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1 DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA LEITORA E POLÍTICAS DE

1.3 A Política de formação de leitores da Rede Municipal de Educação de

1.3.1 A Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte – organização e ações da

1.3.1.1 O primeiro ciclo na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte:

Como visto na seção anterior, a organização do ensino em ciclos faz parte da RME/BH e cada ciclo possui características próprias de acordo com a faixa etária, uma vez que o desenvolvimento humano não acontece ao mesmo tempo e da mesma forma para todos, por isso cada estudante, segundo essa organização, deve ser acolhido respeitando seu ritmo e características.

Esta pesquisa foca as ações do Programa de Bibliotecas para o 1º ciclo, por ser o ciclo da alfabetização, onde se faz necessário um trabalho intensivo com a leitura e a escrita e que atualmente é o segmento das ações do PNAIC que partilha com o Programa de Bibliotecas da Rede a mesma concepção de leitura e o incentivo às práticas de letramento. O 1º ciclo, na RME/BH, considerado como o “ciclo da alfabetização”, concebe esse processo não apenas como a apropriação do sistema de escrita alfabética, mas, também como o domínio dos usos e funções sociais da leitura e da escrita (o letramento). É no 1º ciclo que se dá a aquisição das habilidades de ler e escrever, compreender e fazer uso das diversas linguagens, como a linguagem lógico-matemática, a corporal, a oral, a verbal, dentre outras. Para estar efetivamente inserida na cultura escrita, a criança precisa desenvolver comportamentos, atitudes e disposições, tais como desenvolver o gosto pela leitura, conhecer seus usos e funções sociais, desenvolver capacidades e conhecimentos

necessários à utilização prática da leitura e da escrita17, em sala e fora dela. Não

basta que a criança aprenda ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita da sociedade, que se manifestam em situações e em níveis diferenciados.

A SMED/BH vem desenvolvendo ao longo dos anos iniciativas para orientar a constituição do 1º ciclo, o ciclo da infância, na RME/BH e aprimorar práticas pedagógicas já existentes. Na busca de construir um currículo que atenda à organização do ensino em ciclos, em 2007 e 2008, a RME/BH, iniciou discussões sobre currículo e educação, por meio de leitura crítica de documentos e produções acadêmicas entre professores regentes, coordenações pedagógicas e a equipe de acompanhamento pedagógico das escolas. Durante esse período, foi elaborada, coletivamente, com a participação dos professores de todas as disciplinas e ciclos na RME/BH, de assessores de cada área de conhecimentos e consultores, a coletânea “Desafios da Formação – Proposições Curriculares para as Escolas da RME/BH”, que aborda aspectos relevantes para a elaboração de um currículo, nas diferentes disciplinas que o compõem, estabelecendo o que é essencial a ser desenvolvido no 1º, 2º e 3º Ciclo do Ensino Fundamental.

Em 2010, foi realizada a primeira publicação impressa dessa coletânea e em 2012, diante do ingresso de novos profissionais na Rede, foi feita nova tiragem, sem nenhuma alteração.

As Proposições Curriculares da RME/BH ressaltam que as turmas de estudantes devem ter um contato preferencial com um docente de modo que cada turma seja acompanhada mais de perto em suas demandas. As Proposições apresentam conceitos e princípios que devem orientar o trabalho no primeiro ciclo, no que diz respeito à alfabetização e ao letramento e, posteriormente, às consequências pedagógicas de se adotar tais processos como centralidade das práticas de ensino e aprendizagem nesse ciclo. As proposições apontam também para a importância do trabalho de alfabetização e o letramento nas demais disciplinas e de forma interdisciplinar com a língua portuguesa, para que as crianças

17 O conceito de alfabetização é utilizado aqui como o aprendizado inicial da leitura e da escrita, a

compreensão da natureza e do funcionamento do sistema como por exemplo, as diversas formas de aquisição e acesso aos textos (uso de bibliotecas, empréstimo e troca de livros, utilização adequada dos instrumentos usados para o registro (lápis, caneta, computador), a maneira adequada de utilizar livro, dentre outras.

leiam e compreendam qualquer tipo de texto, seja de ciências, de matemática, de história, de geografia, educação física, arte ou inglês.

