrão Lagoa

Polo VI E. M. Vanderlei Rosa de Oliveira Prosa

Fonte: pesquisa da autora com base em dados obtidos em http://www.campogrande.ms.gov.br/semed/artigos/nucleo-de-educacao-especial/

Considerado o crescimento e desenvolvimento de Campo Grande, objetivando o acompanhamento do NUMAPS no exercício de suas atribuições de competência e funcionamento da Educação Especial é organizado por polos, que agrupam as escolas da REME por região de abrangência, segundo a proximidade e a ocupação geográfica no perímetro do município.

Findado o terceiro capítulo, tem-se na sequência o próximo em que se busca a inter- relação entre o arcabouço teórico e a pesquisa de campo / empírica, em que se discute a operacionalização do PEI aos alunos com DI, no ensino comum.

CAPÍTULO 4

No documento Dissertação de Tânia Mara dos Santos Bassi (páginas 111-116)