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1 O PROBLEMA DA COMUNICAÇÃO

2.1 O Sócrates de Kierkegaard

Kierkegaard entende as dificuldades de se compreender a existência de Sócrates pelo motivo de tal filósofo não ter escrito exatamente nenhuma linha, pois apenas comunicou-se verbalmente. Portanto, conhecê-lo a partir de seus ditos torna-se um desafio. Nem mesmo seus contemporâneos o compreenderam em sua imediatez, cometendo bastante equívocos a seu respeito. Desse modo, como conseguir construir um retrato confiável acerca do pensador de Atenas?

Márcio Gimenes de Paula escreve que, de acordo com Kierkegaard, para que se saiba algo acerca de Cristo, é necessário que se leia os Evangelhos e seus autores, assim como para se compreender Sócrates é necessário que se leia seus principais interpretes (PAULA, 2009b, p. 81).

Afirma Kierkegaard:

Antes, portanto, de eu passar a análise do conceito de ironia, é necessário que eu me assegure de uma concepção (Opfattelse) confiável e autêntica da existência (Existents) historicamente real, fenomenológica de Sócrates com referência à questão de sua possível relação com a concepção transfigurada (forklared) que lhe outorgaram seus contemporâneos entusiastas ou invejosos... (KIERKEGAARD, 1991, p. 23).

Quem é Sócrates, Afinal?30

30 Nas Migalhas filosóficas ou um bocadinho de filosofia, um dos pseudônimos de Kierkegaard,

Johannes Clímacus, o qual trataremos mais adiante, constantemente refere-se a Sócrates para refletir sobre o problema da verdade, demonstrando o quanto conhece do pensador de Atenas. ―Consideremos por um momento, Sócrates, que afinal, também foi um mestre. Nasceu sob determinadas condições, formou-se no povo ao qual pertencia e quando, numa idade mais madura, sentiu uma vocação e um impulso, começou, à sua maneira, a ensinar outras pessoas. Após ter assim vivido algum tempo como Sócrates, apresentou-se, quando o momento apareceu-lhe conveniente como o mestre Sócrates. Ele que tinha sofrido a influência das circunstâncias, imprimiu nestas por sua vez a sua marca. Ao realizar sua obra, ele satisfazia tanto a exigência que estava nele quanto àquela que outros homens podiam reclamar dele.‖ (KIERKEGAARD, 1995, p. 43). Clímacus descreve Sócrates como aquele que consegue ler e interpretar o contexto de um momento histórico

Se dissermos que o que constituía o substancial em sua existência era ironia (é claro que aí há uma contradição, mas também tem de haver), e ainda por cima postulamos que a ironia é um conceito negativo, vê-se facilmente quão difícil se torna fixar uma imagem dele; sim, até parece impossível, ou então pelo menos tão trabalhoso como pintar um duende com o barrete que o torna invisível (KIERKEGAARD, 1991, p. 26).

De um modo geral, é notória a insegurança de Kierkegaard quanto aquilo que Sócrates realmente tenha sido, portanto, em sua pesquisa, analisa a existência do pensador ateniense, a partir de personagens históricos contemporâneos do próprio filósofo, dentre eles, Xenofonte, Platão e Aristófanes e os contrapõe, no decorrer da dissertação, no que diz respeito a Sócrates.

O Sócrates de Xenofonte é entendido como aquele que perdeu uma das suas principais dimensões, que é a dimensão do ―perigo‖, pois não fazia mal e nem bem pra ninguém. Para Kierkegaard Xenofonte o tornou inofensivo, imediato, relativo, indiferente, muito mais um Sofista do que um filósofo irônico. Afirma nosso autor: ―No lugar do bem aqui temos o útil, no lugar do belo, o utilizável, em vez do verdadeiro, a ordem estabelecida, em vez do simpático, o lucrativo (Lucrative), no lugar da unidade harmônica, a prosaica sobriedade‖ (KIERKEGAARD, 1991 p. 34- 35). Xenofonte não soube ver, nem muito menos ouvir Sócrates, não se deu conta de sua ―ironia silenciosa‖ em seus discursos. ―Xenofonte carece de um olhar capaz de ver a situação, por outro lado falta-lhe também ouvido para as réplicas‖ (KIERKEGAARD, 1991, p.30).