Outra consideração presente nas Proposições é o trato didático sobre exploração e análise de textos. Nas atividades de leitura, é fundamental que o professor explore, em cada texto, não somente os aspectos ligados aos processos de decodificação e compreensão textuais, mas, também, e principalmente, as pistas que o texto fornece para a construção do sentido pelo leitor (educando), por meio de suas características: o gênero de texto, as marcas que o identificam, o objetivo do texto, os conhecimentos prévios dos educandos acerca do assunto tratado no texto, o tipo de linguagem, o leitor-alvo, dentre outros.

Outra conduta didática para a abordagem da leitura, indicada nas Proposições é a de que o professor realize atividades para que as crianças desenvolvam a habilidade de ouvir a leitura de textos, procurando diversificar os autores, as temáticas e os gêneros textuais. Antes de iniciar a leitura do texto, é ressaltado que o professor discuta com as crianças suas expectativas em relação ao mesmo, ao gênero, ao suporte, ao título, ao autor, ao tema e, após a leitura, compare as previsões feitas por elas com os aspectos relacionados ao texto lido. Nesse sentido as orientações têm sintonia com aquelas propostas por Kleiman (2013):

Na aula de leitura, em estágios iniciais, o professor serve de mediador entre o aluno e o autor. Nessa mediação, ele pode fornecer modelos para a atividade global, como pode, dependendo dos objetivos da aula fornecer modelos de estratégias específicas de leitura, fazendo predições, perguntas, comentários. (KLEIMAN, 2013, p. 40).

Outro aspecto é a organização do trabalho discente em sala de aula, em agrupamentos que reúnam diferentes níveis de desenvolvimento da criança, para que os demais colegas presentes na sala de aula contribuam para o processo de aprendizagem uns dos outros. Não somente a sala de aula deve se apresentar como espaço de leitura, mas toda a escola e é nessa orientação que a política de leitura do Programa de Bibliotecas pode reafirmar e facilitar a aplicação dessas orientações na escola.

Além da construção e implantação das Proposições Curriculares, outras ações político-pedagógicas para o 1º ciclo se intensificaram na RME/BH em 2012, quando a SMED/BH fez adesão ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade

Certa (PNAIC). O PNAIC é um programa do MEC que propõe uma ação articulada entre os governos federal, estadual e municipal, mobilizando esforços e recursos, valorizando e apoiando os professores, proporcionando materiais didáticos de alta qualidade para todas as crianças e implementando sistemas de avaliação, gestão e monitoramento. O programa tem como objetivo maior assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ou seja, ao final do 1º ciclo e para que esse objetivo seja alcançado é fundamental que a SMED/BH e cada escola se mobilizem e promovam internamente ações em prol da alfabetização e do letramento.

A orientações dadas pelo PNAIC, no tocante à valorização da leitura, vêm igualmente ao encontro das orientações do Programa de Biblioteca e dele se alimentam para sua implementação, como a revitalização e a utilização dos espaços específicos para a leitura, como as bibliotecas escolares e as metodologias de ensino e desenvolvimento do gosto pela leitura divulgados pelas oficinas de formação de professores.

Na utilização dos tempos e espaços pelos estudantes de 1º ciclo, as Diretrizes Pedagógicas, construídas em 2014, ressaltam que é fundamental para a aprendizagem:

[U] utilizar espaços diversificados (da escola, da comunidade, da cidade), possibilitando diferentes alternativas de interação e de desenvolvimento do trabalho pedagógico; utilizar a biblioteca escolar como um espaço de formação do leitor, frequentando de forma orientada periodicamente; criar o cantinho de leitura na sala de aula, fixo ou móvel, utilizando os livros do Kit de Literatura do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, do Acervo Complementar, do Kit de Literatura Afro-brasileira da PBH e outros livros da biblioteca escolar, do Projeto Trilhas, etc.; proporcionar momentos e espaços para a vivência do brincar e do movimento, sempre pautados na intencionalidade pedagógica, que potencializa a reflexão e a organização da aprendizagem dos alunos e planejar atividades educativas que contemplem a inserção das crianças nos espaços culturais da cidade (museus, exposições, etc.), explorando a proposta educativa que esses espaços proporcionam. (2014, p.24-25).

Após a construção das Diretrizes Pedagógicas para o 1º ciclo, o documento foi apresentado às instituições escolares da RME/BH, por meio da Equipe de Monitoramento do ensino fundamental nas escolas. Essa equipe acompanha toda a política pedagógica do município, sendo uma pessoa responsável por 3 a 4 escolas, denominada de Acompanhante Pedagógica. O documento começou a ser utilizado em 2014 na RME/BH, mas, contribuiu para referenciar as práticas pedagógicas já

existentes e também para pontuar as orientações de organização do primeiro ciclo. Seu gerenciamento é feito por meio da Acompanhamento Pedagógico e de toda a equipe do ensino fundamental, como pauta nos Fóruns de Monitoramento que acontecem toda segunda-feira na SMED/BH. Nesses Fóruns, reúnem-se os gerentes regionais e os gerentes do ensino fundamental, os acompanhantes pedagógicos e a equipe da GCPF com intuito de discutirem as políticas pedagógicas para o município e as dificuldades de implementação nas escolas.

Em março de 2015, as diretrizes foram reeditadas e ampliadas em um único caderno “Orientações para o Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte”. Essas orientações, na seção que trata do 1º ciclo, ressaltam a importância da utilização da biblioteca escolar como um espaço de formação do leitor, levando as crianças a frequentá-la periodicamente, de forma orientada, e da criação do cantinho de leitura na sala de aula, fixo ou móvel, utilizando os livros do Kit de Literatura do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do acervo complementar do PNAIC, do Kit de Literatura Afro- brasileira da PBH18, do Projeto Trilhas (MEC e Instituto Natura). Nesse mesmo

caderno é citada a possibilidade de participação dos bibliotecários, auxiliares de bibliotecas e professores em readaptação funcional na elaboração e implementação do Plano de Melhoria da Aprendizagem (PMA) na escola e na proposição de atividades que atuem como mediadores de leitura, mas tendo como referência as orientações do coordenador pedagógico e do professor. Vale destacar, no entanto, que a participação do Programa de Bibliotecas e de seus atores deve ir além dessas ações citadas, uma vez que se quer desenvolver uma política de formação de leitores em uma rede de ensino.

Em 2015, a RME/BH implantou o Plano de Melhoria da Aprendizagem (PMA), por meio do qual cada escola irá traçar diretrizes, ações e metas para desenvolver a aprendizagem dos estudantes. Neste ano reforçou-se o papel do Programa de Bibliotecas como intervenção eficaz no PMA, propondo projetos no intuito de contribuir para a formação de leitores e para a melhoria da competência leitora dos estudantes.

Tomando as orientações sucintamente descritas nessa seção sobre o 1º ciclo de aprendizagem, a interrelação entre os princípios que fundamentam sua adoção

na RME/BH, os propósitos de uma política de leitura, os estudos e ações propositivas desta dissertação poderão contribuir para que medidas específicas para o 1º ciclo em relação à formação de leitores sejam concebidas pelo Programa de Bibliotecas e façam parte do PMA, a partir de uma ação dialogada, refletida e construída conjuntamente, seja em seu processo de elaboração, seja em sua execução.

No contexto das definições curriculares, o Programa de Bibliotecas deve colaborar no tocante ao desenvolvimento da competência leitora dos estudantes do 1º ciclo, buscando a concretização de uma política pública que realmente trabalhe com a concepção de leitura, texto, leitor, contexto e sentido (KOCH, 2015; SILVA, 2009; KLEIMAN, 2013). O Programa precisa investir para além da distribuição de acervos, em ações de formação de mediadores de leitura (PAIVA, 2012), considerando esses mediadores os profissionais da educação que trabalham diretamente com os estudantes.

A seguir, apresento o Programa de Bibliotecas da RME/BH, sua estrutura, ações e estratégias atuais para o desenvolvimento de uma política de leitura.