Notamos assim, as falhas de Xenofonte a respeito de Sócrates descritas por Kierkegaard. A primeira delas é não se dar conta da situação, pois ―Sócrates se

para realizar sua obra. Torna-se mestre para ensinar algo para alguém gratuitamente, sem dinheiro e sem honrarias. O Sócrates das Migalhas é o Sócrates real que Kierkegaard investiga no Conceito de

ironia: talvez o indivíduo que melhor tenha compreendido aos demais por esforçar-se em reunir

movia dentro das situações dadas, ou seja, sua arte é profundamente dependente da situação/ocasião, pois será nela que ocorrerão seus encontros e diálogos com as mais diversas pessoas de sua época‖ (PAULA, 2009b, p. 81). A segunda falha diz respeito à falta de percepção de Xenofonte com relação à importância das réplicas.

A ausência delas empobrece por demais a interpretação de Xenofonte; mais do que isso: ela fica bastante comprometida. Afinal, tais réplicas são muito mais do que meras respostas, são filosofia socrática. A visão de Xenofonte acerca do pensador ateniense é por demais empírica, não alcançando o Sócrates que vai do fenômeno para a ideia (PAULA, 2009b, 82).

Para o pensador dinamarquês, na interpretação de Xenofonte, o fenômeno Sócrates não está abordado adequadamente, destoando daquilo que realmente Sócrates representava em sua palavra e em seu silêncio. Nesse sentido, de acordo com Kierkegaard, Sócrates talvez tenha sido vítima da ironia do próprio Xenofonte, que ao não notar a ironia filosófica do pensador de Atenas, lhe dá um caráter empírico que mais o aproxima da visão que se tem de um sofista do que do Sócrates real.

Em Kierkegaard, Sócrates não pode ser um sofista, pois não tem o conhecimento como algo relativo tal como os sofistas tinham, pelo contrário, é um profundo irônico que sabe muito bem como confundir e, em certa medida, reprimir os pseudos sábios de sua época que tentavam tirar proveito do contexto em que viviam, uma vez que em Atenas surgia o regime democrático e aqueles que possuíam uma boa argumentação ocupavam os melhores cargos. Por isso os sofistas viam nesse sentido uma ótima oportunidade para ensinar a arte de bem falar ou a oratória para o cidadão ateniense que estivesse disposto a pagar por esse ensinamento que tornava seus discursos belos e eloquentes.

A ironia de Sócrates reconhece o absoluto do ato de existir frente à relatividade da vida. Saber conversar, perguntar, enquanto os sofistas sabiam apenas falar. Para enfatizar esta última afirmação, vale citar o seguinte:

Com efeito, o que ele censura, com a expressão ―falar‖ em contraposição a ―conversar‖, é o aspecto egoístico no ―bem falar‖, na eloquência oratória que aspira ao que se poderia chamar o belo abstrato, versus rerun inopes nugaeque canorae (os versos sem conteúdos e as bagatelas que soam bem), e que vê como objeto de pia veneração a própria expressão, desligada de sua relação com a ideia. Na conversação, ao contrário, o falante é obrigado a não largar o objeto, quer dizer, desde que o diálogo não seja identificado com um dueto excêntrico, onde cada um entoa a sua parte sem levar em conta o outro, e que só tem a aparência ilusória de ser uma conversação na medida em que os dois não falam ao mesmo tempo (KIERKEGAARD, 1991, p. 40).