1.3.2 O Programa de Bibliotecas da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte

Esta seção se inicia com um panorama geral das bibliotecas escolares nas escolas públicas e a relevância de uma biblioteca escolar ativa para, em seguida, detalhar o contexto de implantação do Programa de Bibliotecas na RME/BH, assim como sua inserção na política pedagógica do município de Belo Horizonte.

A Avaliação Diagnóstica do PNBE do MEC, desenvolvida pela Associação Latino-americana de Pesquisa e Ação Cultural (ALPAC) em 2006 em 196 escolas de ensino fundamental localizadas em 19 municípios de oito estados, trouxe dados importantes sobre questões centrais relacionadas à biblioteca escolar. Esses dados foram apresentados no Volume 1 do documento, já citado anteriormente, que trata da política de formação de leitores do MEC e dizem respeito à concepção de material bibliográfico e biblioteca observada nas respostas dos pesquisados, como é o espaço da biblioteca nas escolas, o perfil do profissional que trabalha nas bibliotecas e as práticas pedagógicas realizadas nesse espaço.

relacionadas à estrutura física, em detrimento da avaliação de projetos de incentivo à leitura:

As pessoas entrevistadas, especialmente aquelas que trabalham com as salas de leitura encontradas, não fizeram referências ao papel da biblioteca como promotora de ações voltadas para o incentivo à leitura e à escrita, mas apenas como espaço físico depositário de materiais para que tais ações aconteçam, sob orientação de professores e coordenadores, nunca dos responsáveis pelo espaço ou como base de um projeto de incentivo à leitura. (BERENBLUM, 2006. p. 19-20).

Em relação ao espaço da biblioteca, a avaliação demonstrou que muitas escolas não possuíam esse espaço reservado no projeto arquitetônico ou mesmo foi transformado em sala de aula, de acordo com a demanda escolar. É claro que o espaço da biblioteca pode ser substituído por salas ou cantinhos de leitura, desde que organizado, mas o que a pesquisa demonstrou foi que, de modo geral,

as chamadas bibliotecas tratam-se apenas de salas ou espaços mal adaptados, mal pintados e mal iluminados, que nada tem de atrativo, além de afirmar a ideia de impossibilidade da livre escolha de obras de preferência do aluno, tanto porque os responsáveis não trabalham por essa concepção de interesse, quanto porque nas prateleiras, muitas de difícil visualização do acervo, há acúmulo de livros didáticos e de obras sem atrativo para o público das escolas de Ensino Fundamental (BERENBLUM, 2006. p. 20).

No que diz respeito aos profissionais que trabalham nas bibliotecas, a avaliação revelou a inexistência quase total de bibliotecários com formação e ausência de concursos para o cargo em muitas redes de ensino. Os profissionais, na maioria das escolas pesquisadas, foram professores e estavam em readaptação funcional afastados das salas de aula por motivo de doença.

E, por último, em relação às práticas pedagógicas realizadas nas bibliotecas escolares, a pesquisa revelou uma ausência de política de formação de leitores e a falta de conhecimento sobre o PNBE e também sobre a diferença entre as especificidades do livro didático, paradidático, obra de referência e livros literários.

Em relação à RME/BH, a Avaliação Diagnóstica do PNBE reconheceu a situação privilegiada do município de Belo Horizonte, com o Programa de Bibliotecas, voltado para a formação de leitores e a existência de bibliotecas-polo com acervo de qualidade. O Programa de Bibliotecas da RME/BH é um diferencial em relação a outras realidades no Brasil. Nem todas as redes de ensino possuem

um programa voltado para as bibliotecas de sua rede. Em muitas redes, as escolas sequer possuem bibliotecas e/ou acervos disponíveis para os alunos.

De acordo com o sítio eletrônico da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), antes da implantação do Programa de Bibliotecas da RME/BH, na década de 90, o que se percebia na Rede eram atividades não pertinentes a uma biblioteca, escassez de recursos tanto materiais, quanto humanos. Ainda persiste, no entanto, na rede, a escassez de recursos humanos, uma vez que todas as bibliotecas escolares deveriam contar com um bibliotecário e não apenas as bibliotecas polo. As escolas da RME/BH sequer possuíam o espaço para a biblioteca. Percebia-se também que a biblioteca estava à margem dos projetos pedagógicos das escolas, servindo como depósito de livros e não como espaço de construção de conhecimentos, interação e formação de leitores.

De acordo com as diretrizes do Programa de Biblioteca (RME/BH), a biblioteca escolar deve ser um espaço dinâmico dentro da escola que permite o acesso ao conhecimento por meio de múltiplas linguagens. Ter acesso à informação é um meio de exercer a cidadania, ampliando seus conhecimentos de forma democrática como ressaltam Pimenta, Aires e Ribeiro (1998):

A biblioteca possibilita, assim, a democratização da informação, limitada na escola tradicional ao professor e ao livro didático. A biblioteca se situa, pois, no campo do direito à democratização da informação e à apropriação de múltiplas linguagens pelo educando, que deve ser considerado um cidadão pleno de direitos. (PIMENTA, AIRES E RIBEIRO, 1998, p.70).

O grande desafio enfrentado pela biblioteca escolar é ser entendida, por discentes, docentes, coordenadores pedagógicos e gestores escolares, como integrante de um processo capaz de fornecer subsídios para informar e transformar a realidade do ensino e como fonte dinâmica de cultura que deve atender às amplas necessidades de seus usuários. A biblioteca escolar constitui, dessa forma, uma instituição responsável pela organização de fontes bibliográficas e não bibliográficas, devendo disponibilizá-las para a leitura e o uso dos alunos, professores, funcionários e, também à comunidade de seu entorno, além de atuar na promoção de eventos culturais e apoiar pedagogicamente a escola.

Como citado na seção 1.2.2, o ideal seria que toda escola tivesse um espaço destinado à biblioteca, mas sabe-se que isso ainda não é uma realidade no país. Uma conquista em relação a essa meta é a Lei 12.244 de 24 de maio de 2010, que

prevê a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino no país no máximo de dez anos para ser efetivada.

Contudo, percebe-se que essa lei não deixa claro que é necessário ter um espaço físico para a biblioteca, mas que a instituição escolar precisará ter um acervo e um funcionamento próprios de uma biblioteca.

Atualmente, com a Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte, todas as escolas municipais devem contar com o espaço da biblioteca além de ser possível perceber um investimento na manutenção do acervo das bibliotecas escolares com a aplicação de, no mínimo, 10% das subvenções recebidas pelas escolas todas as escolas municipais como apresentado no artigo 163:

Art. 163 - As escolas municipais deverão contar, entre outras instalações e equipamentos, com laboratório, biblioteca, auditório, cantina, sanitário, vestiário, quadra de esportes e espaço não-cimentado para recreação. § 1º - O Município garantirá o funcionamento de biblioteca em cada escola municipal, acessível à população e com o acervo necessário ao atendimento dos alunos. § 2º - Cada escola municipal aplicará pelo menos dez por cento da verba referida no art. 161 na manutenção e ampliação do acervo de sua biblioteca. § 3º - As unidades municipais de ensino adotarão livros didáticos perduráveis, possibilitando seu reaproveitamento. § 4º - É vedada a adoção de livro didático que dissemine qualquer forma de discriminação ou preconceito. § 5º - O prédio e o mobiliário escolares deverão conformar-se aos princípios ergonômicos.

No caso da RME/BH, atualmente, das 189 escolas de ensino fundamental, 188 possuem o espaço físico das bibliotecas, todas seguindo as diretrizes traçadas pelo Programa de Bibliotecas. Uma única escola da Rede não possui biblioteca devido à falta de estrutura física, uma vez que necessita de todas as salas de aula disponíveis para atender aos estudantes.

A PBH também dispõe da Lei Municipal nº 10.538, de 11 de setembro de 2012 que institui a Política Municipal de Incentivo à Leitura na RME/BH. Essa lei prevê os objetivos dessa política:

Art. 2º - Constituem objetivos da Política Municipal de Incentivo à Leitura: I - estimular o hábito da leitura; II - aprimorar a habilidade de compreensão e interpretação de textos; III - incentivar a capacidade de expressão pela forma escrita; IV - formar um público leitor consciente e crescente; V -