É perguntando que Sócrates, na ―Apologia‖, realiza sua pesquisa junto aos políticos atenienses, junto aos poetas e também junto aos artesãos: classes que se aparentavam ser sábias no entender de si mesmas e no entender de muitas pessoas, e conclui que ele é mais sábio no sentido de que não se julga detentor de nenhum saber e por isso não há nada a ensinar. Pois ―o verdadeiro saber consiste em saber que não se sabe‖ (PLATÃO, 1999, p. 73).

O fato de Sócrates questionar as pessoas que possuíam a reputação de serem sábias, dentre elas, políticos, poetas e artesãos os quais julgavam- se profundos conhecedores de suas artes como também de outros conteúdos de relevância, lhe rendeu perseguição, ódio, inimizades e acusações como ateísmo e corrupção da juventude. Pois a essência da ironia permitiu ao irônico desmascarar a realidade, afirmando que sábio de verdade é aquele que reconhece que sua sabedoria não possui valor algum. O Sócrates irônico tem como ocupação tentar esvaziar as falsas opiniões do interlocutor para conduzi-lo à verdade, não através de

um ensino como faziam os demagogos que se valiam da habilidade do bem falar, mas através da maiêutica.

Em virtude desta pesquisa, fiz numerosas e perigosíssimas inimizades, a partir destas inimizades surgiram muitas calúnias, e entre as calúnias, a fama de sábio, porque, toda vez que participava de uma discussão, as pessoas julgavam que eu fosse sábio naqueles assuntos que somente punha a descoberto a ignorância dos demais (PLATÃO, 1999, p. 73).

Kierkegaard dedica muito mais tempo analisando o Sócrates de Platão, do que o Sócrates de outros autores, como, por exemplo, Xenofonte. A própria estrutura do ―Conceito de ironia‖ comprova esta afirmação. Nesse sentido, ele percorre alguns textos platônicos, mais detalhadamente, como O Banquete, Protágoras, a República, a Apologia, Górgias e Fédon.

No que concerne a escolha dos diálogos, tive constantemente em vista apenas uma finalidade, qual seja, apoiar-me naqueles diálogos que, de acordo com a opinião geralmente aceita, me pudessem abrir uma perspectiva, ainda que parcial, para ver o Sócrates real (KIERKEGAARD, 1991, p. 101).

Kierkegaard acredita que tais textos possam fornecer elementos essenciais para problematizar aquilo que Sócrates tenha sido, pois é sob influência pessoal do próprio Sócrates que Platão desenvolve sua atividade literária e, sobretudo, filosófica. Ou seja, Kierkegaard se torna interprete atento de Platão com a intenção, primeiramente, de definir o método dos dois pensadores, sendo o de Platão especulativo e o de Sócrates aquele que ―revela-se no perguntar e na maneira (finalidade) com que se pergunta‖ (PAULA, 2009, p. 82) o método irônico. Esta afirmação está baseada naquilo que o nosso autor entende pelo ato de perguntar, o qual pode adquirir uma intenção dúbia. Afirma:

Pois a gente pode perguntar com a intenção de obter uma resposta que contém a satisfação desejada de modo que quanto mais se pergunta tanto mais a resposta se torna mais profunda e cheia de significação; ou se pode perguntar não no interesse da resposta, mas para, através da pergunta, exaurir o conteúdo aparente, deixando

assim atrás de si um vazio. O primeiro método pressupõe naturalmente que há uma plenitude, e o segundo, que há uma vacuidade; o primeiro é o especulativo e o segundo o irônico. Era este último método que Sócrates praticava frequentemente (KIERKEGAARD, 1991, p. 42).

Além de definir o método de cada um dos filósofos, Kierkegaard continua a separar, no texto, aquilo que pertence a Sócrates e aquilo que pertence ao próprio Platão. Por exemplo: ―pertence o mítico a Platão ou a Sócrates?‖31 (KIERKEGAARD, 1991, p. 90). E a ironia presente na Apologia é socrática ou platônica? Pois existem momentos, no texto, que a ironia afeta os acusadores de Sócrates e aqueles que votam pela sua absolvição. No entanto, o próprio Sócrates não se torna isento a ironia, já que ele também é afetado por ela, pois é levado à morte pelos atenienses como uma forma de reação a sua ironia. O que torna o filósofo ateniense diferente das demais pessoas envolvidas em seu julgamento descrito por Platão no que diz respeito à ironia? Segundo Kierkegaard é a sua capacidade de experimentá-la e, sobretudo, superá-la, ou seja, ir mais além. Porque:

A ironia é, com efeito, uma saúde, na medida em que ela libera a alma dos enganos do relativo; e uma doença, na medida em que ela não pode suportar o absoluto senão sob forma do nada, mas esta doença é uma febre que depende do clima, e que só raros indivíduos a contraem, e mais raros ainda são os que a superam (KIERKEGAARD, 1991, p. 74).

O Sócrates platônico na observação de Kierkegaard possui uma personalidade muito mais divina do que terrena. O que significa para ele afirmar que: ―Platão chamou o filósofo para fora da realidade, como Platão quer que as leves figuras das ideias atraiam o filósofo para longe do palpável, e o filósofo deve então viver longe dos ruídos do mundo‖ (KIERKEGAARD, 1991, p.142). Nosso autor

31 Kierkegaard após averiguar nos chamados diálogos primeiros de Platão, como também os diálogos

discorda da descrição de Platão nesse sentido, pois o modo como Sócrates viveu mostra a sua aceitação de que as contradições existenciais são enfrentadas aqui e agora, na vida, no relacionamento com indivíduos, no seu caso, mediadas pela ironia que não o conduz para uma filosofia especulativa. ―O irônico não vai até a especulação, pois se satisfaz com a ironia, esta lhe basta‖ (PAULA, 2009b, p. 83).

Em Aristófanes, o pensador dinamarquês investiga uma comédia grega, cujo título é ―As Nuvens‖ em que Sócrates é posto em cena. Quem é Sócrates que emerge de tal texto de Aristófanes? Das Nuvens Kierkegaard extrai o ponto de vista de que Aristófanes chegou perto da verdade ao descrever Sócrates como um cômico, pois, durante sua vida, Sócrates ironicamente deixou-se mostrar comicamente, porém de um modo muito sério. No entender do nosso autor, Platão e Aristófanes tem algo em comum e afirma ―suas posições são ideias, mas em relação recíproca inversa, pois Platão tem a idealidade trágica e Aristófanes a cômica‖ (KIERKEGAARD, 1991, p.109).

Márcio Gimenes explica que a descrição de Aristófanes nas Nuvens é, para Kierkegaard,

uma concepção popular, e a que mais se assemelha ao Sócrates do povo, ou seja, aquela figura que o povo ateniense possuía em seu imaginário. Em outras palavras, ele é visto como um estudioso da natureza e como um charlatão, capaz de resolver diversos problemas de ordem prática. É certo que se trata de uma comédia, porém, é relevante o fato de Sócrates surgir como um tipo subjetivo, envolto em pensamentos, atrapalhado e como que introduzindo o princípio da ironia (PAULA, 2009b, p. 84).

O Sócrates kierkegaardiano é analisado dentro de uma atmosfera histórica que o torna um tanto quanto enigmático, pois não se deixa explicar por absoluto, pois ele é muito mais do que aquilo que dizem que ele é. É tão irônico que sabe ensinar o interlocutor que nada sabe pela consciência que tem do que vem a ser o

conhecimento. ―Ele é o nada com o qual é preciso iniciar‖ (KIERKEGAARD, 1991, p. 157). É a ironia elevada até as últimas consequências. Não é apenas uma dádiva divina como Platão afirma, apesar de negar a substancialidade imediata e conduzir o indivíduo a um parto espiritual; e nem um Sofista de acordo com Xenofonte, uma vez que discursivamente os Sofistas sabiam tudo e Sócrates não sabia nada; nem, tão pouco, somente um cômico segundo Aristófanes.

Afirma Kierkegaard:

A vida de Sócrates é para o observador como que uma pausa grandiosa no curso da história: a gente simplesmente não o ouve, um profundo silêncio impera, até ser quebrado pelas numerosas e muito diversas escolas de discípulos com sua ruidosa tentativa de deduzir sua origem daquela fonte oculta e misteriosa (KIERKEGAARD, 1991, p. 156).

Há de se concordar que Kierkegaard chama a atenção pela autoridade dada a si mesmo, pelo estilo como critica os autores que forneceram interpretações de Sócrates, que do seu ponto de vista, tais interpretações quase sempre estão desprovidas de compatibilidade com o objeto observado ou são metafóricas. No entanto, a partir do que já foi discutido, percebe-se que o Sócrates kierkegaardiano se aproxima muito mais do de Platão do que do de Xenofonte e do de Aristófanes. Pois há traços de ironia no pensamento de Platão ou expressões momentâneas de ironia, mesmo não sendo uma ironia contínua como é em Sócrates.

Sócrates é, para Kierkegaard, aquele que causa fadiga ao se opor ao sistema ou a ordem estabelecida, incomodando sem contestar diretamente, não se dirigindo ao Estado32 ateniense, mas sempre ao indivíduo. Com sinceridade e justiça não se

32 Segundo Sócrates uma voz que ele possui dentro de si desde criança ou espírito divino e

demoníaco, o impede de que ele se ocupe das coisas da polis. Ele tem plena consciência e alerta o cidadão ateniense, de que se ele tivesse se ocupado dos negócios do estado talvez já tivesse sido morto em curto prazo e não teria realizado nada de útil nem para o cidadão e nem para a si mesmo.

deixa ceder aos caprichos da sociedade de seu tempo, nem mesmo pelo temor da morte. Sua ironia é uma ―negatividade absoluta‖ (KIERKEGAARD, 1991, 227), negatividade pelo fato de simplesmente negar aquilo que é dado objetivamente na realidade, isto é, o fenômeno; e infinita pelo fato de não apenas negar este ou aquele aspecto da realidade, mas a existência como um todo. É aquele irônico que perguntando ou jogando elegantemente com as palavras, sem demonstrar imediatamente sua intenção, estimula o raciocínio, provoca angústias, faz pensar e, sobretudo, seduz em um movimento que estimula o desenvolvimento da subjetividade ou da interioridade.

Kierkegaard entendeu que a ironia do pensador grego não foi uma expressão momentânea, ou isolada, pelo contrário, ela foi contínua, pura e, portanto compreendida como ponto de vista: ―E, contudo nós temos em Sócrates a verdadeira e não aparente atitude da ironia, porque Sócrates, como primeiro, chega à ideia do bem, do belo, do verdadeiro, como limite, isto é, chega até a infinitude ideal como possibilidade‖ (KIERKEGAARD, 1991, 158). Enfim, o Sócrates do pensador dinamarquês é aquele que se distancia para, em seguida, se aproximar, sua ironia está serviço de um ponto de vista e não de uma ideia, pois através dela tem-se a possibilidade de abrir todas as portas principalmente a mais importante, a da interioridade, do conhece-te a ti mesmo acima de qualquer situação.

Conclui Kierkegaard sobre Sócrates:

Toda a realidade dada tinha perdido para ele sua validade, ele se tornara estranho a toda realidade da substancialidade. Este é um dos lados da ironia; mas pelo outro lado, Sócrates se serviu da ironia para destruir o helenismo (graeciteten); seu comportamento frente a este era completamente irônico; ele era ignorante e nada sabia, mas procurava constantemente esclarecimento junto aos outros; mas

Pois ele desconhece que exista algum homem que possa se salvar ao se opor com honestidade a qualquer multidão.

deixando assim a ordem existente subsistir, ele a arruinou. Esta tática ele conservou até o fim, o que se mostra especialmente quando foi processado (KIERKEGAARD, 1991, p.229).